1 de janeiro de 2025

Farrapada


Por cá, dizemos que a coisa é "farrapada". Há quem diga "farrapo velho", "roupa velha", "farrapo", "farrapado", "farrapeira", migas", etc.

Todos sabemos que este tradicional prato resulta do aproveitamento no dia seguinte dos restos da "caldeirada de natal".

Sei também que mesmo dentro da nossa freguesia ela é preparada de diferentes modos. Há quem apenas aqueça numa panela e a sirva.

Cá por casa, dos restos reduzem-se as batatas a bocados pequenos e o bacalhau é todo limpo e lascado e as couves também reduzidas em bocados. De seguida, junta-se broa de milho, desfeita também aos bocados pequenos, e numa sertã, aos poucos, é feito o aquecimento e devidamente volteada para ficar uniforme. Daqui resulta uma "farrapada" enxuta, solta, uniforme que, servida em largas travessas de barro, se come com agrado, acompanhada de um bom vinho tinto.

É importante que a "farrapada" seja mesmo resultante da caldeirada da véspera, pelo que tem que se cozinhar em quantidade adequada a que sobre. Confeccionar para acrescentar no próprio dia é batota com as batatas e não é a mesma coisa, pois não.

Concerteza, como disse, será diferente noutras casas e cada um gostará à sua maneira. Por mim, esta é a melhor de todas.

27 de dezembro de 2024

Falta um ano para daqui a um ano

Se não me engano,

Falta, inteiro, um ano

Para daqui a um ano.

Haverá tempo para o Natal,

Nascimento, renascimento.

Também para o Ano Novo,

De novo necessário ao calendário,

à celebração e ao espumante.

Depois o Carnaval,

Sempre igual, carnal,

Em folia estonteante.

Cinzas e Quaresma,

Penitência, caminhada

Rumo à Páscoa, à ressureição.

Haverá rosas nos jardins,

Aromas de jasmins,

Pêssegos e cerejas.

Pelo S. Tiago

Virá o pintor

A pintar os bagos.

E logo, em riso,

A festa do Viso.

Haverá tempo a vindimas

E a colheitas.

Mas também virá o tempo

Para a revelação,

Dos que darão

O rosto pela traição,

Os zelosos traidores,

Os que cometeram o pecado,

Os que venderam o legado

De quem os precedeu,

Os que sempre souberam

Defender o que era seu,

Como homens inteiros;

Os que não se venderam.

Por 30 dinheiros.

Falta um ano para daqui a um ano!

23 de dezembro de 2024

Comissão de Festas em Honra de Nossa Senhora da Boa Fortuna e Santo António - 2025


Domingos Manuel Lopes Ferreira (Juiz) Rua de Fornos

Rui Manuel Lopes Silva (Secretário) Rua da Gândara

Eduardo Filipe Correia Silva (Vogal) Rua do Outeiro

Daniele dos Santos Oliveira (Vogal) Rua da Gândara

João Pedro Correia Silva (Vogal) Rua do Outeiro

Pedro Manuel Lopes Ferreira (Vogal) Rua das Quintães

Alexandre Filipe Freitas Santos (Vogal) Rua de São Mamede

João Artur Lopes Conceição (Vogal) Rua dos Marinhos

Raquel da Silva Alves (Tesoureira) Rua da Zona Industrial

Rita Branco Martins (Vogal) Rua das Quintães

Sílvia Lopes Pinto (Juíza) Rua do Canedinho

Bruna Pinho Ferreira (Procuradora) Rua de Fornos


É este o grupo que de forma unida e dinâmica tem estado a trabalhar para organizar a nossa festa em honra de Nossa Senhora da Boa Fortuna e Santo António, popularmente designada de Festa do Viso. Todos acreditamos que tornarão possível uma festa à altura das suas melhores tradições e dentro dos nossos melhores valores, na continuidade de um legado com mais de século e meio de história e que atravessou gerações de guisandenses. Importa colaborar e desejar votos de bom trabalho e sucesso para a festa que é de todos os guisandenses, presentes e ausentes.


Como curiosidade, segue a lista da Comissão de Festas de há 50 anos, em 1975:

Valdemar Ferreira de Pinho – Estôze

António Ferreira da Costa – Quintães

José Ferreira de Almeida – Lama

Joaquim Baptista da Silva – Casaldaça

Centro Cívico do sonho à realidade

 






Ainda há oito dias ali se reuniu uma boa parte da comunidade, em celebração, em comunhão, com a Ceia de Natal. 

Apesar da desconsideração e indiferença da classe política, ainda em incumprimento de velhas promessas, que têm adiado a concretização do objectivo principal do Centro Social, o de funcionar como Centro de Dia, com valências de apoio aos nossos mais velhos, a sua instalação, nascida a partir de uma escola deixada ao abandono como um cão,  porque em nome de centralidades que não tiveram em conta as pessoas e a comunidade, mas apenas o seu tratamento como números, tem servido, e bem, muito do propósito de estar ao serviço das pessoas, dos grupos e das dinâmicas da freguesia e paróquia. 

Ainda bem que tem sido assim e nem poderia ser diferente, mesmo que a contragosto de alguns que, injustificadamente, guardam ressentimentos contra quem tornou possível a obra e foi estando à frente dos seus destinos. Mas um dia a história será contada para memória futura.

Entretanto, partilho aqui algumas fotos da fase de construção do Centro Cívico, das centenas que fui tirando durante o desenvolvimento da obra, desde o seu início até ao seu final.

18 de dezembro de 2024

Dia negro

Sabem os mais velhos, com idade e traquejo suficientes, que a vida é mesmo assim: um carrossel que, em círculo ou em oito, vai e vem. Tanto se nos afasta da vista o belo alazão branco como, num instante, volta a passar defronte do nosso olhar, garboso na sua crina em caracóis e no seu rabo ondulado.

Este traquejo, este viver, dá-nos, de facto, um outro olhar sobre as coisas e as pessoas: aqui, com o distanciamento cauteloso; ali, como se com uma lente de aumento, trazendo à relevância o mais ínfimo pormenor ou o mais recôndito defeito.

Deste modo, ensinados e precavidos – tantas vezes à custa de quedas e pancadas –, já não é com surpresa que tomamos conta de certas coisas ou novidades trazidas nos jornais ou assobiadas pelo vento. As íntimas, que dizem respeito só a nós, e também as públicas, por serem do interesse de todos ou, como se costuma dizer, da comunidade.

Assim sendo, e mais não digo, porque quem não aprendeu que aprenda; se novo, há-de ter tempo para ser ensinado, pois a vida nisso é uma disciplinadora mestra.

Por agora, é tempo de desencanto, sobretudo de desapontamento – mas não de surpresa. Desapontamento, porque, apesar da experiência e do aviso, andamos sempre com uma réstia de esperança de que as coisas e as pessoas ainda não sejam assim tão previsíveis, e de que valores como a palavra e a honra ainda valham mais que dez-reis de mel coado.

A História dá-nos conta de datas e factos, exulta os heróis, mas também lembra os traidores, os oportunistas e os vendidos. Haverá sempre Pétains e Régims de Vichy a apoiar e a colaborar com os invasores ou Miguéis de Vasconcelos a porem-se a jeito para serem atirados abaixo da varanda. Noutros tempos, sim, mas, por ora, não haverá é ninguém com “tomates” para o fazer, para limpar a casa. 

Afinal, há também aqueles que trocam de camisa, recuam das trincheiras e, como mulheres da vida, abrem as pernas e, de cócoras, vendem-se facilmente a quem lhes pague ou adoce a boca.

Cada um que faça e julgue como bem entender, mas por mim reservo-me à indiferença aos que tudo fizeram para o desfecho contrário às regras do respeito por quem pretendia seguir por si o seu caminho. São vários os que ficaram muito mal neste retrato. Importa não esquecer quem foram.

Não pode valer tudo!

30 de novembro de 2024

Nota de falecimento - Domingos de Sousa Pinho


Faleceu Domingos de Sousa Pinho, de 70 anos [14 de Agosto de 1954 a 29 de Novembro de 2024]. Natural de Canedo, casou em Guisande com Dorinda da Silva Alves. Residia em Lobão, na Rua da Ponte - Arosa.

Cerimónias fúnebres na Segunda-Feira, 2 de Dezembro, pelas 14:30 horas. Missa na igreja matriz de Guisande e no final sepultamento no cemitério local em jazigo de família.

Missa de 7.º Dia na Sexta-Feira, 6 de Dezembro de 2024, às 18:30 horas

Sentidos sentimentos a todos os familiares, de modo particular à esposa e filho.

Que Deus o guarde na Sua presença!