27 de fevereiro de 2023

A nascente do rio Ul








Há já algum tempo escrevi aqui um apontamento em que abordei a questão relacionada ao rio Ul e rio Antuã e a confusão que existe sobre a identidade de parte dos seus troços a jusante ao seu ponto de confluência. 

Sendo que por ora vai prevalecendo a versão de que o rio Ul é aquele que nasce em terrenos localizados entre a aldeia de S. Mamede, da freguesia de Fajões do concelho de Oliveira de Azeméis e de Monte Calvo, da freguesia de Romariz do concelho de Santa Maria da Feira, por estes dias dei por ali uma caminhada no sentido de verificar no próprio local o ponto onde é dado como seu nascimento.

Assim, deixando o carro na Rua Dr. Albino Soares dos Reis, junto às alminhas da Terrenha e do novo viaduto sobre o troço da variante Feira-Arouca, descendo a estreita estrada designada de Rua do Souto, de norte para sul, logo ali no fundo se depara com o rio que cai uns metros num barroco fundo, descendo depois de sul para norte pelo lugar de Monte Calvo. No lado oposto da estrada é possível verificar que para além de um troço em regueirão que desce pela berma da Rua do Souto, há águas que vêm debaixo dos campos do lado nascente. Seguindo para cima com o tal regueirão na borda esquerda da estrada, correndo em parte em conduta de meia cana em cimento, um pouco mais a sul o curso inflecte para dentro dos campos e para nascente e logo depois acompanha um caminho. À frente, vê-se que há ali uma junção de águas, vindas do lado nascente acompanhando o caminho e ainda do lado sul num barroco que inflecte para sul. Neste cruzamento de águas, um pouco para norte e já dentro dos campo, há ali uma grande presa que parece colher a maior parte das águas da referida junção e segue para noroeste a descoberto, durante alguns metros na borda do campo, e depois continua já de forma aparentemente canalizada e que irá desembocar precisamente no ponto da Rua do Souto onde a atravessa.

Assim, seguindo o tal barroco para sul, logo depois existe ali um ponto onde está afixada uma chapa com a inscrição "Nascente Rio Ul". Ora na verdade, apesar da boa vontade de quem ali colocou a placa, não se pode considerar de todo como sendo aquele ponto a nascente do rio Ul, até porque ainda um pouco mais a sul, existe uma caixa onde no seu fundo se vê água canalizada pelo menos de duas direcções.

Ou seja e em resumo, o tal ponto assinalado, é apenas uma referência e nem sequer se refere ao ponto onde todas as águas se juntam para formar a partir dali o rio Ul. Faria mais sentido que a tal placa se localizasse junto á estrada que é atrevessada já que ali se juntam as águas vindas do lado sul e do lado nascente por debaixo dos campos. Será dessa confluência de águas vindas de vários pontos que se pode considerar como formado o rio que segue a partir dali bem definido.

Assim, do que é possível observar no local, e tal como acontece com muitos rios, grandes e pequenos, estes são o resultado de ajuntamento de águas vindas de vários pontos, e no caso do lado sul e nascente, da encosta do monte de S. Marcos e mesmo do lugar de S. Mamede onde ali existe uma fonte e que certamente as suas águas vão acabar por desembocar mais abaixo ao tal ponto de ajuntamento.

Seja como for, mesmo que com diferentes nascentes, é naquela zona de amplos campos agrícolas que se reunem as águas que vão dar origem ao rio Ul.

26 de fevereiro de 2023

Paróquia - Contas apresentadas

 






Depois de vários meses sem apresentação das contas, foram afixadas publicamente os relatórios das contas da paróquia e a promessa de a partir de agora serem divulgadas com regularidade mensal.

Do que vi, sem por em causa a transparência e rigor das mesmas, parecem-me algo confusas na sua apresentação. Por exemplo, depósitos bancários a serem considerados pagamentos e depois novamente os mesmos como receitas. Ainda duas tabelas de pagamentos no caso das contas do mês de Janeiro de 2023. Em rigor depósitos bancários não devem ser considerados receitas nem despesas, mas apenas uma forma de gestão do saldo positivo quando este existe.

A meu ver, deveria haver apenas a descrição das receitas e sua origem e despesas e seu destino, em apenas duas tabelas e da diferença das mesmas resulta o saldo, como é norma em contabilidade de caixa corrente Várias tabelas de receitas e pagamentos ou despesas e itens relativos a depósitos considerados como receitas são desnecessários e só vêm confundir.

24 de fevereiro de 2023

Nota de falecimento

Faleceu Madalena dos Santos Alves, de 85 anos [18 de Janeiro de 1938 a 23 de Fevereiro de 2023], do lugar de Cimo de Vila - Guisande.

Cerimónias fúnebres na igreja matriz de Guisande, amanhã, Sábado, 25 de Fevereiro de 2023, pelas 11:00 horas, indo no final a sepultar no cemitério local.

Missa de 7.º Dia na próxima Sexta-Feira, 3 de Março de 2023 pelas 18:30 horas na igreja matriz de Guisande.

Sentidos sentimentos a todos os familiares, de modo particular a seu marido, Sr. Joaquim Gomes da Silva, seus filhos e netos.

Que Deus a tenha junto a si. Que descanse em paz!

23 de fevereiro de 2023

Querias calorias


Com tanta gente a dar à sola, seja a caminhar, a correr ou a pedalar, são muitos os que gostam de usar aplicações nos telemóveis e relógios que fazem o controlo das actividades. Pessoalmente na maioria das minhas actividades nem me dou ao trabalho de lavar o telemóvel quanto mais fazer o registo. Mas há malta que não perde uma e regista tudo, como tempo, distância, ritmo, elevação e gasto de calorias, médias, desafios, etc, etc.

Ora uma das questões de alguns utilizadores é esta: - Nas aplicações de monitorização de corridas e caminhadas como é que é calculado o gasto de calorias?

Pois bem: O cálculo do gasto calórico durante corridas e caminhadas pode variar entre diferentes aplicações de monitorização, mas geralmente é baseado em uma combinação de informações como peso corporal, idade, sexo, distância percorrida e tempo de atividade.

Uma das formas mais comuns de calcular o gasto de calorias é através da equação de consumo de oxigênio em repouso (VO2) e do gasto energético da atividade física. A maioria das aplicações usa algoritmos que estimam a quantidade de oxigênio que o corpo está consumindo durante a atividade física, com base na velocidade e intensidade da atividade, para depois calcular o gasto calórico.

Alguns aplicativos também permitem que os usuários entrem com informações adicionais, como o tipo de atividade que estão fazendo (corrida ou caminhada), o terreno (plano ou montanhoso) e a inclinação. Essas informações podem ajudar a refinar os cálculos de gasto calórico.

É importante lembrar que o cálculo do gasto de calorias é apenas uma estimativa e pode não ser totalmente preciso para todas as pessoas, pois cada indivíduo tem um metabolismo diferente e pode queimar calorias de maneiras diferentes durante a atividade física. Além disso, fatores como temperatura ambiente, umidade, roupas utilizadas e condições de saúde pessoais também podem afetar o gasto de calorias durante a atividade física.

Por outro lado, procurando saber o gasto médio de calorias durante uma hora d euma caminhada, tal depende de vários fatores, incluindo o peso corporal, a intensidade da caminhada e a velocidade. No entanto, em média, uma pessoa com peso corporal de 70 kg pode queimar entre 240 a 350 calorias por hora de caminhada moderada (cerca de 5 km/h). Já uma pessoa com peso corporal de 90 kg pode queimar entre 300 a 440 calorias por hora de caminhada moderada.

Importa ter em conta que essas estimativas são apenas médias e o gasto calórico pode variar de acordo com a intensidade e duração da caminhada, além de fatores como o terreno (plano ou montanhoso) e inclinação. A variação individual também deve ser considerada, já que a quantidade de calorias que uma pessoa gasta durante a caminhada pode ser influenciada pela idade, sexo, nível de condicionamento físico e metabolismo basal.

Em resumo, tudo isto é apenas uma merdice porque as pessoas que fazem este tipo de monitorização no geral gostam de saber as suas capacidades e resultados como se fossem super homens. Caminhar é caminhar e correr é correr. A ciência primordial é simples e existe desde que os homens das cavernas corriam para caçar as presas ou fugir delas. Por isso, calorias, médias, ritmos, velocidades, ganhos de elevação, em rigor são paneleirices que servem apenas para entreter e alimentar egos do género "a minha pila é maior que a tua".

22 de fevereiro de 2023

Sacerdotes - Vocação ou profissão?

Confesso que os valores que de um modo geral os padres e párocos cobram às suas paróquias, é assunto que não me prende a cuidados e como tal não tenho nem quero ter uma opinião rígida, porque neste como em muitos outros assuntos, há sempre diferentes opiniões e pontos de vista.  De resto, contribuir para tal pagamento por enquanto é coisa que não é obrigatória.

Por conseguinte considerar se será  muito ou pouco, até em função da proporcionalidade e recursos de uma qualquer freguesia e ainda sabendo que hoje em dia qualquer sacerdote acumula duas, três ou mais paróquias, é assunto que pouco adianta discutir e sobretudo porque nos dias que correm  já todos sabemos que os tempos de sacerdotes pautados por vocação e dedicação às causas do espírito e com o possível desprendimento material ou mesmo votos de pobreza, é coisa de um certo passado. Hoje em dia a realidade é diferente e não há outra forma de o dizer, os sacerdotes, os párocos são comuns assalariados e como quaisquer outros cidadãos reclamam todos os confortos materiais e acumulam riqueza. Padres desprendidos das cousas materiais, como o saudoso Pe. Domingos Moreira, que foi pároco de Pigeiros e Guisande, ou mesmo o nosso conterrâneo Pe. Agostinho da Silva, já serão modelos raros e em vias de extinção, se é que ainda os há.

Sinais dos tempos em que mesmo sob essa condição e supostamente com bons ganhos, acima da média de qualquer normal licenciado, doutor ou engenheiro, ainda falta gente à profissão. Por conseguinte, mesmo sendo da esfera da religião, funciona aqui a lei do mercado e da relação da procura e oferta. Enquanto assim for, não pode esperar qualquer paróquia que tenha como seu guia espiritual alguém a trabalhar pró bono. De resto e nestas coisas da Igreja, como parece que se dizia dos bonitos sermões de Frei Tomás, é olhar para o que ela diz e não para o que faz.

21 de fevereiro de 2023

Cozido de Carnaval - Enquanto dura...

 




Num tempo em que algumas das nossas tradições se estão a desfazer, outras ainda subsistem, como comer um cozido-à-portuguesa no dia de Carnaval, marcando simbolicamente o tempo de Quaresma que começa precisamente no dia seguinte, Quarta-Feira de Cinzas.

É certo que um cozido-à-portuguesa com carnes caseiras é um prato já raro eonde ainda é possível,  é paga a peso de ouro, mas com algum cuidado e pre-preparação, incluindo salga e aplicação de algumas horas de fumo, ainda é possível um vislumbre dos sabores e saberes dos antigos cozidos, quando era comum  acriação de porcos que comiam das sobras e do que a terra dava.

Mas não tenhamos ilusões: daqui a mais uma ou duas décadas o prato tradicional neste dia de Carnaval será constituiído por pizas, atum em lata, salsichas, hamburgueres e outras fasts-foods tão do agrado das novas gerações. É o que é e não há volta a dar!

20 de fevereiro de 2023

Bacalhau no Pinhão com vista para o Douro








Uma rápida viagem por terras do Douro. Paragem para pequeno almoço em Vila Real, na antiga Pastelaria Gomes com a prova das populares "cristas de galo", seguindo-se uma visita ao berço de Miguel Torga, em S. Martinho de Anta, em repouso à sombra dos ciprestes, ainda um saltinho à Senhora da Azinheira e depois uma passagem por Sabrosa e a descida ao Pinhão, onde almoçamos.

Dez anos depois de uma primeira vez, em trânsito para uma visita local, o regresso ao restaurante LBV 79. Não tanto por uma primeira boa impressão mas por falta de tempo de procurar de um local alternativo e porque a localizaçao é excelente com amplo parque de estacionamento e vista para o rio Douro que em frente se espraia.

Instalação cuidada e pessoal simpático. Ainda em S. Martinho de Anta, contactei para reservar mas informaram que não aceitavam reservas e que o atendimento seria por ordem de chegada com abertura às doze horas. Assim, para não facilitar e porque convinha partir cedo para outras paragens, uns ligeiros minutos antes do meio dia fomos os primeiros a entrar e a ocupar uma das mesas na sala no primeiro Andar. Foi-nos dada a opção de almoçar no pequeno terraço voltado ao Douro mas com a temperatura um pouco fresca, preferimos ficar na sala, mas pretendendo ficar um pouco desviado da porta de acesso ao terraço para evitar correntes de ar, foi-nos informado que a mesa pretendida estava reservada. Uma situação estranha já que meia hora antes fomos informados no contacto telefónico que não aceitavam reservas.

O menu apresentava variedade de pratos com doses individuais e a preparar na hora. para ser mais rápido optamos por bacalhau recheado com presunto com acompanhamento de batata frita e legumes salteados e pontilhado por duas azeitonas. Outra versão com puré de batata, dois camarões e legumes salteados e ainda outra com costeletas de borrego grelhadas com acompanhamento de batata frita aos cubos e um raminho de alecrim. Ainda uma salada mista de alface, tomate e pepino para acompanhar os pratos sem legumes.

Quanto ao vinho fomos num maduro branco da casa, bastante aceitável, fresco e com toques de casta moscatel. Uma garrafa de água, azeitonas, saborosas e pão, também saboroso. Porções de manteiga que não consumimos.

Quanto à comida, uma apresentação razoável mas de sabores e preparação sem qualquer deslumbramento. Doses individuais suficientes mas o bacalhau com postas estreitas e baixas e de tempero um pouco para o salgado. As batatas excessivamente queimadas. O puré com pouco sabor, consistência desligada e pobre. Sensaborona pelo que ficou nos pratos.

Com alguma comida a sobrar, nomeadamente o puré, não fomos nas sobremesas apresentadas, que pareciam comuns e algo caras. Apenas café e uma conta para quatro pessoas de 100 euros.

Em resumo, sem desmerecimento mas pratos um pouco caros para a relação de qualidade e quantidade, certamente a aproveitarem o fluxo turístico que ali ocorrre. Na nossa zona, com a mesma quantidade e qualidade até superior, come-se por metade do preço. Também o sistema de serviço, a confecionar na hora, sem pratos já prontos, faz com que a demora e a refeição se tranformem em quase duas horas à mesa. Deste modo não surpreende que em pouco tempo estivesse bastante gente em lista de espara.

Em resumo, uma experiência que não se pode classificar de negativa, mas muito vulgar e abaixo das expectativas a ter em conta a frequência e comentários ao local, sem qualquer nota de diferença na relação preço, qualidade, quantidade, serviço e tempo de espera. Numa próxima paragem no Pinhão, geograficamente um local bonito mas urbanisticamente desmazelado, confuso e com excessivo movimento, teremos que experimentar uma das outras opções de restauração.