21 de setembro de 2023
Passeio Sénior 2023
20 de setembro de 2023
Alfaiate setecentista
Por este assento de baptismo de um José, nascido em 28 de Abril, do ano de 1742, ficamos a saber que existia em Guisande, no lugar de Fornos, um alfaiate, de nome Manuel Francisco, marido de Maria de Pinho, que era sua segunda mulher. Curioso o facto do seu filho José ter tido como padrinho de baptismo o padre José Pinto, do lugar das Quintães. À falta de mais elementos, incluindo os apelidos e os nomes dos avôs, que o assento não fornece, ficamos sem saber se esse sacerdote era ou não familiar do alfaiate, presumindo-se que sim pois era normal ser alguém da família.
Ainda deste alfaiate encontrei o nascimento de outros filhos, o Mateus, nascido em 21 de Setembro de 1743, a Jacinta nascida em 14 de Abril de 1745 e a Teresa nascida em 20 de Setembro de 1746.
Percebe-se pelas datas aproximadas do nascimento dos filhos, que o alfaiate não perdeu tempo a trabalhar com as linhas com que se cosem a família.
Nesse ano de 1742 era pároco em Guisande o abade Manuel de Carvalho, que fez o referido assento de baptismo, tendo sido o fundador da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário aqui em Guisande, secular entidade que ainda existe.
Quanto ao padre José Pinto, das Quintães, o seu nome consta na lista de sacerdotes nascidos em Guisande, a qual integra a monografia "Defendei Vossas Terras", do Cónego Dr. António Ferreira Pinto, edição de 1936. Sobre o referido sacerdote das Quintães é dito que "...em 1769, tinha 79 anos e fora ordenado cm 1724. Rebentou-lhe na mão uma espingarda, ficou muito doente dos olhos e nunca fez exame de confessor."
Dos alfaiates conhecidos que tiveram oficina em Guisande, desde logo lembramos o Joaquim Dias de Paiva, "O Pisco", que viveu no lugar da Igreja. Este Joaquim Dias de Paiva, nasceu em 24 de Setembro de 1906, sendo baptizado no dia 27 do mesmo mês e ano, tendo como padrinho Manuel de Pinho e Maria da Luz, do lugar do Viso.
Era filho de Francisco Dias de Paiva (este natural de Caldas de S. Jorge) e de Margarida Augusta da Conceição (esta natural de Guisande). Era neto paterno de Jerónimo de Paiva e de Maria Teresa de Oliveira. Era neto materno de António de Pinho e de Maria de Jesus. No seu baptismo, em 27 de Dezembro de 1907. Teve vários irmãos, entre os quais o António, o Bernardo, a Miquelina, o José e o Guilherme.
Casou em 26 de maio de 1926 com Luzia Rosa de Jesus, de Nogueira da Regedoura. Faleceu em 11 de Fevereiro de 2003. Foi como atrás se disse, um exímio alfaiate. Viveu no lugar da Igreja, junto à ribeira. Deixou filhos e filhas.
Desta família Dias de Paiva publiquei aqui já alguns apontamentos genealógicos.
Quanto a alfaiates em Guisande, para além do Joaquim Dias de Paiva, e o mais recente de que tenho memória, foi o senhor Delfim Gomes da Conceição, no lugar de Casaldaça, conhecido pelo "Delfim do Serra" ou pela alcunha "o Piranga" que trabalhava com as filhas.
Pelas minhas pesquisas pelos velhos assentos paroquiais recordo-me de passar ainda por um outro alfaiate guisandense, ali pelo século XIX, mas não anotei o nome, pelo que oportunamente tentarei procurar e actualizar aqui este apontamento.
Desconsolo
Chegavas num dia de sol morno,
De flores estivais ainda perfumadas.
Ainda a sentir-se o aroma de frutos maduros
Já com as andorinhas olharem a sul.
Com um molho de rosas tardias, todas brancas,
Um sorriso com a largura de um raio de sol,
Numa ânsia quase infantil, desmesurada,
Fui ao ponto da tua partida e chegada,
E esperei minutos que foram horas.
Na chegada, chegaram muitos, partiram outros,
Todos num vai-e-vem pesado, apressado,
Mas tu não chegaste, talvez porque nem partiste.
Ainda esperei que a multidão se dissipasse
E como nos filmes surgirias na nuvem de vapor,
Mas não! Não estavas lá, porque não vieste.
O céu já não era azul límpido, mas cinzento;
Não sei se lágrimas, mas chovia no meu rosto;
As andorinhas já tinham partido sem adeus;
A fruta caía de podre numa mortalha de folhas frias;
As rosas, já murchas, tinham a palidez do desencanto;
Serão assim as esperas por gente que não chega,
Um desalento cheio do vazio da solidão?
Pior a espera por alguém que não chega,
Que a dor do adeus por quem de partida.
Na partida diria: – Adeus, amor!
Mas quando não se chega,
Há uma espera desesperada,
Um olá amor, que se não diz,
Um sorriso que não se abre,
Um abraço que não se envolve,
Um coração frio que não arde,
Um beijo que não encontra calor
Numa boca sedenta de saudade.
AA-20092023
19 de setembro de 2023
Certinhos e direitinhos
Lá vamos andando rotinados
Por caminhos já percorridos,
Com curvas já antecipadas,
Sem destino que surpreenda,
Nem o vão risco dos atalhos.
No fundo, certinhos, ensinados,
Sem esgares de surpreendidos.
Como sendo tudo favas contadas,
Em que se almeja obter a prenda
Por se escapar a fúteis trabalhos
Somos vagões vazios, a deslizar
Numa planura dócil que desmotiva;
Basta, tão só, alguém a empurrar,
Que não precisamos de locomotiva.
AA-18092023
Rua de Trás-os-Lagos, assim não
Cansei-me de circular pela Rua de Trás-os-Lagos, estrada que utilizo de e para o trabalho, 4 vezes ao dia. Ter que transpor todas aquelas valas cada vez mais fundas é investir na conta do mecânico. Vou usar um percurso um pouco mais longo, mas terá que ser.
Independentemente dos motivos e pretextos para esta situação, e de quem é a competência e a responsabilidade pela conclusão da obra, e compreendo todas as equações, parece-me que não é a melhor forma de trabalhar nem de tratar os contribuintes. Meio ano após a abertura e tapamento das valas sem que se proceda à repavimentação, que mais não seja apenas das próprias valas, parece-me exagerado, com natural prejuízo para os moradores.
Importa que a situação seja resolvida, digo eu.
Parentescos familiares - Português-Inglês
Pai - Father
Mãe - Mother
Filho - Son
Filha - Daughter
Irmão - Brother
Irmã - Sister
Avô - Grandfather
Avó - Grandmother
Neto - Grandson
Neta - Granddaughter
Tio - Uncle
Tia - Aunt
Primo - Cousin
Prima - Cousin (female)
Sobrinho - Nephew
Sobrinha - Niece
Marido - Husband
Esposa - Wife
Cunhado - Brother-in-law
Cunhada - Sister-in-law
18 de setembro de 2023
Notas genealógicas - Porquê?
A propósito das notas de genealogia que tenho por aqui publicado sobre algumas famílias em Guisande e suas interligações, incluindo dos vários ramos da minha família paterna e materna, alguém me perguntou o porquê e qual o interesse.
Pois bem, antes de tudo, um mero interesse documental e para memória futura, espero. Também procurar perceber as ramificações das famílias e como elas, ao fim e ao cabo, são a teia com que se tece a nossa comunidade. Finalmente, e não menos importante, interessa-me conhecer as pessoas da minha família mas também da minha comunidade. Um pessoa para se conhecer a si própria tem que conhecer as suas origens.
Bem sei que na actualidade, a maior parte dos que andamos por cá, e sobretudo os mais novos, para além dos pais, conhecem ou conheceram os seus avôs, paternos e maternos, mas já dificilmente os seus bisavôs. Pessolamente dos meus bisavôs, pais dos meus avôs, apenas conheci a bisavô materna Margarida, mãe do meu avô materno, Américo José da Fonseca.
Por conseguinte, se a coisa já é assim difícil ao nível do conhecimento dos nossos avôs e ainda mais difícil quanto aos bisavôs, naturalmente que esse desconhecimento, mesmo que meramente documental se torna mais denso quanto mais se recua no tempo, porque os documentos onde é possível pesquisar e procurar dados nos diferentes arquivos, nos velhos registos e assentos de nascimentos, casamentos e óbitos, são escassos, de difícil acesso e com baixa qualidade de leitura porque em suportes deteriorados pelo tempo e incúria no seu manuseamento e conservação e ainda por caligrafias e ortografias quase sempre difíceis de decifrar.
Em resumo, as notas que tenho publicado e espero continuar por aqui a partilhar, não têm outras pretensões para além de serem meros apontamentos e início de pontas de intrincados novelos que depois outros, ou familiares interessados, eventualmente poderão deslindar. Mas mesmo que procurando ir até ao nível dos nossos bisavôs, ou trisavôs, eventualmente tetravós, recuar pelo séc. XIX ou até a meados do séc. XVIII, parece-me que já não é mau e já dá pano para muitas mangas Mas claro que isso obriga a tempo e paciência, coisa que ainda não tenho, pelo que, para já, estes apontamentos que vou produzindo sem nenhuma ordem especial, são meramente curiosidades superficiais.