20 de setembro de 2022

S. Rafael

Não procuro as notícias mas elas vêm ter comigo. E dizem-me que o futebolista do SL Benfica, Rafa (Rafael Alexandre Fernandes Ferreira da Silva), terá anunciado a sua indisponibilidade para representar a dita selecção nacional de futebol abrasileirada, como quem diz, anunciou a sua retirada.

Independentemente das suas razões, que diz serem pessoais e familiares, devem ser respeitadas. Ganha com isso, naturalmente, o seu clube, já que as participações nas selecções são para os clubes uma constante dor de cabeça e notório prejuizo.

Parece-me também que, pelo seu historial na selecção e a forma como vinha a ser aproveitado, em que nunca foi levado a sério, fez bem. De resto já é moço a roçar os 30 anos, o que para um futebolista é quase velhice.

É claro que alguns arrastam-se por ali ate´aos 40 e se lhes derem lugar, até mesmo aos 50, tapando o caminho a outros craques mais novos.

De resto esta selecção dita nacional, a do Fernando Santos, do Ronaldo e do Jorge Mendes, sempre foi assim, de um certo grupinho, alguns brasileiros e mais uns tantos. E no grupinho não se mexe, mesmo que não joguem nos clubes. Os outros, os mais uns tantos, vão andando por ali para jogar uns minutinhos, a amaciarem o banco e almoçarem juntos com o Ronaldo, o Pepe e o Moutinho.

Portanto, esta decisão legítima do Rafa, vale o que vale, e nem deverá ser encarada como recado para ninguém, mas servirá pelo menos a alguma reflexão, até porque foi anunciada num momento de nítida boa forma e rendimento e na véspera de jogos da selecção para os quais tinha sido convocado.

Posto isto, mesmo que esta seja uma notícia banal, parece que tem incendiado as redes sociais e a coisa é levada à discussão num contexto de clubite com interpretações próprias, leituras e recados. Uns louvam a atitude, outros acham que não faz falta, outros consideram que foi uma decisão nojenta, outros ainda alvitram que foi um opção cobarde, como se o representar uma selecção, que é tudo menos nacional, seja um desígnio sagrado ou dever patriótico. 

Um exagero. Afinal foi apenas um jogador que tomou uma decisão de carreira. Nada mais!