Fui informado de que no fecho das contas da defunta União de Freguesias, apenas irá sobrar um saldo de pouco mais de 16 mil euros, o que dividido proporcionalmente pelas quatro novas freguesias, a Guisande calhará, mais coisa menos coisa, 3 mil euros. Sou de opinião de que esta verba seja doada a uma instituição de caridade.
Verdade se diga, a perspectiva deste saldo final tão insignificante nunca foi surpresa, pelo menos para mim, e de há muito se sabia que os cerca de 350 mil euros que a Junta do PS herdou do anterior mandato PSD iria ser gasto na totalidade.
Com isto, tinham razão aqueles que disseram que assim não custava governar e fazer brilharetes, porque com o dinheiro deixado pela gestão de outros. Mas, tenho para mim, que quem mais culpa teve neste processo foram os que no anterior mandato, por manifesta incapacidade, por mau cálculo ou porque apenas poupadinhos, se permitiram ao luxo de deixar tão avultado saldo. Creio que no concelho da Feira e arredores terá sido inédito, deixar de fazer obras essenciais e melhoramentos necessários, para com isso perderem as eleições e, como se costuma dizer na gíria, e passe a expressão, "entregarem o ouro ao bandido".
Sendo assim, se bem ou mal gasto, certo é que foi gasto, quase até à última gota. Eventuais questões de obrigação ética e proporcionalidade em deixar um saldo similar ao recebido, aqui pouco contam para o totobola, porque certamente que foi gasto dentro de toda a legitimidade e legalidade. Se era bonito ser transmitido um saldo semelhante ao recebido? Concerteza que sim, até como prova de que uma boa gestão não precisa de prendas extra, mas isso já é entrar no domínio dos sonhos cor-de-rosa com fadas e unicórnios. O mundo real é outro e nem sempre se compadece com lirismos.
Em resumo, nada me surpreende este desfecho e estas contas. De resto, sabia-se que desde que a desagregação se transformou numa realidade, tornou-se claro que nada de substancial iria sobrar, e antes disso o compromisso assumido publicamente no apoio ao relvado sintético do campo de jogos do Guizande F.C. já tinha ido ao ar.
Por conseguinte, sabia-se que o castelo da União de Freguesias, sem alicerces sólidos, estava a ruir e caíu assim, com estrondo, mas sem surpresa. Agora é levantar dos escombros e voltar a pôr a nossa freguesia nos carris, porque em todo o tempo da união de freguesias foi de facto tempo perdido e com pouco proveito.
Quanto aos 3 mil euros, sim, acho que se deviam doar a uma instituição de caridade. Concertza que o digo com alguma ironia, mas porque não? Seria simbólico.
