Num sossego materno, matinal,
Há no Viso um ninho sentido
Onde o pássaro guarda o ovo.
Foi-se a festa, já aí o Natal,
E o tempo a correr, desmedido
Na pressa de recomeçar de novo.
Num sossego materno, matinal,
Há no Viso um ninho sentido
Onde o pássaro guarda o ovo.
Foi-se a festa, já aí o Natal,
E o tempo a correr, desmedido
Na pressa de recomeçar de novo.
Quando uma alma vive perturbada
Sem noite, sem cama onde se deite,
Sob uma luz mortiça quase apagada
Como lamparina já sem o azeite,
Tudo é tristeza e dor, um vazio.
Melhor seria não ter nem ser nada,
Como mãe estéril, seca, sem leite.
Talvez nessa pobreza assim reclamada
Encontrasse o louco algum deleite
Ainda que sem consolo, murcho e frio.
Faleceu, Joaquim de Oliveira Santos, meu primo paterno (filho de uma irmã de meu pai), de 79 anos de idade (28 de Outubro de 1942-06 de Outubro de 2022.
Vivia em Gândara - Pigeiros.
O funeral terá lugar amanhã, sexta-feira, 07 de Outubro, pelas 15:00 horas, com cerimónias de exéquias na igreja matriz de Pigeiros, indo no final a sepultar no cemitério local.
Missa de 7º Dia na igreja matriz de Pigeiros na próxima quarta-feira, dia 12 de Outubro pelas 18:00 horas
Sentidos sentimentos a todos os familiares, de modo particular a irmãos, viúva e filhos.
Paz à sua alma. Que Deus o tenha em eterno descanso.
A malta da TAP é muito eficiente. Vai-se fazer transportar em carrões e diz que com isso vai poupar uns milhares.
É assim mesmo. Esta TAP é um exemplo exemplar. Não são Porches como o que já teve o ministro da tutela, mas convenhamos que BMWs acima dos 52 e 65 mil euros são um bacadito melhores que o meu Citroen Saxo de 2001.
Até para voar é preciso sonhar alto.
Paga Américo, tu que nunca puseste o cu num aviãozinho da TAP!
Sou assinante online do jornal "O Correio da Feira".
Do que li sobre a sessão da Assembleia Municipal de Santa Maria da Feira, de 23 de Setembro último, quanto à votação que aprovou a desagregação da nossa ainda União de Freguesias de Lobão, Gião, Louredo e Guisande, pareceu-me que o deputado Carlos Martins da Iniciativa Liberal, face à troca mútua de responsabilidades entre o PS e PSD, terá sido o mais assertivo na questão dos argumentos ao dizer não entender a"necessidade de partidarização do tema”. “As populações quando o fizeram não foi para defenderem este ou aquele partido, mas defenderem aquilo em que acreditam”.
Na realidade, a agregação foi feita ao arrepio da generalidade das populações e teve nos principais partidos, como PS, PSD e CDS os grandes responsáveis.
Por conseguinte aberta agora a possibilidade de rever algumas das situações, deve ser numa base supra-partidária porque os valores ou interesses que estão em causa nada têm a ver com facções políticas.
Ao PS louva-se a possibilidade criada para poder ser possível reverter e ao PSD louva-se o entendimento natural de não obstacularizar.
Assim sendo, a partir deste momento importa de facto não partidarizar a questão, entende-la como da vontade da maioria das populações e aguardar o desfecho na sua etapa final.
Se se vier a concretizar, depois teremos outras questões por resolver, que não são menores.
[foto: Correio da Feira]
O Tino é assim: Um rapaz simples, quase primordial, despido do espartilho que adelgaça as noções do bom senso ou do juízo perfeito.
Dizem os especialistas que o Albertino tem algum atraso cognitivo, mas o povo, menos dado a estes conceitos técnicos, diz, apenas, que terá umas quartas-feiras a menos, mas um bom rapaz, do melhor.
Pela minha parte, acho que nem uma coisa nem outra. O Tino tem sobretudo uma simplicidade genuína no pensar e no falar. Pela parte física é um touro de força e destreza e como tal é requisitado como jornaleiro quando se trata de cavar leiras, rachar lenha, limpar matos, apanhar espigas ou batatas. Quanto a ser um bom rapaz, em total acordo.
Em resumo, anda por aí muita boa gente com as quartas e quintas-feiras todas e demais dias da semana e ainda assim com menos tino que o Tino. Como pessoas e quanto a juizinho, em nada são mais ou melhores que o Tino.
Mas o Tino, insisto, é mesmo assim, e nessa simplicidade toda troca-nos as voltas e as ideias. Daria para feirante, capaz de vender botas a quem procura peúgas ou casacos a quem quer comprar cuecas.
Assim, quando nos cruzamos, lá meto conversa de circunstância:
- Então Tino, está calor?
Mas o Tino responde com outra pergunta:
- Então houve mais um acidente na Gandarinha?
- Ai houve? - pergunto interessado.
- Pois houve, e deu um prejuízo do caraças. Podia ter havido mortes! Um carro ficou todo encartado. Vai p´rá sucata direitinho!- responde com ar sério e de quem testemunhou o embate.
Mas mudo de conversa, mostrando-me interessado nas inconstâncias do tempo:
- Mas, ó Tino, amanhã virá chuva?
O Albertino responde, novamente, com outra pergunta:
- Sabias que roubaram quatro galinhas ao Zé Ferreiro?
- Quatro galinhas? - perguntei admirado.
- Sim, e foi de noite e com um cão à porta! - esclareceu abanando a cabeça com ar de quem contava uma impossibilidade.
- Mas então, quem terá sido? - questionei, curioso.
- Foi a viúva do Neca! Era de saber. Já não é a primeira vez! - esclareceu com ar de quem já viu o filme repetidas vezes.
- Mas como é que se sabe que foi ela? Houve testemunhas? - perguntei para esclarecer essa sua convicção.
- Ah, foi o próprio Ferreiro que a viu a meter os frangos, já com o pescoço torcido, num saco.
- Mas foi ele quem te contou? - questionei interessado?
- Ele contou tudo na loja da Nandinha. - disse. - Ele bem deu por ela, mas como caminha mal e estava em ceroulas, não foi atrás dela.
- Mas então ele não vai fazer queixa à guarda? - quis saber.
- Não vai nada! Se calhar não se importa, pois ela roubou-lhe as galinhas mas ele rouba-lhe o pinto!
- Ai é? Bem, eles que se entendam! - respondi já pela estrada abaixo, mas ainda intrigado a pensar no raio da sua resposta, como se nela justificasse a permuta de galináceos.
O Tino também seguiu para cima, mas ainda a recomendar:
- É preciso é ter cuidado com as portas abertas. Ela tudo o que vê, tudo rouba. E é pôr à porta dois cães bravos, com fome e com os dentes afiados!
E pronto! O Tino lá continuou desenvolto a caminho de casa.
De rajada, fiquei a saber de duas novidades que desconhecia, mas continuei sem saber se no dia seguinte choveria.
Já sei! Para a próxima se quiser saber do Tino se vai chover, tenho que lhe perguntar se o Benfica ganhou ou perdeu.
Chega a noite e a aldeia cega,
Sem dissipar esta melancolia,
De um caminho envolto em treva
Até que a luz rompa a fazer dia.