O Inquérito aqui lançado ontem, já teve 36 participações apesar de mais de 200 visualizações.Todavia, para um dia, não deixa já de ter alguma relevãncia.Assim, mesmo que ainda com pouca representatividade, permite já traçar algumas conclusões e perfil do eleitor guisandense. Vamos à análise de cada questão e peso das respostas:
1. Peso do partido político /candidatos
63,9% afirmam que o partido não é decisivo e 91,7% votam pela capacidade/personalidade dos candidatos.
Isto indica uma clara tendência de personalização da política local, onde as qualidades individuais superam a lógica partidária. Apesar disso, na nossa freguesia é ainda reconhecido um eleitorado mais velho muito arreigado, mesmo fundamentalista, valorizando o partido em detrimento da qualidade dos candidatos do lado oposto.
2. Idade dos candidatos
Apenas 25% consideram a idade importante.
Mas, quando questionados directamente, 66,7% preferem candidatos mais jovens.
A idade por si só não pesa, mas há uma preferência por renovação geracional, possivelmente ligada a novas ideias ou a maior energia. De resto é uma percepção normal já que mesmo em Guisande os jovens já são detentores de formação superior e mesmo com licenciaturas, por isso com capacidade e saber. Pelo contrário, pelo contexto da evolução da nossa sociedade ao nível da Educação, os mais velhos, mesmo que com experiência e saberes, têm naturalmente menor formação académica.
3. Experiência política e formação
58,3% valorizam experiência em cargos autárquicos.
Já a formação académica/profissional (33,3%) e a área profissional (25%) são pouco relevantes.
A experiência prática pesa mais do que os diplomas. O eleitorado valoriza o envolvimento e provas dadas em funções locais, não apenas em currículos.
4. Envolvimento cívico
75% consideram o envolvimento comunitário um factor decisivo.
A proximidade real com a freguesia é vista como fundamental, mais até do que idade, profissão ou formação. Esta situação é compreensível, já que, naturalmente, quem presta serviço de cidadania em grupos ou movimentos na freguesia e paróquia têm uma acção mais visível e por isso geram maior confiança e valorização.
5. Prioridades locais
Arruamentos lideram (38,9%) como principal necessidade de obras.
Seguem-se espaços desportivos e sede da Junta (ambos 16,7%), e zonas religiosas (13,9% cada).
A prioridade clara é infraestrutural e funcional (estradas/acessos), acima de património ou cultura. Pode resultar daqui uma percepção de que as intervenções nos espaços envolventes a equipamentos religiosos devem merecer apoio de outras entidades, como a Câmara Municipal, e não apenas da Junta de Freguesia.
6. Expectativas da futura Junta
Proximidade e envolvimento (41,7%) e obras/melhoramentos (38,9%) quase empatados.
Limpeza (11,1%) e cultura/desporto (8,3%) ficam em segundo plano.
Os eleitores querem uma Junta ativa e próxima, com foco em infraestruturas básicas.
7. Avaliação da União de Freguesias
Apenas 2,8% avaliaram como “bom”.
Metade (50%) acha “mau” e 47,2% “razoável”.
Existe forte insatisfação com a gestão anterior, o que abre espaço para a renovação. Apesar disso, é difícil perceber uma relação da gestão do PS pu do PSD já que ambos governaram a União de Freguesias.
8. Perfil desejado para os candidatos
Proximidade/inovação (38,9% cada) são igualmente valorizados.
Humildade/seriedade (11,1%) e promoção de valores (11,1%) são secundários.
Espera-se alguém dinâmico e próximo, capaz de executar projetos concretos.
9. Perceção sobre os partidos (PSD/PS)
63,9% acham que os partidos só aparecem em época eleitoral.
Reforça a visão de que o partidarismo é secundário e há distância entre estruturas concelhias e a realidade local.
10. Cabeças de lista
PSD: 41,7% consideram boa escolha, mas 38,9% acham que havia melhor opção.
PS: 41,7% acham que havia melhor opção, 25% que foi uma boa escolha.
Tanto no PSD como no PS há divisão e algum descontentamento com as escolhas feitas. É notório que ambas as listas tiveram dificuldades na sua composição, com recusas de várias pessoas. Estas dificuldades resultam também de um alheamento e descrédito da classe política e nem os partidos revelam interesse pelas comunidades para além dos perídos eleitorais. Por outro lado, 12 anos numa União de Freguesias contribuiram para uma erosão dos valores identitários junto dos mais jovens.
11. Confiança nos candidatos principais
61,1% confiam em Johnny Almeida ou Celestino Sacramento.
36,1% preferem esperar para ver.
Existe confiança moderada, mas também cautela: expectativas altas, mas prudentes.
Por outro lado, pode haver reservas fundadas já que o elitorado também procura estbelecer confiança e uniformidade de qualidade com base em toda a lista, ou principalmente nos três primeiros elementos e não apenas no cabeça-de-lista.
12. União pós-eleições
69,4% acreditam que a freguesia ficará unida depois das eleições.
Predomina o optimismo quanto à coesão social, independentemente do resultado.
13. Intenção de voto
97,2% dizem que vão votar.
Demonstra forte mobilização cívica, o que pode ser decisivo para a legitimidade da nova Junta. Se esta tendência se verificar, significa que pode baixar a abstenção e com isso uma maior participação e também uma maior imprevisibilidade.
Resumo final:
O eleitorado de Guisande vota mais em pessoas do que em partidos.
Prefere candidatos jovens pelo seu dinamismo, de preferência experientes e próximos da comunidade.
As infraestruturas básicas (arruamentos) são a maior prioridade.
Há insatisfação com a gestão anterior, mas também optimismo quanto ao futuro.
Tanto no PSD como no PS enão é claro um concenso sobre a escolha dos cabeças de lista.
A taxa de participação tende a ser muito elevada (97%), mostrando grande interesse na mudança local.
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