Mostrar mensagens com a etiqueta Política. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Política. Mostrar todas as mensagens

8 de fevereiro de 2021

Ó Ana, não arredondes a saia

Já se sabia que na política e nas suas ideologias, ou lá o que isso seja, também há extremos e extremistas.  A eurodeputada Ana Gomes, parece reunir todos os ingredientes para um bom caldo de algum extremismo e até fundamentalismo. É uma acérrima inimiga do extremista André Ventura e do seu movimento Chega, e mais agora após um acto eleitoral para a escolha da figura maior do Estado, em que percebeu que valeu pouco mais que um ou dois por cento que o seu nêmesis.

Vai daí, se não o combate pelos votos e vê o inimigo com potencial de crescimento, a Ana Gomes não querendo perceber as razões que levam o Chega a estar em crescimento, exige a sua ilegalização. Ora parece que para que isso possa legalmente acontecer, terá que haver situações de crime factuais e não nos parece, nem a quem é especialista, que isso tenha acontecido para além da prosápia e extremismo de algumas das posições de André Ventura.

Vamos, pois, ver no que a coisa dá, e qual será a resposta da Procuradoria Geral da República, mas a ter em conta o contexto  seria algo de muito grave que a coisa fosse por aí. É que isto de calar quem nos contesta, de extinguir quem pensa e fala diferente, é algo que não combina com democracia. A Ana Gomes reclama-se como democrata mas parece não se dar bem com algumas das suas premissas. Os outros, os que pensam diferente, considerará ele que esses devem ser extintos ou condicionados até que alinhem no rebanho por ora dominante.

Para além de tudo, este tipo de comportamentos e acções de Ana Gomes, só têm dado força a quem pretende combater. A sua luta devia centrar-se em estabelecer os princípios equilibrados e rigorosos dos direitos e dos deveres, da disciplina e do rigor e não do facilitismo e da parasitismo de que naturalmente padece a nossa sociedade, em que poucos trabalham para muitos. Essa é que é a questão.

Por fim, para que possa perceber um bocadinho da coisa, a Ana Gomes que dê um saltinho às muitas freguesias que no Alentejo, preterindo-a, deram vitórias ou segundos lugares a André Ventura, e que pergunte a toda aquela gente quais os motivos, os receios e as razões para nele votarem. A eles mesmos, comunistas de gema.

25 de novembro de 2020

25 de Novembro de 1975 - O verdadeiro 25 de Abril


Passam hoje 45 anos sobre os acontecimentos de 25 de Abril de 1975, que na realidade consolidaram os pressupostos da revolução do 25 de Abril de 1974. 

O país libertado pouco antes de uma ditadura de direita, descambava para uma ditadura de esquerda com uma tentativa de golpe militar conduzido e apoiado por uma facção das forças armadas com o apoio do PCP - Partido Comunista Português.

A esta tentativa opôs-se um grupo operacional de militares, chefiado pelo então Tenente Coronel Ramalho Eanes, mais tarde General, que desse modo conseguiu contrariar a revolta.

Face ao fracasso do golpe, o  PCP comprometeu-se a não convocar qualquer manifestação para esse dia, substituindo o PREC, acrónimo para Processo Revolucionário em Curso, pelo Processo Constitucional em Curso. Foi, pois, a partir desta data que se começaram a solidificar os pressupostos para uma transição democrática. Por isso o 25 de Novembro de 1975 é considerado o verdadeiro 25 de Abril na sua essência de derrube de uma ditadura para instaurar uma democracia.

Infelizmente a memória é curta e esses revolucionários de esquerda, adeptos de uma ditadura à sua maneira, passaram intocáveis pelos pingos da chuva e hoje são considerados bons e exemplares democratas, moralistas acérrimos dos valores da democracia contra a qual atentaram. Contrariados, mas democratas.

23 de novembro de 2020

Vendedores de supositórios

Começa a não haver paciência para certas façanhas e recorrentes "chover no molhado". Deve ser da idade. Talvez por isso, declarações ao país tanto pelo presidente Marcelo Sousa como pelo primeiro ministro António Costa, merecem-me a mesma consideração que os intervalos publicitários para venda de Calcitrim ou Mangostão +. Muda-se de canal quanto mais rápido melhor. 

Nada contra as pessoas em causa, mas apenas por uma questão de higiene mental, tanto mais nestes tempos em que não convém de todo ficar doente.

 

20 de novembro de 2020

O verdadeiro debate

Pode-se, ou não gostar do André Ventura e do seu Chega, e se há muitos que não gostam, odeiam e discriminam até, mesmo os defensores da antidiscriminação, parece que cada vez mais cresce o número daqueles que cansados deste sistema do "politicamente correcto" que tem descambado o país para um antro de parasitas e oportunistas do sistema, se refugiam em movimentos mais fracturantes.

Todavia, independentemente disso, cabe a um jornalista ser isento e imparcial e ainda mais quando desempenha o papel de entrevistador e moderador. Ora o conhecido Miguel Sousa Tavares em "entrevista" ao André Ventura, enquanto candidato às próximas presidenciais, foi tudo menos jornalista, foi tudo menos entrevistador. Foi apenas a outra parta, como se em vez de uma entrevista fosse um debate ou mesmo um julgamento. Em resumo, tomou com afinco o lugar de Ana Gomes, João Ferreira ou Marisa Martins, como se também ele fosse um candidato ao poleiro de Belém. Porventura até foi mais longe na contundência.

Há limites para a indecência e a antipatia ou mesmo ódio por uma pessoa. Nem tudo se justifica, principalmente por parte de alguém que supostamente pretende dar lições de moral. Se a mim me faltasse um bom motivo para pensar em aderir ao Chega, a forma como esta pseudo-entrevista foi conduzida daria um forte empurrão. Obviamente que não basta, ou, por trocadilho, não chega, porque também há limites quanto ao populismo e troca-tintismo que demonstram o Chega e o seu líder, mas estou certo que a muitos indecisos o Sr. Miguel Sousa Tavares, conhecido pelas suas posições extremistas, deu um importante contributo para o crescimento do partido.

Perguntas inusitadas, que dizem tudo do "entrevistador", como "gostaria que sua filha casasse com um cigano", poderiam levar Ventura a contra questionar se ele, Miguel Sousa Tavares", estava feliz pela sua filha estar casada com o filho de alguém tão corrupto como Ricardo Salgado. 

Enfim, um triste exemplo de como anda a nossa classe dos jornalistas, vendida à subsídio-dependência do Estado. Vão longe os tempos da ética, isenção, imparcialidade e profissionalismo.

4 de novembro de 2020

Burros e Elefantes

Sabe-se que ontem foi dia de eleições presidenciais nos Estados Unidos. A contagem dos votos está parada em vários Estados e será retomada só lá para o final da manha e início da tarde locais. 

Donald Trump já veio reclamar vitória e diz só não celebrar porque a contagem foi parada, anunciando vitórias ou diferenças de votos substanciais em Estados chave e que as sondagens vinham a dar como certos para Joe Biden. Por outro lado, dizem os especialistas que a coisa está dividida e em rigor nesta altura qualquer um dos dois candidatos poderá vencer.

Pela parte que me toca, pese esta simples opinião, é quase um não assunto, desde logo porque devemos deixar que cada casa se governe como bem entender. Depois porque vejo em ambos os candidatos duas figuras que já tinham idade para estar sossegados a escrever memórias, para além de virem a demonstrar não terem jeito para a coisa. 

Não queria estar, pois, na pele dos americanos, com tão poucas e fracas opções. Mas nesse grande caldeirão de diferentes credos, culturas e raças, que é a América, que façam a escolha que lhes parecer mais adequada. Por conseguinte, tanto se me dá como se me deu, que vença o Trump ou o Biden. Para melhor está bem, está bem, para pior já basta assim.

Por outro lado, mesmo que isso possa fazer mossa e deixar aziados muitos dos ditos "verdadeiros democratas", a modos de quem leva um pontapé nos testículos, a eleição será sempre decidida por ela própria, pela Democracia, mesmo que para muitos seja do "caralho" ter que encaixar a vitória de qualquer um dos lados. 

God bless América!


25 de setembro de 2020

Profecias...

"Em poucas décadas estaremos reduzidos à indigência, ou seja, à caridade de outras nações, pelo que é ridículo continuar a falar de independência nacional. Para uma nação que estava a caminho de se transformar numa Suíça, o golpe de Estado foi o princípio do fim. Resta o Sol, o Turismo e o servilismo de bandeja, a pobreza crónica e a emigração em massa

Veremos alçados ao Poder analfabetos, meninos mimados, escroques de toda a espécie, que conhecemos de longa data. A maioria não servia para criados de quarto e chegam a presidentes de câmara, deputados, administradores, ministros e até presidentes de República.""

Este pensamento foi proferido a propósito do 25 de Abril de 1974 por Marcello Caetano, à época, o Presidente do Conselho, que havia sucedido a António de Oliveira Salazar.

Pode-se pensar que Marcello Caetano, mercê da ditadura que representava, teve pouca ou nenhuma moral para tecer essa profecia. E isso é verdade, mesmo que apesar das suas ideias, que deram azo à designada  "primavera marcelista", não tivessem seguimento no sentido da transição para a democracia. Porventura o regime já não dependia do chefe do Governo, mas da estrutura que consubstanciava o regime em si. Mas isso é matéria de historiadores.

Certo é que pela época em que a proferiu (relembre-se que faleceu em 26 de Outubro de 1980), ainda havia muito caminho a percorrer até aos dias de hoje para que o país e os governantes que conseguiram emergir das tropelias do PREC, rumando a uma democracia em detrimento de uma nova ditadura, já não de direita mas de esquerda, pudessem provar precisamente o contrário da profecia do Caetano, seguindo por caminhos e políticas que nos conduzissem a um país livre, independente, transparente, sem corrupção, sem clientelismos, inovador e sustentável, com políticas que garantissem a coesão total do país, de sul a norte, do litoral ao interior, capaz de suster a emigração, mantendo um país povoado a produzir e orgulhoso das suas raízes mas também do presente e futuro.

Em resumo, exceptuando das contas o período em que o país andou a brincar aos governos provisórios e os militares a brincar "às casinhas"  a decidirem entre si e alguns partidos se haviam de seguir pela direita se pela esquerda, foram pelo menos 40 anos, até auxiliados pela UE, em que andamos a dar tiros nos pés. Agora, por mais que isso nos azie e doa, somos obrigados a, senão dizê-lo, pelo menos admiti-lo, que o "caixa-de-óculos" tinha razão. Relevando o óbvio exagero de que o Portugal de Marcello estava a caminho de se transformar numa Suiça, bem como da necessária dependência dos países ultramarinos, inviável na sua manutenção enquanto colónias, e de resto o principal cancro da ditadura ao persistir numa guerra devastadora, consumidora de vidas e de recuros, há de facto ali muitas previsões concretizadas. Desde logo, à cabeça, o estarmos reduzidos à indigência, ou seja à caridade de outras nações. A cada vez mais galopante dívida pública é disso prova. Muitos dos nossos governantes, políticos e administradores ainda continuam a não servir para criados de quarto, mas estão alçados no poder e nas estruturas politicas que lhes dão acesso à mina. Ora esses são bem mais que as quatro dezenas da gruta do Ali Bábá. Não, foram, pois, apenas 40 os ladrões deste país, mas mais, muitos mais, mas também 40 anos roubados à esperança que nos dizem que trouxe o 25 de Abril de 1974. 

Serão precisos outros 40 anos para reverter a profecia? Ou daqui a outros 40 anos, decorrido quase um século, ainda andaremos a desculpar a situação com o Salazar e o Caetano? Ou será mais do mesmo, a dobrar, vivendo aparentemente à grande e à francesa, subtraindo a quem trabalha e gera riqueza e distribuindo-a a uma classe de malandros e subsídio-dependentes, dando cama, mesa e dinheiro a quem nos assalta, envergonhando-nos da nossa cultura e história para não ferir susceptibilidades de quem devia respeitar e adaptar-se à nossa casa? Somos, pois, um país que vive em permanente estado de cócoras.

21 de setembro de 2020

A egiptóloga candidata a presidenta


Considero que Cavaco Silva foi um fraco presidente da República, fraquinho, cinzento e amorfo quanto baste. De resto de um presidente da nossa República, nunca se esperam grandes feitos, porque limitados a pouco mais que corta-fitas e câmaras de eco dos quadrantes que os elegem. Abraços, beijinhos e condecorações a quem vença uma corrida de mota ou corrida de saco, são o lado popularucho que se pode acrescentar, como tem feito o cidadão/presidente Marcelo que tem tido a capacidade de manter de chama acesa o namoro com o primeiro ministro, a ponto deste não ir de amores com a camarada Ana Gomes. Nem mesmo uns aguaceiros os separam porque há um guarda-chuva pronto a partilhar.

Apesar disso, mesmo a contra gosto dos demais, porventura a figura mais famosa de Boliqueime, teve a "ousadia" de se ver eleito três vezes primeiro ministro e duas presidente da República, obtendo, reconheça-se, votações ímpares na história da nossa democracia.

Ora, não comparando perfis e posições ideológicas entre alguém, como a inestimável Ana Gomes, que se lhe refere publicamente, mesmo que de forma indirecta, de "múmia paralítica", e um qualquer extremista ou burgesso do Chega, a diferença parece-me pouca para não dizer, nenhuma. Há limites para a mal criação e ordinarice e Ana Gomes,  parece não ter percebido nem encaixou que o Cavaco, mesmo que bem ou mal, por mais que a azedasse e lhe revirasse a bílis, governou legitimado pelo voto maioritário de milhões de portugueses. Pelo menos por esses, os milhões de portugueses, merecia algum decoro no trato, tanto mais que se candidata, creio eu, a presidente de todos eles.

11 de setembro de 2020

Ah Leão...


O homem ainda não aqueceu o lugar do Centeno, mas dizer na mesma entrevista que ao nível do desemprego o pior está para vir e simultaneamente que o salário mínimo nacional deve ter um aumento com "significado", é uma coisa extraordinária senão paradoxal. 

Não me quer parecer que com as empresas a encerrarem, a falirem ou a dispensarem funcionários, porque "doentes" e daí o "pior que está para vir", estejam em contexto de poderem aumentar com "significado" o salário mínimo. É como esperar que uma vaca magra encha o canado de leite para farta quinzena.

Parece de todo um paradoxo, este o do ministro João Leão, mas vamos a ver no que dá. Afinal leão que se preze sabe apanhar gazelas e outros inocentes animais.

10 de setembro de 2020

Coerência

A propósito da questão da discutida reposição das freguesias, libertando-as da reles reforma administrativa parida pelo Relvas, diz o PCP - Partido Comunista Português, que as freguesias  “...são o primeiro patamar do poder local democrático” ... essencial para o combate à desertificação e às assimetrias regionais.Louve-se esta coerência e análise do PCP que pretende propor na Assembleia da República a reposição das freguesias extintas sendo essa a vontade das suas populações. 

Nesta questão da supressão das freguesias, PSD-CDS fizeram merda da grossa e o PS vai cagando baixinho sem sabermos se está obstipado ou de caganeira.

8 de setembro de 2020

2 + 2 = 4

O Costa, o nosso ministro primeiro, lá veio para a comunicação social avisar que: "Não podemos repetir o confinamento. O país não aguenta". Só mesmo o Costa para nos dizer que 2 + 2 são quatro. Sozinhos não chegávamos lá.

Todavia, sendo que é uma verdade `"la palisse", não deixa de ser paradoxal e mesmo irónica porque na realidade e em bom rigor o país já não aguentou o primeiro confinamento. Desemprego, falência de empresas, perdas de rendimento, resseção económica, aumento do défice, aumento da dívida pública, etc, etc, . Enfim, um autêntico desastre perpetrado pela classe política com a carneirada a obedecer de mansinho.

Mas as grandes trapalhadas estão agora a começar, desde já com as tais regras da DGS, nomeadamente para as escolas. Como disse alguém, mandar parar o país, fechar escolas e empresas, foi fácil. O difícil é agora reabrir com organização e sem trapalhadas.

Mas, e esta é uma frase batida, "somos mais que merecedores deste tipo de políticos". Mas, pelo menos que não nos façam de anjinhos.

[foto: expresso]

1 de setembro de 2020

O Tiririca

O Costa, o António, nosso ministro primeiro, lá vem de novo com o fantasma e ameaça de crise política, caso os seus já habituais parceiros da esquerda não lhe façam as vontades.

Nitidamente o homem  não se dá bem quando o contrariam e como num filme do Charlot, é tudo em tons de cinza. Mas ao contrário do cómico do bigodinho e chapéu de coco, não tem piada nenhuma porque nunca ninguém gostou de meninos birrentos. Como diria, e bem, Jerónimo Martins, líder do PCP, abanar essa bandeira da "crise política" ainda antes das negociações do próximo orçamento, já é um mau princípio.

Em todo o caso, creio que  a dita "crise política" é apenas um eufemismo para enganar tolos, porque em democracia não há lugar para esses maus humores. Ou um Governo tem condições para governar, por maioria absoluta ou por acordo parlamentar, ou então, se não, não governa e há lugar a novas eleições e delas surgirá um novo Governo, mesmo que seja mais do mesmo como a pescadinha com o rabo na boca.

Portanto, qual o problema? Mais custos com eleições? Pois claro, mas quanto a isso o povo já está habituado a esses encargos, porque a democracia, imagine-se, tem custos.

Assim sendo, que se aguente e mostre o que vale em tempo de vacas magras, mesmo que com o leite a jorrar da gorda teta da UE, ou então, desista e venha o próximo. Em caso de novas eleições, pode até reforçar a sua posição, mas mesmo assim, como dizia o Tiririca, pior do que está, não fica. Por outro lado, aplica-se também o velho rifão popular " Para melhor está bem, está bem; Para pior já basta assim".

24 de julho de 2020

Quanto mais o chegam para lá, mais ele chega para cá



Já o escrevi por aqui, não será pelo meu voto que o CHEGA e o seu André Ventura terão qualquer protagonismo político neste país, mas também terei dito que a forma como tem sido combatido, igualmente com posições de intolerância política e posicionamentos extremistas, é precisamente o que lhe está a dar força. Se mesmo com vários tiros nos próprios pés e com uma imprensa a canalizar-lhe um combate cerrado, o Ventura e o Chega chegam aos 7%, igualando, imagine-se a esquerda moralista dos novos bons costumes, como será se conseguir ser mais adulto e menos radical em algumas das suas posições? É certo que as sondagens valem o que valem, dizemos sempre, mas esta elaborada pela Universidade Católica para a RTP e jornal Público, dá indicações do que de facto pode vir a acontecer em próximas eleições.

Por conseguinte, ponham-se a jeito, continuem a fazer-se valer de extremismos em vez de posições mais condizentes com a realidade do país e depois queixem-se e venham para aqui partilhar capas da Sábado e da Visão, petições públicas para sua abolição e outros flash-backs. Depois apanham estes "pontapés nos tomates". É que deve doer.

Ainda ontem, li na imprensa, que um qualquer artista de 39 anos, com cadastro, perseguiu e violou sob ameaça de facalhão uma mulher de 41 anos, sua vizinha. Imagine-se, o juiz já o libertou. Espero que enquanto esteve a aplicar as medidas de coacção, a torturante apresentação diária às autoridades, não estivesse sob o efeito de um qualquer anestesiante oral. É destas coisas que o Chega se alimenta, e se só fosse só por isto, convenhamos, com toda a razão.

Como diria o guru da pandemia, "Tenham senso".

29 de junho de 2020

Os extremismos gostam de caviar

Se depender do meu voto, André Ventura e o seu Chega não terão qualquer relevância política neste nosso Portugal. 
Apesar disso, parece-me que pela negativa lhe tem sido dado demasiado protagonismo e mesmo a forma como alguns opinion makers e sectores da nossa política e alguma da imprensa adocicada pelos apoios estatais o têm considerado ou desconsiderado, com posições reveladores de um forte extremismo e mesmo laivos de muita intolerância e discriminação, nomeadamente por parte de uma certa esquerda caviar que se considera a detentora da ortodoxia ideológica. 

Esta certa esquerda tem sido ela própria extremista e preconceituosa e paradoxalmente tem sido o suprimento de gás que vai enchendo o balão do populismo do Chega. O Ventura pode ter os tiques de muita coisa negativa e condenável, mas também partilha os defeitos e demagogia comuns à  nossa classe política, da esquerda à direita, mas pelo menos, parece-me, não se tem esquivado numa farsa do politicamente correcto, com que muitos pretendem moldar a nossa sociedade, com os seus julgamentos facciosos da História, verdadeiros mestres no toque de Midas, fazendo de merda ouro, mostrando-se alérgica no que toca a chamar os bois pelos nomes. 

Ora quem tem ajudado o Ventura e o seu Chega a ganhar algum arrasto,  pelo menos para já nas sondagens, é precisamente quem está farto desta gosma política de gente muito moralista quanto aos valores dos direitos, liberdades e garantias, mas com uma tendência do caralho para esquecer as obrigações, as responsabilidades, a lei, a ordem e a disciplina, ignorando que aqueles valores só têm sentido se acompanhados por estes. Quem come a carne também tem que provar os ossos. Quem quer respeito tem que respeitar. Quem quer direitos não pode fugir aos deveres. Quem quer liberdade não pode relevar a disciplina e dispensar a ordem. Afinal quem tem medo destes equilíbrios?

Assim, em resumo e como aviso à navegação, continuem com essa abordagem extremista, com as vossas piadolas ofensivas, vão para manifs e antifs extremifs derrubar estátuas e partir montras que os Venturas e os Chegas agradecem. Depois chamem-lhes nomes feios, que ele gosta.

11 de junho de 2020

Foge, Mário!


A propósito da saída do Governo de Mário Centeno, ministro das Finanças, o primeiro-ministro António Costa contextualizou para justificar o abandono  que "...a vida é feita de ciclos e que por isso compreendia e respeitava a decisão do seu ministro".
Não deixa de ser verdade o que disse António Costa, mas esqueceu-se que na política e sobretudo num Governo, os ciclos são determinados por legislaturas e por compromissos assumidos para com o país e os eleitores. Ora definir o términus de um ciclo quando ainda não está decorrido um ano sobre a tomada de posse do actual executivo, convenhamos que assim os ciclos são quando cada um quiser e o compromisso é uma mera balela, sobretudo quanto não há motivos fortes e pessoais que o justifiquem bem como aparentemente também não de incompatibilidades políticas e de confiança até porque a saída foi anunciada com beijinhos e abraços entre Centeno e Costa.

Mas adiante. Certo é que este desfecho estava já anunciado pelas entrelinhas e sobretudo depois do disse-que-não disse sobre a injecção de milhões no Novo Banco.
Confesso que não tenho grande opinião técnica sobre o ministro em saída. Foi mais um.

Do apelidado "Ronaldo das Finanças", a percepção que eu, e muitos entendidos, têm de Mário Centeno, é que foi sobretudo o "ministro das cativações" e daí não surpreende que se vanglorie pelo tal excedente orçamental histórico. De resto falar num excedente orçamental soa a ridículo quando sabemos o valor da dívida pública. É como estarmos a fazer contas a poupanças ignorando a quem devemos. Mas, ok, linguagem técnica.

Neste contexto de cativações, em que vários sectores do Estado sofreram fortes impactos, como o SNS - Serviço Nacional de Saúde, faz-me lembrar uma história que por cá se conta sobre um certo rapazola, já reformado, que terá muitas economias, não porque tenha tido grandes empregos nem seja reformado da função pública ou de antigas edps, cps e telecoms, mas porque, simplesmente, fazia uma vida de forreta e de pendura. Dizem, até, que ainda terá guardada a nota de 500 escudos que terá recebido de prenda da comunhão solene. Ora este Centeno, de algum modo, mostrou ter estes dotes da poupança, no que é positivo, pois claro, poupar é preciso, mas não de uma forma quase obsessiva, retendo e cativando em quase todos os ministérios, inviabilizando e adiando obras e investimentos. 

Trazendo a coisa para o nosso contexto, é quase seguro dizer-se que o facto de o nosso Centro Social de S. Mamede de Guisande ainda não estar a funcionar plenamente devido à tal falta do acordo de cooperação com a Segurança Social resulta disso mesmo, de adiamento de anteriores decisões tomadas porque sem a disponibilidade de verbas, tudo porque o abaixamento do défice tornou-se uma obsessão para lá mesmo do tal limite dos 3%.

A meu ver, Mário Centeno sai precisamente num momento e num contexto em que o Governo e o país mais precisariam. É pena e de algum modo uma desilusão. Mas há quem prefira abandonar o barco  enquanto está calminho, antes da tempestade chegar ao cais.

Foge, Mário!

19 de abril de 2020

A democracia é um canivete suíço.


Eu não sei se partidos e figuras como o CHEGA e André Ventura vão subir nas intenções de voto com o contexto da pandemia e das crises que dela já veio e virão. É assunto que me merece tanta preocupação como saber quem vai ser o campeão do nosso futebol. Mas sei, ou pelo menos parece-me na minha modesta opinião, que se sim, figuras e personalidades como as de Ferro Rodrigues têm dado um importante contributo. O homem tem feito pela vida para que cheguemos todos para lá.

Em todo o caso, como o recado que o nosso presidente da Assembleia da República não resistiu a dar a um representante do CDS, que se mostrava contrário à cerimónia presencial da celebração do 25 de Abril, é apenas a democracia a funcionar e  a cerimónia vai ter lugar, doa a quem doer, porque a maioria dos deputados assim o determinou. 

Nada, pois, a obstar. Afinal, Ferro Rodrigues, como Trump, Bolsonaro e outros que tais, podendo estar em lados opostos e com funções diferenciadas, são frutos da mesma democracia, na mesma dose de cretinice ou no mesmo extremismo. Como num canivete suíço, mostram diferentes garras mas acomodam-se todos, aconchegadinhos no mesmo corpo.

23 de dezembro de 2019

Sem rodriguinhos...

Goste-se ou não do André Ventura e, por arrasto, do seu CHEGA, há aspectos do seu discurso que parecem óbvios. Muito do que ele diz, mesmo que temperado exageradamente com o molho"isto é uma vergonha", é de facto algo que incomoda os habituais residentes da Assembleia da República, porque são, numa analogia com o que acontece por vezes no futebol, e sobretudo de proximidade como o de salão, como umas boladas certeiras nos tomates, em que os atingidos ficam a eles agarrados num misto de ridículo, dor e incapacidade de reacção. 

Que o diga Ferro Rodrigues, que apesar do seu apelido metálico, mostrou-se sensível às boladas certeiras, mostrando-se dorido dos seus tintins, a ponto de pretender que o André Ventura desvie a pontaria. Ora Ferro por acaso até já sabe do que é pontapear adversários,  pois na anterior oposição fartou-se de rematar boladas certeiras nos tomates de Passos Coelho e seu Governo, precisamente invocando a "vergonha". já para não falar dos tiros certeiros apanhados em escutas telefónicas no âmbito do já silenciado caso "Casa Pia" que o deixam muito mal na fotografia de moral e credibilidade.

Muito do que o André Ventura diz e defende, não agrada, de todo, à maioria da restante Assembleia, porque está a tornar-se a pedra no sapato, o cabelo no esparguete, o grão de areia na engrenagem, a cagadela de pulga no colarinho. Por isso, os pregadores e moralistas da tolerância e inclusão, têm dado bons exemplos disso ao ostracizar o deputado do Chega como se pensar e dizer diferente seja um mal da sociedade, como se o extremismo de direita seja diferente do de esquerda e vice-versa. Nada que o incomode pois já disse que não está na Assembleia para fazer amigos.

A nossa classe política do politicamente correcto não gosta das verdades ditas tão frontalmente, pois não, e o que o Ferro Rodrigues fez, sem rodriguinhos, foi tentar abafar a coisa, castrando a liberdade de palavra e expressão. Pessoalmente, sem me rever em muito do que diz e defende o André Ventura, acho que a palavra vergonha deve ser dita tantas quantas vezes for necessária e se justificar e que todos aqueles meninos de coro que há longos anos habitam o Palácio de S. Bento são tudo menos virgens, muito menos a ponto de se ofenderem. 

Não surpreende, pois, que as sondagens digam que se as eleições fossem hoje o Chega teria muitos mais votos e mesmo mais deputados. Isto porque o populismo pode ser ele próprio e apenas assente numa fácil demagogia mas em larga medida corresponde aos problemas que as pessoas identificam e que sentem que a classe politica do status quo não lhe dá resposta porque muitas vezes atados ao politicamente correcto e aos interesses  quase corporativistas dessa mesma classe que se auto-alimenta, premeia e subsidia vitaliciamente. E o descontentamento não está expresso nas escolhas de quem com mais ou menos vontade ou dever clubístico vai votar em partido A ou B, mas sim na maioria, nos abstencionistas, nos que, à moda do Sérgio Conceição, se têm cagado para esta classe politica, previsível e incapaz de limpar as fossas da nossa sociedade e dos seus sistemas. Os deputados do sistema não gostam de André Ventura pois temem que uma grande parte dessa massa abstencionista se lembre que, mal por mal, talvez valha a pena votar no CHEGA porque se um André incomoda muita gente, vários andrés incomodarão mais.

Assim sendo, os Andrés Venturas e os Chegas terão sempre campo vasto para lavrar e combustível para queimar enquanto a tal classe política politicamente correcta não for capaz de dar respostas a muitas das questões e problemas que importam às pessoas.

Por tudo isso, estão há muito a pôr-se a jeito. Lá isso estão!

13 de dezembro de 2019

Conservadoramente....


Dos resultados eleitorais há sempre várias leituras de forma a virar-se o bico ao prego e, regra geral, nisso os políticos são experts. Deve fazer parte do curso. Mas nas eleições de ontem no Reino Unido, parece óbvio que os Trabalhistas foram penalizados por terem andado nos últimos 3 anos a brincar com o Referendo a favor do Brexit e a brincar aos referendos pois quando um não agrada há que fazer outro e assim por diante, como por tentativas até que a coisa agrade.

Feito isto, e apesar das nuances do sistema eleitoral local que de algum modo desvirtua a representatividade, parece claro que a maioria do povo britânico, para lá da compreensível votação no partido do nacionalismo escocês, voltou a referendar a saída da Comunidade Europeia. O que isso vai significar, de mais positivo ou mais negativo quer para o Reino Unido, quer para o resto da Europa, depois se verá, mas certamente que a vida continuará para além do Brexit. Se as coisas correrem bem para os da ilha de sua majestade, não tarda a que na Europa surjam outros "desertores".

Com esta esmagadora vitória de Boris Jhonson, de algum modo Theresa May deve ter feito um  valente manguito ao cinzento Jeremy. -Tanta birra, para isto...para sair de frosques.

Já agora, quanto à minha posição sobre o Brexit: Nem a favor nem contra, antes pelo contrário!

25 de novembro de 2019

25 de Novembro de 1975

Assinalam-se hoje 44 anos do 25 de Novembro de 1975, o golpe que pôs fim ao Processo Revolucionário em Curso (PREC), estabelecendo condições para a democracia pluralista.

E se há quem queira celebrar esta data, reivindicando até um feriado nacional, outros, mais conotados com os golpistas de 25 de Novembro, nomeadamente a extrema-esquerda, preferem não comemorar. Mesmo o PS, então, por Mário Soares, um dos oponentes ao rumo para uma ditadura de esquerda, tem adoptado uma postura de "nem sim nem sopas", não pretendendo ferir susceptibilidades à sua esquerda, já que vêm aí lutas para as quais precisa do seu apoio.

Para muitos, o 25 de Novembro de 1975, foi mesmo o início do processo democrático e dele emergiram as figuras dos então tenentes-coronéis Jaime Neves e Ramalho Eanes, que tiveram papel determinante ma oposição ao golpe militar, sendo que este último  veio posteriormente a ser presidente da República.

Até então, e desde o 25 de Abril de 1974, vivia-se num "banho maria" revolucionário e não faltava no seio do MFA (Movimento das Forças Armadas) quem quisesse levar o país para uma ditadura, já não de direita, derrubada, mas de esquerda.

Esta questão da importância da data do 25 de Novembro só não tem sido tão generalizada e mesmo celebrada porque ainda mexe com resquícios desses tempos e deles ainda anda por aí muita gente, incluindo os golpistas e seus apoiantes. Até o presidente Marcelo, no seu low-profile parece não querer mexer na "coisa" com receio de soltar maus cheiros, amaciando com um salomónico "...ninguém deve apropriar-se das datas".

Assim sendo, que não se mexa na dita cuja.

11 de novembro de 2019

No correr dos dias...

Luís Montenegro oficializou, ontem em Lisboa, a sua candidatura à presidência do PSD. O discurso que se esperava, já com ganas de conquistar Câmaras e Juntas, mas ouvi-lo falar e criticar as divisões no partido é metaforicamente como ouvir a raposa a pregar moralidade no galinheiro.

Sendo certo que o actual presidente Rui Rio já assumiu que vai de novo a eleições, Montenegro, louve-se-lhe a coragem, vai enfrentar a decisão do eleitorado social-democrata, indo mais além dos  bitaites.

A coisa poder-lhe-á correr bem, pois poderá, ou não, e isto porque em disputas eleitorais há esse "inconveniente" que, a par da possibilidade de vitória, é a possibilidade de se sair derrotado, embora há os que filosoficamente pregam que só é derrotado quem se esquiva da luta. Por conseguinte, o mesmo se aplica a Rui Rio e a outros mais concorrentes que se venham a perfilar, e parece que por ora são três. 

Em tudo isto, maior do que o risco de Montenegro vir a perder, e voltamos a dizer que pode ganhar, é o risco para alguns dos seus ilustres apoiantes; alguns deles tendo já perdido com consequências a aposta no "cavalo errado" (Santana Lopes), se vierem a perder de rajada uma segunda aposta a coisa pode ficar (Monte)negra. Aí, caso aconteça, serão "obrigados" a remeter-se a palcos secundários e refrear ou adiar as suas ambições políticas e confinar o poder a coisas menores. Alguns, sem o lastro adequado, peões e escudeiros menores, serão varridos definitivamente de cena. Se, pelo contrário acertarem no apoio, e desta vez o "cavalo" for o certo, aí, esperam, serão readmitidos e logo que se abra a janela da oportunidade, lá estarão. Mas isto para ambos os lados das hostes. De resto, o habitual nas lutas internas partidárias.

Em todo o caso, mais importante que o desfecho da eleição interna e se o vencedor será o Bilhas ou Rio, ou outro, importará ao PSD definir definitivamente o seu rumo sob pena de vir a perder identidade e expressão de forma irrecuperável. Aos militantes caberá essa decisão de optar pela luta e desfragmentação constantes ou por uma paz,  uma verdadeira unidade sem discursos de raposas nos galinheiros ou de "caças às bruxas".

Como é luta que sigo como outsider - embora com opinião, a minha - ...que se entendam.

21 de outubro de 2019

Pedro "Lambreta" Soares


"Para se coçar os "tomates" não é preciso tirar as calças"

Poderá não ser um provérbio que se aplique entre gente de boa moral, mas tem em si toda uma carga de verdade.
Mas perguntarão: - E onde tem aplicação?

Assim de repente, na recente notícia de que o centrista Pedro Mota Soares, que ficou famoso por ir de Vespa à tomada de posse de ministro da Solidariedade, Trabalho e da Segurança Social, no Governo do PSD-CDS, ter assumido a liderança da Associação dos Operadores de Comunicações Electrónicas (Apritel) para o triénio 2019-2022. 

De acordo com nota distribuída à imprensa, o ex-deputado do CDS diz que assume o cargo "... com grande entusiasmo, dedicação e sentido de compromisso, com o objectivo de contribuir para destacar a importância social e económica do sector das comunicações electrónicas em Portugal já que elas vão ser a chave para a economia e a sociedade do futuro e, por isso, é fundamental reforçar o diálogo com todos os 'stakeholders' do sector e elevar a associação ao patamar de interlocutor indispensável em todas as matérias relativas às comunicações electrónicas".

Dito e feito desta maneira, será de pensar que Pedro Mota Soares é um expert em comunicações electrónicas. Mas onde raio terá tido tempo e espaço para nelas se tornar profissional, já que no alto dos seus 45 anos (nasceu em 1974) tem estado ligado à carreira política desde os 25 anos e pouco tempo terá tido sequer para exercer advocacia de carreira quanto mais especializar-se em algo ligado ao sector das comunicações electrónicas?

Mas a resposta é bem simples: Foi um político e governante e é desses que as empresas ou associações gostam e querem. Exemplos não faltam, desde saídas para a banca e empresas com ligações ou interesses na máquina do Estado.

Vá lá saber-se porquê, mas como para se coçar os ditos cujos, não é necessário baixar as calças ou mesmo as cuecas, também não será preciso muito para que um político vá para líder ou administrador de uma qualquer coisa sem que para ela esteja vocacionado.O Soares, apesar de novo, é apenas mais um.

Em todo o caso, vamos, de boa fé, acreditar que ele é mesmo um experimentado génio nessa tal coisa de comunicações electrónicas.