22 de julho de 2020

Matilhas e manadas


Confesso que não conheço a realidade concreta do canil DZG de Canedo, que dizem ilegal e edificado numa zona de Reserva Ecológica, onde supostamente (salvo uma auto-estrada) não se pode construir um galinheiro). Ouço dizer que não tem condições, que não tem as ideais mas as possíveis, que não é tão feio e mau como o pintam, que seria possível fazer melhor com mais ajudas, etc. Certo é que há muita desconfiança e muitos dizem que a coisa da Berta deveria estar fechada.

Em todo o caso, para além do problema da incapacidade de recolher e tratar condignamente os animais, que é geral, e que de facto começa a ser um problema grave, porque se percebe que os animais, no caso cães e gatos, merecem ser tratados com respeito e dignidade e não como uma coisa qualquer numa qualquer China, e por outro lado não são criadas por parte do Governo condições para o seu controlo e apoios concretos às adopções responsáveis. 

Como exemplo, o Silva até tem condições e gostava de adoptar dois ou três cães, mas do último que teve, coitado, o Ticas, porque latia, como qualquer cão, o vizinho tanto reclamou que a coisa parou em Tribunal e este deu razão ao vizinho do Silva e o Ticas lá teve que ir à vida. Por isso, o Silva, por causa do animal do vizinho, lá teve que se contentar em ter como companheiro doméstico um periquito, se bem que em vez de o ouvir cantar, o Silva preferia que cagasse na cabeça do vizinho.

Mas, realmente onde queria chegar, para além de tudo, esta agora mediatizada questão a envolver o canil de Canedo, a reboque do trágico e lamentável incidente num canil ilegal em Santo Tirso, que escusado será pormenorizar porque tem sido notícia constante dos alertas CM, demonstra em muito que uma grande parte da nossa sociedade está longe de agir por causas concretas a partir de atitudes com pés e cabeça e em que cada um pense por si. O que está na moda é o efeito "maria vai com as outras", ou efeito manada, seja para partir montras, provocar distúrbios, derrubar estátuas ou dar uma coça em alguém que não consiga dar frango estufado aos cães nem os acomode num hotel canino. 

Esta gente, ditos activistas, age por impulso e desde que seja para fazer crescer uma multidão para aparecer nas notícias, estão lá, na manada, a vociferar impropérios e a espetar o dedo nos narizes dos polícias ou guardas da GNR. Tão pior que dar maus tratos a animais é tratar mal as pessoas e não me parece que seja dar uma tareia a alguém que a coisa se resolva. Infelizmente o mau trato concreto a pessoas e à falta de condições de muita gente, não geram estas manifestações gregárias e enfurecidas. Os animais merecem todo o respeito e tratamento com dignidade e estima mas quando estes passam a ser tratados como pessoas e as pessoas como animais, algo vai mal, Não porque os primeiros não devam ser bem tratados, obviamente, mas porque alguns valores começam a ser subvertidos.

Mas voltando à mediatização do assunto do canil de Canedo, do que vi na TV, parece que apesar da ilegalidade da coisa, a mesma ía sendo tolerada, mas frente aos microfones e câmaras, parece que muita gente foi enfiando o rabinho no meio das pernas. Afinal ninguém quer assumir responsabilidades. A culpa, coitados, será dos cães e gatos por existirem.

Vida de cão.

16 de julho de 2020

Parabéns aos familiares e amigos portistas

Confesso que o futebol e o meu Benfica têm estado bem no fim da fila das minhas preocupações e tenho-me dado bem com isso. Com os anos vamos perdendo paciência para certas coisas, certos desmandos e ficamos aptos a distinguir o útil e necessário do acessório. Ora o futebol é mesmo acessório e como qualquer acessório pode dispensar-se.

Todavia, sabendo que para muitos o fanatismo ou fervor clubístico ocupam o pódium, não quero deixar de endereçar os sinceros parabéns a todos os familiares e amigos portistas. Num campeonato fraquinho, foram os menos fraquinhos e que melhor resistiram a este final de campeonato muito sui géneris. 

Nos muitos campeonatos e títulos ganhos pelo meu clube, nunca recebi votos de parabéns, nem de familiares nem de amigos, eventualmente até algum desdém. Mas cada um sabe com que linhas se coze. Por isso, aos portistas, de modo particular aos familiares e amigos e sobretudo àqueles com algum espírito desportivista, deixo os meus parabéns!


15 de julho de 2020

Nota de falecimento



Faleceu Maria Isabel Moreira Barbosa, de 90 anos (20 de Novembro de 1929|14 de Julho de 2020),  minha madrinha, viúva de Américo José da Fonseca, meu avô materno. De Cimo de Vila - Guisande. Vivia na Rua de Santo António, nesta freguesia.

O funeral, com as limitações de participação a familiares directos impostas pela pandemia Covid-19, terá lugar amanhã, quinta-feira, dia 16 de Julho pelas 11:00 horas da manhã, com missa de corpo presente na igreja matriz de Guisande, indo no final a sepultar em jazigo de família.
A missa de sétimo dia será na segunda-feira, dia 20 de Julho pelas 19:00 horas na igreja matriz de Guisande.

Paz à sua alma! Que descanse em paz!

1 de julho de 2020

Subserviência parôla


Subserviência parôla, esta dos portugueses aos estrangeirismos. 
Terão nos seus países, espanhóis, franceses, ingleses e alemães e outros que tais,  um símbolo "Limpo & Seguro"? 
Poder-se-á até ter algum compreensão com quem argumenta que esta coisa é "para inglês ver", mas o mal está generalizado mesmo em nomes de coisas, espaços e eventos de uso comum dos indígenas lusitanos.
De resto, no que se refere ao selo em questão, não se entende minimamente porque não tem a componente da tradução, já agora, "para português ver".

Globalização não deve ser sinónimo de desconsideração pela língua pátria, ainda tanto mais que o português, língua, não é propriamente um idioma falado por apenas escassos milhares de pessoas. Mesmo que com contradições (desde o 4º ao 7º nas tabelas por aí), parece que estamos seguramente entre as 10 línguas mais faladas globalmente. 

Em consonância, um pouco mais de orgulho e valorização não faziam nenhum mal.

30 de junho de 2020

O Silva não gosta do Big Brother 2020

O Silva tem um problema com a grelha de canais na MEO. Como normalmente procura aceder aos documentários, pela proximidade de posição clicava no 99. Ía logo directo ao RTP Memória, que muito apreciava, e depois um pouco para baixo ou para cima aparecia o que ele queria. Canal História, Odisseia, Discovery, etc.

Agora, o Silva dá logo de caras com esse lixo televisivo, que muitos apreciam, chamado BIG Brother 2020. Diz que já pensou em mudar de operadora, para a NOS, mas parece que esse vírus também anda por lá, algures na posição 12, mas pelo menos longe do tão querido 99 do Silva.

Para o ajudar, sugeri que abra uma petição pública para arredar o BIG Brother para a posição 357821 ou então que faça um pedido à MEO para o colocar algures entre os canais do trupa-trupa que por lá fica em boa companhia.

29 de junho de 2020

Os extremismos gostam de caviar

Se depender do meu voto, André Ventura e o seu Chega não terão qualquer relevância política neste nosso Portugal. 
Apesar disso, parece-me que pela negativa lhe tem sido dado demasiado protagonismo e mesmo a forma como alguns opinion makers e sectores da nossa política e alguma da imprensa adocicada pelos apoios estatais o têm considerado ou desconsiderado, com posições reveladores de um forte extremismo e mesmo laivos de muita intolerância e discriminação, nomeadamente por parte de uma certa esquerda caviar que se considera a detentora da ortodoxia ideológica. 

Esta certa esquerda tem sido ela própria extremista e preconceituosa e paradoxalmente tem sido o suprimento de gás que vai enchendo o balão do populismo do Chega. O Ventura pode ter os tiques de muita coisa negativa e condenável, mas também partilha os defeitos e demagogia comuns à  nossa classe política, da esquerda à direita, mas pelo menos, parece-me, não se tem esquivado numa farsa do politicamente correcto, com que muitos pretendem moldar a nossa sociedade, com os seus julgamentos facciosos da História, verdadeiros mestres no toque de Midas, fazendo de merda ouro, mostrando-se alérgica no que toca a chamar os bois pelos nomes. 

Ora quem tem ajudado o Ventura e o seu Chega a ganhar algum arrasto,  pelo menos para já nas sondagens, é precisamente quem está farto desta gosma política de gente muito moralista quanto aos valores dos direitos, liberdades e garantias, mas com uma tendência do caralho para esquecer as obrigações, as responsabilidades, a lei, a ordem e a disciplina, ignorando que aqueles valores só têm sentido se acompanhados por estes. Quem come a carne também tem que provar os ossos. Quem quer respeito tem que respeitar. Quem quer direitos não pode fugir aos deveres. Quem quer liberdade não pode relevar a disciplina e dispensar a ordem. Afinal quem tem medo destes equilíbrios?

Assim, em resumo e como aviso à navegação, continuem com essa abordagem extremista, com as vossas piadolas ofensivas, vão para manifs e antifs extremifs derrubar estátuas e partir montras que os Venturas e os Chegas agradecem. Depois chamem-lhes nomes feios, que ele gosta.

25 de junho de 2020

Ossos do ofício


Restos da carne, do vício,
Que à terra, ao pó devolve,
À morte, à tristeza e ais.
Afinal, ossos do ofício.
Duma força que nos move
Como barca rumo ao cais.