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17 de setembro de 2021

Bons indicadores

 





É certo  que ainda continuam a ser muitas as necessidades no nosso concelho, nomeadamente nas que decorrem das assimetrias que ainda são marcantes no nordeste do concelho, comparativamente com o restante território, bem como de uma excessiva centralização, mas no global, reconheça-se, já muito tem sido feito, nomeadamente no desenvolvimento económico a que se refere o indicador acima e que desemboca numa baixa taxa de desemprego, mas também uma melhoria notória na requalificação da rede viária, durante anos destruída pela instalação das redes públicas de águas, esgotos e gás. 

De resto, se alguma coisa foi realizada nestes quatro anos em Guisande ao nível das pavimentações, tal deve-se quase exclusivamente à acção e orçamento da Câmara Municipal. 
Não sendo, obviamente da responsabilidade da Câmara, há obras e melhoramentos a realizar, que já foram promessas postas no papel há sete e quatro anos, como a requalificação do Monte do Viso, requalificação da envolvente da igreja matriz e polo da junta, requalificação da envolvente do edifício da habitação social, etc. O esforço e empenho pela abertura e pleno funcionamento do Centro Social devem ser reforçados. O papel da Câmara Municipal é tão mais importante para uma freguesia quando esta é manifestamente ignorada pela Junta local a quem cabe primeiramente promover as obras da sua competência.

Assim sendo, num contexto geral, para a Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, obviamente que o Dr.  Emídio Sousa tem tudo a seu favor, como a experiência e provas dadas, por isso, de longe, parece-me a mim, aquele que se se apresenta como o melhor dos candidatos a dirigir o destino do município durante os próximos quatro anos.

Creio que este seu terceiro mandato, naturalmente a ser confirmado ou não pelos feirenses nas eleições do próximo Domingo, será ainda de mais extrema importância para a consolidação do desenvolvimento do território. Até porque a ser reeleito será o seu último mandato e certamente quererá deixar consolidadas algumas das áreas que se consideram como importantes nos diversos índices de desenvolvimento do nosso território feirense. Há, pois, muito trabalho feito mas muito ainda pela frente. 

16 de setembro de 2021

Celestino Sacramento - A idade da dedicação

 



Se a cartada para algumas forças concorrentes for a de "provas dadas", Guisande terá objectivamente em Celestino Sacramento um exemplo concreto. 

É certo que pelo seu já longo contributo de cidadania em prol de Guisande, e que ainda perdura, não só como vice-presidente do Centro Social S. Mamede de Guisande, mas como elemento activo ligado aos movimentos da paróquia, seria merecido o descanso e faria sentido que para estas lides da política e disputas eleitorais o candidato representante pelo PS fosse alguém um pouco mais novo, mesmo que igual e obrigatoriamente conhecedor da realidade da freguesia. Todavia, este tipo de personalidades, conhecdoras da freguesia, com provas dadas na cidadania e interessadas pelo bem público e comum, reconheçamos, da esquerda à direita, são aves raras, ou espécies por descobrir. Por isso, a norma, e mesmo para o futuro, será o dar lugar a ilustres desconhecidos e desconhecedores.

Assim sendo, uma vez mais louve-se o esforço e dedicação do Celestino Sacramento, de longe, de todos quanto integram as diferentes listas à Assembleia da União das Freguesias de Lobão, Gião, Louredo e Guisande, aquele com mais provas dadas, conhecimento profundo e dedicação por Guisande, que de forma voluntariosa avança para um segundo mandato depois de  há quatro anos ter levado o PS a vencer na freguesia de forma retumbante. Será para repetir? O povo, que é livre e soberano na escolha, o dirá.

Fim da união das freguesias...Mais nada!

 



O BE - Bloco de Esquerda concorre à Eleição para a Assembleia da União das Freguesias de Lobão, Gião, Louredo e Guisande, com a jovem Raquel Reis como cabeça-de-lista, a qual, para mim e creio que para a maioria da população, é uma ilustre desconhecida. Qual o seu percurso de cidadania e qual o grau de conhecimento da União? O infomail não nos diz, mas indica que uma das suas propostas, logo a abrir, passa pelo "Fim da União das Freguesias". Sintomático!

Já todos percebemos que o fim das uniões, como quem diz a reversão da "cagada" Relvas e do Governo PSD-CDS-PP, não será fácil e até mesmo o Partido Socialista não quer mexer muito na "bosta" porque de algum modo se adapta e ganha com ela. Por isso o mais provável é que, no geral, a coisa se mantenha a cheirar mal, com perda notória para as populações. 

Mas ao BE, tal objectividade, que será bem mais importante no contexto nacional, na hora de negociar com o Governo PS, por si só é positiva e digna de nota.

26 de julho de 2021

Otelo de quantas estrelas?

Desde ontem que o falecimento de Otelo Saraiva de Carvalho tem dominado as notícias e as reacções dos seus pares e da classe política. Tinha 84 anos e estava hospitalizado.

A personalidade dispensa apresentações e é reconhecida como o estratega do movimento que deu lugar aos acontecimentos de 25 de Abril de 1974 e uma das principais figuras dessa revolução.

Nos dias que correm e no sistema vigente, o politicamente correcto é exaltar a figura de Otelo e o seu papel no Golpe de Estado e todas as outras facetas ou são simplesmente ignoradas ou relevadas pelo contexto pós-revolução.

Sendo certa a importância do papel de Otelo no golpe militar do 25 de Abril de 1974, não se pode simplesmente ignorar, esquecer, indultar ou amnistiar, como fez o sistema, toda a sua acção extremista,  nomeadamente no que concerne à sua participação no grupo terrorista Forças Populares 25 de Abril, a este imputadas quase duas dezenas de assassínios, incluindo, colateralmente um bébé, para além da morte de 4 dos seus operacionais.

O grupo terrorista após uma década de actividade acabou por ser desmantelado e Otelo condenado, mas depois de algum tempo detido preventivamente numa prisão de 5 estrelas, em Tomar, acabou por ser indultado e amnistiado pelo sistema. 

Assinou a amnistia Mário Soares, pois claro, com a aprovação na Assembleia da República dos partidos da Esquerda, pois claro. Soares justificou que compreendia o ponto de vista das vítimas mas que era tempo da reconciliação. Que justiça para todas as vítimas?

Importava a Soares e ao sistema que a coisa fosse relevada, que os processos fossem imbróglios, se arrastassem, que as provas fossem inconclusivas, que os "arrependidos" não falassem demais. Um processo vergonhoso preparado para os indultos e amnistias, porque importava não beliscar uma das figuras centrais do 25 de Abril de 1974. No fundo os pares militares e a classe politica auto protegem-se porque precisam que o sistema, deles, não abane.

Para além dessa herança de morte, Otelo não se livra de ser uma das figuras de proa das facções extremistas que pretendiam conduzir o país para uma ditadura de esquerda de modelo cubano, que pretendia traduzir com o golpe de 25 de Novembro de 1975.

Por tudo isso, Otelo já é uma figura importante da nossa História contemporânea, sem dúvida, mas em proporção inversa uma personalidade  controversa e as acções no contexto do golpe militar não devem nem podem omitir ou esquecer todo o seu envolvimento de extremista e terrorista e dos atentados, roubos, explosões e assassínios decorrentes.

Ontem alguém, creio que a jornalista Fátima Campos Ferreira, que lhe fez uma entrevista biográfica há alguns anos, disse que "Otelo era um homem bom, inteligente, e até sabia cantar e gostava de ter sido actor". Ora as prisões estão cheias de gente boa que sabe cantar e fazer outras coisas, mas que estão a pagar por crimes que cometeram, mesmo que de forma não premeditada ou qualificada. Pois Otelo, fê-lo de forma organizada, preparada, calculada, premeditada e em rigor nada pagou por isso. A preventiva passada em Tomar, era no fundo um Hotel onde recebia com charutadas e bons vinhos todos os seus bons amigos militares e políticos.

É certo que há todo um contexto de revolução e instabilidade decorrente do golpe militar de 1974, que pode ser utilizado para o enquadramento mas não para relevar. Importaria não esquecer.

Na análise da figura de Otelo Saraiva de Carvalho, convirá sem desculpabilização separar o trigo do joio e ter sempre em conta ambas as facetas, coisa que no actual estado de coisas e de sistema parece difícil. 

Fosse alguma da nossa esquerda dada a coisas de religião e santidade e Otelo já estaria num pedestal de altar. Não sendo, esperam-se estátuas em praças, ruas e avenidas com o seu nome. Com sorte, um dia de feriado nacional.

Considerá-lo um homem, com virtudes e defeitos inerentes, é aceitável, valorizar e agradecer o seu contributo para libertar o país da ditadura, sem dúvida, mas daí até fazer de alguém que fez parte de um grupo terrorista que ceifou vidas, um herói nacional, convenhamos que é pedir demais, sob pena de estarmos a legitimar o terrorismo e os extremismos, sejam eles revolucionários,  políticos ou ideológicos. 

8 de abril de 2021

Sócrates vai ou não a julgamento? - Bahhh! Achas?...

Parece que amanhã a nação vai ficar a saber se o juiz Ivo Rosa vai levar José Sócrates a julgamento. A decisão instrutória sobre a Operação Marquês ocorrerá no início da tarde e será transmitida em directo, à laia de um Big Brother.

Mas é claro que, para além de tudo quanto se disse e das evidências evidentes, o ex-primeiro-ministro vai  sair do tribunal como um herói e mártir da coisa. Quando muito, da longa lista de graves crimes de que é acusado, ficarão dois ou três "para inglês ver", que depois também não darão em nada. 

Afinal, neste país vai-se preso por roubar uma lata de salsichas, mas as grandes figuras são intocáveis num sistema de protecção mútua e corporativista. A caducidade de crimes por arrasto do processo, sendo por si mesma condenável, é apenas um artifício necessário, porque importa, ao sistema, que estes mega processos se arrastem quase indefinidamente para perderem o impacto e a eficácia.

Por conseguinte, fosse assim tão fácil acertar no Euro Milhões quanto ao que vai ser decidido.

No final tudo acaba bem e o quem se fode é quem foi fodido, o povo! Siga!

1 de março de 2021

O senhor que se segue...


A notícia é de meados do passado mês de Fevereiro. A Comissão Política do PS - Partido Socialista, de Santa Maria da Feira, escolheu o jovem advogado Dr. Márcio Correia, sw 42 anos e actual presidente da estrutura concelhia, ex-vereador, como cabeça-de-lista às próximas eleições (em Outubro) para a Câmara Municipal.

Da parte do PSD - Partido Social Democrata, que tem governado a Câmara há mais de quarenta anos, ainda não se sabe oficialmente qual o candidato, mas tudo indica que o actual presidente, Dr. Emídio de Sousa será novamente o cabeça-de-lista, propondo-se àquele que, a ser reconduzido, será o seu último mandato por força do limite regulamentar. Recorde-se que há quatro anos a sua apresentação oficial ocorreu no início do mês de Maio. Não nos parece, pois, que oficialmente, tal anúncio se dê antes do próximo mês de Maio, até porque por ora a pandemia vai marcando outras urgências.

A quatro anos de distância, todavia, já se adivinha quem estará alinhavado para tentar a sua sucessão, mas até lá muita água correrá na Ribeira de Cáster.

Pessoalmente, para mim, o Dr. Márcio Correia é um quase desconhecido, para além de episódicas escutas da sua intervenção politica no programa de debate "Câmara Aberta", em que participa na Rádio Clube da Feira, juntamente com Alferes Pereira (CDS-PP).

Das poucas vezes que o escutei, pareceu-me ser conhecedor da realidade do concelho, pelo menos dos seus principais dossiês, e com um discurso deveras ponderado. Mas não passa de uma mera impressão colhida no palco mediático, quase sempre pouco revelador do valor de alguém. 

De resto, o Partido Socialista feirense tem tido sempre esta dificuldade crónica em apresentar uma figura consistente como cabeça-de-lista, como se em todos os ciclos eleitorais para o município tenha que recomeçar sempre do zero, já que enquanto oposição, o protagonismo dos líderes tem-se esvaziado ou mesmo dissolvido durante o mandato, quando seria expectável um crescimento, uma sedimentação, notoriedade e peso político e de intervenção no eleitorado do município a ponto de uma natural recandidatura. Ora como isso não tem acontecido desde António Cardoso, com os anteriores candidatos (Alcides Branco, Strecht Monteiro e Margarida Gariso), a coisa torna-se sempre complicada. Mesmo quanto a Margarida Gariso, recorde-se, a mesma abandonou a vereação, por motivos pessoais é certo, mas que de algum modo reafirmam esta dificuldade sistémica do PS em apresentar recandidaturas. Pessoalmente creio que uma recandidatura amadurecida pela tal experiência de oposição seria positiva.

Por todas estas questões, e pela qualidade intrínseca do candidato Dr. Emídio Sousa e sua experiência cimentada por dois mandatos, bem como do peso de uma máquina oleada que se tem perpetuado, a tarefa do Dr. Márcio Correia afigura-se como muito difícil, mas é um caminho que tem que percorrer e uma disputa a travar.

[foto: diariodafeira.com]

8 de fevereiro de 2021

Ó Ana, não arredondes a saia

Já se sabia que na política e nas suas ideologias, ou lá o que isso seja, também há extremos e extremistas.  A eurodeputada Ana Gomes, parece reunir todos os ingredientes para um bom caldo de algum extremismo e até fundamentalismo. É uma acérrima inimiga do extremista André Ventura e do seu movimento Chega, e mais agora após um acto eleitoral para a escolha da figura maior do Estado, em que percebeu que valeu pouco mais que um ou dois por cento que o seu nêmesis.

Vai daí, se não o combate pelos votos e vê o inimigo com potencial de crescimento, a Ana Gomes não querendo perceber as razões que levam o Chega a estar em crescimento, exige a sua ilegalização. Ora parece que para que isso possa legalmente acontecer, terá que haver situações de crime factuais e não nos parece, nem a quem é especialista, que isso tenha acontecido para além da prosápia e extremismo de algumas das posições de André Ventura.

Vamos, pois, ver no que a coisa dá, e qual será a resposta da Procuradoria Geral da República, mas a ter em conta o contexto  seria algo de muito grave que a coisa fosse por aí. É que isto de calar quem nos contesta, de extinguir quem pensa e fala diferente, é algo que não combina com democracia. A Ana Gomes reclama-se como democrata mas parece não se dar bem com algumas das suas premissas. Os outros, os que pensam diferente, considerará ele que esses devem ser extintos ou condicionados até que alinhem no rebanho por ora dominante.

Para além de tudo, este tipo de comportamentos e acções de Ana Gomes, só têm dado força a quem pretende combater. A sua luta devia centrar-se em estabelecer os princípios equilibrados e rigorosos dos direitos e dos deveres, da disciplina e do rigor e não do facilitismo e da parasitismo de que naturalmente padece a nossa sociedade, em que poucos trabalham para muitos. Essa é que é a questão.

Por fim, para que possa perceber um bocadinho da coisa, a Ana Gomes que dê um saltinho às muitas freguesias que no Alentejo, preterindo-a, deram vitórias ou segundos lugares a André Ventura, e que pergunte a toda aquela gente quais os motivos, os receios e as razões para nele votarem. A eles mesmos, comunistas de gema.

25 de novembro de 2020

25 de Novembro de 1975 - O verdadeiro 25 de Abril


Passam hoje 45 anos sobre os acontecimentos de 25 de Abril de 1975, que na realidade consolidaram os pressupostos da revolução do 25 de Abril de 1974. 

O país libertado pouco antes de uma ditadura de direita, descambava para uma ditadura de esquerda com uma tentativa de golpe militar conduzido e apoiado por uma facção das forças armadas com o apoio do PCP - Partido Comunista Português.

A esta tentativa opôs-se um grupo operacional de militares, chefiado pelo então Tenente Coronel Ramalho Eanes, mais tarde General, que desse modo conseguiu contrariar a revolta.

Face ao fracasso do golpe, o  PCP comprometeu-se a não convocar qualquer manifestação para esse dia, substituindo o PREC, acrónimo para Processo Revolucionário em Curso, pelo Processo Constitucional em Curso. Foi, pois, a partir desta data que se começaram a solidificar os pressupostos para uma transição democrática. Por isso o 25 de Novembro de 1975 é considerado o verdadeiro 25 de Abril na sua essência de derrube de uma ditadura para instaurar uma democracia.

Infelizmente a memória é curta e esses revolucionários de esquerda, adeptos de uma ditadura à sua maneira, passaram intocáveis pelos pingos da chuva e hoje são considerados bons e exemplares democratas, moralistas acérrimos dos valores da democracia contra a qual atentaram. Contrariados, mas democratas.

23 de novembro de 2020

Vendedores de supositórios

Começa a não haver paciência para certas façanhas e recorrentes "chover no molhado". Deve ser da idade. Talvez por isso, declarações ao país tanto pelo presidente Marcelo Sousa como pelo primeiro ministro António Costa, merecem-me a mesma consideração que os intervalos publicitários para venda de Calcitrim ou Mangostão +. Muda-se de canal quanto mais rápido melhor. 

Nada contra as pessoas em causa, mas apenas por uma questão de higiene mental, tanto mais nestes tempos em que não convém de todo ficar doente.

 

20 de novembro de 2020

O verdadeiro debate

Pode-se, ou não gostar do André Ventura e do seu Chega, e se há muitos que não gostam, odeiam e discriminam até, mesmo os defensores da antidiscriminação, parece que cada vez mais cresce o número daqueles que cansados deste sistema do "politicamente correcto" que tem descambado o país para um antro de parasitas e oportunistas do sistema, se refugiam em movimentos mais fracturantes.

Todavia, independentemente disso, cabe a um jornalista ser isento e imparcial e ainda mais quando desempenha o papel de entrevistador e moderador. Ora o conhecido Miguel Sousa Tavares em "entrevista" ao André Ventura, enquanto candidato às próximas presidenciais, foi tudo menos jornalista, foi tudo menos entrevistador. Foi apenas a outra parta, como se em vez de uma entrevista fosse um debate ou mesmo um julgamento. Em resumo, tomou com afinco o lugar de Ana Gomes, João Ferreira ou Marisa Martins, como se também ele fosse um candidato ao poleiro de Belém. Porventura até foi mais longe na contundência.

Há limites para a indecência e a antipatia ou mesmo ódio por uma pessoa. Nem tudo se justifica, principalmente por parte de alguém que supostamente pretende dar lições de moral. Se a mim me faltasse um bom motivo para pensar em aderir ao Chega, a forma como esta pseudo-entrevista foi conduzida daria um forte empurrão. Obviamente que não basta, ou, por trocadilho, não chega, porque também há limites quanto ao populismo e troca-tintismo que demonstram o Chega e o seu líder, mas estou certo que a muitos indecisos o Sr. Miguel Sousa Tavares, conhecido pelas suas posições extremistas, deu um importante contributo para o crescimento do partido.

Perguntas inusitadas, que dizem tudo do "entrevistador", como "gostaria que sua filha casasse com um cigano", poderiam levar Ventura a contra questionar se ele, Miguel Sousa Tavares", estava feliz pela sua filha estar casada com o filho de alguém tão corrupto como Ricardo Salgado. 

Enfim, um triste exemplo de como anda a nossa classe dos jornalistas, vendida à subsídio-dependência do Estado. Vão longe os tempos da ética, isenção, imparcialidade e profissionalismo.

25 de setembro de 2020

Profecias...

"Em poucas décadas estaremos reduzidos à indigência, ou seja, à caridade de outras nações, pelo que é ridículo continuar a falar de independência nacional. Para uma nação que estava a caminho de se transformar numa Suíça, o golpe de Estado foi o princípio do fim. Resta o Sol, o Turismo e o servilismo de bandeja, a pobreza crónica e a emigração em massa

Veremos alçados ao Poder analfabetos, meninos mimados, escroques de toda a espécie, que conhecemos de longa data. A maioria não servia para criados de quarto e chegam a presidentes de câmara, deputados, administradores, ministros e até presidentes de República.""

Este pensamento foi proferido a propósito do 25 de Abril de 1974 por Marcello Caetano, à época, o Presidente do Conselho, que havia sucedido a António de Oliveira Salazar.

Pode-se pensar que Marcello Caetano, mercê da ditadura que representava, teve pouca ou nenhuma moral para tecer essa profecia. E isso é verdade, mesmo que apesar das suas ideias, que deram azo à designada  "primavera marcelista", não tivessem seguimento no sentido da transição para a democracia. Porventura o regime já não dependia do chefe do Governo, mas da estrutura que consubstanciava o regime em si. Mas isso é matéria de historiadores.

Certo é que pela época em que a proferiu (relembre-se que faleceu em 26 de Outubro de 1980), ainda havia muito caminho a percorrer até aos dias de hoje para que o país e os governantes que conseguiram emergir das tropelias do PREC, rumando a uma democracia em detrimento de uma nova ditadura, já não de direita mas de esquerda, pudessem provar precisamente o contrário da profecia do Caetano, seguindo por caminhos e políticas que nos conduzissem a um país livre, independente, transparente, sem corrupção, sem clientelismos, inovador e sustentável, com políticas que garantissem a coesão total do país, de sul a norte, do litoral ao interior, capaz de suster a emigração, mantendo um país povoado a produzir e orgulhoso das suas raízes mas também do presente e futuro.

Em resumo, exceptuando das contas o período em que o país andou a brincar aos governos provisórios e os militares a brincar "às casinhas"  a decidirem entre si e alguns partidos se haviam de seguir pela direita se pela esquerda, foram pelo menos 40 anos, até auxiliados pela UE, em que andamos a dar tiros nos pés. Agora, por mais que isso nos azie e doa, somos obrigados a, senão dizê-lo, pelo menos admiti-lo, que o "caixa-de-óculos" tinha razão. Relevando o óbvio exagero de que o Portugal de Marcello estava a caminho de se transformar numa Suiça, bem como da necessária dependência dos países ultramarinos, inviável na sua manutenção enquanto colónias, e de resto o principal cancro da ditadura ao persistir numa guerra devastadora, consumidora de vidas e de recuros, há de facto ali muitas previsões concretizadas. Desde logo, à cabeça, o estarmos reduzidos à indigência, ou seja à caridade de outras nações. A cada vez mais galopante dívida pública é disso prova. Muitos dos nossos governantes, políticos e administradores ainda continuam a não servir para criados de quarto, mas estão alçados no poder e nas estruturas politicas que lhes dão acesso à mina. Ora esses são bem mais que as quatro dezenas da gruta do Ali Bábá. Não, foram, pois, apenas 40 os ladrões deste país, mas mais, muitos mais, mas também 40 anos roubados à esperança que nos dizem que trouxe o 25 de Abril de 1974. 

Serão precisos outros 40 anos para reverter a profecia? Ou daqui a outros 40 anos, decorrido quase um século, ainda andaremos a desculpar a situação com o Salazar e o Caetano? Ou será mais do mesmo, a dobrar, vivendo aparentemente à grande e à francesa, subtraindo a quem trabalha e gera riqueza e distribuindo-a a uma classe de malandros e subsídio-dependentes, dando cama, mesa e dinheiro a quem nos assalta, envergonhando-nos da nossa cultura e história para não ferir susceptibilidades de quem devia respeitar e adaptar-se à nossa casa? Somos, pois, um país que vive em permanente estado de cócoras.

21 de setembro de 2020

A egiptóloga candidata a presidenta


Considero que Cavaco Silva foi um fraco presidente da República, fraquinho, cinzento e amorfo quanto baste. De resto de um presidente da nossa República, nunca se esperam grandes feitos, porque limitados a pouco mais que corta-fitas e câmaras de eco dos quadrantes que os elegem. Abraços, beijinhos e condecorações a quem vença uma corrida de mota ou corrida de saco, são o lado popularucho que se pode acrescentar, como tem feito o cidadão/presidente Marcelo que tem tido a capacidade de manter de chama acesa o namoro com o primeiro ministro, a ponto deste não ir de amores com a camarada Ana Gomes. Nem mesmo uns aguaceiros os separam porque há um guarda-chuva pronto a partilhar.

Apesar disso, mesmo a contra gosto dos demais, porventura a figura mais famosa de Boliqueime, teve a "ousadia" de se ver eleito três vezes primeiro ministro e duas presidente da República, obtendo, reconheça-se, votações ímpares na história da nossa democracia.

Ora, não comparando perfis e posições ideológicas entre alguém, como a inestimável Ana Gomes, que se lhe refere publicamente, mesmo que de forma indirecta, de "múmia paralítica", e um qualquer extremista ou burgesso do Chega, a diferença parece-me pouca para não dizer, nenhuma. Há limites para a mal criação e ordinarice e Ana Gomes,  parece não ter percebido nem encaixou que o Cavaco, mesmo que bem ou mal, por mais que a azedasse e lhe revirasse a bílis, governou legitimado pelo voto maioritário de milhões de portugueses. Pelo menos por esses, os milhões de portugueses, merecia algum decoro no trato, tanto mais que se candidata, creio eu, a presidente de todos eles.

11 de setembro de 2020

Ah Leão...


O homem ainda não aqueceu o lugar do Centeno, mas dizer na mesma entrevista que ao nível do desemprego o pior está para vir e simultaneamente que o salário mínimo nacional deve ter um aumento com "significado", é uma coisa extraordinária senão paradoxal. 

Não me quer parecer que com as empresas a encerrarem, a falirem ou a dispensarem funcionários, porque "doentes" e daí o "pior que está para vir", estejam em contexto de poderem aumentar com "significado" o salário mínimo. É como esperar que uma vaca magra encha o canado de leite para farta quinzena.

Parece de todo um paradoxo, este o do ministro João Leão, mas vamos a ver no que dá. Afinal leão que se preze sabe apanhar gazelas e outros inocentes animais.

8 de setembro de 2020

2 + 2 = 4

O Costa, o nosso ministro primeiro, lá veio para a comunicação social avisar que: "Não podemos repetir o confinamento. O país não aguenta". Só mesmo o Costa para nos dizer que 2 + 2 são quatro. Sozinhos não chegávamos lá.

Todavia, sendo que é uma verdade `"la palisse", não deixa de ser paradoxal e mesmo irónica porque na realidade e em bom rigor o país já não aguentou o primeiro confinamento. Desemprego, falência de empresas, perdas de rendimento, resseção económica, aumento do défice, aumento da dívida pública, etc, etc, . Enfim, um autêntico desastre perpetrado pela classe política com a carneirada a obedecer de mansinho.

Mas as grandes trapalhadas estão agora a começar, desde já com as tais regras da DGS, nomeadamente para as escolas. Como disse alguém, mandar parar o país, fechar escolas e empresas, foi fácil. O difícil é agora reabrir com organização e sem trapalhadas.

Mas, e esta é uma frase batida, "somos mais que merecedores deste tipo de políticos". Mas, pelo menos que não nos façam de anjinhos.

[foto: expresso]

1 de setembro de 2020

O Tiririca

O Costa, o António, nosso ministro primeiro, lá vem de novo com o fantasma e ameaça de crise política, caso os seus já habituais parceiros da esquerda não lhe façam as vontades.

Nitidamente o homem  não se dá bem quando o contrariam e como num filme do Charlot, é tudo em tons de cinza. Mas ao contrário do cómico do bigodinho e chapéu de coco, não tem piada nenhuma porque nunca ninguém gostou de meninos birrentos. Como diria, e bem, Jerónimo Martins, líder do PCP, abanar essa bandeira da "crise política" ainda antes das negociações do próximo orçamento, já é um mau princípio.

Em todo o caso, creio que  a dita "crise política" é apenas um eufemismo para enganar tolos, porque em democracia não há lugar para esses maus humores. Ou um Governo tem condições para governar, por maioria absoluta ou por acordo parlamentar, ou então, se não, não governa e há lugar a novas eleições e delas surgirá um novo Governo, mesmo que seja mais do mesmo como a pescadinha com o rabo na boca.

Portanto, qual o problema? Mais custos com eleições? Pois claro, mas quanto a isso o povo já está habituado a esses encargos, porque a democracia, imagine-se, tem custos.

Assim sendo, que se aguente e mostre o que vale em tempo de vacas magras, mesmo que com o leite a jorrar da gorda teta da UE, ou então, desista e venha o próximo. Em caso de novas eleições, pode até reforçar a sua posição, mas mesmo assim, como dizia o Tiririca, pior do que está, não fica. Por outro lado, aplica-se também o velho rifão popular " Para melhor está bem, está bem; Para pior já basta assim".

24 de julho de 2020

Quanto mais o chegam para lá, mais ele chega para cá



Já o escrevi por aqui, não será pelo meu voto que o CHEGA e o seu André Ventura terão qualquer protagonismo político neste país, mas também terei dito que a forma como tem sido combatido, igualmente com posições de intolerância política e posicionamentos extremistas, é precisamente o que lhe está a dar força. Se mesmo com vários tiros nos próprios pés e com uma imprensa a canalizar-lhe um combate cerrado, o Ventura e o Chega chegam aos 7%, igualando, imagine-se a esquerda moralista dos novos bons costumes, como será se conseguir ser mais adulto e menos radical em algumas das suas posições? É certo que as sondagens valem o que valem, dizemos sempre, mas esta elaborada pela Universidade Católica para a RTP e jornal Público, dá indicações do que de facto pode vir a acontecer em próximas eleições.

Por conseguinte, ponham-se a jeito, continuem a fazer-se valer de extremismos em vez de posições mais condizentes com a realidade do país e depois queixem-se e venham para aqui partilhar capas da Sábado e da Visão, petições públicas para sua abolição e outros flash-backs. Depois apanham estes "pontapés nos tomates". É que deve doer.

Ainda ontem, li na imprensa, que um qualquer artista de 39 anos, com cadastro, perseguiu e violou sob ameaça de facalhão uma mulher de 41 anos, sua vizinha. Imagine-se, o juiz já o libertou. Espero que enquanto esteve a aplicar as medidas de coacção, a torturante apresentação diária às autoridades, não estivesse sob o efeito de um qualquer anestesiante oral. É destas coisas que o Chega se alimenta, e se só fosse só por isto, convenhamos, com toda a razão.

Como diria o guru da pandemia, "Tenham senso".

29 de junho de 2020

Os extremismos gostam de caviar

Se depender do meu voto, André Ventura e o seu Chega não terão qualquer relevância política neste nosso Portugal. 
Apesar disso, parece-me que pela negativa lhe tem sido dado demasiado protagonismo e mesmo a forma como alguns opinion makers e sectores da nossa política e alguma da imprensa adocicada pelos apoios estatais o têm considerado ou desconsiderado, com posições reveladores de um forte extremismo e mesmo laivos de muita intolerância e discriminação, nomeadamente por parte de uma certa esquerda caviar que se considera a detentora da ortodoxia ideológica. 

Esta certa esquerda tem sido ela própria extremista e preconceituosa e paradoxalmente tem sido o suprimento de gás que vai enchendo o balão do populismo do Chega. O Ventura pode ter os tiques de muita coisa negativa e condenável, mas também partilha os defeitos e demagogia comuns à  nossa classe política, da esquerda à direita, mas pelo menos, parece-me, não se tem esquivado numa farsa do politicamente correcto, com que muitos pretendem moldar a nossa sociedade, com os seus julgamentos facciosos da História, verdadeiros mestres no toque de Midas, fazendo de merda ouro, mostrando-se alérgica no que toca a chamar os bois pelos nomes. 

Ora quem tem ajudado o Ventura e o seu Chega a ganhar algum arrasto,  pelo menos para já nas sondagens, é precisamente quem está farto desta gosma política de gente muito moralista quanto aos valores dos direitos, liberdades e garantias, mas com uma tendência do caralho para esquecer as obrigações, as responsabilidades, a lei, a ordem e a disciplina, ignorando que aqueles valores só têm sentido se acompanhados por estes. Quem come a carne também tem que provar os ossos. Quem quer respeito tem que respeitar. Quem quer direitos não pode fugir aos deveres. Quem quer liberdade não pode relevar a disciplina e dispensar a ordem. Afinal quem tem medo destes equilíbrios?

Assim, em resumo e como aviso à navegação, continuem com essa abordagem extremista, com as vossas piadolas ofensivas, vão para manifs e antifs extremifs derrubar estátuas e partir montras que os Venturas e os Chegas agradecem. Depois chamem-lhes nomes feios, que ele gosta.

11 de junho de 2020

Foge, Mário!


A propósito da saída do Governo de Mário Centeno, ministro das Finanças, o primeiro-ministro António Costa contextualizou para justificar o abandono  que "...a vida é feita de ciclos e que por isso compreendia e respeitava a decisão do seu ministro".
Não deixa de ser verdade o que disse António Costa, mas esqueceu-se que na política e sobretudo num Governo, os ciclos são determinados por legislaturas e por compromissos assumidos para com o país e os eleitores. Ora definir o términus de um ciclo quando ainda não está decorrido um ano sobre a tomada de posse do actual executivo, convenhamos que assim os ciclos são quando cada um quiser e o compromisso é uma mera balela, sobretudo quanto não há motivos fortes e pessoais que o justifiquem bem como aparentemente também não de incompatibilidades políticas e de confiança até porque a saída foi anunciada com beijinhos e abraços entre Centeno e Costa.

Mas adiante. Certo é que este desfecho estava já anunciado pelas entrelinhas e sobretudo depois do disse-que-não disse sobre a injecção de milhões no Novo Banco.
Confesso que não tenho grande opinião técnica sobre o ministro em saída. Foi mais um.

Do apelidado "Ronaldo das Finanças", a percepção que eu, e muitos entendidos, têm de Mário Centeno, é que foi sobretudo o "ministro das cativações" e daí não surpreende que se vanglorie pelo tal excedente orçamental histórico. De resto falar num excedente orçamental soa a ridículo quando sabemos o valor da dívida pública. É como estarmos a fazer contas a poupanças ignorando a quem devemos. Mas, ok, linguagem técnica.

Neste contexto de cativações, em que vários sectores do Estado sofreram fortes impactos, como o SNS - Serviço Nacional de Saúde, faz-me lembrar uma história que por cá se conta sobre um certo rapazola, já reformado, que terá muitas economias, não porque tenha tido grandes empregos nem seja reformado da função pública ou de antigas edps, cps e telecoms, mas porque, simplesmente, fazia uma vida de forreta e de pendura. Dizem, até, que ainda terá guardada a nota de 500 escudos que terá recebido de prenda da comunhão solene. Ora este Centeno, de algum modo, mostrou ter estes dotes da poupança, no que é positivo, pois claro, poupar é preciso, mas não de uma forma quase obsessiva, retendo e cativando em quase todos os ministérios, inviabilizando e adiando obras e investimentos. 

Trazendo a coisa para o nosso contexto, é quase seguro dizer-se que o facto de o nosso Centro Social de S. Mamede de Guisande ainda não estar a funcionar plenamente devido à tal falta do acordo de cooperação com a Segurança Social resulta disso mesmo, de adiamento de anteriores decisões tomadas porque sem a disponibilidade de verbas, tudo porque o abaixamento do défice tornou-se uma obsessão para lá mesmo do tal limite dos 3%.

A meu ver, Mário Centeno sai precisamente num momento e num contexto em que o Governo e o país mais precisariam. É pena e de algum modo uma desilusão. Mas há quem prefira abandonar o barco  enquanto está calminho, antes da tempestade chegar ao cais.

Foge, Mário!

19 de abril de 2020

A democracia é um canivete suíço.


Eu não sei se partidos e figuras como o CHEGA e André Ventura vão subir nas intenções de voto com o contexto da pandemia e das crises que dela já veio e virão. É assunto que me merece tanta preocupação como saber quem vai ser o campeão do nosso futebol. Mas sei, ou pelo menos parece-me na minha modesta opinião, que se sim, figuras e personalidades como as de Ferro Rodrigues têm dado um importante contributo. O homem tem feito pela vida para que cheguemos todos para lá.

Em todo o caso, como o recado que o nosso presidente da Assembleia da República não resistiu a dar a um representante do CDS, que se mostrava contrário à cerimónia presencial da celebração do 25 de Abril, é apenas a democracia a funcionar e  a cerimónia vai ter lugar, doa a quem doer, porque a maioria dos deputados assim o determinou. 

Nada, pois, a obstar. Afinal, Ferro Rodrigues, como Trump, Bolsonaro e outros que tais, podendo estar em lados opostos e com funções diferenciadas, são frutos da mesma democracia, na mesma dose de cretinice ou no mesmo extremismo. Como num canivete suíço, mostram diferentes garras mas acomodam-se todos, aconchegadinhos no mesmo corpo.