20 de outubro de 2023

Fotos com história


20 de Agosto de 1962 - Passam hoje 61 anos sobre o registo desta fotografia.

Da Sr.ª Lúcia, sobra a saudade. Que Deus a tenha! Do Ti Alcino, ainda por cá na caminhada da vida. Permitir-me-à que partilhe um momento que certamente foi de felicidade para ambos, então jovens, acabados de casar. Foi em 20 de Outubro de 1962, num Outono soalheiro. Por esses dias, estava eu a espernear,  para ver a luz dali a poucos dias.

Não deixa de ser curioso que o Ti Alcino esteja a abrir a porta do carrão conduzido pelo saudoso Ti Elísio Santos, que os aguardava, sabendo-se que na sua profissão, como ajudante de motorista e revisor da empresa de transportes de passageiros "Feirense", tenha, pode-se dizer, levado a vida a abrir as portas  a senhoras, como bom profissional e cavalheiro. Até mesmo nos muitos passeios de autocarro que organizou, ajudou tantas vezes a abrir as portas dos fundos para o assalto aos farnéis.

Gente nossa. Gente boa!

18 de outubro de 2023

PR7 - Nas Escarpas da Mizarela - Alguns olhares


Alguns dos muitos olhares captados na caminhada do PR7 de Arouca - Nas escarpas da Mizarela - Junho de 2021









Rio Caima e seus afluentes

Clicar no mapa para obter em grande formato

O rio Caima é um afluente da margem direita do rio Vouga.

Nasce no planalto da serra da Freita, na freguesia de Albergaria da Serra, concelho de Arouca, a uma altitude de cerca de mil e cinquenta metros, a leste da aldeia de Albergaria da Serra, reunindo águas de uma teia de pequenos ribeiros que se estendem do alto do Junqueiro, do lado norte até ao Cabeço do Serlei, do lado sul. 

Segundo alguns dados oficiais tem uma extensão de 50 Km mas por outras medições, incluindo a nossa, tem seguramente 56 Km. Tem um um traçado muito sinuoso e drena uma bacia hidrográfica com 196,4 Km2.

Os seus principais afluentes, da foz para nascente são:

Pela margem direita:

Ribeira de Vermoím, rio Vigues, ribeira de Fuste (ou de Sandiães), ribeira de Caimó (ou de Paço de Mato);

Pela margem esquerda:

Ribeira de Mouquim, rio Fílvida (ou ribeira de Dornelas), ribeira da Corga do Gavião, ribeira da Felgueira (ou de Telhadela), ribeira de Moscoso (do Cambalhão ou da Chã), ribeira das Cabras (ou da Cabria).

Tem ainda outros afluentes de menor importância, como pela margem direita:

Ribeiro de Salgueiros, ribeira do Malhó, ribeira do Trebilhadouro, ribeira de Função, ribeiro da Carvalheda, ribeira da Póvoa, corga da Mizarela, ribeira da Foz e ribeiro de Junqueiro.

Pela margem esquerda: Ribeira de Vale da Cal, ribeira das Corgas, ribeira do Pisão ou do Casal, ribeiro de Gatão, ribeiro de Vilar, ribeira do Viadal, ribeira da Castanheira, ribeiro de Cabaços, ribeiro da Portela de Anta.

Perto da aldeia de Mizarela despenha-se de uma altura de cerca de 75 metros, dando origem à popular queda de água conhecida por Frecha da Mizarela, considerada a mais alta de Portugal continental  mas inferior à Cascata do Aveiro (110 metros), localizada na ilha de Santa Maria, nos Açores. É também uma das mais altas da Europa.

O seu percurso, na sua primeira metade tem uma orientação predominante leste/oeste e depois do centro de Vale de Cambra, onde engrossa o caudal com as águas do rio Vigues, do lado norte, e do rio Moscoso, do lado sul,  inflecte para sul. Para além do concelho de Arouca onde nasce, passa pelos municípios de Vale de Cambra, Oliveira de Azeméis e Albergaria-a-Velha. Desagua no rio Vouga na freguesia de Macinhata do Vouga,  junto à aldeia de Sernada do Vouga, um pouco a leste desta, já no concelho de Águeda.

No concelho de Vale de Cambra, na freguesia de Rôge, foi construída uma barragem a que se deu o nome do Eng.º Duarte Pacheco, então ministro das Obras Públicas, tendo entrado em funcionamento em 1940. É uma barragem de gravidade, em alvenaria, com uma altura de 28 metros acima da fundação e 20 m acima do terreno natural e tem um comprimento de coroamento de 66 metros formando uma passagem pedonal.

As águas desta albufeira, com uma capacidade útil para 330.000 m3 são essencialmente para rega dos férteis terrenos do vale do Caima, com um interessante sistema de levadas, designado de Canais de Rega de Burgães, que embora em grande parte já em desuso ainda possui troços a funcionar e que podem ser vistos percorrendo alguns dos belos trilhos pedestres que os acompanham.

O rio Caima é um interessante e importante rio, com biodiversidade e diversidade de características, como de planalto, montanha, correndo encaixado entre encostas abruptas da encosta poente da Freita, mas também corre em terrenos planos e férteis, nomeadamente na segunda metade do seu curso.

Frecha da Mizarela

Pontão junto à aldeia da Ribeira (abandonada)

Nota: O mapa com o rio Caima e seus afluentes é de nossa autoria. Direitos reservados.

As cores e o poeta


Tantas vezes é o poeta um pintor

Que só usa a paleta de cinzentos,

Ainda com as cores por descobrir.

Nas suas telas há angústia, há dor,

Como se todos os seus fundamentos

Assentem no vislumbre de nos ferir.


E, contudo, mais que tudo, há o céu

Há montes e vales, flores a pedir cor,

O sol a nascer, romper de luz  o breu

Da noite escura dos olhos do pintor.


Não quebrou, o poeta, a corrente, o elo

Que o liga à cor das coisas, do mundo,

Mas apenas pinta conforme o fantasia;

O azul, o vermelho, o verde e amarelo

Cores que tem no olhar mais profundo

Bem guardadas para só pintar a alegria.

Momentos

Há momentos que são isso mesmo, momentos, lapsos de tempo, olhares fugazes. 

No último Domingo, de manhã, antes das 8, uma ida ao Viso e num instante este vislumbre do sol a nascer por detrás do monte. Mas 2 minutos depois, lá chegado, o céu já estava fechado numa aguarela densa em tons de cinza e aquele momento de luz morreu ali.

Há neste simples instante, na sua efemeridade, um ponto de partida para várias reflexões, mais ou menos intimistas, introspectivas, mas na pressa do nosso viver, no trilho da rotina dos nossos dias, poucas vezes as fazemos. 

É certo que todos os dias há o nascer e o por-do-sol, como diz o povo, mais marés que marinheiros, mas convenhamos que são sempre irrepetíveis, singulares e, como na nossa vida, cada momento é unico e o ponto de transição entre o presente e o passado é constante porque acontece a cada fracção de segundo.

Nesse processo avançamos irremediavel e simultaneamente para o passado e futuro, que não é daqui a um ano, mês ou amanhã, mas já no exacto segundo a seguir à escrita do ponto com que termina este texto.

17 de outubro de 2023

Ceia de Natal 2023 - Grupo Solidário de Guisande

 
Grupo colaborador na edição de 2015

O Grupo Solidário de Guisande já anunciou a realização da Ceia de Natal que se realizará no dia 16 de Dezembro de 2023. Terá lugar nas instalações do Centro Cívico do Centro Social, depois do final da missa vespertina que nesse dia será realizada pelas 18:00 horas na capela do Viso.

Será necessária uma prévia inscrição, estando as mesmas abertas desde 7/10/2023 até  20/11/2023 para os residentes em Guisande e de 21/11/2023 a  26/11/2023, havendo lugar, para inscrições de quem não é da freguesia.

É pois com alegria que o Grupo Solidário levará a cabo esta iniciativa em favor da comunidade e que esteve interrompida nos últimos 3 anos devido à situação de pandemia.

Com o sentido da igreja, comunhão e fraternidade, o Grupo Solidário pretende com este jantar, dar a todos, mas de modo especial aos mais idosos e fragilizados, salutares momentos de convívio e alegria dentro do tão desejado espírito natalício.

Para os residentes em Guisande, com mais de 75 anos de idade, a inscrição é gratuita. Para a restante comunidade de Guisande e fora de Guisande, a inscrição terá o custo de 12.50 euros por pessoa.

Esta é uma iniciativa meritória que merece naturalmente todo o nosso apoio, mesmo de quem não pode ou quer participar.

Parabéns ao Grupo Solidário pela organização e ao  Centro Social pelo apoio e cedência das instalações!

16 de outubro de 2023

Alma e emoção

 


Caminho sozinho na plena imensidão,

Em silêncio íntimo, sem ruído de vozes,

Todo dormente numa indiferença passiva;

Afinal, no fim de contas conta a emoção

Como brisa  soprada p´los ventos velozes

A enfunar as velas de um barco à deriva.


Tod´o homem sozinho nunca estará só

Se tiver de companhia a alma e emoção,

Mesmo que triturado como grão sob a mó

No destino sagrado de se dar e ser pão.