17 de novembro de 2021
O enxoval
Confesso que ainda não vi documentos, nem orçamentos, nem tenho fontes de informação priveligiadas, mas fazendo umas contas assim por alto, de cabeça, dou comigo a estimar que o actual executivo da Junta da União das Freguesias terá, porventura, recebido da anterior uma espécie de pé-de-meia ou mesmo um bom enxoval, qualquer coisa como à volta de 300 e catrapuz mil euros. Fora o património vendável, como alguns lotes urbanos e sepulturas.
Admito que possa estar enganado, mas face à tão notória falta de realização de obras e melhoramentos da anterior Junta, e reporto-me pelo menos a Guisande, esse será um valor possível, porventura até superior. Podemos mesmo dizer que essa seria a verba que caberia a Guisande no último mandato. Há quem possa argumentar ou justificar que seria para o pavilhão desportivo de Gião, mas em qualquer cenário aparece Guisande como surripiado.
Com tudo isto, de uma Junta ineficaz mas poupadinha, certamente que o novo e actual executivo agradecerá, saberá e poderá, querendo, logo no imediato, fazer uns brilharetes.
As coisas são mesmo assim. É certo que não é de bom tom transmitir dívidas, mas não ser capaz de aplicar o dinheiro de forma tão substancial, deixando esse mealheiro de porquinho gordo para adversários políticos, é quase de bradar aos céus e à Santa Incapacidade.
Mas pronto, que seja agora bem aplicado, é o que se pede, e na justa medida em Guisande.
15 de novembro de 2021
Vão-se catar...
No jogo de ontem à noite, em que defrontou a selecção portuguesa de futebol, pela superioridade demonstrada em todos os momentos do jogo, seria de uma enorme injustiça que a Sérvia não carimbasse o apuramento directo para o Mundial do Qatar.
A Portugal bastava o empate e a coisa parecia começar bem demais, com um golo logo aos três minutos, no aproveitamento de um misto de azelhice de um defesa sérvio e de uma falta sobre o mesmo. O árbitro fez vista grossa e Renato Sanches aproveitou. A partir daí, Portugal foi sempre uma equipa vulgar com jogadores vulgares e com um futebol de qualidade vulgar mas não invulgar com este Fernando Santos.
É certo que foi com este mesmo Fernando Santos que Portugal venceu o Europeu de 2016 e a Liga das Nações, mas o certo ainda é que quando a qualidade do futebol colectivo é fraca ou frouxa, mesmo medíocre, só o rasgo ocasional de qualidade individual de um ou outro jogador e muita sorte à mistura pode dar em êxito e foi desse modo frouxo e triste e com toda a sorte do mundo que a selecção lusa logrou vencer na França em 2016.
Mas os milagres, mesmo para quem acredita neles, são eventos raros e excepcionais, diria mesmo, milagrosos.
Assim sendo, ainda é possível o apuramento pela via do play-off, que se há-de-jogar lá para Março do próximo ano, mas se a qualidade de jogo for esta, só mesmo um milagre ou uma equipa ainda mais frouxa poderá valer o apuramento aos rapazes do engenheiro.
A ver vamos. O homem ainda acredita, mesmo que fosse incapaz de explicar aos portugueses porque é que uma secção com os melhores jogadores do mundo produz um futebol fraco, fraquinho, que não entusiasma ninguém e só tem vindo a ser disfarçado pelo encandeamento ou tolhimento por algum excesso de paixão.
De resto, no jogo de ontem, logo no início fiquei com um pressentimento de que a coisa ía terminar mal perante aquela desafinação colossal no cantar do hino nacional, com a malta à frente e a música atrás. Hilariante, mas um prenúncio do que aí vinha. É que lá para os lados da Luz, nem soubemos respeitar, porque com assobios ao hino sérvio, nem cantar, nem jogar.
[foto:premierleaguebrasil.com.br/]
14 de novembro de 2021
Tempo de poda e de consertos
A Junta da União das Freguesias iniciou a poda nas árvores no Monte do Viso. Esperemos que de seguida consiga fazer o que a anterior Junta não fez, ou seja, para além da limpeza regular de todo o parque, consertar um dos candeeiros, cujo globo está no chão, ainda consertar o projector de iluminação da fachada e ainda podar um dos cedros que está a envolver um dos candeeiros, privando-o da sua função de iluminar.
Velho cemitério nos anos 60
Já havíamos publicado fotos antigas do cemitério paroquial de Guisande, dos anos 1960, mas a preto/branco. Agora numa versão a cores. Em ambas é possível visualizar a lápide da sepultura do Padre Manuel Carvalho, fundador da secular Confraria da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário, que por desleixo ou incúria, foi destruída ou desencaminhada, num verdadeiro atentado à história, ao património e sobretudo à memória de quem tanto se dedicou à paróquia.
Um café e duas de 5
Decididamente, os tempos presentes são diferentes de outros tempos, os passados. Nessa altura, na tasca, o pessoal à semana pedia, um café e um bagaço. Ao Domingo, um café, um bagaço e o "O Primeiro de Janeiro". Agora, pede-se, um café, o "Correio da Manhã", duas de 5 e cinco de 1. Raspadinhas, pois claro.
Já não basta o sabor confortante de um café quente, e a frescura das notícias do futebol ou da política, mesmo que estas sejam sempre ressessas. Há que raspar pela adrenalina da expectativa inerente ao jogo, numa renovada esperança de que "...agora é que vai ser!".
Há até quem se acomode num cantinho, qual tertúlia política e literária de outros velhos tempos, e tenha num qualquer Bernardininho, um moço fiel que assegura o fastidioso frete de ir ao balcão comprar. Os jogadores, esses já só se contentam em apenas no raspar.
Raspa, raspa! Não tem nada! Foda-se! Vai comprar mais duas de 5. E o Bernardininho lá vai num constante vai-e-vem até que chegue à hora do almoço.
Bom Domingo!
12 de novembro de 2021
Futeboladas
Portugal não se deu bem com o verde do S. Patrício e ontem na visita à Irlanda não foi além de um empate a zero na penúltima jornada do seu grupo de apuramento para o mundial de futebol que se há-de-realizar na terra dos camelos lá para o próximo ano.
Em todo o caso, mesmo que vencesse, o que nunca esteve perto de o fazer, tal foi a pobreza do seu futebol, ficaria sempre na condição de lhe bastar apenas o empate no próximo jogo caseiro frente à selecção da Sérvia.
O jogo na Irlanda foi um daqueles que não merecem que se perca mais de dez minutos a olhar para a televisão. Uma boa alternativa a este fraco espectáculo é mudar de canal e assistir a 90 minutos de Big Brother. É perigoso para a sanidade mental mas é um justo castigo.
Ainda do jogo, o sarrafeirito do Pepe lá coleccionou mais uma expulsão. Deste feita deu de caras com um árbitro menos complacente dos que por cá no nosso futebol vão apitando e por isso no próximo e decisivo jogo vai estar à sombra. Fez pela vida.