30 de junho de 2021

"A vida está podre..."

Cá pela aldeia, temos todos, parece-me, uma estima e consideração especiais pelo Sr. Raimundo da Lama. Pessoalmente aprecio-lhe o seu lado de pensador e filósofo. Não que cursasse em grandes universidades mas licenciado com mestrado na universidade da vida.

Em todo o caso, logo pela manhãzinha ouvir dele o pensamento de que, "...esta vida é um martírio" e "esta vida está podre e contra-podre", não é animador. Bastaria o "está podre", mas aquele "contra-podre" tira todas as dúvidas.

O tema mereceria horas de discussão, mas, porque a caminho do trabalho, tive que apressar as despedidas e enquanto o tractor seguiu lentamente pela estrada fora, não pude deixar de meditar naquela sentença matinal.

A verdade é que as coisas andam mesmo meias podres. São as batatas na terra, os pêssegos nos pessegueiros, os tomates nos tomateiros e por aí adiante mas a podridão que falava o Sr. Raimundo não era da agrícola, coisa em que, de resto, até é especialista. A podridão anda mais pelas pessoas e pelos seus modos de vida. Notícias como a da detenção do "intocável" Berardo, o Joe português, que mesmo sendo caloteiro de centenas de milhões aos Bancos, diz com toda a lata perante deputados da nação de que "pessoalmente nada deve", fazem-nos estar alertas diariamente para este estado de coisas.

Estes artistas que vivem de burlas e esquemas que ludibriam os sistemas financeiros e económicos, e são tantos, como Sócrates, Ricardos Espíritos Santos, Luíses Filipes Vieiras, Rendeiros, e tantos outros, num desfile interminável, são de facto maçãs podres deste país, deste mundo, desta vida. 

Mas o mais grave é que apesar de parecer que a Justiça anda atenta e que se fará, no final de contas, passarão todos ou quase todos impunes pelos labirínticos meandros da própria Justiça . No fundo estamos perante uma peça de comédia com ares de drama, apenas para entreter. Já o Zé Mexilhão, esse convém que não se atrase a pagar a prestação do IMI ou do IUC, porque leva logo por tabela.

29 de junho de 2021

Grupo da LIAM na 41ª Peregrinação Nacional da Familia Espiritana

 


O Grupo da LIAM de Guisande, como é de tradição, vai participar na Peregrinação Nacional da Família Espiritana, na sua 41ª edição, que decorre no próximo Sábado e Domingo, 3 e 4 de Julho. Em sintonia com o próximo Capítulo Geral dos Espiritanos, entretanto adiado, o lema da peregrinação será: “Vejam, vou fazer algo novo” (Is. 42,19).

Programa oficial: 

Sábado, 3 de Julho:

17:45 Saudação a Nossa Senhora, na Capelinha das Aparições

18:30 Encontro Missionário, no Centro Paulo VI (Sala do Bom Pastor)

21:30 Rosário e Procissão de Velas, na Capelinha das Aparições e recinto

23:00 Vigília Missionária com Celebração Eucarística, na Basílica da Santíssima Trindade (ou Capela Morte de Jesus)

Domingo, 4 de Julho:

07:00 Via Sacra nos Valinhos

10:00 Rosário

11:00 Missa no recinto, presidida por D. Manuel Linda

28 de junho de 2021

Bolachinhas belgas

E pronto! A selecção portuguesa ficou-se pelos oitavos. Eliminada pela Bélgica, Portugal não resistiu a um futebol pobre. É certo que na segunda parte do jogo, com os belgas a ganhar desde o final do primeiro tempo e mais contidos no ataque, jogou bem melhor, teve algumas oportunidades, mas a sorte não dura sempre. Teve-a quanto bastasse no Europeu de 2016 e não fica bem usar agora o argumento de que não tivemos a pontinha de sorte quando esse mesmo argumento foi desvalorizado na vitória tirada da cartola na final de 2016.

As coisas são como são e, concordando com a generalidade dos comentadores da nossa praça, esperava-se bem mais desta selecção, recheada de jogadores talentosos, pagos a peso de ouro e que fazem parte das melhores equipas europeias.

Mas é futebol, e pelo menos agora vamos ter uma acalmia, sobretudo nas televisões onde o tema era omnipresente em todos os canais.

27 de junho de 2021

Pela encosta sul da Freita por Arouca e Vale de Cambra - 15 Km

 
































Num dia quente, de céu bem azul, 15 Km pela encosta sul da Freita, por terras de Arouca e Vale de Cambra. Um trilho não oficial com passagens pelas aldeias de Merujal, Ribeira, Póvoa dos Chões, Paço de Mato e Carvalheda. 

Duro quanto baste com quase mil metros de desnível acumulado e com amplas e verdes paisagens. A repetir.


24 de junho de 2021

Deix a´der!

O Doutor bem se queixa, mas já não há nada a fazer. As coisas são como são e os tempos são outros. Há quem os pinte como melhores e quem os esconjure como piores. 

As velhas lutas de jovens ao oferecer novas dinâmicas à aldeia, tiveram o seu tempo, deram os seus frutos, mas as árvores estão já sem o o vigor da seiva nova. Já não se pintam siglas no meio da estrada ou nas paredes caiadas, não se fazem desenhos com xixi pela estrada abaixo, nem se distribuem porta a porta as notícias da aldeia.

Assim, esperar que uma tonelada de areia do rio caiba no atrelado da motorizada do Pintas, será pedir de mais.  Talvez, sem pedir muito, um frigorífico rebentado caído de um 3º Andar.

O que vai dando é a actividade do polegar e do indicador a acariciar o clitóris dos ecrãs tácteis, numa necessidade permanente de orgasmos digitais porque o mundo e arredores está ali, concentrado naquele rectângulo mágico. Até o Nóquinhas ali vem postar as novidades da horta e do pomar e o que mastiga nos lanches.

Por isso o Doutor que se deixe de saudosismos porque por ora este estado das coisas está para dar e durar. Mesmo na política e na cidadania, cada vez a rede traz menos peixe, mesmo com a malha apertadinha. Depois da escolha, entre fanecas, salemas e verdinhos, sobram alguns jaquinzinhos que a mando de alguns  espadartes vão fazendo de moços de recados, passando licenças a canídeos e encaixando com um sorriso amarelo as queixas dos fregueses descontentes clamando impropérios aos espadartes fugidios.

De todo este vale de lágrimas é certo que a aldeia vai ficando cada vez mais mole e insonsa como uma posta de pescada servida no Lar de  Santa Ana, e que o Nóquinhas, esfarelada com ovo, tem como almoço saudável.

Em resumo, não há nada a fazer. Como dizia o outro, que Deus o tenha, "...deix a´der!"

Contentinhos

E pronto! Lá ficamos todos contentinhos com o apuramento para os oitavos de final da competição do Europeu de Futebol 2020.

Ficamos em terceiro lugar no Grupo F, atrás da França e Alemanha, mas lá estamos! Num jogo que quase só deu penalties (3 dos quatro golos), conseguimos o empate milagroso com a França. 

Os últimos 10 minutos foram deploráveis com ambas as equipas a não arriscarem e a limitarem-se a trocar a bola nos seus meios campos. O público bem que assobiou mas teve que gramar com este futebol de faz-de-conta. É sempre deplorável para quem paga ver esta coisa fraquinha, mas tanto mais quando estavam ali duas supostas candidatas ao título.

Segue-se a Bélgica, em Sevilha. 

23 de junho de 2021

Dia delas, ó João!

 

Podem ser em qualquer dia, mas diz a tradição que nesta noite é que elas sabem. É certo que o S. João anda murcho com esta coisa da pandemia, mas mesmo assim não se deve esquecer a tradição de boa sardinha a molhar o pão.

O Nóquinhas dos Anzóis aproveitou e foi de bicicleta a Mansores e comprou lá uma dúzia. Entre a dos mares de Espinho ou Peniche, o Nóquinhas prefere a de Mansores.


Neste tempo de Covid

O S. João já manda nada;

É o Costa quem decide

Por onde pasta a manada.


Faz abundante a pesca,

Ó meu riquinho S. João,

Dá-nos a sardinha fresca

Regadinha no bom pão!


A de Espinho é bem fixe,

Bem gostosa de sabores.

Não é fraca a de Peniche,

Mas melhor a de Mansores.