9 de março de 2020

Isto é uma vergonha...


O que arrelia no discurso da maioria dos treinadores de futebol quando as coisas não correm bem, é um estilo do politicamente correcto alicerçado nos chavões do "manter o foco", "vamos trabalhar mais", "pensar jogo a jogo" e outros que tais, nomeadamente o de continuarem a falar como se dependessem apenas deles quando por vezes já não.

Esta situação, creio, está a acontecer agora com Bruno Laje, no Benfica, como antes aconteceu com Rui Vitória. Falo destes  mas poderia falar de outros que bons (maus) exemplos é que não faltam.

Em resumo, falam como se estivessem a falar para criancinhas ou mesmo para mentecaptos. Preferível seria mesmo admitir que "estamos a jogar um futebol de merda", "temos sido incompetentes", "pedimos desculpas aos adeptos porque isto é uma vergonha", e ou "não temos justificado os milhões que ganhámos e vamos indemnizar o clube e os adeptos". 

Seria tudo mais directo e honesto. O resto sabe-se que é futebol e mesmo quanto aos treinadores sabe-se que passam de bestiais a bestas num piscar de olhos. Eles sabem disso mas no fundo não se importam porque na generalidade mesmo um despedimento significa milhões e receber. Que o diga Mourinho.

Quanto aos adeptos, na generalidade e ressalvadas as devidas excepções, não se pode esperar grandes reflexões, muito menos lúcidas e independentes e o grau de formação não é filtro porque tanto desbocam o trolha e o agricultor, como descambam o doutor e o engenheiro, sem desprimor pela comparação. O fanatismo turva o pensamento e desfoca o bom senso e não há como rescaldos de êxitos ou descalabros para perceber isso. Neste aspecto as redes sociais são bons barómetros. Também no café, dá sempre para perceber isso, com alguns falando em tom de comício, invocando com tanto ou mais vigor o André Ventura na proclamação do "...isto é uma vergonha".

8 de março de 2020

A Lira cumpriu o seu destino


Morreu a Lira. Neste Domingo de Março, quando na cerejeira já despontam as flores de uma primavera anunciada. 
Jaz próximo da Chica, na cova onde um azevinho tão teimoso quanto viçoso também decidiu morrer e emprestar-lhe a sepultura. Em breve estará coberta de cidreira  e erva-de-s. roberto e a laranjeira vai-lhe fazer sombra nos quentes dias de Verão.

Uma gata branca, a Lira, que não era da casa mas andava por casa como se fosse a sua, porque a sua, onde chegou a ter dono, nunca encontrou poiso porque também não via qualquer migalha de comida muito menos um afago. 
Na casa que não a sua, nunca lhe faltou comida sempre que se aproximava da porta. Mesmo assim aquela presença insistente, era como se fosse da casa, não sendo.
Ainda ontem, sábado, comeu sôfrega um naco de comida húmida, destinada a um seu filho que, à hora marcada ainda não tinha aparecido.

Há uns dias que se adivinhavam os dias finais, porque magra e suja, já sem capacidade da auto-limpeza, tão características destes felinos.

Hoje de manhã estava à porta, numa nítida prostração que já não lhe permitiu comer nem beber. Foi colocada numa caixa quente, coberta, em local abrigado, para pelo menos morrer com dignidade e com um último afago, que  em vida não teve muitos, ou mesmo nenhuns.

Mas morreu essencialmente de velhice porque andava por cá há uma quase eternidade e foi mãe de  ninhadas a perder de conta, avó de netos e raiz de netos de netos.

Cumpriu o seu destino, a Lira, digna até ao fim, bem ao contrário de muita gente.

Foi merecida a lágrima teimosa.

6 de março de 2020

Nem tudo é a cores...

Admitindo e correndo o risco de algum exagero, pelo que vou lendo, vendo e ouvindo das notícias sobre os casos confirmados e suspeitos em Portugal do Covid-19,  parece-me que em algumas das situações houve um correr de risco desnecessário com pessoas a viajar para Itália, quando já se sabia que era uma zona de risco. Ora em férias, ora em trabalho, certo é que quase todos os casos remetem para o relacionamento de estadia nesse país.

Em todo o caso, para os apologistas da plena globalização, do que ela tem de melhor e positivo, e tem, importa também ter em conta o outro lado da moeda e que esta situação da propagação do Covid-19 é apenas um dos efeitos negativos. E não é de menor importância porque é a saúde pública global que está em causa.

As situações ocorridas nos últimos anos dizem-nos que este é apenas um episódio mas virão mais no futuro e cujas repercussões em concreto não podemos determinar, apenas suspeitar, até mesmo num contexto de terrorismo. Espalhar meia dúzias de kamikazes infectados com algo desconhecido no meio de uma multidão poderá ser mais eficaz que muitas bombas e atentados. O resto, fica por conta da globalização.

Mas isto sou eu a exagerar...

5 de março de 2020

Estamos todos de boa saúde e "descansados"...

Logo após o primeiro ministro António Costa ter visitado o serviço Linha Saúde 24, louvando e elogiando a sua acção, eficiência e capacidade, hoje sabe-se que por esta semana mais de 25% das chamadas ficaram sem atendimento e resposta.

No programa "Prós e Contras" da RTP, a directora da Direcção Geral de saúde, Graça Freitas, resvalou, sem graça, para a informação de que tinha esgotado a capacidade dos hospitais de S. João e Santo António, numa altura em que apenas dois casos tinham dado positivo. Pelos vistos, falhas de comunicação, tão normais quando as coisas não batem certo.

Assim, sendo, a juntar às notícias de encerramento de urgências pediátricas e outras que tais, estamos todos "descansados" para enfrentar este filho da globalização, o Covid 19.

4 de março de 2020

Nota de falecimento


Faleceu Sónia Marisa Pinto Lopes Vendeiro, de 41 anos. Natural de Gândara - Guisande, residia em Caldas de S. Jorge.
Cerimónias fúnebres de acordo com as indicações na estampa acima.
Sentidos sentimentos a todos os familiares.

26 de fevereiro de 2020

Coisas do ambiente



Salvas as devidas importâncias, distâncias e impactos, de algum modo o assunto do futuro aeroporto previsto para a margem sul do Tejo, no Montijo, nomeadamente a polémica da sua localização de sensibilidade ambiental, tem algumas semelhanças com o que aconteceu no nosso Monte de Mó. Ou seja, as questões do território e do ambiente só são importantes para as coisas pequenas, porque quando há necessidade de ali implantar as coisas grandes e impactantes, estas têm via aberta. Porque tudo em nome do interesse público.

Veja-se, por comparação, mesmo que pobre, a situação do nosso (também de Louredo e Romariz) Monte de Mó: Veio o PDM e toda aquela grande mancha florestal, pontilhada de alguns elementos agrícolas, sobretudo nas encostas, foram, e bem, classificadas como Espaço Florestal e pontualmente, com elementos de Espaço Agrícola. Por conseguinte, no geral ali não se podia edificar habitações, muros ou mesmo currais para ovelhas ou galinhas. Era um prejuízo para a coisa.

Mas depois veio a necessidade de ali se implantar um reservatório para a rede pública de abastecimento de água: Faça-se! 

Depois veio a necessidade de ali fazer passar um auto-estrada de seis faixas, gerando um enorme impacto ambiental e topográfico, com movimentos de terras gigantescos, construção de viadutos, gerando desequilíbrios óbvios na topografia natural e deles os consequentes problemas na drenagem de águas, tanto mais que, nas alternativas, optando-se sempre pelas vias do mais fácil e mais barato, e invariavelmente ao arrepio dos interesses dos proprietários. Foram feitas cagadas um pouco por todo o lado. É certo que para alguns foi um totoloto, mas para outros, menos expeditos, foi o prejuízo. Mas, faça-se e fez-se.

Depois veio a necessidade de ali instalar uma sub-estação eléctrica: Faça-se e fez-se. Bem no coração do monte, novamente com enormes movimentos de terras e desequilíbrio nas drenagens de águas e toda a zona ficou sob um tecto electro-magnético de torres e cabos em várias direcções. Uma espécie de árvore de natal permanente.

Em resumo, por todas estas questões e opções, que por um lado compreendem-se face ao interesse público, nacional e ou municipal, a questão do ambiente tem sido sempre preterida. Por outro lado os estudos de impacte ambiental não servem para coisa alguma, apenas para dar cumprimento a um mero formalismo. Umas recomendações, uns pózinhos de perlim-pim-pim aqui e ali e a coisa ultrapassa-se.

É caso para se dizer que o ambiente deve ser preservado não para minudências, coisas pequenas,  mas para coisas importantes e em grande. Apesar disso, toda a gente com poder de decisão continua com os discursos, na generalidade hipócritas, de que o ambiente é coisa importante e a valorizar.

Pois, pois...

24 de fevereiro de 2020

Nota de falecimento


Damos nota do falecimento de Joaquim da Costa Azevedo, de 65 anos, com residência em Fiães e emigrante em França.
Cerimónias fúnebres conforme o anunciado na pagela acima.

Sentidos sentimentos a todos os familiares.