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9 de fevereiro de 2017

Santa Casa da Discórdia

Ao Departamento de Jogos da Santa Casa da Misericórdia, por leis, regras e regulamentos tudo se permite. Até a suspensão das apostas no seu mais recente jogo o "Placard" referente ao evento de futebol da nossa I Liga, entre o Feirense e o Rio Ave (resultado: 2-1). Supostamente por ter detectado um valor atípico de apostas, falando-se em cerca de meio milhão de euros, 100 mil só de um cidadão chinês.
 
Acontece que esta suspensão, embora prevista nos tais regulamentos protectores da nossa santidade da jogatana, implica uma suspeição que penaliza ambas as equipas participantes, o Feirense e o Rio Ave, seus atletas e dirigentes. Tal ocorrência estará a ser investigada pela Judiciária. Mas cheira-me, no entanto, que se essa investigação não der em nada e assim as equipas e seus jogadores ficarem ilibados, a Santa Casa certamente lavará as mãos e nem um chavo pagará por suspeições graves infundadas. Deveria, obviamente ser responsabilizada pelos clubes por ter posto em causa o seu bom nome e imagem, mesmo que indirectamente e ao abrigo de regulamentos. Mas, pelo que se tem visto até aqui, também parece que os clubes não vão fazer grande alarido porque certamente também recebem a sua quota leiteira da mama da Santa Casa.
 
Veremos se será assim, mas o mais natural é que tudo isto não dê em nada e não dará em nada porque simplesmente a Santa Casa suspendeu as apostas não por fundadas suspeições de fraude e corrupção por parte das equipas e alguns dos seus jogadores mas tão somente para não ter prejuízo, De resto a promotora do "Placard" terá admitido que a decisão de suspensão das apostas referentes ao jogo referido residiu essencialmente no elevado risco financeiro face ao atípico volume de apostas. Ou seja, sempre que haja riscos de elevados prejuízos, suspende as apostas como se um jogo não fosse precisamente isso, risco de perder e possibilidade de ganhar.

Afinal o Departamento de Jogos da Santa Casa existe para ter enormes lucros e não para correr riscos nem prejuízos. Estes ficam sempre por conta dos apostadores.
Vamos aguardar e ver no que dá este caso, mas aposto que não vai dar em nada. Quase que seria capaz de apostar 100 mil como o tal chinês.


11 de novembro de 2016

O TRUMPete ganhou ao violino

A surpresa da vitória de Trump só o é porque as sondagens foram escondendo uma realidade. Os grandes derrotados não são Hillary Clinton nem os media nem o show business que claramente a apoiaram, mas sim as sondagens e quem as manipulou ou fabricou ao longo da campanha. Era mais que expectável que a maioria dos americanos alinhasse no discurso radical e de um regresso ao velho west. Depois desta noite, que crédito terão as sondagens e quem as produz? Nenhum.
De resto, era esperada esta vitória de uma América dividida e cansada de gente soft, carreiristas com formação militar e política, vinda de cargos de governadores de estado e senadores, mas manipulada pelos lobies, poderes e sistemas.
Obama pareceu ser uma lufada de ar fresco com o seu "Yes, We Can", mas que afinal, terminado o seu duplo mandato, se revelou pouco mais que um "after all, we can do nothing". Fica para a história apenas como o primeiro presidente negro, por ter uma família simpática e um cão-de-água português.
Confesso que não me agrada de todo a vitória de Trump, mas porventura estaria pouco optimista se tivesse ganho Hillary. Mas, queiramos ou não, temos que estar preocupados pois é incontornável a importância do que os Estados Unidos possam ou não fazer no contexto europeu e mundial.
Esperemos que apesar do radicalismo que demonstrou durante a campanha, Trump ganhe algum sentido de Estado e que não se revele apenas um maníaco à solta pela Casa Branca. Seria mau de mais, com tantos brinquedos de guerra ali à mão de semear e botões vermelhos por carregar.

- A. Almeida

9 de novembro de 2016

Pedro 28 Dias

Afinal mobilizou-se um mini exército para andar atrás de um tipo que apenas diz ter roubado meio frango e ter lavado dinheiro sujo (quando com 60 euros atravessou a nado o rio Douro). Com a editora certa, pode escrever e vender com sucesso o livro "Como viver durante um mês com apenas 60 euros e manter o bom aspecto". A Sandra Felgueiras bem lhe pode fazer o prefácio.
É apenas uma opinião, mas não apreciei de todo o facto da RTP e Fátima Felgueiras terem-se prestado à montagem de um cenário digno da CM TV. Compreende-se a sorte de ter sido escolhida e chamada a Arouca, mesmo que diga que foi um furo jornalístico ( o tanas) mas não gostei e certamente muitos portugueses. Afinal na hora de esgrimir importância e exclusivos, a RTP não é diferente da CM TV e a entrevista, agora gerida ao sabor dos interesses da programação, deu-nos a conhecer um homem santo e inocente a toda a prova. Oxalá, para bem dele próprio e da família, que esteja inocente e disso consiga fazer prova, mas ou temos estado a ver filmes da Disney ou então estamos mesmo bem enganados.

Os filmes dizem-nos que nem sempre o que parece é, mas ou temos andado a ser enganados quanto às evidências do que se passou, ou então o Pedro Dias, ilustre arouquense, ainda vai ser candidato a Nobel da Paz, ou mesmo da Literatura, pois até contou uma melhor história do que alguma vez nos contou o Bob Dylan.
Mas vamos esperar que a Justiça se cumpra e até lá, o Dias é apenas um suspeito. Nada mais.
Com toda esta história e desfecho, a GNR reforçou nos portugueses a ideia de que é bem mais eficaz a aplicar multas. Bem que poderia mudar o nome para Guarda Nacional Rodoviária.

- A. Almeida

6 de outubro de 2016

António Guterres na ONU



Se ainda há homens bons, genuínos e ao serviço dos outros, daqueles que não enganam, António Guterres é seguramente um deles. Não só pelas actividades que desempenhou já depois de ter deixado a vida política, nomeadamente com o cargo de Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, mas também enquanto esteve nela, sobretudo como primeiro-ministro. E porque percebeu o pantanal da mesma vida política, saiu como saiu, porventura demasiado cedo, certamente com ainda muito para dar, mas a história é como é.
Ainda bem que parece que finalmente a maratona da eleição para secretário-geral da ONU vai ter como vencedor o melhor atleta que a ela se apresentou. Quem de forma no mínimo deselegante entrou já na parte final da corrida, afinal acabou por ter dor de burro e ficou-se para trás. Pelo peso dos apoiantes, chegou-se a temer o pior mas se invertida a naturalidade das coisas e da maratona, seria um golpe demasiado duro para a credibilidade da ONU e seus membros. Parece que o bom senso e a razão prevaleceram. Ainda bem.
Devemos estar orgulhos por António Guterres, por Portugal e, claro, pela ONU.

Artigo de opinião - A. Almeida