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8 de agosto de 2022

Presidentes de Câmara, ou equiparáveis, de Vila da Feira - Santa Maria da Feira

1800 - Sebastião Pitta de Castro

1811 - José Bernardo Henrique de Faria (Juiz de Fora)

1829 - José Apolinário da Costa Neves

1883 - Bernardino Maciel Rebelo de Lima (Juíz de Fora interino)

1833 - Francisco Monteiro Mourão Guedes de Carvalho (Juiz de Fora)

1834 - João José Teixeira Guimarães (Comissão Municipal)

1836 - Pedro José Correa Ribeiro

1837 - Manuel de Lima Ferraz da Silva

1838 - Manuel de Lima Ferraz da Silva

1841-1842 - Bernardo José Correa de Sá

1845-1846 - Francisco Correa de Pinho de Almeida Lima

1846 - António Fernandes Alves Fortuna (Juíz da Comarca)

1846 - António Soares Barbosa da Cunha

1847-1848 - Joaquim Vaz de Oliveira Júnior

1847 - Bernardo José Correa de Sá

1848-1851 - Bernardo José Correa de Sá

1852 - 1854 - Bernardo José Correa de Sá

1854-1855 - José António Varela Falcão Souto Maior

1856-1857 - João Nunes Cardoso

1858-1859 - Miguel Augusto Pinto de Menezes

1860-1861 - Fausto da Veiga Campos

1862-1863 - José Bonifácio do Carmo Soares

1866-1867 - Domigos José Godinho

1868-1869 - José António Varela Falcão Souto Maior

1870-1871 - Domigos José Godinho

1876-1877 - Manuel Augusto Correa Bandeira

1880-1881 - Manuel Pinto de Almeida

1882-1883 - António de Castro Pereira Corte Real

1884-1885 - António de Castro Pereira Corte Real

1888 - Roberto Alves (Presidente da Câmara)

1890 - Manuel Baptista Camossa Nunes Saldanha (Visconde de Alberrgaria de Souto Redondo)

1893-1897 - Manuel Baptista Camossa Nunes Saldanha (Visconde de Alberrgaria de Souto Redondo)

1897 - Pe. Manuel de Oliveira Costa

1899 - Pe. Manuel de Oliveira Costa (Comissão Administrativa)

1899-1901 - Pe. Manuel de Oliveira Costa

1905 - João Pereira de Magalhães

1907 - João Pereira de Magalhães

1908 - Eduardo Vaz de Oliveira (Comissão Administrativa)

1911 - António Ferreira Pinto da Mota (Comissão Administrativa)

1912 - Elísio Pinto de Almeida e Castro (Comissão Administrativa)

1914 - Vitorino Joaquim Correia de Sá (Comissão Executiva Municipal)

1915 - Vitorino Joaquim Correia de Sá (Comissão Executiva Municipal)

1915 - Crispim Teixeira Borges de Castro (Comissão Administrativa)

1917 - Crispim Teixeira Borges de Castro

1918-1919 - Crispim Teixeira Borges de Castro (Comissão Administrativa)

1919 - Vitorino Joaquim Correia de Sá (Comissão Administrativa)

1923-1925 -Saúl Eduardo Ribeiro Valente

1926 - José António Teixeira Saavedra

1926-1933 - Crispim Teixeira Borges de Castro

1933-1937 - Gaspar Alves Moreira

1934-1937 - Presidente da Comissão Administrativa: Gaspar Alves Moreira.

1937-1939 - António Soares de Albergaria (Conselho Municipal)

1937-1945 - Roberto Vaz de Oliveira

1945-1959 - Domingos Caetano de Sousa

1959-1971 - Domingos da Silva Coelho

1971-1974 - Alcides Branco de Carvalho

1974-1976 - Arnaldo dos Santos Coelho (Comissão Administrativa)

1976-1982 - Aurélio Gonçalves Pinheiro

1982-1985 - Joaquim Dias Carvalho

1985-2013 - Alfredo de Oliveira Henriques

2013-2017 - Emídio Joaquim Ferreira dos Santos Sousa 

20 de março de 2024

Francisco Guedes - Homem de quatro mulheres

 


Pelo assento de baptismo de uma rapariga de nome Escolástica, nascida em 5 de Fevereiro de 1738, o seu pai, um Francisco Guedes, do lugar do Reguengo, já ía na sua quarta mulher, a Isabel Francisca.  

O homem não teria um harém, mas tão simplesmente porque, certamente, por falecimento das anteriores esposas. Nessa altura a morte em idades jovens era frequente, nomeadamente durante a gestação ou o parto. Também não é de supor que o homem somasse divórcios pois por esses tempos era coisa rara ou mesmo inexistente.

Para além dessa particularidade, o assento feito pelo abade Manuel de Carvalho, então pároco de S. Mamede de Guisande, fundador da Irmandade e Confraria de Nossa Senhora do Rosário, revela-nos que o padrinho da Escolástica foi um Manuel Ferreira, que era "caseiro dos padres desta Igreja de Guisande". Ora, padres, no plural, significa que havia na igreja mais que um padre? Efectivamente sim, no caso o Pe. Manuel Rodrigues da Silva, que então era assistente do Pe. Manuel de Carvalho. Este Pe. Manuel Rodrigues da Silva acabou mesmo por suceder ao Pe. Manuel Carvalho como pároco da nossa freguesia a partir da data da sua resignação por motivo de doença, em 1750. Acabou por falecer o fundador da Irmandade em 4 de Fevereiro de 1758. 

Apesar de tudo não deixa de ser curioso e interessante que estivesse o Pe. Manuel Rodrigues da Silva tantos anos como assistente. Outros tempos, com fartura de sacerdotes.

Já agora, refira-se que deve-se a este Pe. Manuel Rodrigues da Silva a construção da torre da nossa igreja, em 1764.

Fica aqui este interessante apontamento, que apesar de parecer coisa pouca, revela vários pormenores e mesmo muito da realidade social da época.

Finalmente, o nome de Escolástica, parece-nos fora do comum, mas na época embora não muito corrente era usado. Isto certamente em devoção a uma santa que teve esse nome, concretamente Santa Escolástica de Núrsia que era irmã do conhecido S. Bento.

20 de setembro de 2023

Alfaiate setecentista


Por este assento de baptismo de um José, nascido em 28 de Abril, do ano de 1742, ficamos a saber que existia em Guisande, no lugar de Fornos, um alfaiate, de nome Manuel Francisco, marido de Maria de Pinho, que era sua segunda mulher. Curioso o facto do seu filho José ter tido como padrinho de baptismo o padre José Pinto, do lugar das Quintães. À falta de mais elementos, incluindo os apelidos e os nomes dos avôs, que o assento não fornece, ficamos sem saber se esse sacerdote era ou não familiar do alfaiate, presumindo-se que sim pois era normal ser alguém da família. 

Ainda deste alfaiate encontrei o nascimento de outros filhos, o  Mateus, nascido em 21 de Setembro de 1743, a Jacinta nascida em 14 de Abril de 1745 e a Teresa nascida em 20 de Setembro de 1746.

Percebe-se pelas datas aproximadas do nascimento dos filhos, que o alfaiate não perdeu tempo a trabalhar com as linhas com que se cosem a família.

Nesse ano de 1742 era pároco em Guisande o abade Manuel de Carvalho, que fez o referido assento de baptismo, tendo sido o fundador da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário aqui em Guisande, secular entidade que ainda existe.

Quanto ao padre José Pinto, das Quintães, o seu nome consta na lista de sacerdotes nascidos em Guisande, a qual integra a monografia "Defendei Vossas Terras", do Cónego Dr. António Ferreira Pinto, edição de 1936. Sobre o referido sacerdote das Quintães é dito que "...em 1769, tinha 79 anos e fora ordenado cm 1724. Rebentou-lhe na mão uma espingarda, ficou muito doente dos olhos e nunca fez exame de confessor."

Dos alfaiates conhecidos que tiveram oficina em Guisande, desde logo lembramos o Joaquim Dias de Paiva, "O Pisco", que viveu no lugar da Igreja. Este Joaquim Dias de Paiva, nasceu em 24 de Setembro de 1906, sendo baptizado no dia 27 do mesmo mês e ano, tendo como padrinho Manuel de Pinho e Maria da Luz, do lugar do Viso. 

Era filho de Francisco Dias de Paiva (este natural de Caldas de S. Jorge) e de Margarida Augusta da Conceição (esta natural de Guisande). Era neto paterno de Jerónimo de Paiva e de Maria Teresa de Oliveira. Era neto materno de António de Pinho e de Maria de Jesus. No seu baptismo, em 27 de Dezembro de 1907. Teve vários irmãos, entre os quais o António, o Bernardo, a Miquelina, o José e o Guilherme. 

Casou em 26 de maio de 1926 com Luzia Rosa de Jesus, de Nogueira da Regedoura. Faleceu em 11 de Fevereiro de 2003. Foi como atrás se disse, um exímio alfaiate. Viveu no lugar da Igreja, junto à ribeira. Deixou filhos e filhas.

Desta família Dias de Paiva publiquei aqui já alguns apontamentos genealógicos.

Quanto a alfaiates em Guisande, para além do Joaquim Dias de Paiva, e o mais recente de que tenho memória, foi o senhor Delfim Gomes da Conceição, no lugar de Casaldaça, conhecido pelo "Delfim do Serra" ou pela alcunha "o Piranga" que trabalhava com as filhas.

Pelas minhas pesquisas pelos velhos assentos paroquiais recordo-me de passar ainda por um outro alfaiate guisandense, ali pelo século XIX, mas não anotei o nome, pelo que oportunamente tentarei procurar e actualizar aqui este apontamento.

21 de novembro de 2023

Pedro, o escravo negro do pároco de S. Mamede de Guisande

 


Quem tem um bocadinho de interesse pela nossa História, saberá que Portugal foi o primeiro país do mundo a abolir a escravatura, com o decreto publicado em 1761 pelo Marquês de Pombal. 

Apesar dessa espécie de galardão, não nos retira o peso da consciência de termos sido, em contraponto, o primeiro estado do mundo a fazer comércio global de escravos provenientes de África. Estima-se que entre 1450 e 1900, Portugal terá traficado cerca de 11 milhões de pessoas. 

O referido decreto publicado em 1761 pelo Marquês de Pombal a abolir a escravatura em rigor não acabou com os escravos, pois em boa verdade apenas foi proibida, a entrada de novos escravos. Desse modo tal decreto não resultou só por si no fim da escravatura, pois para além dos escravos que já existiam à data, havia também os que nasciam de mãe escrava e que desse modo continuavam na condição de escravos. O propósito foi melhorado e pouco tempo depois, em 1763, o Marquês de Pombal voltou ao assunto fazendo aprovar uma nova lei, designada de "lei do ventre livre", que determinava que os filhos de escravos passavam a ser homens livres e que todos os escravos cuja bisavó já era escrava podiam ser libertados.

Certo é que, dizem estudiosos do assunto da escravatura no nosso país, esta continuou, embora já à margem da lei o que não era difícil contornar, mantendo-se a entrada ilegal de escravos provenientes das nossas colónias. Desta situação que se prolongou no tempo, é considerado que a última pessoa que havia sido escrava em Portugal terá morrido apenas na década de 1930, já em plena república. Os jornais da época escreveram que teria 120 anos e que vivia no Bairro Alto em Lisboa, onde vendia amendoins e tinha sido escrava até 1869 data em que um novo decreto abolia de facto a escravatura em todo o nosso território. 

Depois desta introdução histórica, descobri que mesmo aqui em Guisande também existiu alguém na condição de escravo. E logo do pároco, conforme o atesta o documento acima, precisamente o assento de óbito de um Pedro, descrito como "solteiro, homem preto, escravo do Reverendo Manuel Rodrigues da Silva, Abade desta freguesia de Guisande". 

Faleceu este Pedro em 3 de Dezembro de 1787, como se vê já depois dos decretos publicados pelo Marquês de Pombal. O assento é omisso quanto à sua idade, Não sabemos também a sua origem e proveniência, sendo de supor que já seria criado escravo do abade quando este tomou conta de Guisande e que o terá trazido consigo.

Este pároco de Guisande, sacerdote e advogado, Dr. Manuel Rodrigues da Silva, sucedeu na nossa paróquia ao Abade Manuel de Carvalho, fundador da Irmandade e Confraria de Nossa Senhora do Rosário. 

Este dono do escravo Pedro era natural da freguesia de S. Ildefonso, no Porto, tendo sido formado em cânones pela Universidade de Coimbra. Sobre ele escreveu o visitador da Sé em 1769. “É bom pároco, letrado, com limpeza e asseio na sua igreja".  

A torre da nossa igreja foi construída em 1764, por iniciativa deste pároco Manuel Rodrigues da Silva. Faleceu em 12 de Abril de 1790, com cerca de 80 anos ("pouco mais ou menos" como dito no seu assento de óbito), sobrevivendo ao seu escravo em cerca de dois anos e meio. 

Deixou este Abade Manuel Rodrigues da Silva um testamento o qual foi aberto pelo Reverendo João Leite de Bastos, pároco de Santa Maria de Pigeiros. Do testamento, com caligrafia gasta e de difícil leitura, sabe-se que instituiu como seu testamenteiro um seu primo, de nome Pantaleão da Silva Coimbra, a quem deixou bens tal como a uns irmãos, mas ainda várias doações e bens aos seus criados, às confrarias da paróquia e mesmo a Maria, sua afilhada, filha de António Gomes Loureiro, da Barrosa. Também se percebe que do seu atrás referido criado escravo Pedro, este teria uma filha chamada Maria que também terá recebido alguns bens móveis.

Apesar de algum modo podermos ficar surpreendidos que logo o pároco, a autoridade moral e espiritual, tivesse um criado na condição de escravo, temos, todavia, que atentar nos valores da época e que tal não seria caso único. Além do mais, estamos em crer que seria bem tratado e com toda a dignidade humana. De resto teve direito a um ofício exequial com a presença de 11 sacerdotes e até como os demais paroquianos foi sepultado no interior da nossa igreja. E como atrás se disse, à filha deste escravo foram deixados em testamento alguns bens.

Este documento e esta constatação não deixam, porém, de ser uma interessante curiosidade.

21 de março de 2024

A Maria foi à feira a Cesar e ficou prenha

Creio que já o escrevemos por aqui, desde que há casamentos que nunca deixou de haver mães solteiras e sobretudo com os progenitores a não assumirem a paternidade e responsabilidades inerentes, fosse por verdadeira incapacidade de os responsabilizar ou por silêncio comprado ou ameaçado, sobretudo quando os progenitores já eram homens casados e de estatuto social incompatível com a "vergonha" ou infidelidade a assumir. Acontecia, por exemplo, com patrões relativamente a criadas.

Por conseguinte, nos velhos assentos paroquiais dos baptismos, são frequentes as referências a filhos naturais, não reconhecidos como legítimos, de mulheres e raparigas solteiras. Mas também eram considerados filhos naturais e não legítimos todos os que nascidos fora do casamento, como o caso constante num assento de baptismo de uma Petronilha, nascida em 7 de Julho de 1752, filha de Pedro de Oliveira, homem casado, do lugar de Trás da Igreja e de Maria Guedes, viúva que ficou de Manuel Francisco, do lugar de Casaldaça. 

Ora num desses assentos, de uma rapariga a quem foi dado o nome de Getrudes, nascida em 29 de Março de 1739, filha de uma Maria, solteira, esta filha de Manuel da Mota e de sua mulher Domingas da Mota, do lugar da Pereirada, é curiosa a narrativa feita pelo pároco de S. Mamede de Guisande, o Abade Manuel Carvalho, nos seguintes termos: "..e perguntando à dita Maria, solteira, quem era o pai da dita criança, me respondeu que indo ela em fim do mês de Junho próximo (1), passando à freguesia de Cesar, em o caminho zombara dela um homem que ela não conhecera e dele ficara prenhe, em fé do que fiz este assento, que comigo assinarão o padrinho da baptizada e Manuel Francisco, de Cazaldaça, ambos desta freguesia".

(1) - creio que pretendia dizer "Junho passado"

Em resumo, não deixa de ser curioso. Fica-se sem saber se, todavia, se no caso a Maria ficou grávida por um acto de violação ou de uma brincadeira consentida com um estranho.

Seja como for, o caso, que não seria de todo vulgar, mostra a vulnerabilidade das mulheres e raparigas em certas situações e sem que houvesse justiça  capaz de obrigar à assunção da responsabilidade paternal. Certo é que, a ter em conta a descrição, a rapariga iria sozinha a caminho de Cesar (seria à feira e já existiria nesse tempo ?) e pelo caminho foi abordada por um estranho que "zombou" dela. Dessa "zombaria" passados nove meses nasceu a Getrudes, filhinha de pai incógnito que teve a desfaçatez de "zombar" de uma inocente rapariga a caminho não de Viseu mas de Cesar.

Noutros assentos paroquiais similares, volta a ser usado o termo "zombar", no que modernamente poderemos traduzir como "abusar" ou mesmo "violar".

1 de setembro de 2018

Cantares e cantadores ao desafio


No programa deste ano de 2018 da nossa Festa do Viso, na sexta-feira, houve, e bem, lugar aos cantares ao desafio com os conhecidos cantadores Augusto Caseiro (Sardinheiro), das Caldas de S. Jorge e o António Cante, de Carregosa - Oliveira de Azeméis. De resto, o cantador da freguesia das termas já tem marcado presença em anteriores edições.

Sendo que, infelizmente, os cantares ou desgarradas ao desafio marcam cada vez menos presença na nossa festa, apenas de forma esporádica, tempos houve em que faziam parte do cartaz musical com regularidade. Podemos dizer que nas festas e romarias desta nossa região esta tradição de fortes raízes cultural e musical tem vindo a perder terreno em detrimento de um qualquer artista ou grupo, mesmo que de fraca ou duvidosa qualidade. Infelizmente, digo, muito do nosso povo apenas vê nos cantadores um registo monótono e sem a vivacidade rítmica que se espera para uma festa moderna. Infelizmente nesta depreciação, para além da questão de gostos pessoais que se devem procurar respeitar, reside, todavia, muita ignorância cultural e musical relativamente ao entendimento de um estilo que é rico na sua forma e conteúdo.

Apesar disso, sobretudo no Minho, não há festa nem romaria, mesmo das mais afamadas como a Senhora da Agonia, em Viana do Castelo, Feiras Novas, em Ponte de Lima, S. Bartolomeu, em Ponte da Barca, S. João D´Arga em Caminha, entre largas dezenas de outras que se realizam à sombra de uma igreja ou capela, que não tenha cantares ao desafio. De resto, é no Minho que esta tradição tem as suas mais fortes raízes e porventura onde proliferam os mais consagrados artistas da arte do improviso.

Origens:
Embora de origens difusas, os estudiosos da música consideram que as raízes dos cantares ao desafio remontam à civilização grega, nomeadamente às disputas poéticas de pastores a que o poeta Teócrito  (310 a.C.-250 a.C) lhes deus destaque nas sua obras.
Obviamente que o estilo ou conceito de cantigas baseadas no improviso, em monólogo ou em disputa com outro cantador, mesmo que com diferentes ritmos e estruturas melódicas, pode encontrar-se em muitos outros países e culturas, nomeadamente no Brasil onde ali os cantadores são conhecidos como repentistas. Também o acompanhamento instrumental é diversificado, desde um simples instrumento de percussão, como a pandeireta ou pandeiro (no Brasil), até um bombo ou, como em Portugal, com a popular concertina. Aqui também com instrumentos de corda, como a viola braguesa, sendo que a gênese tradicional é apenas com a concertina.

A concertina:
Dizem que as suas mais remotas origens, com o som produzido por palhetas fixas, estão referenciadas à China e ao longo dos tempos foram evoluindo para diferentes formatos e sonoridades. A sua forma mais ou menos moderna foi desenvolvida na Alemanha, país onde está implantada a Hohner, porventura a mais consagrada marca de harmónicas de boca, concertinas e  acordeões.
Em rigor, o instrumento a que em Portugal chamamos de concertina não é uma concertina, já que esta, embora com a mesma estrutura de fole e botões nas extremidades, refere-se, todavia, a um formato hexagonal, accionado pelas mãos e braços e sem elementos de suporte ao tronco. A "nossa" concertina tecnicamente falando é um acordeão diatónico de três filas, cada uma correspondente a uma escala ou afinação, normalmente em DO, FA e SOL. Mas há com outras afinações. Uma das grandes diferenças entre este instrumento e o também popular acordeão é o facto da concertina ser de teclas bi-sonoras (uma nota ao abrir o fole e uma outra diferente nota ao fechar o fole) enquanto que o acordeão, de teclas ou de botões, ser uni-sonoro (a mesma nota ao abrir ou fechar o fole). No acordeão é possível tocar qualquer música ao passo que na concertina há algumas limitações nomeadamente no modo menor poruqe lhe faltam notas de meio tom (sustenidos ou bemóis).
Pese estas diferenças fundamentais, o instrumento de excelência no acompanhamento das cantigas ao desafio popularizou-se com o nome de concertina e assim, mesmo que erradamente, continuará a ser. No Brasil, tanto concertina como o acordeão são conhecidos por sanfona ou mesmo por gaita.

Os cantares:
Os cantares ou cantigas ao desafio, ou desgarradas, conforme são tradição no nosso país, e sobretudo no Minho, traduzem-se fundamentalmente em cantar de improviso, de forma alternada com outro cantador, em jeito de disputa, despique ou função, à volta de um tema mais ou menos escolhido ou mesmo de tema livre.
Nas origens, diz-se que os desafios eram essencialmente de temática mais ou menos religiosa, por exemplo Deus e o Diabo, o Bem e o Mal, os pecados mortais, os sacramentos, ou mesmo a vida de determinados santos, como S. Pedro e S.to António. Estes temas sacros foram aos poucos sendo abandonados porque nas festas o povo exigia assuntos mais alegres, menos sérios, e tornaram-se então recorrentes as cantigas à volta de temas como os binómios Vinho e Água, Lavrador e Carpinteiro (ou outras profissões), a Noite e o Dia, a Madeira e o Ferro, etc. Nestes casos, os cantadores começam por uma série de quadras de saudação aos presentes no terreiro e a si próprios e depois vão lançando o desafio à marcação da função ou do tema e depois cada um defendo a sua parte, lá vão esgrimindo razões de enaltecimento ou depreciação de qualidades e ou defeitos.
Apesar dos temas mais clássicos, o que normalmente desperta a atenção dos apreciadores são os de carácter brejeiro e sobretudo de cariz sexual, nomeadamente quando o desafio é feito entre homem e mulher. Todavia, mesmo com a  carga de brejeirice e de cariz sexual, é importante que tudo o que se cante seja sempre de forma indirecta e que o segundo sentido e interpretação das palavras fique à consideração e imaginação dos ouvintes. Ou seja, que a suposta maldade ou malandrice seja subjectiva e não objectiva. Quando a coisa descamba para a ordinarice muito directa pode ganhar em entusiasmo mas perde seguramente na pureza da tradição.

Alguns afamados cantadores, como o Augusto Canário, Delfim dos Arcos (de Valdevez) e sua filha Carminda, consideram que os cantadores têm que ter alguma psicologia e saber dosear o nível de malandrice ou brejeirice de acordo com a plateia que têm à sua frente ou mesmo com o local. Têm que perceber se quem está a assistir está a gostar ou a torcer o nariz às piadas, se há muitos idosos, se crianças, etc. Por outro lado é totalmente diferente o cantar defronte de uma capela ou igreja e num contexto de festa religiosa ou se numa festa puramente popular ou dentro de um salão ou tasca. Por conseguinte, importará sempre aos bons cantadores este "apalpar" do pulso à plateia de modo a que perceba se estão a alegrar e a divertir, a enfadar ou a provocar.

Cantadores e cantadoras:
Não sendo regra, os cantadores e cantadeiras para além do seu nome próprio são também conhecidos com o nome da terra de que são naturais.
Nas origens e até há poucos anos, os cantadores eram essencialmente homens e os respectivos despiques ou desafios eram entre eles.
Inicialmente cantava-se por divertimento e a troco de uns copos de vinho mas mais modernamente os artistas começaram a ser pagos pelas suas participações e já há quem viva apenas dessa actividade artística.

Aos poucos começaram a aparecer as cantadeiras e com elas a abrir-se a oportunidade para a brejeirice de cariz sexual que obviamente não se proporcionava com cantigas entre homens.
Ainda não são muitas, comparativamente com os homens, mas já há boas cantadeiras, como as conhecidas Adília de Arouca, Irene de Gaia, Irene de Vila do Conde, Celeste de Ponte da Barca, Rosa Maria de Ponte da Barca, Carminda de Arcos (Valdevez). Também tem sido dado destaque a Natividade Vieira (Naty) de Póvoa de Lanhoso, a que se referem como a Raínha das Cantadeiras, tendo sido popularizada pelas frequentes desgarradas com o cantador Augusto Canário de Viana do Castelo, de cujo grupo fez parte até 2012, altura em que se juntou ao grupo do cantador Jorge Loureiro, de Barcelos.
Há algum tempo, em declarações públicas, a cantadora Carminda referiu que uma mulher que ande nestas coisas das cantigas ao desafio e que alinhe num estilo brejeiro, tem que ser solteira ou independente de homem ou então, sendo casada, que o marido tenha total confiança, pois caso seja ciumento e possessivo as coisas podem complicar em certas "brincadeiras" mais apimentadas.

Pela parte dos cantadores, na zona do Minho há muitos e bons de que pessoalmente destaco os mestres Delfim dos Arcos (Valdevez), Cunha de Vila Verde (um dos melhores de sempre), Manel Peta de Vila Verde, o Leiras (Manuel Araújo) do Soajo, Marinho de Ponte da Barca, Carvalho de Cucana de Cabeceiras de Basto, Domingos Soalheira, de Guimarães, Loureiro de Barcelos, Peixoto de Braga, Jorge Loureiro de Barcelos, Zé Cachadinha de Ponte de Lima, Pedro Cachadinha de Ponte de Lima, Nelo Aguiar de Barcelos, Borguinha de Braga, Augusto Canário de Viana e seu colega de grupo o Miranda de Viana. Quim Barreiros, de Vila Praia de Âncora teve fama de bom cantador, noutros tempos, mas há muito que enveredou por um registo bem diferente, mais trauliteiro e raramente entre em desgarradas.

Estilos:
Por tradição, como já se disse, os cantares ao desafio são acompanhados por concertina, que pode ser tocada pelos próprios cantadores ou por outros tocadores. A base musical assenta no ritmo de rusga e da popular modinha da "Cana Verde". Há quem adopte um ritmo e estilo de fado mas esse não é de todo tradicional.
O ritmo deve ser lento, não demasiado, mas o adequado para dar tempo ao cantador para preparar a quadra de resposta. Um ritmo demasiado acelerado para além de não ajudar à compreensão de algumas palavras ditas em modo popular, dificultará certamente a preparação e com isso eventuais falhas ou tempos mortos.

Por outro lado, a tradição é que cada cantador cante uma quadra (quatro versos) de forma alternada, mas há quem cante duas ou mais ou mesmo sextilhas (seis versos). Há ainda um estilo mais livre um pouco ao sabor da inspiração e dos caminhos de cada despique, com rimas emparelhadas e nem sempre cruzadas.
Um bom cantador é obviamente aquele que tem uma boa capacidade de improviso e riqueza de rimas, boa voz e colocação da mesma e consegue dar sequência contextual à quadra cantada pelo parceiro. Simultaneamente, porque lhe confere mais categoria e independência, bom tocador de concertina, embora não obrigatório.
Ao contrário do que se possa pensar, um bom cantador ao desafio não decora quadras até porque nunca saberá o rumo dado pelo cantador com quem estará em despique. Quando muito pode ter alguns versos mais ou menos recorrentes( "muletas") com as quais se socorre em determinadas situações e que encaixam como enquadramento ou introdução. Terá, sim, que ter uma técnica muito própria no improviso de modo a dar sequência natural ao despique ou desafio e à qualidade e diversidade de rimas. Ajudará muito ter um bom vocabulário e praticar rimas, mesmo que sozinho.
Em todo o caso, para a popularidade dos cantadores e cantadeiras contam muito o perfil e o carisma. Cantadores há que têm fraca ou vulgar voz, até mesmo mal colocada ou muito barregada, mas que despertam esse carisma, como são exemplos o Zé Cachadinha e sobrinho Pedro Cachadinha (foto acima), por sua vez filho e neto do já falecido Joaquim Cachadinha, ambos de Ponte de Lima. Na verdade, não se pode falar de cantares e cantadores ao desafio sem falar dos Cachadinhas de Ponte de Lima. Neste caso é maior a fama decorrente da tradição do velho Cachadinha do que propriamente a sua qualidade intrínseca. De resto o Zé Cachadinha tem o estilo de cantar apenas uma simples quadra e não gosta que o parceiro da desgarrada cante mais do que isso.

- Ouve cá o cantador,
Vê se cantas direitinho,
Se cantares mais c´ uma quadra
Ficas aí a cantar sozinho.

Possível resposta provocatória, porque desafiante da regra imposta e simultaneamente "ofensiva":

- Vou cantar uma, ou mesmo duas,
Conforme me apetecer,
Depois de ouvir uma das tuas,
É que vou cá arresolver.

Se me deixas a cantar sozinho,
É porque te meto medo,
Mas isso passa se no teu cuzinho,
Me deixares espetar um dedo.

Mas para isso, ó cantador,
Não precisas meter cunha,
Porque o dedo que eu falo,
É um dedo que não tem unha.


Por cá:
Confesso que, em dias inspirados, até sou capaz de manter um desafio com quem se mostre à altura. Recordo, já com saudade, alguns despiques que fiz com o Ti Zé do Coelho em alguns encontros e convívios. Na altura não era a concertina a acompanhar mas a sua guitarra e a minha viola. Poderia fazê-lo agora com a minha velhinha concertina Hohner, mas as cordas vocais do Coelho, quase com 92 anos, já não têm a frescura para as cantigas ao desafio. Seja como for, ficam para sempre as boas memórias dessas brincadeiras de cantadores sem fama e sem proveito, mas que eram divertidas e alegravam quem as ouvia.

Dito tudo isto, e não foi pouco, e porque não podemos gostar do que não compreendemos, seria bom que aos poucos déssemos o justo valor a esta tradição das cantigas ao desafio, que em muito traduzem o saber, a cultura e maneira de ser do nosso povo e que traz à memória muitas características dos tempos dos nossos avós.

9 de abril de 2025

Confraria e Irmandade de Nossa Senhora do Rosário - Um olhar, uma opinião

 


Não tenho a certeza de estar inscrito na Confraria/Irmandade de Nossa Senhora do Rosário, secular instituição da nossa paróquia, fundada por volta de 1733, com estatutos aprovados a 2 de Setembro de 1734, pelo então pároco, o Abade Manuel de Carvalho, com a devida autorização eclesiástica e da Ordem de S. Domingos (Dominicanos).

Essa incerteza deve-se ao simples facto de não possuir qualquer documento comprovativo da minha inscrição, e à própria instituição não se mostrar capaz de realizar a necessária pesquisa nos livros de assentos dos irmãos e confrades, alegando não ter em sua posse tais registos antigos.

Desconhecendo-se quem actualmente detém esses livros — ou mesmo se eles ainda existem desde a data da fundação —, torna-se efectivamente complicado, senão impossível, confirmar essa condição.

Se esta dúvida já não se coloca para os que infelizmente já faleceram, ela poderá ser muito relevante para os que ainda estão vivos e, como eu, não sabem ao certo se pertencem à Irmandade.

É certo que esta é uma instituição secular, ainda em actividade, e como tal, um património imaterial de valor significativo para a história e cultura da nossa paróquia e freguesia. Contudo, e em rigor, há já muitas dezenas de anos que não funciona como uma verdadeira associação.

Uma associação moderna rege-se por um conjunto de estatutos actualizados, que regulam os diversos aspectos da sua actividade. Tem sócios com direitos e deveres, realiza eleições periódicas, e os corpos gerentes são eleitos democraticamente pelos próprios associados.

Ora, a Confraria e Irmandade de Nossa Senhora do Rosário, ainda sem estatutos revistos e com os originais há muito ultrapassados pelas mudanças dos tempos, vai funcionando, mas não exactamente como uma associação, desde logo porque não realiza eleições regulares.

Assim, num modelo organizativo que remonta ao tempo do Pe. Francisco Gomes de Oliveira, a gestão e controlo da actividade têm estado nas mãos de um reduzido número de pessoas, que, dentro das suas possibilidades, vão fazendo o melhor que podem e sabem.

Não tendo a certeza de ser irmão ou confrade, e não tendo portanto qualquer interesse directo na questão, parece-me, no entanto, que seria importante actualizar e valorizar esta instituição que caminha para o seu terceiro centenário — a celebrar dentro de oito anos. Seria desejável que, até essa data, a Irmandade estivesse devidamente regulamentada por estatutos adequados, em conformidade com as normas da Igreja e com a lei civil.

Além disso, e tendo sempre achado a sua orgânica bastante reservada, constato que várias regras — ou tradições — se têm vindo a perder ou a degradar. Por exemplo: no tempo do Pe. Francisco, era prática que, nas missas mensais ou na anual em que se sorteavam os terços, apenas os próprios, se presentes, podiam indicar a presença, ou, na sua ausência, familiares próximos como pais, irmãos ou avós. Nos últimos anos, porém, tem-se dado voz a familiares mais afastados, como primos ou tios, e até a vizinhos ou amigos. Ou seja, sem regras claras, têm surgido abusos que desvirtuam tradições antigas.

Na ausência de normas, é natural que se verifiquem estas situações de desregulação.

Ainda recentemente assisti à atribuição de um terço a uma pessoa já falecida — algo que, dantes, não era permitido. Sempre que saía o nome de alguém falecido no sorteio, o papel era anulado e rezava-se uma oração pela alma da pessoa em causa.

Neste caso, admito que quem reclamou o terço o tenha feito por desconhecimento dessa regra. Daí que me pareça adequado que, no momento da entrega do terço, perante dúvidas, se peça a quem o recebe que indique qual a sua relação com o sorteado e se este se encontra vivo ou já falecido.

Não aplicando este procedimento, continuarão a verificar-se situações semelhantes — acredito que não por má-fé, mas simplesmente por algum facilitismo e porque a ausência de regras as permite.

Sem qualquer pretensão de estar a ensinar o Pai-Nosso ao vigário, ou a fazer refogado à cozinheira, julgo que ninguém terá razões objectivas para discordar destes princípios.

Mas, como tenho reiterado, não tenho a certeza de ser irmão ou confrade, e ninguém o sabe confirmar. A minha opinião surge apenas como contributo construtivo, sem qualquer crítica pessoal, mas com intenção de orientação e valorização de uma instituição que é, sem dúvida, parte viva da nossa memória colectiva.

Finalmente como esclarecimento, no momento actual a inscrição de um irmão e confrade custa  25 euros e acrescido de 5 euros por cada ano acima de um ano de idade e uma anuidade também de 5 euros. Para quem quiser remir, isto é, não ficar sujeito ao pagamento de anuidades, tem o custo de 45,00 euros, no que é vantajoso sobretudo para baixas idades. Até me parece um valor baixo e desproporcional ao valor de pago de forma anual. Mas, como disse, de acordo com informações colhidas, são estes os valores praticados à data.

Quanto aos direitos dos irmãos e confrades vivos e defuntos, têm sido alterados ao longo destes quase três séculos, mas ainda assim com direito a um bom número de missas depois de falecidos para além de uma missa mensal e uma anual, por vivos e defuntos. aquando da festa, pelo primeiro Domingo de Outubro. Mesmo assim, as despesas têm sido superiores às receitas e a sustentabilidade da instituição, dependendo apenas de receitas próprias decorrentes das inscrições e anuidades, a prazo será posta em causa, pelo que antes que isso aconteça terão que ser encontrados equilíbrios e medidas adequadas.

16 de outubro de 2023

Diocese do Porto - I Encontro de Irmandades e Confrarias


Decorreu no Centro Pastoral de Alfena, Valongo, ontem, Domingo, dia 15 de outubro, o I Encontro de Irmandades e Confrarias da Diocese do Porto. Segundo as palavras do bispo do Porto na convocatória dirigida aos participantes, este encontro foi uma oportunidade para “nos conheceremos, nos formarmos e nos incentivarmos mutuamente a prosseguir este caminho belo da participação e responsabilização de algo que está muito no âmago da vida religiosa do nosso povo”, disse D. Manuel Linda.

Durante este evento foi proferida uma conferência sobre “A importância das Confrarias e das Irmandades na Pastoral” a cargo do padre Vítor Ramos, pároco de Rio Tinto, em Gondomar, que no âmbito dos seus estudos de direito canónico, na Universidade Pontifícia de Salamanca aprofundou este tema das Confrarias e Irmandades.

A Confraria e Irmandade de Nossa Senhora do Rosário, centenária instituição da nossa paróquia de S. Mamede de Guisande (com quase 300 anos), fundada em 1733 pelo abade Manuel de Carvalho, sob a jurisdição dos Dominicanos, também se fez representar com os elementos e confrades Joaquim Santos, António Azevedo Conceição e António Mota.







14 de novembro de 2021

Velho cemitério nos anos 60

 



Já havíamos publicado fotos antigas do cemitério paroquial de Guisande, dos anos 1960, mas a preto/branco. Agora numa versão a cores. Em ambas é possível visualizar a lápide da sepultura do Padre Manuel Carvalho, fundador da secular Confraria da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário, que por desleixo ou incúria, foi destruída ou desencaminhada, num verdadeiro atentado à história, ao património e  sobretudo à memória de quem tanto se dedicou à paróquia.