7 de dezembro de 2023

Vou pôr as poupanças na serra da Freita

Poderia aqui dizer que este caso passou-se com o Timóteo Barnabé, mas na realidade passou-se comigo: Num certo Banco, onde tenho uma ridícula poupança, uma funcionária na altura aconselhou-me a fazer uma aplicação de Plano Poupança Reforma, a 10 anos, com baixo risco e com garantia do capital investido. O resto da poupança continua lá desde há mais de 10 anos e apenas como dinheiro à ordem, por isso sem dele receber um cêntimo de rendimento. 

Certo é que a tal aplicação começou por acumular algum ganho mas com a garantia de pelo menos o retorno do capital investido, deixei de me preocupar e de seguir a sua evoluação. Por estes dias fui ver como estava e percebi que de uma altura em que esteve a dar lucro passou, com o despoletar da guerra na Ucrânia, a uma situação de dar prejuízo e já mesmo sem a tal garantia do capital investido. Isto é, como tantas vezes já vimos este filme, nomeadamente no antigo BES, em que os clientes são enganados ou mal informados e as muitas letras pequeninas não ajudam à compreensão das condições. E isso já tinha acontecido com uma outra aplicação embora nessa eu tivesse noção do risco e que depois de estar em ganho acabou em perda devido ao impacto da pandemia. Logo que recuperou pelo menos para o capital investido, resgatei.

Apesar disso, desengane-se quem pensa que, logo que estas aplicações começam a perder e com tendência negativa devido a factores como conflitos e crises globais, os clientes são avisados ou alertados pelos ditos gestores de conta de modo a tomarem acções e mitigar perdas. É esquecer! Dali ninguem alerta ninguém porque o Banco nunca perde e os funcionários já não são da escola antiga e também eles são tratados abaixo de cão pelas administrações e administradores. Um vez feita qualquer aplicação em qualquer Banco é mesmo com total responsabilidade e risco do cliente. O Banco esse ganha sempre.

Resumindo, neste momento apesar de em ligeira recuperação a dita aplicação ainda está a dar prejuízo e  isto ao fim de meia dúzia de anos. Como disse é uma aplicação com trocos mas dá que pensar a quem as tem em grandes montantes. Mas, em verdade se diga, quem tem grandes valores, em rigor não precisa destes extras e pode assumir com relativo à vontade um maior risco nos seus investimentos. Mas mesmo assim, sem um acompanhamento regular e atento, os lucros podem ser amplos mas os prejuízos também em grande escala.

Certinha e direitinha é a comissão de conta que todos os meses, a horas certas, o Banco retira da conta. São quase 7 euros o que dá quase 90 euros anuais.

Posto isto, vou resgatar a aplicação, mesmo em perda e anular a conta nesse Banco mudando os trocos para outro onde já tenho conta, dispensando assim o pesado encargo de pagar duas comissões.

Em resumo, eu como muitos pequenos clientes de pequenas poupanças, nunca recebemos um cêntimo de rendimento deste e doutros Bancos. Antes pelo contrário, somos nós a ajudar a que apresentem grandes lucros e em muito em face destas comissões escandalosas, tanto mais que hoje em dia quase não há atendimento personalizado e humano e apenas por canais manhosos e burocráticos. Já nem sequer gastam dinheiro em papel e correspondência visto ser tudo electrónico ou digital. Tempos modernos.

A este propósito dos contactos, usei um email de atendimento aos clientes homebanking e não foram capazes de esclarecer a questão nem sequer de a encaminhar para o canal adequado. Ou seja, terei mesmo que ligar directamente para o Banco e o mais certo é ter que perder tempo do emprego para lá ir pessoalmente no reduzido horário que têm disponível.

Infelizmente, por questões várias e administrativas, temos quase que obrigatoriamente ter conta em Bancos, mas de facto como as coisas estão compensa e muito em ter o dinheiro enterrado no quintal ou numa caixa hermética  debaixo de umas pedras na serra da Freita, como alguém me disse que tinha. Convém é não perder o tino ou coordenadas geográficas do sítio. 

Tempos modernos a pedirem medidas à antiga!

5 de dezembro de 2023

O professor Marcelo reprovou

No caso mediático do tratamento das gémeas brasileiras com o medicamento mais caro do mundo, pago pelos contribuintes portugueses, no que parece ter sido um processo de claro favor e favorecimento e de contornos ainda em investigação, ontem o presidente da república veio dar explicações, desdizendo o que antes havia dito, ou seja, que afinal houve contactos com o seu filho, Nuno Rebelo de Sousa, sobre o tema. Desvalorizou e disse ter encaminhado o assunto como o faz em relação em milhares de outros pedidos mas isso não o iliba de ter estado envolvido. E porque é que o filho abordou o pai, presidente, nesse assunto? Certamente porque sabedor de que isso poderia abrir portas e desbravar caminhos na tal autorização de nacionalidade e dela o tratamento. Ou somos todos anjinhos, puros e inocentes?

Não me convenceu com as suas explicações e nem parece ter convencido os analistas porque no essencial ficam ainda muitas dúvidas que esperemos que o Ministério Público venha a esclarecer. Todavia, será mais um caso em que dará em coisa nenhuma, e que coisa e tal foram cumpridos todos os requisitos e que coisa e tal foi tudo limpinho, limpinho, e que uma vez mais quem paga (pagou) as favas é o Zé Contrbuinte. Andamos para aqui a adiar consultas, exames e tratamentos por meses e anos, tantas vezes contribuindo para agravamento de doenças e mesmo mortes e depois vem gente estrangeira, com bons padrinhos e intermediários, beneficiar de processos apressados de nacionalidade para colher tratamentos onerosos, literalmente de milhões de euros. 

Não está em causa, obviamente, o julgamento moral da necessidade e importância de tratamento das bebés gémeas mas a forma como administramos os nossos recursos em benefício de estrangeiros ou portugueses por via administrativa. Quem dera que pudéssemos pagara tratamentos de milhões a todos os doentes do mundo, mas isso é uma impossibilidade, a começar pelos nossos próprios. Haja, pois, bom senso e sentido da realidade.

Neste contexto, de processos pouco claros ou mesmo obscuros, não temos de todo alguém em quem confiar e mesmo o presidente que deveria ser uma figura de confiança a toda a prova, mesmo acreditando que sem responsabilidade directa, mostra que é apenas, mesmo que usado, mais um elo da importância de se ser importante e capaz de mexer uns cordelinhos ou lubrificar os mecanismos que decidem os processos. Afinal, a mola impulsionadora, o princípio de todos os actos de corrupção e tráfico de influências neste nosso pobre país. 

Em resumo, há sempre alguém da esfera pessoal e política a procurar tirar partido do nosso presidente e ser-lhe agradável. Foi nesse sentido, aqui há uns meses atrás, que alguém com ligações ao Governo PS, no caso  o ex-secretário de Estado das Infraestruturas Hugo Mendes ao pedir à CEO da TAP, uma tal de demitida Christine, para adiar um voo de Moçambique que tinha como passageiro o Presidente da República - que, alegadamente, precisava de ficar mais dois dias em Maputo e com a justificação "...Ele tem sido um apoio para nós em relação à TAP, mas, se o humor dele se alterar, tudo fica perdido. Uma palavra dele contra a TAP/o Governo e ele empurra o país todo contra nós. Não estou a exagerar: ele é o nosso principal aliado político, mas pode transformar-se no nosso pior inimigo", respondeu Hugo Mendes.

Como se vê, o que não falta (faltava) no Governo do PS, era gente disposta a agradar ao presidente Marcelo. Vai daí este caso do tratamento milionário das gémeas brasileiras, nacionalizadas á pressa, pode ter sofrido da mesma "boa vontade".

4 de dezembro de 2023

Livros, tempo e vontade


Estou em falha para comigo e para com os meus leitores, na publicação do livro de apontamentos monográficos sobre a freguesia de Guisande, que havia perspectivado para a primeira metade deste ano que está quase a terminar. Razões? Várias, mas sobretudo por alguma preguiça, porque no essencial tenho quase todo o conteudo que quero incluir e mesmo em quantidade que daria para um segundo volume. O principal trabalho prende-se com a paginação e correcção ortográfica já que não tenho dinheiro que me permita dispensar esse serviço e pagá-lo à editora.

Por outro lado, e sabendo que até é possível uma candidatura ao programa de apoio cultural da Câmara Municipal, o mesmo ainda está bastante burocratizado e por isso desmotivante. Creio e  parece-me, que neste tipo de situação, publicação de livros, os mesmos poderiam ser apoiados já depois de publicados, mesmo que mediante uma análise qualificada ao seu eventual interesse cultural e importância. Mas isto é apenas uma opinião e de resto a minha vontade de publicar não dependerá de qualquer apoio monetário, prévio ou à posteriori. De resto assim foi com os meus dois livros já publicados em que não recebi um cêntimo que fosse da Câmara Municipal. Além do mais, foi manifestada a vontade de apoio o meu livro infantil com a aquisição de 50 exemplares para a rede pública da Biblioteca Municipal mas tal nunca se concretizou. Nem o espero, diga-se.

Posto isto, serve este apontamento para dizer, até porque o têm perguntado, que a intenção mantém-se mas para já sem data definida. Eventualmente para o próximo ano. A ver vamos se reúno vontade e tempo de finalizar a parte editorial, paginação, correcção, estudo de capa, etc porque no que toca a investimento e gastos terá que ser, naturalmente, à minha custa. Em todo o caso, ao dar mais algum tempo à coisa até permite-me amadurecer e melhorar um ou outro assunto a incluir no livro e há sempre coisas novas e interessantes a surgirem e que será importante incluir.

Para além deste livro de apontamentos monográficos, há ainda a vontade de publicar um segundo livro de poemas, pequenos contos e outros textos, que até poderá acontecer ser publicado antes. A ver vamos!

Segunda-Feira, feira da ladra...

Depois de um fim-de-semana prolongado, com um bonito dia de sol pelo meio, regresso à rotina e monotonia do trabalho. Pelo meio as coisas habituais e corriqueiras. Sondagens sobre a nossa política reveladas aos bocadinhos, como num concurso televisivo, a ampliar  o suspense e a expectativa. Mais coisa menos coisa, candidatos do plano A ou do Plano B do lado do PS, tudo indica o que todos esperamos, uma disputa entre o PSD e o PS, mas este, apesar de tudo quanto tem envolvido o Governo e que levaram à sua queda, parece manter ritmo e poder vir a vencer de novo as eleições embora, sem maioria. O que voltaria a ser surpreendente mas não totalmente.

De tudo isto, e com as constatações do estado das coisas quanto à Sáude e serviço de urgência, aumento da pobreza, aumento da carga fiscal, guerra com professores, crise de habitação, etc, etc, a quase maioria dos portugueses parece gostar destes doces e do estado de coisas e com mais arroba menos quintal em 10 de Março próximo vai dizer democraticamente que quer que tudo continue na mesma. Sintomático! Faça-se a sua vontade democrática!

Por cá, no nosso querido terrão, também tudo na mesma. O positivo voluntarismo da Comissão de Festas já trabalha com azáfama no que toca a angariar fundos para a festa que há-de ser lá para Agosto. A padaria de Fornos, voltou a abrir depois de ter fechado, depois de ter aberto e depois de ter fechado. O Guisande F.C. veteranos promoveu neste Sábado o seu glamoroso jantar de Natal, bem participado e alegre. Parabéns! O Grupo Solidário também irá organizar a Ceia de Natal Solidária, a ter lugar em 16 de Dezembro, no Centro Cívico, já com lotação esgotada, pelo que também de parabéns pela dedicação. A missa do Galo neste ano, porque alternadamente com Guisande, será nas Caldas de S. Jorge.  O Natal, esse será no dia 25, também uma Segunda-Feira. O bacalhau está pela hora da morte mas como bom amigo na vida não faltará fielmente na ceia mais saborosa do ano.

Desportiva e entretidamente um dia destes eu, o LB e o HA vamos fazer uma corrida no Epic Awsome Challanger Trail da Aletria, em Santo Isidoro do Mazouco, Queixo-de-Espada-à-Cinta, que como todos sabem fica na ilha do Faial nos Açores, ali ao lado de Sevilha. 

O Sérgio Godinho cantava que "É Terça-Feira, Feira da Ladra..." mas bem pode ser mudada a feira para um dia antes. Vai dar ao mesmo! Boa semana!

2 de dezembro de 2023

Há dias de sorte...

 


Calhou-me em sorte um bom conjunto de vinhos sorteado pelos sócios do Guisande F.C. Veteranos.

30 de novembro de 2023

Anda tudo a "correr" atrás do mesmo

 


Quando recorrentemente recebes emails publicitários para participares em corridas, incluindo promoções, tal como fazem as grandes lojas para comprares arroz, salsichas, azeite, bacalhau e tudo o mais que deve conter uma medina despensa, ficas a perceber melhor que isto de corridas e corridinhas está transformado num negócio, num bom negócio. Legítimo, concerteza, como este de uma tal Runporto, que só à sua conta promove e organiza umas 16 provas durante o ano, mas dá que pensar, sobretudo no que motiva tantos milhares de pessoas comuns a pagarem para correr em rebanho. Bem sei que em muitas delas pinta-se com cores coloridas o apoio a causas sociais, mas, verdade se diga, a serem pagas por quem se inscreve. E é tão bonito fazer coisas bonitas com o dinheiro dos outros...

Isto de correr já não é só enfiar uns calções, calçar umas quaisquer sapatilhas e saír à estrada ou ao caminho e dar à perna.

Sinais dos tempos, e as empresas e os empresários sempre foram inovadores a vender salsichas quando os consumidores estão viciados nelas. A isso chama-se oportunidade de negócio! Hoje é corridas amanhã será outra moda (trend) qualquer.

Canzoada moderna


Outros, mais letrados e imensamente mais talentosos que eu já o terão perguntado e dada a resposta à altura da sua capacidade analítica. Mas mesmo assim não me escuso a interrogar se por agora haverá namoros à moda antiga, dos genuínos, puros e inocentes, quando se namorava à janela, ou mesmo daqueles românticos, galanteadores, em que o desejo carnal e instintivo dos primeiros momentos era abafado com cortesias, paciência e sobretudo respeito pelo tempo como se a deixar amadurecer na justa medida um fruto cujo sabor pleno não seria mais que um travo amargoso ou ácido se colhido impacientemente antes do tempo?

Creio que não! Que já não há disso e se alguém dele quer vislumbres só por amostra ou aproximação num qualquer filme lamechas ou de época. Na vida real, só por lotaria num qualquer povoado ermo onde as modernices ainda não tenham deixado marcas.

Hoje tudo é rápido, instantâneo e fugaz. Os primeiros encontros são o sumário de todos os outros e raras são as excepções, por pouca vontade, falta de tusa ou timidez, que não acabam em relação carnal, seja na estreiteza enevoada de um automóvel estacionado num qualquer beco escuro ou sombrio ou mesmo num quarto manhoso de motel ou até mesmo na cama da casa de um ou outro, vazias por solidão ou por desocupação de ex parceiros.

As coisas estão neste ponto e perguntamos se é melhor assim, com toda esta frontalidade, sem rodeios inúteis que só adiam o desfecho ou se no antigamente é que as coisas se fazim bem, com calma e paciência até que o tempo fosse tempo?

Em rigor não sei responder ou se sim com meia dúzia de considerações que pouca utilidade terão para o caso. Mas do que se tem visto, os namoros actuais ou relações à experiência podem ser práticos, pragmáticos, objectivos, mas como também disse alguém conceituado sobre esta mesma reflexão, dessa pedreira não se molda a pedra angular da nossa sociedade. Mas mais digo, por esta forma de nos relacionarmos, feitas as contas não fazemos melhor que figura de alguns cães, de todas as raças e tamanhos de nariz colado ás traseiras, já não só da cadela ciosa, mas deles próprios. Tristes figuras armadas em fodilhões mas a seu tempo ocupados com questões de paternidade e de divisão de património. No fundo, antigamente pagava-se para se sossegar a pila mas dalí, para lá do risco de piolhos, uma sífilis ou gonorreia, nada mais comprometia.

Tempos modernos estes.