18 de outubro de 2022

Os lápis de cor



Era uma vez um rapazinho de família pobre e humilde que gostava muito de desenhar, mas só tinha um simples lápis, de cor cinzento, que o seu pai, que era carpinteiro, lhe emprestava.

Gostava ele de desenhar cães e gatos que o seu avô lhe ensinava à noitinha, à luz da vela, enquanto a sua mãe preparava o simples jantar.

Quando completou 6 anos, entrou o menino para a escola primária e a sua família, mesmo com muitas dificuldades, conseguiu pagar os livros onde aprenderia a ler, os cadernos onde escreveria, uma lousa onde faria as contas, um afiador de lápis, uma borracha para safar os erros, e ainda uma bela caixinha com 6 lápis de cor.

Foi uma alegria para esse rapazinho quando recebeu a caixinha com 6 belos lápis, pois já podia fazer os seus desenhos com as suas 6 cores.

Os seus cães, até ali cinzentos, passaram a ser castanhos, verdes, vermelhos, azuis, amarelos e lilás. Às vezes até os pintava às bolinhas e às riscas.

Os gatos eram verdes e vermelhos conforme a sua imaginação.

Mas um dia, o menino pobre conheceu outro menino da sua classe, que era filho da professora, por isso um menino rico.

Ora o rapazinho pobre descobriu que o rapazinho rico tinha também uma caixa de lápis-de-cor mas não apenas com 6, mas com 12 lápis.

Lá estavam entre outras cores, os lápis cor-de-laranja, cor-de-rosa, verde claro, verde-escuro. Tinha, pois, mais 6 lápis com cores diferentes das suas.

Então o menino pobre ficou um pouco triste e ficou a imaginar que com todas aquelas 12 cores conseguiria fazer cães e gatos de cores diferentes e até mesmo desenhar o arco-íris, que aprendera que tinha 7 cores.

Mas tudo se resolveu, pois o menino rico tornou-se amigo do menino pobre e sempre que na escola a professora mandava fazer um desenho, eles partilhavam os lápis e assim fizerem belos desenhos, bem coloridos com todas as cores.

O menino pobre ensinou então o menino rico a desenhar belos cães e lindos gatos e assim ambos viviam naquela amizade bonita e colorida, que durou toda a escola primária.

Ainda hoje, já homens crescidos, são amigos.

Moral da história: Haverá sempre meninos pobres e meninos ricos, mas todos serão felizes, menos pobres e mais ricos se partilharem entre si os seus bens, mesmo que seja apenas uma simples caixa de lápis de cor.


(Pequeno conto infamtil que escrevi e que foi lido por uma criança (a Leonor) durante a  sessão de apresentação do meu livro infantil no passado dia 1 de Outubro, no Centro Cívico de Guisande)