29 de abril de 2022

Instinto

Os julgamentos hão-de ser feitos por quem de direito. Espera-se!

Como adepto do ciclismo, sempre me pareceu que a supremacia dos atletas da W52-F.C. Porto ía para além das pernas e treino, não dando hipótese mesmo aos melhores da concorrência. Sobretudo pelos espanhóis que apesar do peso da idade pareciam reis em terras de cegos, ganhando umas atrás das outras com a facilidade de um actual Roglic ou Pogaçar.

A ver vamos, mas compreende-se a tentação desta e doutras equipas e dos seus atletas em quererem mostrar serviço, mesmo em contextos controlados e escrutinados. Os prémios, os troféus, o prestígio, valem o risco, pensarão. No fundo nada se aprendeu com casos como o do Lance Armstrong. De resto a coisa nem é exclusiva desta modalidade.

Mas percebe-se a tentação. Afinal, mesmo os simples amadores, e eu vejo-os por aí, andam todos artilhados e neles vemos o sentido de competição sempre ao rubro e as pastilhas e super gelatinas vão andando nos regimes só para se fazer boa figura. Os troféus são estampados nas redes sociais com médias, ritmos e poses. A febre generaliza-se.

Em rigor somos todos da mesma massa e como tal egocêntricos e vaidosos, sempre tentados a mostrar que o nosso pirilau é maior que o dos outros. Dizem que isto faz parte do nosso ancestral instinto, mesmo de quando não tínhamos inventado a roda.