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20 de setembro de 2022

S. Rafael

Não procuro as notícias mas elas vêm ter comigo. E dizem-me que o futebolista do SL Benfica, Rafa (Rafael Alexandre Fernandes Ferreira da Silva), terá anunciado a sua indisponibilidade para representar a dita selecção nacional de futebol abrasileirada, como quem diz, anunciou a sua retirada.

Independentemente das suas razões, que diz serem pessoais e familiares, devem ser respeitadas. Ganha com isso, naturalmente, o seu clube, já que as participações nas selecções são para os clubes uma constante dor de cabeça e notório prejuizo.

Parece-me também que, pelo seu historial na selecção e a forma como vinha a ser aproveitado, em que nunca foi levado a sério, fez bem. De resto já é moço a roçar os 30 anos, o que para um futebolista é quase velhice.

É claro que alguns arrastam-se por ali ate´aos 40 e se lhes derem lugar, até mesmo aos 50, tapando o caminho a outros craques mais novos.

De resto esta selecção dita nacional, a do Fernando Santos, do Ronaldo e do Jorge Mendes, sempre foi assim, de um certo grupinho, alguns brasileiros e mais uns tantos. E no grupinho não se mexe, mesmo que não joguem nos clubes. Os outros, os mais uns tantos, vão andando por ali para jogar uns minutinhos, a amaciarem o banco e almoçarem juntos com o Ronaldo, o Pepe e o Moutinho.

Portanto, esta decisão legítima do Rafa, vale o que vale, e nem deverá ser encarada como recado para ninguém, mas servirá pelo menos a alguma reflexão, até porque foi anunciada num momento de nítida boa forma e rendimento e na véspera de jogos da selecção para os quais tinha sido convocado.

Posto isto, mesmo que esta seja uma notícia banal, parece que tem incendiado as redes sociais e a coisa é levada à discussão num contexto de clubite com interpretações próprias, leituras e recados. Uns louvam a atitude, outros acham que não faz falta, outros consideram que foi uma decisão nojenta, outros ainda alvitram que foi um opção cobarde, como se o representar uma selecção, que é tudo menos nacional, seja um desígnio sagrado ou dever patriótico. 

Um exagero. Afinal foi apenas um jogador que tomou uma decisão de carreira. Nada mais!

14 de setembro de 2022

Selvajaria

O que aconteceu por estes dias com o rapazito no estádio de futebol do F.C. Famalicão, é do pior que pode haver no futebol. Era adepto do Benfica, e que do Porto, Sporting, Arouca ou Feirense fosse.

Mas, estranhamente, há uma sensação de que isto não tem nada de surpreendente porque as tribos do futebol andam há muito extremadas. As claques andam desvirtuadas e são, regra geral, grupos de arruaceiros, sem respeito por eles próprios quanto mais pelos adversários. Pior do que isso, encobertos e apoiados pelos clubes, dos vermelhos aos azuis passando pelos pretos, verdes e amarelos.

Talvez por isso cada vez mais me interessa menos o futebol e, felizmente,  já dou comigo sem saber a que horas e com quem joga o meu clube. Vâo à bardamerda!

No dia em que nas bancadas não houver lugares distintos para grupos e grupinhos, onde cada um, do mais novo ao mais velho, se puder sentar de forma misturada com os seus e com os outros, sem que sejam discriminados e ofendidos, talvez esteja dado um salto civilizacional. 

Até lá tudo não passa de uma estrumeira, onde o conceito do desporto e do desportivismo é vilipendiado e com gente a contribuir risonhamente para isso.

Mas é esperar sentado. Volta e meia surgem estes casos, há indignação por se ver um rapazito obrigado por gandulas a despir a camisola do seu clube, ou por uma companheira de um conhecido macaco ofender no espaço público uma adepta de outro clube, porque vestida com cores diferentes, mas depois de algumas posições politicamente correctas, o estado normal volta à normalidade.

Já dizia Miguel Torga, aquando da sua passagem pela universidade de Coimbra, a propósito de selvajaria, "não há universidade que nos tire da idade da pedra lascada".

13 de setembro de 2022

Selvajaria

O que aconteceu com o rapazito no estádio de futebol do F.C. Famalicão, independentemente das razões de cada parte, é do pior que pode haver no futebol. Era adepto do Benfica, e que do Porto, Sporting, Arouca ou Feirense fosse. Até admito que o pai da criança tenha forçado a situação e também ele acicatador do que aconteceu.

Mas, estranhamente, há uma sensação de que isto não tem nada de surpreendente porque as tribos do futebol andam há muito extremadas. As claques andam desvirtuadas e são, regra geral, grupos de arruaceiros, sem respeito por eles próprios quanto mais pelos adversários. Pior do que isso, encobertos e apoiados pelos clubes, dos vermelhos aos azuis passando pelos pretos, verdes e amarelos.

Talvez por isso cada vez mais me interessa menos o futebol e, felizmente,  já dou comigo sem saber a que horas e com quem joga o meu clube. Vâo à bardamerda!

No dia em que nas bancadas não houver lugares distintos para grupos e grupinhos, onde cada um, do mais novo ao mais velho, se puder sentar de forma misturada com os seus e com os outros, sem que sejam discriminados e ofendidos, talvez esteja dado um salto civilizacional. 

Até lá tudo não passa de uma estrumeira, onde o conceito do desporto e do desportivismo é vilipendiado e com gente a contribuir risonhamente para isso.

Mas é esperar sentado. Volta e meia surgem estes casos, há indignação por se ver um rapazito obrigado por gandulas a despir a camisola do seu clube, ou por uma companheira de um conhecido macaco ofender no espaço público uma adepta de outro clube, porque vestida com cores diferentes, mas depois de algumas posições politicamente correctas, o estado normal volta à normalidade.

Já dizia Miguel Torga, aquando da sua passagem pela universidade de Coimbra, a propósito de selvajaria, "não há universidade que nos tire da idade da pedra lascada".

13 de maio de 2022

Vamos ajudar o Fernandinho e a malta da bola


"De acordo com a edição desta semana do Expresso, a Autoridade Tributária declarou que Fernando Santos tem uma dívida de €4,5 milhões ao fisco. Em causa está a forma como o Selecionador Nacional recebe o salário da Federação Portuguesa de Futebol (FPF).

Durante os anos de 2016 e 2017, o treinador terá recebido, através de uma empresa, €10 milhões da FPF, mas declarou e pagou IRS sobre um salário anual de 70 mil euros, que equivale a cinco mil euros mensais, encontrando-se em falta a tributação relativa ao restante montante. A referida empresa, chamada Femacosa, foi criada em janeiro de 2014 e serviria para encapotar o valor remanescente do salário de Fernando Santos. Também os treinadores-adjuntos terão utilizado o mesmo esquema para receberem os respetivos salários sem os declararem ao fisco na totalidade.[Fonte:A Bola]"

A coisa pode vir a dar em nada (até porque não importa mexer com a nossa querida selecção e com o nosso inestimável treinador que venceu o Euro e a Liga das Nações) e o Fernandinho até acabará por ter razão e receber o que acha que, indevidamente, pagou o reclamado pelo guloso do Fisco. 

Em todo o caso, o que espanta nesta gente do futebol profissional, mesmo em Portugal, é a facilidade com que recebe milhões. É mesmo gente de trabalho. Devem trabalhar as 24 horas do dia, domingos, feriados e dias santos e mesmo assim...

De algum modo dá pena, ou talvez não, perceber que os que fazem o povo, os que ganham salários mínimos ou pouco mais, lá vão todos contentinhos ver os jogos, comprar lugares cativos, acompanhar as equipas e a selecção, pagar a Elevens Sports e Sports TV, e entusiasmar-se com a coisa e com esses artistas que ganham balúrdios de milhões.

É assim mesmo. Ajudar quem precisa! Um bom adepto e sócio gosta de pagar, e quer lá saber se é para ajudar a pagar principescamente a alguém. Pelo contrário, se alguém lhe bate à porta a pedir uma esmola, é escorraçado ou, para não chatear, despede-se com uma moeda preta.

Quanto ao Fernandinho, se necessário for, faça-se um peditório nacional para o compensar. Afinal, porra, são 4,5 milhões e o homem precisa de comer, e depois do Qatar deve querer ir para a reforma e, como se sabe, a reforma neste país só é boa para malta da política e das armas.


[foto: Record]

30 de março de 2022

Porreiro, mas nem tanto


Confesso que gostava de me juntar de forma extasiante áqueles que por aqui saúdam tão efusivamente o apuramento da selecção nacional de futebol para o Mundial do Qatar, que dizem que vai ser disputado lá para o final do ano, terminando já quase pelo Natal.

Todavia, foi um apauramento mais que esperado e só surpreende que tenha sido necessário fazer mais dois jogos caseiros com selecções medianas para carimbar a presença. 

O jogo de ontem com a Macedónia do Norte foi o que se esperava, um jogo fácil, tanto mais que a abrir com uma asneirada da defesa adversária que fez de jogador português. 

Sendo certo que o adversário tinha eliminado dias antes a Itália, de forma estrondosa e surpreendente, em nada acrescentou à valia da equipa. De resto quem viu o jogo com a Itália terá percebido isso. 

Aqui há uns anos o Gondomar foi à Luz eliminar o Benfica num jogo para a Taça e o Torreense às Antas, eliminar o F.C. do Porto, com um golo de um gajo chamado Oeiras, e tantos outros exemplos parecidos e, todavia,  não foi por aí que o Gondomar ou o Torreense se tornaram potências do futebol nem venceram a Taça nesses anos. Por isso, a Macedónia foi ela mesma: Uma selecção fraca apesar do brilharete de aqui ter chegado. De resto fosse o adversário de ontem a Itália e se calhar estávamos todos aqui a vociferar com a malta do Fernando.

Posto isto, parabéns à malta, estamos onde era suposto estar, era escusado cansar o pessoal com dois jogos extra, mas mais do que isso é exagero.

14 de fevereiro de 2022

Salgalhada


A valente pouca vergonha que assistimos no estádio do Dragão no final do jogo de futebol entre F.C. do Porto e Sporting, na passada Sexta-Feira à noite, cujo resultado final deu um empate a 2, é uma imagem caracterizadora do nível do nosso futebol. De resto é um filme com muitos remakes e a fazer lembrar velhos métodos e outros episódios.

Independentemente de quem possa ter a maior dose de responsabilidade, parece claro e indesmentível que todos estiveram mal. Ouvindo as posições das partes, ambas clamam ter razão e os bandidos estão do outro lado e vice-versa. Já há promessas de queixas crimes em ambos os lados. Ou seja, todos sentem que têm razão.

Nas televisões parece que quem fala mais alto é que é o dono da verdade, como o burjesso do Rodolfo Reis na CM TV, que aos berros ajuizou que o incendiador-mor fora o guarda-redes do Sporting, que terá insultado os aclmos adptos portistas e dito das boas nas orelhas do impoluto defesa central do F.C. do Porto, que já depois do apito reclamava um penalti salvador e que desse a volta ao texto do resultado. Pepe, esse exemplar jogador de uma correcção a toda a prova e que em toda a sua vida de futebolista nunca viu um cartão amarelo ou vermelho nem nunca agrediu um adversário. 

Ora neste sacudir de responsabilidades, com jeitinho ainda vão apurar que as mesmas são do Benfica, do Tondela, do Santa Clara ou até do Cesarense. Que se ponham a pau.

Quanto ao apuramento de responsabilidades e castigos em propoção, é esperar e ver, mas para além dos castigos aos jogadores que levaram cartão vermelho naquele bacanal, pouco mais se espera. De resto, nestes dias imediatos à batalha, as pessoas com responsabilidades no nosso futebol, da Federação à Liga, têm estado remetidas ao silêncio. Até o professor Marcelo que fala pelos cotovelos sobre tudo e sobre nada, e que condecora a direito qualquer feito desportivo, deveria também vir a público dar mais uma lição de portuguesismo. Fica-se à espera. Até lá, tudo vai bem no reino de sua majestade.

15 de novembro de 2021

Vão-se catar...


No jogo de ontem à noite, em que defrontou a selecção portuguesa de futebol, pela superioridade demonstrada em todos os momentos do jogo, seria de uma enorme injustiça que a Sérvia não carimbasse o apuramento directo para o Mundial do Qatar.

A Portugal bastava o empate e a coisa parecia começar bem demais, com um golo logo aos três minutos, no aproveitamento de um misto de azelhice de um defesa sérvio e de uma falta sobre o mesmo. O árbitro fez vista grossa e Renato Sanches aproveitou. A partir daí, Portugal foi sempre uma equipa vulgar com jogadores vulgares e com um futebol de qualidade vulgar mas não invulgar com este Fernando Santos.

É certo que foi com este mesmo Fernando Santos que Portugal venceu o Europeu de 2016 e a Liga das Nações, mas o certo ainda é que quando a qualidade do futebol colectivo é fraca ou frouxa, mesmo medíocre, só o rasgo ocasional de qualidade individual de um ou outro jogador e muita sorte à mistura pode dar em êxito e foi desse modo frouxo e triste e com toda a sorte do mundo que a selecção lusa logrou vencer na França em 2016.

Mas os milagres, mesmo para quem acredita neles, são eventos raros e excepcionais, diria mesmo, milagrosos.

Assim sendo, ainda é possível o apuramento pela via do play-off, que se há-de-jogar lá para Março do próximo ano, mas se a qualidade de jogo for esta, só mesmo um milagre ou uma equipa ainda mais frouxa  poderá valer o apuramento aos rapazes do engenheiro.

A ver vamos. O homem ainda acredita, mesmo que fosse incapaz de explicar aos portugueses porque é que uma secção com os melhores jogadores do mundo produz um futebol fraco, fraquinho, que não entusiasma ninguém e só tem vindo a ser disfarçado pelo encandeamento ou tolhimento por algum excesso de paixão.

De resto, no jogo de ontem, logo no início fiquei com um pressentimento de que a coisa ía terminar mal perante aquela desafinação colossal no cantar do hino nacional, com a malta à frente e a música atrás. Hilariante, mas um prenúncio do que aí vinha. É que lá para os lados da Luz, nem soubemos respeitar, porque com assobios ao hino sérvio, nem cantar, nem jogar. 

[foto:premierleaguebrasil.com.br/]

12 de novembro de 2021

Futeboladas

Portugal não se deu bem com o verde do S. Patrício e ontem na visita à Irlanda não foi além de um empate a zero na penúltima jornada do seu grupo de apuramento para o mundial de futebol que se há-de-realizar na terra dos camelos lá para o próximo ano.

Em todo o caso, mesmo que vencesse, o que nunca esteve perto de o fazer, tal foi a pobreza do seu futebol, ficaria sempre na condição de lhe bastar apenas o empate no próximo jogo caseiro frente à selecção da Sérvia.

O jogo na Irlanda foi um daqueles que não merecem que se perca mais de dez minutos a olhar para a televisão. Uma boa alternativa a este fraco espectáculo é mudar de canal e assistir a 90 minutos de Big Brother. É perigoso para a sanidade mental mas é um justo castigo.

Ainda do jogo, o sarrafeirito do Pepe lá coleccionou mais uma expulsão. Deste feita deu de caras com um árbitro menos complacente dos que por cá no nosso futebol vão apitando e por isso no próximo e decisivo jogo vai estar à sombra. Fez pela vida.

7 de novembro de 2021

Veteranos Guisande F.C. - Impõe copiosa derrota aos de Lobão

A equipa do Veteranos Guisande F.C. impôs ontem, 6 de Novembro, no Campo de Jogos "Oliveira e Santos", no Reguengo, uma copiosa derrota à equipa congénere da A.D.C. Lobão, por 4-0, em jogo a contar para a 2ª jornada do Campeonato da Associação de Atletas Veteranos de Terras de Santa Maria. Com esta vitória a equipa auri-negra segue na 3ª posição na tabela classificativa.

Na próxima jornada os valentes guisandenses deslocam-se até Vale de Cambra onde defrontarão o Valecambrense.

3 de novembro de 2021

Coisas do futebol

Como adepto benfiquista, mesmo que nos últimos tempos pouco seguidor, não sei se me custa mais encaixar uma nova pesada derrota, mesmo que no pressuposto de ter sido contra, porventura, a melhor equipa do mundo e arredores (o Bayern de Munique), se as (in)justificações do seu treinador, Jorge Jesus, que, parece-me, cada vez está mais um mestre das basófias do que outra coisa qualquer incluindo a de treinador.

Bem sei que, como lugar comum, isto são coisas do futebol e que se ganha a um Barcelona e que a seguir se perde com um Portimonense, etc, e portanto coisas  a relativizar, mas pelo menos alguma coerência e objectividade ficam sempre bem a quem se desculpa. É que a dado momento já não há pachorra para ouvir alguns dos nossos treinadores. Ouvir Jorge Jesus ou Sérgio Conceição é já quase como tomar remédio das bichas ou óleo de fígado de bacalhau. 

Em resumo, são mesmo coisas do futebol e só uma carga muito grande de irracionalidade e doentismo é que nos leva a perder algum tempo a ou dar alguma importância a estas coisas. 

Entretanto, outro mestre das táticas e dos seus esquemas em papel, que tanto sucesso fizeram enquanto treinador do F.C. do Porto, o NES, Nuno Espírito Santos, lá foi despedido do Tottenham, mas parece que, tal como o Mourinho, o Special One,se prepara para vir com uma mão à frente e outras atrás com, fala-se, 17 milhões. São uma imoralidade estes valores pagos pelo insucesso ou, quiçá, incompetência, mas, cá está, são as tais coisas do futebol. Com 17 milhões pode reformar-se e ir treinar algures um clube de veteranos lá para a Polinésia, que tem boas praias e melhor marisco.

Quanto ao Mourinho, o relógio estará em "countdown". Tic-tac, tic-tac. Os romanos que preparem mais uma malada para a despedida.

21 de outubro de 2021

Quase, quase...

E pronto! O Benfica lá foi despachado pelo super Bayern com quatro secos na própria casa. É certo que baqueou já na parte final, e até deu um auto-golo, mas embates entre camiões e fiats unos normalmente dão mau resultado na chaparia.

Tal como há poucas semanas para o Sporting e para o Porto, a "manita" esteve por um fio. Durasse o jogo mais cinco mintos...

Com tudo isto, numa luta com dois tubarões por si só candidatos ao título, o terceiro lugar nesta fase de grupos é aquele que em rigor o maior clube de Portugal e arredores pode esperar. E não se pode desmazelar.

29 de setembro de 2021

Manitas...cá se fazem, cá se pagam

Há dias, passando os olhos pelo canal de televisão Correio da Manhã TV, num daqueles programas com adeptos fleumáticos onde pretensamente discutem o futebol, nomeadamente à volta dos chamados clubes grandes, vi o paineleiro adepto do F.C. do Porto com um sorriso alarve a provocar o seu colega de painel sportinguista, levantando uma mão aberta (manita) em referência à então recente derrota caseira do Sporting frente ao Ajax, na primeira jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões, por 5-1.

Pois, bem, como nestas coisas tudo se paga, e ironicamente por vezes mais depressa do que se pensa, presumo que já a partir de hoje quando o grupo de comentadores voltar a ter antena e se encontrar, o sportinguista vai retribuir certamente, porque mereceida, a provocação, levantando bem alto a mão aberta em memória curta da derrota de ontem do F.C. do Porto em casa frente ao Liverpool, também por 5-1

E obviamente que pela parte da concorrência, ou seja o Benfica, há que haver contenção, humildade e respeito porque mais logo à noite o adversário chama-se Barcelona e uma eventual manita ou coisa parecida pode muito bem acontecer.

Em resumo, nestas coisas é de bom tom alguma contenção e respeito. Fica bem não nos pormos a jeito para provar do mesmo veneno com que amiúde pretendemos brindar ou provocar os adversários.

Cá se fazem, cá se pagam!

Já agora, a talho de foice, o treinador do Porto, Sérgio Conceição, voltou a mostrar que não sabe perder. Claro que, num lugar comum aos treinadores da bola, assumiu  como sua a responsabilidade pela derrota, mas foi duro com a equipa, realçando a vergonha, dizendo mesmo que a equipa de juniores do clube teria feito melhor. Faltou dizer que porventura o treinador dos juniores também teria feito melhor. Mas, que vai fazer queixinhas ao presidente, porque a sua mensagem não está a passar. Claro que o presidente uma vez mais vai passar-lhe a mão pelo pelo (coisas da língua portuguesa) e tudo vai voltar ao normal, continuar o seu trabalho e o seu estilo inflamado e daqui a dias já está a elogiar a equipa.

Coisas da bola!

28 de junho de 2021

Bolachinhas belgas

E pronto! A selecção portuguesa ficou-se pelos oitavos. Eliminada pela Bélgica, Portugal não resistiu a um futebol pobre. É certo que na segunda parte do jogo, com os belgas a ganhar desde o final do primeiro tempo e mais contidos no ataque, jogou bem melhor, teve algumas oportunidades, mas a sorte não dura sempre. Teve-a quanto bastasse no Europeu de 2016 e não fica bem usar agora o argumento de que não tivemos a pontinha de sorte quando esse mesmo argumento foi desvalorizado na vitória tirada da cartola na final de 2016.

As coisas são como são e, concordando com a generalidade dos comentadores da nossa praça, esperava-se bem mais desta selecção, recheada de jogadores talentosos, pagos a peso de ouro e que fazem parte das melhores equipas europeias.

Mas é futebol, e pelo menos agora vamos ter uma acalmia, sobretudo nas televisões onde o tema era omnipresente em todos os canais.

24 de junho de 2021

Contentinhos

E pronto! Lá ficamos todos contentinhos com o apuramento para os oitavos de final da competição do Europeu de Futebol 2020.

Ficamos em terceiro lugar no Grupo F, atrás da França e Alemanha, mas lá estamos! Num jogo que quase só deu penalties (3 dos quatro golos), conseguimos o empate milagroso com a França. 

Os últimos 10 minutos foram deploráveis com ambas as equipas a não arriscarem e a limitarem-se a trocar a bola nos seus meios campos. O público bem que assobiou mas teve que gramar com este futebol de faz-de-conta. É sempre deplorável para quem paga ver esta coisa fraquinha, mas tanto mais quando estavam ali duas supostas candidatas ao título.

Segue-se a Bélgica, em Sevilha. 

23 de junho de 2021

Afinal de contas, é uma questão de contas

O Nóquinhas dos Anzóis agora também anda de bicicleta. Bom para ele porque assim vai mais veloz para onde tem que ir. Poupa na gasolina e absorve os benefícios da actividade física. Além disso, quanto para mais longe for, também por aqui ficamos todos mais saudáveis. 

Entretanto, o país vai estando ocupado e distraído com o Europeu de Futebol 2020 que afinal é o 2021. Portugal defronta hoje, Quarta-Feira, no último jogo do Grupo F, a selecção da França, num jogo que pode decidir o apuramento ou não das duas selecções. 

Como no totobola, será um jogo de tripla, mas no final até pode ser que, por enquanto, ambas as selecções fiquem satisfeitas. O empate servirá a ambas, mesmo que no outro jogo do grupo a Alemanha vença a Hungria. Isto é, à partida deste grupo uma das selecções poderá ser apurada pela via de um dos quatro melhores terceiros lugares. 

Afinal de contas, é uma questão de contas mas estas só se fazem no final.

20 de junho de 2021

11 contra 11 e no final volta a ganhar a Alemanha

Tal como no jogo  de Sub-21, a Alemanha ontem voltou a "puxar as orelhas" a Portugal. Não que sejamos meninos mal comportados mas porque, regra geral, somos fraquinhos, porventura fortes juntos dos fraquinhos. 

O nosso pobre futebol, que de forma surpreendente, quase milagrosa, conquistou o Europeu de Futebol em 2016, pode ser premiado uma vez, mas esperar que tal aconteça duas vezes já será milagre a mais. Pode ter sido mais que suficiente contra uma selecção magiar em Budapeste, mas contra adversários com o calibre da Alemanha, França, Espanha e Itália, a coisa fica bem mais difícil. Ainda Bélgica, Holanda, Inglaterra, etc.

Posto isto, e porque ainda temos todas as possibilidades de avançar para os oitavos de final da competição, até mesmo perdendo o último jogo da fase de grupos, pasme-se, temos que jogar bem melhor para poder avançar na prova e mostrar os galões de campeão europeu, mesmo que isso valha pouco pois bem sabemos como o conseguimos (a jogar pouquinho, pois claro).

Vamos, pois, derrotar a França, nem que seja com a ajuda do S. Patrício e um novo coelho da cartola, mesmo que não esteja lá o Éder.

7 de junho de 2021

...e no final ganha a Alemanha

Final do Campeonato Europeu de Futebol Sub-21: Alemanha, 1 Portugal, 0. 11 contra 11, fintas e rodriguinhos, e no final ganha a Alemanha. 

É certo que a rapaziada fez uma excelente campanha, mas a sorte que tiveram contra a Espanha na meia-final fazia adivinhar que pela terceira vez ficariam "a ver navios".

Para a próxima há mais!

22 de setembro de 2020

Academia do oportunismo


Por vezes temos estas manias das grandezas, umas epifanias que nos deslumbram num acesso entusiasmado próprio de quem acabou de descobrir a pólvora ou inventado a roda. 

Talvez neste espírito, o grande clube português Sporting Clube de Portugal, de que não sou adepto mas nutro simpatia, anunciou que em homenagem ao Cristiano Ronaldo vai mudar o nome da sua Academia de formação de futebol para Academia Cristiano Ronaldo.

O caso já está a dar que falar, pois o Nacional da Madeira, clube onde também teve formação o jogador madeirense, reclama direitos sobre a marca já que a sua academia designa-se desde 2007 de "Cristiano Ronaldo Campus Futebol".

Confesso que ainda não li nem ouvi eventuais reacções do próprio Cristiano Ronaldo, e se no caso do clube de Alvalade foi tido e achado, mas certamente que terá algo a dizer.

Em todo o caso, no que se refere ao Sporting, e mesmo respeitando a posição do clube e as opiniões a favor, parece-me de todo um despropósito e até uma enorme desconsideração e desrespeito pela sua história. Cristiano Ronaldo e a sua fama dispensam apresentações e considerandos, mas, porra, jogou apenas uma época na equipa principal do Sporting. Estreou-se em 14 de Agosto de 2002, com 17 anos, e em 13 de Agosto de 2003 já estava de malas aviadas para o Manchester United - Inglaterra.

Assim, em bom rigor, Cristiano Ronaldo tem mais história em qualquer um dos clubes que passou (Manchester, Real Madrid e Juventus) do que no clube de Alvalade, onde aqui apenas teve uma curta e rápida montra. 

Fico algo surpreendido por perceber que enormes jogadores e figuras lendárias do Sporting, nos diferentes períodos da sua história, tenham sido ignorados a troco de um oportunismo bacoco, um endeusamento despropositado. Ninguém nega nem esquece a ligação de Ronaldo ao Sporting, e vice-versa, mas não era preciso tanto. As coisas são bonitas quando proporcionais e quando as pessoas ou instituições se respeitam a si próprios.

16 de julho de 2020

Parabéns aos familiares e amigos portistas

Confesso que o futebol e o meu Benfica têm estado bem no fim da fila das minhas preocupações e tenho-me dado bem com isso. Com os anos vamos perdendo paciência para certas coisas, certos desmandos e ficamos aptos a distinguir o útil e necessário do acessório. Ora o futebol é mesmo acessório e como qualquer acessório pode dispensar-se.

Todavia, sabendo que para muitos o fanatismo ou fervor clubístico ocupam o pódium, não quero deixar de endereçar os sinceros parabéns a todos os familiares e amigos portistas. Num campeonato fraquinho, foram os menos fraquinhos e que melhor resistiram a este final de campeonato muito sui géneris. 

Nos muitos campeonatos e títulos ganhos pelo meu clube, nunca recebi votos de parabéns, nem de familiares nem de amigos, eventualmente até algum desdém. Mas cada um sabe com que linhas se coze. Por isso, aos portistas, de modo particular aos familiares e amigos e sobretudo àqueles com algum espírito desportivista, deixo os meus parabéns!


9 de março de 2020

Isto é uma vergonha...


O que arrelia no discurso da maioria dos treinadores de futebol quando as coisas não correm bem, é um estilo do politicamente correcto alicerçado nos chavões do "manter o foco", "vamos trabalhar mais", "pensar jogo a jogo" e outros que tais, nomeadamente o de continuarem a falar como se dependessem apenas deles quando por vezes já não.

Esta situação, creio, está a acontecer agora com Bruno Laje, no Benfica, como antes aconteceu com Rui Vitória. Falo destes  mas poderia falar de outros que bons (maus) exemplos é que não faltam.

Em resumo, falam como se estivessem a falar para criancinhas ou mesmo para mentecaptos. Preferível seria mesmo admitir que "estamos a jogar um futebol de merda", "temos sido incompetentes", "pedimos desculpas aos adeptos porque isto é uma vergonha", e ou "não temos justificado os milhões que ganhámos e vamos indemnizar o clube e os adeptos". 

Seria tudo mais directo e honesto. O resto sabe-se que é futebol e mesmo quanto aos treinadores sabe-se que passam de bestiais a bestas num piscar de olhos. Eles sabem disso mas no fundo não se importam porque na generalidade mesmo um despedimento significa milhões e receber. Que o diga Mourinho.

Quanto aos adeptos, na generalidade e ressalvadas as devidas excepções, não se pode esperar grandes reflexões, muito menos lúcidas e independentes e o grau de formação não é filtro porque tanto desbocam o trolha e o agricultor, como descambam o doutor e o engenheiro, sem desprimor pela comparação. O fanatismo turva o pensamento e desfoca o bom senso e não há como rescaldos de êxitos ou descalabros para perceber isso. Neste aspecto as redes sociais são bons barómetros. Também no café, dá sempre para perceber isso, com alguns falando em tom de comício, invocando com tanto ou mais vigor o André Ventura na proclamação do "...isto é uma vergonha".