21 de março de 2022

Nota de falecimento

 


Faleceu Maria Cidália Ferreira da Silva, de 65 anos. Natural de Guisande, do lugar de Estôse, cuja mãe foi sepultada no dia 23 de Fevereiro último. Vivia em Lobão, na Rua da Ponte, 1529.

Cerimónias fúnebres na Terça-Feira, na igreja matriz de S. Tiago de Lobão, pelas 16:15 horas, indo no final a sepultar no cemitério local. Missa de 7º Dia na igreja matriz de Lobão pelas 19:30 horas da Quinta-Feira, 24 de Março.

Sentidos sentimentos a todos os familiares. Paz à sua alma!

Comeres no Pedrógão

 





Com mais de um mês depois da reserva, nova visita ao restaurante "Pedrógão", na aldeia do mesmo nome, na freguesia de Moldes, Arouca.

Em anteriores visitas, o cabrito e a truta de escabeche estiveram na ementa e fizeram jus à fama. Desta feita, o "cozido-à-portuguesa", com carnes caseiras e criadas na quinta dos proprietários. A prova já esteve para acontecer há quase dois anos, mas a pandemia veio adiar a coisa, bem como porque por ali este prato só é confeccionado nos meses de Inverno, quando o frio marca presença e motivo para a matança.

O sabor e a qualidade estavam ali, naqueles travessas generosas, sendo que, pessoalmente esperava um pouco mais, talvez na variedade de alguns ingredientes. Desde logo, para além da couve branca de repolho, fazia falta couve verde, até para ajudar ao colorido da composição e diversidade de textura e sabor. Nos enchidos, para além da chouriça de sangue saborosa e salpicão, faltaria porventura alguma variedade, bem como esperava alguma carne mais fumada. Os nacos eram generosos e poderiam porventura ser servidos mais pequenos. Mas o porco seria grande e daí a dificuldade de reduzir.

Em resumo, sabor caseiro, carnes deliciosas de porco bem criado, mas a faltar qualquer coisa para ser considerado de excelência e justificar o condizente preço por pessoa.

Em todo o caso, apesar de pessoalmente considerar que ali faltaria algo mais, coisa que os demais comensais não sentiram falta, admito que apesar do cozido-à-portuguesa não ter segredos, para além da qualidade dos ingredientes, cada casa tem a sua maneira de o preparar, envolver e apresentar. No fundo, dar valor a uma boa refeição, e tradicional como o cozido, reside também no compreender, respeitar e aceitar a identidade de cada restaurante e de quem para além da componente comercial, coloca paixão e saber na sua preparação. E isso não falta no Pedrógão.

Posto isto, valeu bem a pena a espera de mais de um mês para se conseguir vaga no pequeno mas envolvente restaurante onde se come como se fosse em casa de nossa mãe ou avó.

A entrada simples mas saborosa com presunto caseiro e cubinhos de queijo. A sobremesa esteve divinal com leite creme e "sopa seca". A rematar o café, a prova dos licores, desnecessária mas da praxe.

Fica já marcada uma próxima visita mas, claro, até para compensar os excessos, para depois de um esforçado trilho que nos há-de levar a percorrer montes e vales na companhia das ribeiras de Moldes, Bouceguedim e Pena Amarela.

Ainda o Centro Social de Guisande

Na recente apresentação pública do bonito livro de autoria de Carlos Cruz, que decorreu nas instalações do Centro Social de Guisande, no Monte do Viso, entre outras importantes figuras, esteve presente o Vereador do Pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, Sr. António Gil Alves Ferreira que entre palavras de circunstância e no contexto do evento, teceu elogios às instalações do Centro. 

Quem o conhece, sabe que o Sr. Vereador fala bem e muito, mas no caso, tendo sido simpático, não terá dito nada de mais, apenas uma constatação, já que de facto as instalações do Centro Social têm qualidade, estão inseridas num bonito e aprazível local e por conseguinte estão aptas à actividade principal para a qual foram construídas bem como de eventos comunitários, como a sessão dessa apresentação literária, para além de que o processo de construção teve a vantagem de fazer o aproveitamento capaz e digno de um edifício emblemático para a freguesia, como é o caso da Escola do Viso. Doutro modo, estaria por ali abandonado, vandalizado, a cair de ruina ou com ocupação descontextualizada e sem algo de substancial para a freguesia.

Temos assim  um Centro que integra o antigo e o moderno, preserva a história, memórias e identidade de um local e de um equipamento onde muitas gerações de guisandeses aprenderam e moldaram-se como homens e mulheres.

Por conseguinte, só por alguma  má vontade, desconsideração ou até mesmo por má fé intelectual, alguém pode ter uma opinião e uma posição negativas para com o Centro, os seus propósitos e as suas instalações. Podemos até não simpatizar ou mesmo detestar os elementos que integram os corpos gerentes, ou de um ou outro, mas até isso tem uma solução chamada eleições, o que de resto vai acontecer no final do próximo ano (Dezembro de 2023). 

Bastará, aos interessados em mostrar e demonstrar como se faz mais e melhor, serem sócios para poderem concorrer. É o mínimo. 

Neste contexto, e até porque o actual presidente da Direcção, Joaquim Santos, não poderá recandidatar-se ao cargo, por imposição dos estatutos, será uma oportunidade de ouro para quem se considera crítico para com o Centro Social, demonstrar qual o caminho certo, dar a cara e o esforço. 

Vamos ficar á espera desse passo, dessa reviravolta.

20 de março de 2022

Ao Dia do Pai

Que linda data esta, o dia de quem é pai

E Jesus, de Deus Filho, foi-o de S. José.

No parto a mãe deitada, o pai, ali em pé,

Na fé de um  filho que nu de ambos sai.


Tão grande e lindo, profundo mistério,

Ser mãe, ser pai, afinal o nascimento,

Onde o amor criador tem merecimento

Ao contraponto da morte ou cemitério.


Ser pai, é ser tronco de uma profunda raiz,

Flor delicada transformada em doce fruto

Num merecimento, tão grande ou diminuto.


Ser pai, é uma graça bendita, tão feliz,

Pureza de um homem, no amor impoluto

Na descoberta plena de um ser absoluto.


Américo Almeida

19 de março de 2022

Soneto da dúvida


Ando no mundo, tanto tempo passado,

Num viver de apressado, galopante,

Como anão com passos de gigante,

Como quem se procura desencontrado.


Corro em frente a um destino mais além

Sem alcançar o tempo que avança lá à frente

Numa ânsia desejada, louca, premente,

Desilusão de quem  tudo tendo  nada tem.


Serei eu, afinal, nesta corrida sem meta,

Não mais que o rasto brilhante de cometa,

Uma pedra atraída como ao planeta a lua?


Ou talvez, ave sem ninho, besta sem covil,

Um banal cidadão, homem igual a outros mil

Ou somente um caminhante que avança sem rua?

Festa do Viso - 2º Torneio de Sueca 2022


A Comissão de Festas em honra de Nª Sª da Boa Fortuna e Santo António realizou mais um evento recreativo com vista à angariação de fundos. Desta feita tratou-se do 2º Torneio de Sueca que teve lugar ontem, Sexta-Feira, nas instalações do Centro Social de Guisande, no Monte do Viso, a partir das 21:00 horas. 

Boa participação, com 12 equipas, registando-se casa cheia. Parabéns pela iniciativa e que certamente terá uma próxima edição.

Quando o Monte do Viso era o teatro dos sonhos

 


Nesta fotografia de 1961 vemos um grupo de crianças a celebrar o magusto no terreiro do monte do Viso ao lado da escola e da capela.

Por esses tempos o monte era o verdadeiro teatro dos sonhos da rapaziada porque ali era o palco de tudo quanto era brincadeira, tanto na hora do recreio da escola como aos fins-de-semana.

Nesse tempo havia, escola, havia crianças, muitas. Não havia telemóveis nem internetes. Nem tudo era bom, pois não, mas nem tudo era mau. 

Esta velha foto, mesmo que sem definição HD, mostra o que hoje é impensável, crianças à roda, alegres e felizes numa irmandade sadia e genuina. Havia por ali valores que hoje estão de todo perdidos. Mas as coisas são como são e não são mais que a consequência natural do andamento do tempo e das mudanças inerentes.

Como se vê pela fotografia, a escola não aparece pois está nas costas de quem fotografou e mesmo a capela aparece apenas parcialmente do lado esquerdo. Mesmo assim é perceptível que a escadaria frontal tem mais degraus e por conseguinte mais desnível bem como o monte, rude e irregular tinha várias árvores nos lados.

A configuração actual resulta de obras de requalificação realizadas pelo final dos anos 1990 e seguintes.

Era o teatro dos sonhos e a rapaziada, dançava, jogava e corria que se fartava. Os tempos mudaram e hoje correr é novidade e digna de exaltações tais que nos levam a pensar ser feito igual ao do Neil Armstrong e companhia quando pela primeira vez deram uns saltinhos na Lua. Andamos, de facto, todos na lua, aluados. A nossa Lua, a da minha geração e de algumas seguintes, foi o terreiro do monte do Viso. Isso sim, é que era!