26 de fevereiro de 2023

Paróquia - Contas apresentadas

 






Depois de vários meses sem apresentação das contas, foram afixadas publicamente os relatórios das contas da paróquia e a promessa de a partir de agora serem divulgadas com regularidade mensal.

Do que vi, sem por em causa a transparência e rigor das mesmas, parecem-me algo confusas na sua apresentação. Por exemplo, depósitos bancários a serem considerados pagamentos e depois novamente os mesmos como receitas. Ainda duas tabelas de pagamentos no caso das contas do mês de Janeiro de 2023. Em rigor depósitos bancários não devem ser considerados receitas nem despesas, mas apenas uma forma de gestão do saldo positivo quando este existe.

A meu ver, deveria haver apenas a descrição das receitas e sua origem e despesas e seu destino, em apenas duas tabelas e da diferença das mesmas resulta o saldo, como é norma em contabilidade de caixa corrente Várias tabelas de receitas e pagamentos ou despesas e itens relativos a depósitos considerados como receitas são desnecessários e só vêm confundir.

24 de fevereiro de 2023

Nota de falecimento

Faleceu Madalena dos Santos Alves, de 85 anos [18 de Janeiro de 1938 a 23 de Fevereiro de 2023], do lugar de Cimo de Vila - Guisande.

Cerimónias fúnebres na igreja matriz de Guisande, amanhã, Sábado, 25 de Fevereiro de 2023, pelas 11:00 horas, indo no final a sepultar no cemitério local.

Missa de 7.º Dia na próxima Sexta-Feira, 3 de Março de 2023 pelas 18:30 horas na igreja matriz de Guisande.

Sentidos sentimentos a todos os familiares, de modo particular a seu marido, Sr. Joaquim Gomes da Silva, seus filhos e netos.

Que Deus a tenha junto a si. Que descanse em paz!

23 de fevereiro de 2023

Querias calorias


Com tanta gente a dar à sola, seja a caminhar, a correr ou a pedalar, são muitos os que gostam de usar aplicações nos telemóveis e relógios que fazem o controlo das actividades. Pessoalmente na maioria das minhas actividades nem me dou ao trabalho de lavar o telemóvel quanto mais fazer o registo. Mas há malta que não perde uma e regista tudo, como tempo, distância, ritmo, elevação e gasto de calorias, médias, desafios, etc, etc.

Ora uma das questões de alguns utilizadores é esta: - Nas aplicações de monitorização de corridas e caminhadas como é que é calculado o gasto de calorias?

Pois bem: O cálculo do gasto calórico durante corridas e caminhadas pode variar entre diferentes aplicações de monitorização, mas geralmente é baseado em uma combinação de informações como peso corporal, idade, sexo, distância percorrida e tempo de atividade.

Uma das formas mais comuns de calcular o gasto de calorias é através da equação de consumo de oxigênio em repouso (VO2) e do gasto energético da atividade física. A maioria das aplicações usa algoritmos que estimam a quantidade de oxigênio que o corpo está consumindo durante a atividade física, com base na velocidade e intensidade da atividade, para depois calcular o gasto calórico.

Alguns aplicativos também permitem que os usuários entrem com informações adicionais, como o tipo de atividade que estão fazendo (corrida ou caminhada), o terreno (plano ou montanhoso) e a inclinação. Essas informações podem ajudar a refinar os cálculos de gasto calórico.

É importante lembrar que o cálculo do gasto de calorias é apenas uma estimativa e pode não ser totalmente preciso para todas as pessoas, pois cada indivíduo tem um metabolismo diferente e pode queimar calorias de maneiras diferentes durante a atividade física. Além disso, fatores como temperatura ambiente, umidade, roupas utilizadas e condições de saúde pessoais também podem afetar o gasto de calorias durante a atividade física.

Por outro lado, procurando saber o gasto médio de calorias durante uma hora d euma caminhada, tal depende de vários fatores, incluindo o peso corporal, a intensidade da caminhada e a velocidade. No entanto, em média, uma pessoa com peso corporal de 70 kg pode queimar entre 240 a 350 calorias por hora de caminhada moderada (cerca de 5 km/h). Já uma pessoa com peso corporal de 90 kg pode queimar entre 300 a 440 calorias por hora de caminhada moderada.

Importa ter em conta que essas estimativas são apenas médias e o gasto calórico pode variar de acordo com a intensidade e duração da caminhada, além de fatores como o terreno (plano ou montanhoso) e inclinação. A variação individual também deve ser considerada, já que a quantidade de calorias que uma pessoa gasta durante a caminhada pode ser influenciada pela idade, sexo, nível de condicionamento físico e metabolismo basal.

Em resumo, tudo isto é apenas uma merdice porque as pessoas que fazem este tipo de monitorização no geral gostam de saber as suas capacidades e resultados como se fossem super homens. Caminhar é caminhar e correr é correr. A ciência primordial é simples e existe desde que os homens das cavernas corriam para caçar as presas ou fugir delas. Por isso, calorias, médias, ritmos, velocidades, ganhos de elevação, em rigor são paneleirices que servem apenas para entreter e alimentar egos do género "a minha pila é maior que a tua".

22 de fevereiro de 2023

Sacerdotes - Vocação ou profissão?

Confesso que os valores que de um modo geral os padres e párocos cobram às suas paróquias, é assunto que não me prende a cuidados e como tal não tenho nem quero ter uma opinião rígida, porque neste como em muitos outros assuntos, há sempre diferentes opiniões e pontos de vista.  De resto, contribuir para tal pagamento por enquanto é coisa que não é obrigatória.

Por conseguinte considerar se será  muito ou pouco, até em função da proporcionalidade e recursos de uma qualquer freguesia e ainda sabendo que hoje em dia qualquer sacerdote acumula duas, três ou mais paróquias, é assunto que pouco adianta discutir e sobretudo porque nos dias que correm  já todos sabemos que os tempos de sacerdotes pautados por vocação e dedicação às causas do espírito e com o possível desprendimento material ou mesmo votos de pobreza, é coisa de um certo passado. Hoje em dia a realidade é diferente e não há outra forma de o dizer, os sacerdotes, os párocos são comuns assalariados e como quaisquer outros cidadãos reclamam todos os confortos materiais e acumulam riqueza. Padres desprendidos das cousas materiais, como o saudoso Pe. Domingos Moreira, que foi pároco de Pigeiros e Guisande, ou mesmo o nosso conterrâneo Pe. Agostinho da Silva, já serão modelos raros e em vias de extinção, se é que ainda os há.

Sinais dos tempos em que mesmo sob essa condição e supostamente com bons ganhos, acima da média de qualquer normal licenciado, doutor ou engenheiro, ainda falta gente à profissão. Por conseguinte, mesmo sendo da esfera da religião, funciona aqui a lei do mercado e da relação da procura e oferta. Enquanto assim for, não pode esperar qualquer paróquia que tenha como seu guia espiritual alguém a trabalhar pró bono. De resto e nestas coisas da Igreja, como parece que se dizia dos bonitos sermões de Frei Tomás, é olhar para o que ela diz e não para o que faz.

21 de fevereiro de 2023

Cozido de Carnaval - Enquanto dura...

 




Num tempo em que algumas das nossas tradições se estão a desfazer, outras ainda subsistem, como comer um cozido-à-portuguesa no dia de Carnaval, marcando simbolicamente o tempo de Quaresma que começa precisamente no dia seguinte, Quarta-Feira de Cinzas.

É certo que um cozido-à-portuguesa com carnes caseiras é um prato já raro eonde ainda é possível,  é paga a peso de ouro, mas com algum cuidado e pre-preparação, incluindo salga e aplicação de algumas horas de fumo, ainda é possível um vislumbre dos sabores e saberes dos antigos cozidos, quando era comum  acriação de porcos que comiam das sobras e do que a terra dava.

Mas não tenhamos ilusões: daqui a mais uma ou duas décadas o prato tradicional neste dia de Carnaval será constituiído por pizas, atum em lata, salsichas, hamburgueres e outras fasts-foods tão do agrado das novas gerações. É o que é e não há volta a dar!

20 de fevereiro de 2023

Bacalhau no Pinhão com vista para o Douro








Uma rápida viagem por terras do Douro. Paragem para pequeno almoço em Vila Real, na antiga Pastelaria Gomes com a prova das populares "cristas de galo", seguindo-se uma visita ao berço de Miguel Torga, em S. Martinho de Anta, em repouso à sombra dos ciprestes, ainda um saltinho à Senhora da Azinheira e depois uma passagem por Sabrosa e a descida ao Pinhão, onde almoçamos.

Dez anos depois de uma primeira vez, em trânsito para uma visita local, o regresso ao restaurante LBV 79. Não tanto por uma primeira boa impressão mas por falta de tempo de procurar de um local alternativo e porque a localizaçao é excelente com amplo parque de estacionamento e vista para o rio Douro que em frente se espraia.

Instalação cuidada e pessoal simpático. Ainda em S. Martinho de Anta, contactei para reservar mas informaram que não aceitavam reservas e que o atendimento seria por ordem de chegada com abertura às doze horas. Assim, para não facilitar e porque convinha partir cedo para outras paragens, uns ligeiros minutos antes do meio dia fomos os primeiros a entrar e a ocupar uma das mesas na sala no primeiro Andar. Foi-nos dada a opção de almoçar no pequeno terraço voltado ao Douro mas com a temperatura um pouco fresca, preferimos ficar na sala, mas pretendendo ficar um pouco desviado da porta de acesso ao terraço para evitar correntes de ar, foi-nos informado que a mesa pretendida estava reservada. Uma situação estranha já que meia hora antes fomos informados no contacto telefónico que não aceitavam reservas.

O menu apresentava variedade de pratos com doses individuais e a preparar na hora. para ser mais rápido optamos por bacalhau recheado com presunto com acompanhamento de batata frita e legumes salteados e pontilhado por duas azeitonas. Outra versão com puré de batata, dois camarões e legumes salteados e ainda outra com costeletas de borrego grelhadas com acompanhamento de batata frita aos cubos e um raminho de alecrim. Ainda uma salada mista de alface, tomate e pepino para acompanhar os pratos sem legumes.

Quanto ao vinho fomos num maduro branco da casa, bastante aceitável, fresco e com toques de casta moscatel. Uma garrafa de água, azeitonas, saborosas e pão, também saboroso. Porções de manteiga que não consumimos.

Quanto à comida, uma apresentação razoável mas de sabores e preparação sem qualquer deslumbramento. Doses individuais suficientes mas o bacalhau com postas estreitas e baixas e de tempero um pouco para o salgado. As batatas excessivamente queimadas. O puré com pouco sabor, consistência desligada e pobre. Sensaborona pelo que ficou nos pratos.

Com alguma comida a sobrar, nomeadamente o puré, não fomos nas sobremesas apresentadas, que pareciam comuns e algo caras. Apenas café e uma conta para quatro pessoas de 100 euros.

Em resumo, sem desmerecimento mas pratos um pouco caros para a relação de qualidade e quantidade, certamente a aproveitarem o fluxo turístico que ali ocorrre. Na nossa zona, com a mesma quantidade e qualidade até superior, come-se por metade do preço. Também o sistema de serviço, a confecionar na hora, sem pratos já prontos, faz com que a demora e a refeição se tranformem em quase duas horas à mesa. Deste modo não surpreende que em pouco tempo estivesse bastante gente em lista de espara.

Em resumo, uma experiência que não se pode classificar de negativa, mas muito vulgar e abaixo das expectativas a ter em conta a frequência e comentários ao local, sem qualquer nota de diferença na relação preço, qualidade, quantidade, serviço e tempo de espera. Numa próxima paragem no Pinhão, geograficamente um local bonito mas urbanisticamente desmazelado, confuso e com excessivo movimento, teremos que experimentar uma das outras opções de restauração.

17 de fevereiro de 2023

Era uma vez uma bonita tradição

A tradição da Páscoa na nossa paróquia e o papel do Juiz da Cruz no contexto da mesma, está em agonia ou mesmo já sepultada. Abandonada que foi a velhinha tradição do processo de eleição ou escolha, foi solicitado de forma reiterada à comunidade que alguém se voluntariasse para tal cargo. Não sei se apareceu alguém e quem, mas tudo indica que ninguém, pelo menos reunindo os critérios que pautavam a escolha, desde logo pelo critério de nunca ter sido juiz.

Pode-se assim dizer que a paróquia e mesmo a freguesia aos poucos está-se a descaracterizar no que de tradições se orgulhava e parece não haver volta atrás. É certo que as coisas têm que ser adaptadas aos novos tempos e circunstâncias mas parece mais que evidente que essa adaptação é mais no sentido de atenuar os estragos e de ajustar as coisas às limitações do que propriamente uma renovação com enriquecimento e valorização.

Todos somos responsáveis desta letargia porque desde a morte do Pe. Francisco, já há 25 anos, que a paróquia nunca encontrou um rumo certo, congregador e agregador. Foi meio século de descaractrização, de erosão e perda dos valores tradicionais de que nos orgulhavam enquanto comunidade. Parece-me, repito, que responsáveis somos todos nós, mas em muito também pelos critérios da Diocese e suas autoridades que olham para estas coisas das paróquias apenas como fontes de receitas.

No que respeita a esta tradição da Páscoa e do Juiz da Cruz, a coisa foi-se e já nada será como dantes. Os caminhos que vinham a ser seguidos só podiam dar a este destino. Desvalorizamos as coisas, desleixamo-nos e até alguns de nós andamos a mandar cartas registadas dirigidas à Comissão Fabriqueira a demitir-nos dessas responsabilidades como se nada tivéssemos a ver com elas. E não por razões de fundo mas tão somente por não gostarmos de assumir compromissos, de canseiras, de responsabilidades. Quem assim pensa e age não tem qualquer sentido de vivência em comunidade. É um direito legítimo de cada um, certamente que sim, mas que em muitos aspectos empobrece uma comunidade. É uma filosofia de "cada um por si".

Assim vamos indo e andando e esta freguesia não tarda a não ter ponta por onde se lhe pegue no que diz respeito à sua antiga e forte identidade e personalidade. Certamente que por sinais dos tempos, num contexto e realidade de estagnação em que damos conta que por ano morrem uma dúzia de pessoas (e só nos últimos 2 meses foram metade disso) e quanto a nascimentos apenas ou ou outro como amostra. Já se adivinha onde vamos parar. 

Numa altura em que se aguarda pelo desfecho do processo de pedido de desagregação da nossa freguesia da actual união, é de questionar que caso a coisa seja concretizada, quem é que dará a cara e o corpo ao manifesto e ao exercício de cidadania para liderar e defender os interesses da freguesia e da sua população? Porventura os mesmos que mandaramn cartas a demitir-se de outras responsabilidades? Quem apenas vive para si, como se a responsabilidade de cidadania e serviço público seja um dever e obrigação apenas dos outros? Mas quem são os outros? Os outros não serão também cada um de nós?

Pessoalmente, nesta matéria, não dou lições de moral a ninguém mas também as dispenso receber de outros porque creio que já fiz a minha parte no que diz respeito a participação na comunidade e na cidadania: Fiz parte de Grupo de Jovens, fiz parte do grupo de Leitores, só não fui Ministro da Comunhão porque a seu tempo alguém não quis, fiz parte do Grupo Coral, fiz parte da LIAM, fiz parte das comissões de festas de todas as festas religiosas, fiz parte da Comissão de Festas do Viso, fui Juiz da Cruz, fiz parte de duas associações culturais e da direcção do Guisande F.C. Colaborei com as diversas Juntas de freguesia em diversos momentos e acções e participei em eleições e fiz parte de uma Junta de Freguesia, mesmo que em condições difíceis. Apesar disso, sempre que posso e sou solicitado, procuro ajudar e contribuo para as despesas e eventos religiosos ou outros.

Como disse, não é nada de mais e muitos mais guisandenses também tiverem e têm este tipo de participação cívica e comunitária, mas tomara que todos, tanto os que ainda nada fizeram como os mais novos, tenham pelo menos alguma desta intervenção. Mas sabemos que tendencialmente não é este o caminho que as pessoas de um modo geral tomam nos dias de hoje. Isso dá trabalho, canseira,  perda de de tempo pessoal e até mesmo despesas e, para mal dos pecados, quase sempre sem reconhecimento público e até com críticas, na maior parte das vezes injustas e injustificadas.

Por todo este conjunto de coisas e situações, é que estamos neste estado. Como diria alguém conformado com a situação, "é o que é!" . A ver vamos no que dá mas as perspectivas e expectativas são baixas. Estamos em crise!