6 de outubro de 2022

Nota de falecimento

 


Faleceu, Joaquim de Oliveira Santos, meu primo paterno (filho de uma irmã de meu pai), de 79 anos de idade (28 de Outubro de 1942-06 de Outubro de 2022.

Vivia em Gândara - Pigeiros.

O funeral terá lugar amanhã, sexta-feira, 07 de Outubro, pelas 15:00 horas, com cerimónias de exéquias na igreja matriz de Pigeiros, indo no final a sepultar no cemitério local.

Missa de 7º Dia na igreja matriz de Pigeiros na próxima quarta-feira, dia 12 de Outubro pelas 18:00 horas

Sentidos sentimentos a todos os familiares, de modo particular a irmãos, viúva e filhos.

Paz à sua alma. Que Deus o tenha em eterno descanso. 

Andamos tapados


A malta da TAP é muito eficiente. Vai-se fazer transportar em carrões e diz que com isso vai poupar uns milhares. 

É assim mesmo. Esta TAP é um exemplo exemplar. Não são Porches como o que já teve o ministro da tutela, mas convenhamos que BMWs acima dos 52 e 65 mil euros são um bacadito melhores que o meu Citroen Saxo de 2001.

Até para voar é preciso sonhar alto.

Paga Américo, tu que nunca puseste o cu num aviãozinho da TAP!

Desagregação de freguesias


Sou assinante online do jornal "O Correio da Feira". 

Do que li sobre a sessão da Assembleia Municipal de Santa Maria da Feira, de 23 de Setembro último, quanto à votação que aprovou a desagregação da nossa ainda União de Freguesias de Lobão, Gião, Louredo e Guisande, pareceu-me que o deputado Carlos Martins da Iniciativa Liberal, face à troca mútua de responsabilidades entre o PS e PSD, terá sido o mais assertivo na questão dos argumentos ao dizer não entender  a"necessidade de partidarização do tema”. “As populações quando o fizeram não foi para defenderem este ou aquele partido, mas defenderem aquilo em que acreditam”.

Na realidade, a agregação foi feita ao arrepio da generalidade das populações e teve nos principais partidos, como PS, PSD e CDS os grandes responsáveis. 

Por conseguinte aberta agora a possibilidade de rever algumas das situações, deve ser numa base supra-partidária porque os valores ou interesses que estão em causa nada têm a ver com facções políticas.

Ao PS louva-se a possibilidade criada para poder ser possível reverter e ao PSD louva-se o entendimento natural de não obstacularizar.

Assim sendo, a partir deste momento importa de facto não partidarizar a questão, entende-la como da vontade da maioria das populações e aguardar o desfecho na sua etapa final. 

Se se vier a concretizar, depois teremos outras questões por resolver, que não são menores.

[foto: Correio da Feira]

5 de outubro de 2022

O Tino, rapaz com tino


O Tino é assim: Um rapaz simples, quase primordial, despido do espartilho que adelgaça as noções do bom senso ou do juízo perfeito. 

Dizem os especialistas que o Albertino tem algum atraso cognitivo, mas o povo, menos dado a estes conceitos técnicos, diz, apenas, que terá umas quartas-feiras a menos, mas um bom rapaz, do melhor.

Pela minha parte, acho que nem uma coisa nem outra. O Tino tem sobretudo uma simplicidade genuína no pensar e no falar. Pela parte física é um touro de força e destreza e como tal é requisitado como jornaleiro quando se trata de cavar leiras, rachar lenha, limpar matos, apanhar espigas ou batatas. Quanto a ser um bom rapaz, em total acordo.

Em resumo, anda por aí muita boa gente com as quartas e quintas-feiras todas e demais dias da semana e ainda assim com menos tino que o Tino. Como pessoas e quanto a juizinho, em nada são mais ou melhores que o Tino.

Mas o Tino, insisto, é mesmo assim, e nessa simplicidade toda troca-nos as voltas e as ideias. Daria para feirante, capaz de vender botas a quem procura peúgas ou casacos a quem quer comprar cuecas.

Assim, quando nos cruzamos, lá meto conversa de circunstância: 

- Então Tino, está calor?

Mas o Tino responde com outra pergunta: 

- Então houve mais um acidente na Gandarinha? 

- Ai houve? - pergunto interessado.

- Pois houve, e deu um prejuízo do caraças. Podia ter havido mortes! Um carro ficou todo encartado. Vai p´rá sucata direitinho!- responde com ar sério e de quem testemunhou o embate.

Mas mudo de conversa, mostrando-me interessado nas inconstâncias do tempo: 

- Mas, ó Tino, amanhã virá chuva? 

O Albertino responde, novamente, com outra pergunta: 

- Sabias que roubaram quatro galinhas ao Zé Ferreiro?

- Quatro galinhas? - perguntei admirado.

- Sim, e foi de noite e com um cão à porta! - esclareceu abanando a cabeça com ar de quem contava uma impossibilidade.

- Mas então, quem terá sido? - questionei, curioso.

- Foi a viúva do Neca! Era de saber. Já não é a primeira vez! - esclareceu com ar de quem já viu o filme repetidas vezes.

- Mas como é que se sabe que foi ela? Houve testemunhas? - perguntei para esclarecer essa sua convicção.

- Ah, foi o próprio Ferreiro que a viu a meter os frangos, já com o pescoço torcido, num saco.

- Mas foi ele quem te contou? - questionei interessado?

- Ele contou tudo na loja da Nandinha. - disse. - Ele bem deu por ela, mas como caminha mal e estava em ceroulas, não foi atrás dela.

- Mas então ele não vai fazer queixa à guarda? - quis saber.

- Não vai nada! Se calhar não se importa, pois ela roubou-lhe as galinhas mas ele rouba-lhe o pinto!

- Ai é? Bem, eles que se entendam! - respondi já  pela estrada abaixo, mas ainda intrigado a pensar no raio da sua resposta, como se nela justificasse a permuta de galináceos.

O Tino também seguiu para cima, mas ainda a recomendar: 

- É preciso é ter cuidado com as portas abertas. Ela tudo o que vê, tudo rouba. E é pôr à porta dois cães bravos, com fome e com os dentes afiados!

E pronto! O Tino lá continuou desenvolto a caminho de casa. 

De rajada, fiquei a saber de duas novidades que desconhecia, mas continuei sem saber se no dia seguinte choveria. 

Já sei! Para a próxima se quiser saber do Tino se vai chover, tenho que lhe perguntar se o Benfica ganhou ou perdeu. 

Noite



Chega a noite e a aldeia cega,

Sem dissipar esta melancolia,

De um caminho envolto em treva

Até que a luz rompa a fazer dia.

Passadiços e feira de diversões

Dizem as notícias que os Passadiços do Paiva, em Arouca,  receberam prémio nos World Travel Awards, tendo sido considerados a melhor atração turística da Europa.

Desconheço quais os critérios, mas espanta-me a classificação, desde logo porque no que toca a passadiços e enquadramentos naturais e paisagísticos há obviamente muito melhor na Europa, em Portugal e até mesmo no território de Arouca.

Mas estas coisas de gostos parece que não são discutíveis e por isso estes prémios valem o que valem quanto à sua justeza. Valem, obviamente, porque dá mais notoriedade internacional e reforçará a massificação de visitantes ao local, com todos os prós e contras.

Pela parte que me toca não sou apologista da política que tem vindo a ser seguida por Arouca. Valorizar o existente, as mil facetas de um território paisagisticamente riquíssimo, sim, mas fazer disso um parque de diversões, acrescentando-lhes pingarelhos como a ponte, é francamente exagerado. O que virá a seguir?

Ademais, Arouca tem tido algum desenvolvimento mas continua com enormes assimetrias, ainda com pouca rede de água e esgotos e com estradas miseráveis. Na Freita continua muita coisa por fazer e valorizar, nomeadamente na reflorestação.

De resto sobre esta disparidade, não resisto a reproduzir um comentário ao prémio,  de alguém que conhece e vive a realidade da Serra da Freita, como poucos, a Teresa Markowsky Maré:

"...se olhassem mais pela serra da Freita e nos dessem, ao movimento Gaio, uma pequena ajuda para recuperar o que ardeu, plantando árvores nativas, criando prados de flores para os polinizadores, cuidando das turfeiras, criando bebedouros para o gado não andar a cagar e mijar mas zonas de nascente dos rios... proibindo plantações de eucalipto em zonas de rede natura e o corte de árvores nativas centenárias.... a Câmara dê Arouca está de costas viradas para a serra e todos os problemas que lá existem.

4 de outubro de 2022

Água e bananas

Na sequência do caso de suspeição de práticas proibidas por alguns atletas da equipa de ciclismo da W52- F.C. Porto, a imprensa está a noticiar que o atleta João Rodrigues, vencedor do Volta a Portugal de 2019, foi suspenso por sete anos e outros seis colegas ciclistas, entre eles Rui Vinhas e Ricardo Mestre, vencedores da Volta a Portugal em 2016 e 2011, respetivamente, por três anos, pela União Ciclística Internacional.

Ainda não li se a decisão é definitiva ou se passível de recurso.

A propósito, e este é um problema para além de rivalidades clubísticas, o episódio não é novidade e o que não faltam é casos similares no mundo do ciclismo, desde logo à cabeça, o que envolveu o norte-americano Lance Armstrong.

Quando o desporto deixou de o ser, e passou a ser uma indústria de milhões, em que a tentação de vencer a qualquer custo e preço leva a situações destas, tudo deixa de fazer sentido.

E surpreendemo-nos, nós, com estas aldrabices a este nível quando todos bem sabemos que até mesmo entre meros amadores e ciclistas de fim-de-semana há essas tentações de mostrar serviço.

Porque também pedalo e corro, sei de episódios, contados por quem conhece o meio, que para além das vulgares geleias ou gelatinas e outras vitaminas concentradas, para dar poder à coisa, há em alguns grupos partilha de umas certas pastilhitas que dizem dar muito power. 

Obviamente que não generalizando, era o que faltava, mas esta prática extende-se também a outras provas e competições amadoras onde não há qualquer controlo sobre o uso de substâncias inadequadas, em que o artista aldrabão supera o atleta que não se mete em tais aventuras.

Quer isto dizer que o desporto é bom, é salutar ao corpo e à alma, na justa medida e peso, mas quando se pretende fazer dele algo mais, como uma demonstração de super-poderes, de fazer e mostrar coisas bonitas, ainda por cima numa época em que o culto do ego está em alta, todos estamos sujeitos a estas tentações, que mais não seja a reboque da curiosidade, do "deixa-me experimentar". Ora todos sabemos que os vícios nascem sempre dessa curiosidade, dessa experimentação.

Pelo sim e pelo não, até porque nestas coisas não tenho de todo um espírito competitvo, de bicicleta ou a correr, mantenho-me fiel à água da torneira, e muito raramente a uma banana. 

Quanto a gelatinas, compro-as, mas só para os gatos.