29 de dezembro de 2019

Não há como a liberdade de expressão para se poder dizer..."a puta da liberdade de expressão"

A puta da liberdade de expressão tem umas costas bem largas. São com um canivete suiço, que dá para tudo. Não surpreende, pois, que à custa e em nome dela se ultrajem e ofendam gratuita e banalmente muitos dos valores tão caros a largos milhões de pessoas, como o caso da religião.

Não quero perder tempo com o falado caso do humor dos brasileiros "Porta dos Fundos", mas digo que sempre foi demasiado fácil banalizar, brincar e mesmo ofender valores e figuras ligados ao cristianismo e catolicismo do que de outras grandes religiões. Por isso, quando, mesmo que isoladamente, surge a reacção violenta, aqui-del-rei para a intolerância de quem não encaixa a brincadeira.

Ainda, hoje, num jornal diário, que compro com regularidade, mas que vou deixar de comprar, porque não quero contribuir para a alarvidade, voltou à carga com um cartoon que tem tanto de oportuno como de ofensivo, porque do género, - "não gostaram? então, olhem para mim cheio de medinho, e aqui vai mais do mesmo!" Foi de uma maneira ridícula e impregnada de clichês, mas poderia ser até de forma pornográfica que a liberdade de expressão lá estaria a servir de almofada.

É este humor rasca que é condenável, porque despropositado e ofensivamente gratuito.
Poderiam brincar com a mesma facilidade e alarvidade com as figuras do islão, mas aí, porque em casos semelhantes, a coisa deu para o torto, pode-se concluir que muitos humoristas gostam de humorar debaixo da liberdade de expressão, mas por regra, têm medo porque têm cu, e mal por mal, antes brincar e gozar com algo ou alguém de quem não se espera alguma reacção fundamentalista que possa por em risco as suas vidas.

Enfim, sinais dos tempos em que o respeitinho tem o mesmo valor da merda e em que a única arte é ofender e provocar, de forma provocadora, pois claro.

24 de dezembro de 2019

Nota de falecimento

Faleceu Maria Georgina Alves Fontes, de 56 anos de idade (28 de Março de 1963 - 23 de Dezembro de 2019).
Natural das Quintães -  Guisande, vivia em Santa Maria da Feira.
Cerimónias fúnebres na próxima Quinta-Feira, 26 de Dezembro, com chegada do corpo à capela mortuária de Guisande pelas 13:00 horas e funeral pelas 15:30 horas, com missa de corpo presente na igreja matriz, indo no final a sepultar no cemitério local em jazigo de família.
Sentidos sentimentos a todos os familiares, de modo particular a seu esposo, seus filhos e seus irmãos.

23 de dezembro de 2019

Sem rodriguinhos...

Goste-se ou não do André Ventura e, por arrasto, do seu CHEGA, há aspectos do seu discurso que parecem óbvios. Muito do que ele diz, mesmo que temperado exageradamente com o molho"isto é uma vergonha", é de facto algo que incomoda os habituais residentes da Assembleia da República, porque são, numa analogia com o que acontece por vezes no futebol, e sobretudo de proximidade como o de salão, como umas boladas certeiras nos tomates, em que os atingidos ficam a eles agarrados num misto de ridículo, dor e incapacidade de reacção. 

Que o diga Ferro Rodrigues, que apesar do seu apelido metálico, mostrou-se sensível às boladas certeiras, mostrando-se dorido dos seus tintins, a ponto de pretender que o André Ventura desvie a pontaria. Ora Ferro por acaso até já sabe do que é pontapear adversários,  pois na anterior oposição fartou-se de rematar boladas certeiras nos tomates de Passos Coelho e seu Governo, precisamente invocando a "vergonha". já para não falar dos tiros certeiros apanhados em escutas telefónicas no âmbito do já silenciado caso "Casa Pia" que o deixam muito mal na fotografia de moral e credibilidade.

Muito do que o André Ventura diz e defende, não agrada, de todo, à maioria da restante Assembleia, porque está a tornar-se a pedra no sapato, o cabelo no esparguete, o grão de areia na engrenagem, a cagadela de pulga no colarinho. Por isso, os pregadores e moralistas da tolerância e inclusão, têm dado bons exemplos disso ao ostracizar o deputado do Chega como se pensar e dizer diferente seja um mal da sociedade, como se o extremismo de direita seja diferente do de esquerda e vice-versa. Nada que o incomode pois já disse que não está na Assembleia para fazer amigos.

A nossa classe política do politicamente correcto não gosta das verdades ditas tão frontalmente, pois não, e o que o Ferro Rodrigues fez, sem rodriguinhos, foi tentar abafar a coisa, castrando a liberdade de palavra e expressão. Pessoalmente, sem me rever em muito do que diz e defende o André Ventura, acho que a palavra vergonha deve ser dita tantas quantas vezes for necessária e se justificar e que todos aqueles meninos de coro que há longos anos habitam o Palácio de S. Bento são tudo menos virgens, muito menos a ponto de se ofenderem. 

Não surpreende, pois, que as sondagens digam que se as eleições fossem hoje o Chega teria muitos mais votos e mesmo mais deputados. Isto porque o populismo pode ser ele próprio e apenas assente numa fácil demagogia mas em larga medida corresponde aos problemas que as pessoas identificam e que sentem que a classe politica do status quo não lhe dá resposta porque muitas vezes atados ao politicamente correcto e aos interesses  quase corporativistas dessa mesma classe que se auto-alimenta, premeia e subsidia vitaliciamente. E o descontentamento não está expresso nas escolhas de quem com mais ou menos vontade ou dever clubístico vai votar em partido A ou B, mas sim na maioria, nos abstencionistas, nos que, à moda do Sérgio Conceição, se têm cagado para esta classe politica, previsível e incapaz de limpar as fossas da nossa sociedade e dos seus sistemas. Os deputados do sistema não gostam de André Ventura pois temem que uma grande parte dessa massa abstencionista se lembre que, mal por mal, talvez valha a pena votar no CHEGA porque se um André incomoda muita gente, vários andrés incomodarão mais.

Assim sendo, os Andrés Venturas e os Chegas terão sempre campo vasto para lavrar e combustível para queimar enquanto a tal classe política politicamente correcta não for capaz de dar respostas a muitas das questões e problemas que importam às pessoas.

Por tudo isso, estão há muito a pôr-se a jeito. Lá isso estão!

19 de dezembro de 2019

Roubo de metano...


Há muito que se desconfiava que a freguesia de Guisande andava a ser visitada por alienígenas e têm surgido relatos de avistamentos de naves voadoras não identificadas, principalmente ali para os lados das Curujeiras, a sobrevoar o viaduto da A32 fazendo com que muitos casais de namorados para ali vão de noite só para ver as luzes a piscar, na esperança de deixarem cair um filtro de óleo ou um jerricã alienígena. 

Quem se lembra, no Monte do Viso, ali pelos anos 80, já lá poisou um OVNI. Não da constelação de Orion, de Cão Maior ou Andrómeda, mas parece que dos lados de Fajões, nas bordas de Cesar. 
Mas agora a avaliar pela feliz foto do Antunes Limoeiro, foi apanhado em flagrante um OVNI verdadeiro e precisamente no momento em que com o seu raio azul brilhante e sugador roubava metano dos baldes do lixo do arraial. E segundo  o Limoeiro, meio cientista, metano de primeira qualidade pois resultado de fermentação de fraldas de bébé e outros tesouros orgânicos com pelo menos dois anos. Felizmente as cornetas da capela do Viso resistiram a tão elevada carga electromagnética e lá vão resistindo a dar o toque das horas à freguesia e o assunto tem sido discutido aos balcões onde se fala de ciência com a facilidade de quem fala de futebol, enquanto se bebem umas minis e paralelos.

Como seria de esperar, com o combóio TGV das redes sociais, esta foto está a surpreender tanto os especialistas da NASA como os cientistas da freguesia. 

No próximo Domingo esperam-se, como dizia o Américo, que não eu, mas o Conceição, camionetas de excursões, com turistas ávidos de curiosidade e com a esperança de ver repetido o avistamento. Concorrência ao Perlim, pois há tanta gente a acreditar no Pai Natal como nos Ovnis.

18 de dezembro de 2019

Desportivismo? Pois, pois....


Desportivismo não é a mesma coisa que desporto e vice-versa. Porventura o desporto não tem que ser desportivista, mas é quando ambos se conciliam que o desporto assume a sua principal importância.

Há muito que o desporto, sobretudo em certas competições de carácter profissional. deixou de ser desportivista, mesmo que os "players" usem o conceito à troxa-moucha, à mistura com o tão propalado "fair play".

Tomando como exemplo o futebol, no mínimo dá para rir, já que se tende a castigar episódios de supostas atitudes de racismo e xenofobia, algumas com foros de ridículo (como o caso do castigo a Bernardo Silva - futebolista do Manchester City, na sequência de uma brincadeira entre colegas).
Mas depois, pasme-se, as organizações à volta deste futebol, como confederações, federações, associações e ligas, promovem tudo menos igualdade e princípios de iguais direitos nas competições. Há assim os potes que crivam a suposta qualidade dos clubes e selecções, há os sorteios condicionados, há, como no caso da Taça da Liga, um formato que afunila os principais clubes para a chamada "final four", protegendo-os de excesso de jogos  e há as situações em que, como agora no Mundial de Clubes, os principais clubes que não se sujeitam aos jogos iniciais, reservando-se para as meias finais. Teremos assim o Flamengo (apurado ontem), como, eventualmente, o Liverpool, na respectiva final com apenas um jogo ao passo que os demais clubes se sujeitaram a mais jogos. Isto sim, é competição democrática com as equipas a terem os mesmos pressupostos e as mesmas circunstâncias e oportunidades. 

No fundo, mais que desporto e desportivismo, estamos apenas com um mercado e negócio que gira apenas e somente em torno do pilim, do cacau, do ferro. O resto, o desportivismo, o fair-play, a democracia competitiva e outras tretas não são mais que bolinhas brilhantes a enfeitar a árvore para ofuscar papalvos. Mas todos nós, consumidores, não somos mais que isso.

17 de dezembro de 2019