5 de maio de 2024

Festa do Viso 2024 - Apresentação do cartaz e programa

 

Todos os dias da mãe


Não dou especial interesse ao que dizem ser o Dia da Mãe, que se celebra hoje. Pela minha própria natureza, pelos motivos de não ter sido educado a dar relevo a estas datas, assim como aos aniversários, mas também, desde logo, porque  nos tempos que correm é motivo o "dia de qualquer coisa" para uma vestimenta muito comercial. Não que seja negativo, porque é apenas a oportunidade de negócio, e onde há procura há oferta, mas também é verdade que com isso há uma tendência para que estas coisas sejam apenas rotinas, lugares comuns. Ainda hoje, antes das 10 horas, liguei para quatro restaurantes que frequento com regularidade e todos eles já estavam sem vagas e alguns a desculparem-se que se tivessem mais salas também as encheriam face à procura. E tão somente porque, disseram, é Dia da Mãe.

Por este e por outros motivos, dou pouca ou mesmo nenhuma importância ao Dia da Mãe, ao Dia do Pai e outros parecidos nas intenções. De resto à mãe e ao pai, impõem-se que sejam todos os dias e faz-me cócegas ver alguns gestos, mesmo que carinhosos, de filhos para com os pais, sobretudo com as mães, apenas neste dia e porventura os demais dias, sem proximidade, sem interesse. Mas somos assim, dados a estes impulsos e que a fama efêmera das redes sociais ajudam a espalhar e a mostrar aos outros, nem sempre o que somos, mas o que queremos que pensem que somos.

Felizmente ainda tenho mãe, mesmo que numa fase de debilidade crescente e por isso a necessitar de cuidados redobrados a que a irmandade, dentro das suas limitações, vai procurando atender. E desse modo, face a essa necessidade, são esses dias todos os dias da mãe, de lhe levar as refeições, de lhe fazer tomar os medicamentos, de cuidar da sua higiene, de a confortar mesmo sabendo que tudo o que por ela possa ser feito é uma ínfima parte do que merece e do que deu enquanto mãe. Quem com uma infância que não teve, dura e amargurada, com uma adolescência substituída pelo papel de mulher adulta, quem desde os 18 anos, na flor da vida, gerou, amamentou e criou oito filhos e depois ainda ajudando netos, só pode merecer que todos os dias sejam dela, da mãe. 

O resto é lirismo, muito para a fotografia, muito para o boneco, com frases e dedicatórias de circunstância que tantas vezes não têm correspondência no dia-a-dia.

Sem moralismos, sem lições, sem julgamentos, porque cada um é cada um, e há sempre verdadeiro amor pelas mães, mas mais do que mostrar importa fazer e se possível de forma discreta, sentida, interior. 

Visitei-a já hoje, a minha, mas estava a dormir e não a incomodei, porque nestas idades e neste estado de saúde, talvez haja alguma serenidade  quando se dorme,porque se acordados e de consciência mais ou menos alerta, há todo um mar de sofrimento e de angústia que se revela perante a incapacidade de sermos nós próprios, na plenitude das faculdades. Mas a vida é assim, nua e crua, no lado melhor e pior, caminho a percorrer até que se transponha a linha do destino e esse só a Deus é dado conhecer e traçar.

2 de maio de 2024

Arco-Íris




Tenho para mim que uma grande fotografia poucas vezes tem a ver com a qualidade do fotógrafo. Tem mais a ver com a qualidade do seu equipamento, dos lugares que visita e dos motivos que capta. Mas tantas vezes o que realmente é diferenciador é o momento, a oportunidade, porque um segundo a mais ou a menos faz toda a diferença, porque ou se perde o enquadramento, a pose ou as nuances de cor e luz.

Ontem, por exemplo, muitos terão observado, ali por volta das oito da tarde, projectou-se do lado nascente da freguesia um bonito e completo arco-íris, que até chegou a ser duplo, e com o seu interior mais claro que o exterior, num contraste deslumbrante com o céu enegrecido. 

Estava nessa altura em casa de minha mãe, por detrás da capela do Viso, e fui tirando umas fotos mas sem conseguir o enquadramento total do arco e só então me ocorreu que poderia tentar o enquadramento da capela com este fenómeno da luz solar ao ser filtrada pelas gotículas da chuva. 

Assim, rapidamente me desloquei para o monte e para defronte da capela mas já o sol estava um pouco encoberto e o arco-íris já a dissipar-se e menos notório. Foi pena este pequeno atraso, porque um pouco antes e teria conseguido uma deslumbrante fotografia, mesmo que sem grande equipamento. Assim, apenas uns fragamentos que agora partilho, uma pobre amostra do que poderia ter sido.

Nota de falecimento

 


Faleceu Maria Glória Henriques, de 91 anos de idade (13 de Setembro de 1932 a 02 de Maio de 2024). Viúva de Manuel Arménio Ferreira dos Santos, este natural de Guisande, residia na Rua de Fornos - Guisande.

O funeral terá lugar em Lobão, com cerimónias na Sexta-feira, 3 de Maio, pelas 16:00 horas, indo no final a sepultar no cemitério local.

Missa de 7.º Dia na Terça-feira, 7 de Maio, pelos 19:30 horas na igreja matriz de S. Tiago de Lobão.

Sentidos sentimentos a todos os familiares, de modo particular aos residentes aqui em Guisande.

Paz à sua alma! Que descanse serena na eternidade!

29 de abril de 2024

Salão Paroquial em obras






O Salão Paroquial de Guisande, tal como o conhecemos, foi edificado na primeira metade dos anos 1960, tendo a maior parte das suas obras sido realizadas no ano de 1964 e foi concluído em 1965.

Foi edificado no mesmo lugar onde até então existia a chamada "Casa dos Mordomos" ou "Casa das Sessões", uma construção com um único piso e que se destinava a apoiar as comissões de festas, bem como era ali que ocorriam as reuniões da paróquia e da Junta de Freguesia.

Está neste momento em obras, no que era uma necessidade. Depois de colocadas portas exteriores em alumínio, está agora a ser aplicado o revestimento térmico (capoto) nas fachadas bem como revestimento dos pisos nas salas no Andar e ainda pinturas. Para já desconhece-se o custo previsto para tais obras.


Nesta fotografia acima, de 8 de Julho de 1964, o salão quando andava em obras de construção.

26 de abril de 2024

Cerejas ao preço do ouro


Ainda agora nas notícias na rádio, os produtores de cerejas do Fundão e Alfândega da Fé a queixarem-se de que, devido à instabilidade do tempo durante a floração e o vigamento, as quebras na produção desse apatecível fruto andarão entre 40 a 70%. 

Neste cenário é fácil supor que menos produção corresponderá a preços de venda superiores. Os produtores tentam sempre compensar a menor produção com o aumento de preço mas com este em valores exorbitantes certamente que serão muitos os que se limitarão a comprar um quarto de quilo para matar desejos e já não para se fartarem.

Infelizmente, cada vez são mais frequentes estes dissabores para quem procura viver das coisas do campo e que pela sua natureza dependem dos humores do S. Pedro.