21 de janeiro de 2022

Saber usar as palavras


Eu sei que quase ninguém ouve estas coisas, mas ainda nesta semana, na rubrica "Palavras Cruzadas" na Antena 2 (e quem ouve a Antena 2, questiono?), Dalila Carvalho falava com Miguel Bastos, jornalista da RTP a propósito da vulgarização no uso da palavra, sobretudo na imprensa, em que por tudo e por nada se abusa da dramatização de certos termos quando porventura os mesmos se não justificam. 

No caso, a palavra ou adjectivo "caos". A imprensa tanto a usa para se referir a um ligeiro engarrafamento no Porto ou em Lisboa, como com a uma situação vivida recentemente no aeroporto de Kabul aquando da fuga ao regime talibã, ou como consequência de uma catástrofe natural.

E é mesmo assim: o uso e abuso de termos ou adjectivos com impacto por tudo e por nada, até para situações de lana caprina, acabam por esvaziar o sentido dos mesmos e como na história de "Pedro e o Lobo", às tantas quando a mensagem ou a palavra se justificam, acabam por não surtir efeito ou ser encaradas de forma insensível.

Mas esta situação na nossa imprensa não é de todo surpreendente já que o falar bem e correctamente deixou de ser requisito. As redacções não querem profissionais idosos, grisalhos e a usar óculos. Gente nova, no geral impreparada em que uma certa burrice e ignorância são recorrentes, são quem povoam as redacções e nelas fazem falta os velhos mestres do verdadeiro jornalismo e do correcto e contextual uso da palavra. Na actualidade a força da palavra está na vulgarização de adjectivos dramáticos e sensacionalistas. Veja-se o caso do termo "arrasar" que é empregue por tudo e por nada, ao ponto de tornar-se um ridículo. 

Mas é disto que a casa vai gastando e o escrutínio é quase inexistente porque de um modo geral a audiência está tão mal preparada e instruída quanto quem dá a notícia. Assim sendo...

Nota de Falecimento

 

Faleceu Zeferino Gomes, de 87 anos (20 de Janeiro de 1935 a 20 de Janeiro de 2022).

Residia no lugar do Viso - Guisande.

As cerimónias fúnebres terão lugar amanhã, Sábado, 22 de Janeiro, pelas 11:00 horas, na igreja matriz de Guisande, , indo no final a sepultar no cemitério local em jazigo de família.

Missa de 7º dia na igreja matriz de Guisande na Sexta-feira, dia 28 de Janeiro às 18:30 horas.

Sentidos sentimentos a todos os familiares. Paz á sua alma! Que descanse em paz!

20 de janeiro de 2022

Sem Strava





















Colheita de sangue em Guisande - 29 de Janeiro de 2022


No Sábado 29 de Janeiro de 2022, será realizada mais uma sessão de colheita de sangue a ter lugar nas instalações do Centro Social, no Monte do Viso - Guisande.

Como habitualmente, a partir das 09:00 horas e até às 13:00 horas.

Num tempo em que por razões óbvias as reservas deste precioso bem estão em baixa, importa mobilizar todas as pessoas em condições de doar no que pode ser um importante contributo para socorrer e salvar vidas.

16 de janeiro de 2022

É pena, com 65 anos, és um incapaz


Num país politicamente correcto, que condena e até crucifica quem tenha uma postura ou linguagem de segregação, e que até tem uma disciplina de cidadania obrigatória, temos uma lei eleitoral no mínimo retrógrada e com particularidades que até deviam chocar.

Por exemplo, a idade da reforma está neste momento estabelecida em 66 anos e sete meses. Ou seja qualquer cidadão pode no mínimo continuar a exercer a sua profissão até essa idade e, não havendo norma que o proíba, para além dela, seja um simples varredor de ruas, um pasteleiro ou um capador de porcos, até um professor, um engenheiro, um médico ou um magistrado, etc, etc.

Todavia, nesta particularidade a todos os níveis condenável e injustificável, quem tiver mais de 65 anos não pode exercer a função de elemento de mesa de votos numa qualquer eleição de âmbito nacional.

O presidente da República, dita a figura mais importante do aparelho de Estado, pode ter 70, 80 ou mais anos e até ser um completo gágá. Todavia, o professor Marcelo que tem 73 anos, não fosse presidente desta republicana nação e não poderia estar atrás de uma urna a ajudar a enfiar os papelinhos ou a dar baixa dos eleitores. Parece anedótico mas a coisa é seria e a sério.

Por outro lado, com 18 anos uma pessoa poder ter carta de condução, casar, descasar, voltar a casar, e ser tudo e mais alguma coisa que se considere normal para quem é livre e de maior idade e no uso das suas faculdades. Mas não! Não pode, como o Tino de Rans ou outro, candidatar-se à presidência da República antes de ter 35 aninhos. Parece que com 34 ou 33 não tem todas as capacidades cognitivas para tão alto cargo da Nação. A bem dela, da Nação!

Custa a acreditar nestas coisas, num país livre e democrático em que a idade é factor de segregação para muitas coisas, até para aquelas que não têm qualquer sustentação racional, como as referidas. Só porque sim.

O balancé da Sóbrinca e os matraquilhos


Dos debates televisivos para as próximas Eleições Legislativas, assisti a espaços e apenas alguns. De resto é tão apelativo ver estas coisas como ouvir um antigo balancé da Sóbrinca a cortar tubos.

Como já disse alguém, em vez dos debates propriamente ditos, poderiam ser jogos de matraquilhos e ali via-se a real habilidade de cada um e de cada uma.

Assim não sendo, coube a alguns jornalistas da nossa imprensa fazerem a análise e determinarem vencidos e vencedores. Mas nestas coisas, e sabendo-se como se inclina no geral a nossa imprensa, a isenção desta gente é quase como ver um Francisco J. Marques a analisar um jogo do Benfica ou o Paulo Guerra a esmiuçar um jogo do Porto.

Posto isto, considero que no geral estes debates pouco ou nada servem e menos esclarecem porque em rigor todos sabemos ao que vêm e por que linhas se cosem. 

De resto, nestas coisas de eleições, decidimos as coisas de forma muito clubista e quase nunca admitimos que do nosso lado a coisa está fraca.

No meu caso, se algum efeito produziram os debates, é o de uma tentação de fazer parte dos 60% de abstencionistas, mais coisa menos coisa.

Mas com jeitinho, e porque dizem que é um dever e um direito, até maior que as questões da saúde pública, em que os isolados pela Covid têm direito a umas horas de folga, pode ser que sim.