18 de novembro de 2024

Porta com vista para o rio

 


Uma porta, velha, arrombada, já sem alma para guardar. 

Lá dentro, uma cozinha despojada, vilipendiada. Já não há aromas de peixe frito nem vozes a chamar para a ceia.

Mesmo assim, neste escancaramento, nos restos de um estupro da memória de tempos já volvidos, há uma nesga de rio a espreitar. Este, tristonho, vai correndo mas já sem a calma dos dias serenos, antes perturbado pela correria dos barcos e das motos-de-água, de gente que sobre ele se diverte, como coisa de usar e deitar fora.

A tarde é de Outono mas nos canteiros das casas defronte há flores que moram na Primavera e na borda da margem o pato solitário mergulha sem frio porque o ar não é de agasalhos.

Lá no alto, aquele imponente pinheiro sobrevive, qual sentinela. E tanto e quanto nos poderia contar, de outros tempos, azáfamas, de fainas de pescadores num vai-e-vem a arrancar do rio o que comer à noite. Ainda se lembrará do Douro de outros tempos, impetuoso, cheio, ou sereno, estival, de águas minguadas a juntar nas margens frescas as lágrimas de regatos e ribeiras? Talvez sim, porque tem a idade e o tamanho de nele caberem as memórias de um tempo tão próximo e tão distante.

Quanta água já passou aquelas curvas apertadas, quanto à sua conta encheu o mar? Mas não só levou água ou areia o Douro, mas uma enxurrada de memórias, de saudades.

Um lugar, como Pé-de-Moura, na bonita Lomba, conta-nos mais que o que vemos e até uma porta arrombada pode convidar-nos a entrar. Haja alma e cortesia para com o anfitrião, haja olhos para respeitar a intimidade.


11 de novembro de 2024

"Correio da Feira" - Fim anunciado


Ontem, no escaparate da loja da BP, aqui em Guisande”, peguei num exemplar do jornal “Correio da Feira” e li o que já poderia ter lido há 6, 10 ou 15 anos, que a coisa ia terminar por ali, deixando apenas a incógnita da “suspensão por tempo indeterminado”.

Como estas coisas não se anunciam assim de ânimo leve, sem mais nem menos, tinha escrito o habitual rosário de justificações, nomeadamente,  “...são várias as razões que levaram de novo o jornal à sua insustentabilidade. Convém referir a primeira, como também convém referir que é a mesmíssima que leva à insustentabilidade de muitos outros títulos, dezenas, centenas de muitos títulos neste país e por esse mundo fora. 

O número de assinantes é insuficiente para manter um jornal em actividade. Diariamente há desistências. Cada vez há menos e menos leitores interessados em assinarem, ou manterem a sua assinatura na imprensa profissional. Há um contínuo desrespeito pela profissão de jornalista. Poucos, e por isso insuficientes, estão interessados em pagar para se fazer informação profissional e isenta….concluindo, somos todos, enquanto sociedade, quem está a assinar o óbito da Imprensa. Portanto, como sociedade, assumamos as nossas responsabilidades!”.

Ora este “...assumamos as nossas responsabilidades!” também é chapéu que me cabe na cabeça e tanto mais que fui assinante do jornal, mesmo que na versão digital.

Com mais ou menos “rodriguinhos”, é há muito sabida a dificuldade da imprensa e sobretudo a escrita e por maioria de razões daquela que tem pouco expressão como a regional ou concelhia. Se é certo que com as plataformas digitais os problemas aumentaram, apesar de também criar novas oportunidades e diferentes alternativas, o certo é que as dificuldades do sector são até muito anteriores e à custa delas já haviam ficado pelo caminho grandes títulos da nossa imprensa, desde o “Século”, o “Diário de Lisboa”, “A Capital” e outros diários mais a norte como o “Primeiro de Janeiro” e o “Comércio do Porto”, etc.. Mesmo os que se mantêm, como o “Diário de Notícias”, de que também fui assinante” e o “Jornal de Notícias”, andam constantemente com o nó na garganta e como diz o povo “a cagar e a tossir” e lá vão indo e andando, mais a fazer de conta e com apoios por vezes duvidosos do que por resultado de bom trabalho e boas práticas empresariais e jornalísticas

Não vou, naturalmente, estar aqui a esmiuçar a questão porque não sou do sector nem nele tenho interesses para além da percepção de mero leitor.

Em todo o caso, mesmo que com todas as dificuldades do contexto, as responsabilidades residem em muito em, tantas vezes, não ter sido capaz de garantir o interesse dos leitores e assinantes.

Por exemplo, no caso do “Correio da Feira”, quando fui assinante online, a plataforma era lenta, pouco apelativa, continuava com excesso de publicidade e esta a atravancar o espaço de leitura e as notícias poucas, de pouco interesse, como “pão recesso e sem miolo”. Ora continuar a ser assinante para pouco ou nada receber em troca, convenhamos que era pedir muito. Assim descontinuei e do lado de lá da linha também não mostraram interesse em rebater ou a encaixar as queixas ou incentivar à renovação. É o que é.

Não me surpreende, pois, este desfecho como já não tinha surpreendido o do “Terras da Feira” que depois de um crescimento insuflado, mandado por "testas de ferro", andou a estrebuchar uns tempos até se extinguir.

No caso destes dois importantes jornais concelhios, sem prejuízo de acolher o contraditório, parece-me que em muito padeceram da acção, mesmo que involuntária, de maus políticos e de fracos empresários. Durante um bom período percebeu-se que representavam “a voz dos donos”, estes "testas de ferro de outros interesses", cada um a puxar a sardinha para a brasa da sua partidarite, como se de algum modo fossem uma espécie de “Avante”, sendo que este com a vantagem de não enganar ao que vinha.

Posto isto, pessoalmente entristece-me que um jornal centenário”, mesmo que durante uma grande parte da sua longa vida de 127 anos o seu conteúdo fosse pouco relevante sob um ponto de vista noticioso, sendo mais da Feira, vila ou cidade, do que do concelho, mas mesmo assim só por essa história e longevidade mereceria ser mais acarinhado e continuar a testemunhar esse legado centenário.

Assim sendo, acredito que mais mês menos mês alguém retomará o título e depois poderá ser o mais do mesmo, porque será preciso muito para que um jornal seja sustentável, sem apoios públicos e institucionais, que de algum modo ponham em causa a imparcialidade e isenção da sua função de formar e informar de todos para todos.

Neste concelho gastam-se milhões em patuscadas e entretenimento de massas e talvez haja algum para apoio a um jornal concelhio mas, sinceramente, não estou a ver como, tanto mais que sem colocar em risco a tal necessidade de imparcialidade e choque de interesses. Não sei! O que sei, é que foi dada a notícia de que o título está suspenso de forma indeterminada, seja lá o que isso signifique para além do óbvio.

Se regressar como um jornal de qualidade, com uma cobertura do concelho, independente e imparcial, não me custará a voltar a ser assinante, mesmo que numa perspectiva de ajudar. A ver vamos mas em rigor sabemos que não será nada fácil porque os tempos, os meios e os hábitos muderam de forma substantiva. 

Espero, memso, que como disse o director nas suas palavras finais do Editorial, que não seja um adeus.

7 de novembro de 2024

IMI, o imposto estúpido e injusto

Acabei de pagar a minha segunda das duas prestações anuais do IMI - Imposto Municipal sobre Imóveis. É como é tão prazeroso pagar este imposto ao Estado, ou, através dele, à Câmara Municipal. No fundo é pagar uma renda de um prédio que é nosso e que por isso não lhes pertence nem um cêntimo gastam para o conservar. Mais prosaicamente, numa rima com sentido, "é pagar para ser fo..do".

Dizem, com razão, que este será dos impostos mais estúpidos. Mas, acrescento, também dos mais injustos e desde logo porque ao edificar-se uma habitação, já se pagou projectos, taxas e licenças e no caso até cedi terreno para alargamento da rua e construí passeio público na frente do prédio. Na compra do terreno paguei sisa, imposto de selo, etc. Na construção paguei IVA, desde a areia aos tijolos. No empréstimo continuo a pagar juros e imposto de selo.

Mas, como diz o outro, mesmo sabendo que é um roubo travestido de legalidade, que lhes faça bom proveito, sempre lhes dará para patrocinar umas valentes patuscadas. Alguém tem que pagar os desmandos!

Em contrapartida, conheço por cá alguns doutores e engenheiros que estando a viver nas suas belas e boas casas há dezenas de anos, porque, ao arrepio da lei, ainda não solicitaram licenças de utilização, vão escapando a este imposto estúpido, pagando valores mínimos do prédio, tantas vezes ainda na condição de rústico, e no futuro sujeitos apenas à liquidação dos últimos quatro anos (creio que ainda vigora essa regra). Há, de facto, crimes e ilegalidades que ainda compensam.

Siga, que é Portugal, brando com os incumpridores e forte com os que cumprem!

4 de novembro de 2024

Por enquanto isto não é um emprego


Há dias questionou-me alguém de consideração, de que há algumas situações ou eventos na freguesia a que nem sempre dou notícia ou destaque aqui nesta página ou mesmo nas minhas redes sociais, nomeadamente no grupo privado "Guisande: Ontem e hoje". E gostaria essa pessoa que sim, pois é assíduo leitor e como se costuma dizer, não perde uma.

Ora eu fico satisfeito com esse interesse e sei que apesar de ter por cá leitores assíduos e interessados, e que assim justificam as centenas de visitas diárias, este espaço será porventura mais apreciado e seguido na nossa comunidade emigrante do que propriamente cá pela terra. Por lá eles leem com interessse e saudade; por cá, quase sempre por curiosidade e não raras vezes para saber qual a parte do lombo onde doi mais para melhor aplicar as alfinetadas, e não é para tratamento e bem estar como com as agulhas na acupuntura. Adiante, pois sei do que a casa gasta!

Não obstante, e tal como respondi a esse fiel leitor e seguidor, esclareço, por via de dúvidas, que este espaço é pessoal e não é nenhum jornal nem uma estação de rádio nem o seu autor tem responsabilidades de publicar tudo o que se passa e acontece, de positivo ou nem por isso. Por enquanto isto não é um emprego nem um arquivo. Não tenho, pois, nenhuma ou qualquer obrigação. Por isso publico o que quero, quando quero, como quero e quando posso e se muitas vezes não dou destaque a uma ou outra coisa, pode nem ser por algum motivo especial ou desinteresse  mas somente por esquecimento, desmazelo, até preguiça, ou porque entendo que não é relevante assim a ponto de merecer destaque. Além do mais, algumas dessas situações já são partilhadas nas redes sociais até à exaustão pelo que republicar ou repartilhar seria apenas chover no molhado.

Assim sendo, reitero que este é um espaço pessoal e por isso sem qualquer responsabilidade de outra natureza. Não tenho obrigações com quer quer seja, nem comigo próprio. Obrigações tenho-as no meu emprego porque é suposto que o patrão me pague, pelo que é do trabalho e do correspondente ordenado que procuro viver.

Em resumo, este espaço, bem como os espaços nas redes sociais, nomeadamente no Facebook, é pessoal e não rola por conta de alguém que não apenas pela minha vontade e disponibilidade. Quem quiser mais, que compre o jornal, ouça a rádio e veja a televisão.

Por aqui vai-se fazendo o que se pode! 

29 de outubro de 2024

Nota de falecimento - Maria (Dolores) Gomes da Conceição





Faleceu hoje Maria (Dolores) Gomes da Conceição, que vivia no lugar de Fornos. Nasceu em 9 de Julho de 1939. TInha 85 anos de idade.

Viúva de Aníbal Azevedo Alves. Mãe de Célia Maria  e Anabela.

Filha de Delfim Gomes da Conceição e de Isaura Joaquina dos Santos.

Funeral na Quinta-feira, dia 31 de Outubro de 2024, pelas 15:30 horas,, na igreja matriz de Guisande indo no final a sepultar no cemitério local..

Missa de 7º Dia na Sexta-feira, dia 08-11-2024, às 18:30 Horas, na igreja matriz de Guisande

Sentidos sentimentos a todos os familiares, de modo particular às suas filhas Célia e Anabela.

Que Deus a tenha em descanso eterno.

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Nota: No registo civil tem o nome de Maria Gomes da Conceição e no assento paroquial está como Maria Dolores da Conceição. De resto sempre foi conhecida como Dolores.

Igreja matriz sem alameda


Fotografia de 1982 quando ainda nem se sonhava em realizar a Alameda fontal à nossa igreja matriz, o que só aconteceria uma dúzia de anos mais tarde.

Também por isso, ainda não existia a capela mortuária mas apenas uma simples construção de instalações sanitárias.

28 de outubro de 2024

Centro Cívico do Centro Social - À vontade mas não à vontadinha

O Centro Cívico de Guisande é um equipamento da freguesia, mas é sobretudo dos associados já que pertence a uma colectividade, à Associação do Centro Social S. Mamede de Guisande. Está, pois, por princípio, ao serviço da freguesia, da comunidade, mas sobretudo ao serviço dos seus utentes e que em primeira análise sejam seus associados, que pagam quotas, que ajudam à sustentabilidade do equipamento e das actividades nele previstas ou realizadas. É assim em qualquer colectividade.

Todos sabemos que ainda está por cumprir o objectivo principal que levou à sua edificação, que é ser Centro de Dia e de apoio domiciliário, essencialmente de ajuda à nossa comunidade sénior. Apesar de disso, porque a política e os políticos são no geral pessoas de má reputação, pouco ou nada confiáveis nem recomendáveis, em que a palavra e as decisões raramente são cumpridas, tal objectivo continua por concretizar mesmo tendo sido aprovado há pelo menos uma década. 

Vieram as famosas cativações do ministro Mário Centeno e de lá para cá, mesmo com a mudança de governos, a coisa continua por cumprir.

Assim, neste estado de morto-vivo, tem andado a Associação do Centro Social e do seu Centro Cívico, funcionando parcialmente, com muitas dificuldades e diga-se, em grande parte pela dedicação e dinamismo do que foi o seu presidente da Direcção, Joaquim Santos, e agora presidente da Comissão Administrativa, porque, recorde-se, a associação continua sem corpos-gerentes eleitos pela simples mas não dispicienda razão de que ninguém apareceu para tomar conta dos destinos. Ninguém quer nada. Ninguém quer trabalhar, sobretudo de graça e para os outros. Eu próprio me cansei e depois de ter tomado parte em vários mandatos, estou sem vontade e paciência em continuar.

Neste contexto, triste mas real, apesar disso o Centro Cívico tem-se mostrado como um equipamento fundamental às dinâmicas da freguesia e dos seus movimentos, como tem sido, entre outros, no apoio às comissões da Festa do Viso, agora do evento Trail do Viso, também do Grupo Solidário, etc, etc. Está, pois, a cumprir o seu papel mesmo que em situações em que formalmente não tinha essa obrigação, porque dele tem beneficiado muita gente que não é sócia, não quer ser, não paga quotas, nem contribui. 

Ora isso cria desigualdades e outros problemas. Afinal, tantos, como eu, que anualmente têm pago as suas quotas, quais os benefícios que colhem comparativamente a quem não paga e usufrui nas mesmas condições das dinâmicas ocorridas no Centro Cívico? Em rigor, nada, tirando um ocasional desconto num qualquer passeio, que nem todos aproveitam. Talvez por isso tem aumentado o número de sócios que desistem de pagar quaotas.

Com tudo isto, considero que o à vontade não tem que ser à vontadinha. O Centro Cívico mesmo que posto à disposição dos grupos, movimentos e eventos, tem responsabilidades, tem despesas, tem encargos, desde logo com a limpeza, a electricidade, a água, etc, etc. Ora não me parece bem, que depois desse aproveitamento não haja uma compensação por parte dos grupos ou movimentos utilizadores, tanto mais quando se registam saldos positivos dessas actividades. 

Ainda agora, foram apresentadas e fechadas as contas da Festa do Viso, com saldo positivo, e apesar das várias utilizações do espaço do Centro Cívico ao longo do ano, de acordo com o seu presidente, Joaquim Santos, ainda nada lhe foi entregue como compensação para os muitos gastos, ao contrário da sua expectativa, nomeadamente por ter havido saldo positivo.

Ora, a confirmar-se, não me parece correcta esta situação. Ajudar, colaborar, com certeza que sim, mas dentro do possível com alguma compensação para os gastos. É o mínimo e compreensível.

Sou, pois, de opinião que continue o Centro Cívico a estar ao serviço das dinâmicas da freguesia e da paróquia, mas com todas essas utilizações a serem previamente protocoladas e com caderno de encargos, para que não seja uma utilização abusiva ou oportunista e que não tenha em conta a justeza da compensação e da natureza da associação, uma entidade que precisa de meios para subsistir. Era só o que faltava que fosse a coisa sem qualquer controlo e os sócios a pagarem para alguns desmandos.

Mas isto sou eu a opinar, que ainda sou sócio, que tenho pago desde há vários anos as minhas quotas (duas) à associação. 

Haja, pois, bom senso e algum respeito porque à vontade não deve ser à vontadinha.


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Nota de esclarecimento: Já após a publicação da opinião acima, fui contactado pelo Nelson Valente, Juiz da Comissão de Festas desta edição de 2024, a esclarecer que o que foi escrito quanto à compensação ao Centro Social não corresponde inteiramente à verdade pois durante a realização dos diferentes eventos de angariação de fundos a Comissão de Festas foi pagando, e por diversas vezes, alguns valores ao Centro Social. E que mesmo do saldo apurado não está posta de lado alguma outra compensação final sendo que naturalmente a maior parte será para aplicar em obras e necessidades da capela.

Quanto à eventual contradição, obviamente que desconhecia se houve já compensações durante os eventos, e do que referi quanto à expectativa que o Sr. Joaquim Santos, presidente do Comissão Administrativa, tinha em receber uma compensação em resultado do saldo positivo, foi-me, obviamente, transmitida pelo próprio e este nunca fez referência a anteriores recebimentos.

Assim, resulta daqui, que pela minha parte peço desculpa por não ter ouvido primeiramente ou como contraditório, a versão da Comissão de Festas e por naturalmente confiar na informação que me foi dada pelo responsável do Centro. Não significa que este tenha mentido mas de facto não me contou a história toda e faria toda a diferença se o tivesse feito pois o sentido da minha opinião seria diferente no que toca à Comissão de Festas.

Posto isto, a ter sido assim, e feito o esclarecimento, acredito que a Comissão de Festas fez o que tinha a fazer, já que na justa medida foi compensando pela utilização do Centro Cívico nos diferentes eventos. 

Como eu disse, o Centro Cívico deve estar ao serviço da comunidade e das suas dinâmicas, grupos e movimentos, mas importa que na medida justa haja compensação, sobretudo quando há saldos positivos nas actividades, pois o Centro Social tem encargos e despesas fixas que alguém tem que pagar.

Finalmente, se algum equívoco houve, resultou também da legítima expectativa que me foi expressa pelo responsável do Centro Social em vir a receber alguma compensação e esta não ter sido feita antes do fecho das contas e da sua divulgação pública. Porventura essa compensação, a ser feita, poderia ter sido incluída nas despesas e não na parte da gestão e aplicação do saldo. São diferentes maneiras de ver a questão. Eu teria incluido nas despesas.

Fica, pois, aqui este devido esclarecimento. De minha parte reitero o pedido de desculpas por algum equívoco e renovo os parabéns à Comissão de Festas cessante pelo bom trabalho desenvolvido e reforço a ideia base de toda este opinião de que nestas coisas deve haver colaboração entre as partes e num sentido de justeza e equilíbrio e não apenas um mero aproveitamento do Centro Cívico, pois queira-se ou não, é uma colectividade com sócios, muitos deles a pagar quotas ( e só estes é que têm essa legitimidade) aos quais tem que se prestar contas no final de cada ano. Ora eu, como sócio pagante, não gostaria que, na aprovação do relatório e contas da colectividade para a qual contribuo, ficar a saber que as instalações foram cedidas a A, B ou C sem que daí resultasse, senão lucro, pelo menos uma compensação justa para as despesas decorrentes. Quem pode estar contra isto?