18 de outubro de 2021

Alinhamentos e rotundas

 

Foi posto à venda, e não há como não ver com o tamanho do cartaz e contacto, o terreno localizado no gaveto entre a Rua da Igreja e Rua S. Sebastião, aqui em Guisande.

É um terreno com duas frentes e com uma boa localização. Interessante para quem procura terreno para construir ou para investir.

Importará, todavia, aos pretendentes, ter em conta o estudo de alinhamentos previsto para o local e que prevê um ampla rotunda no respectivo cruzamente e por conseguinte um constrangimento no potencial de implantação/construção e uma ampla cedência obrigatória para alargamento, rua e passeio. 

Caminho a percorrer

Parece evidente para muita gente, sobretudo para os militantes, que alguns dos motivos que levaram à derrota do PSD nas recentes eleições autárquicas para a Assembleia/Junta da nossa União de Freguesias de Lobão, Gião, Louredo e Guisande, para além dos motivos óbvios de uma herança pouco ou nada positiva e uma lista montada às quatro pancadas, residem, em parte, na falta de organização na base interna do partido e até mesmo alguma desagregação. Os núcleos ou não funcionam ou foram ao longo dos últimos anos abandonados e esquecidos e apenas visitados por figuras gradas do sistema e da concelhia apenas em vésperas de eleições ou na hora de arrigementar pessoas para encher pavilhões para comícios.

Quando assim é, as coisas tendem a não correr bem. Depois, quando o processo de escolha de candidatos e cabeças de lista é feito sem escutar as bases, a coisa descamba mesmo e daí a ver-se militantes influentes a apoiarem figuras e listas opositoras vai um passo. Ora isso de algum modo parece ter acontecido, sobretudo em Lobão, que, diga-se, representa no mínimo 50% do peso eleitoral da União.

A acrescentar essa falta de união e organização, numa era de tecnologias de informação e redes sociais que podem ser um elo de informação, ligação e motivação, surprendia o afcto de um partido como o PSD não ter localmente uma página activa e actualizada na web e nas redes sociais. 

Mas como mais vale tarde que nunca, parece que após a derrota eleitoral o PSD da União de Freguesias de Lobão, Gião, Louredo e Guisande lá arrancou com a sua página no Facebook. Atrasada oito anos, mas aí está para o que der e vier, agora num contexto de oposição. 

A ver vamos se será proveitosa ao partido e aos militantes ou se será apenas um impulso no iniciar de um novo ciclo. Certo é que para o PSD há caminho a percorrer até ao próximo acto eleitoral e mostrar ser capaz de estar atenta à actividade da Junta. Todavia, parece-me que a nova Junta liderada por David Neves não vai dar grandes motivos aos adversários nem desperdiçar o tempo a dar tiros nos pés e a cometer os mesmo erros grosseiros de uma gestão desadequada à realidade de uma União de Freguesias num estilo presidencialista obsoleto. Bastará ser fiel e consentâneo com todas as suas linhas de orientação que o levaram à vitória, sobretudo as que conduzem ao respeito pelas diferentes identidades das quatro partes e uma proximidade terra-a-terra com as populações, para daqui a quatro anos renovar o mandato. E claro, realizar obras e melhoramentos. Para quem está no poder o difícil não é ganhar eleições; Difícil é perdê-las.

Pela parte que me toca, independente (mas não neutro), não filiado nem militante de qualquer partido, avesso à arregimentação cega e clubista, gosto de acompanhar o dia-a-dia dos diferentes partidos e forças políticas e por conseguinte valorizo o que de positivo ambos possam oferecer em termos de comunicação e esclarecimento. 

Nesse contexto, e porque o PSD local estava desaparecido do mapa, congratulo-me por passar a dar a cara. É claro que importará que esse dar a cara seja regular, estrutural, hierárquico e legitimamente representativo dos militantes e que fale a uma voz.  Só assim poderá marcar pontos enquanto oposição e conseguir mais valias para o futuro.

Apanhar tau-tau no rabinho

Vamos todos mostrando indignação pela escalada dos preços dos combustíveis em Portugal, que nos remete para os valores dos mais altos praticados na Europa, mas na realidade nada fazemos, e se amanhã houver eleições para o Governo, o PS e António Costa serão novamente eleitos, quiçá por maior diferença. Gostamos, pois, de apanhar tau-tau no rabinho.

De facto o Governo não tem dado sinais de abrir mão da escandalosa carga fiscal que cobra por cada litro de gasóleo ou gasolina e que dizem representar mais de metade do custo final. No caso, 56% sobre o gasóleo simples e 59% sobre a gasolina 95. Só no último ano e meio o preço aumentou 30%.

Ainda há dias ouvi dois elementos do aparelho do Governo a justificar que não iriam reduzir o preço do combustível porque isso seria incentivar o consumo de energias fósseis e poluentes quando o paradigma das alterações climáticas indica um sentido de redução das emissões poluentes e utilização de energias alternativas, limpas e renováveis, bem como ao uso dos transportes públicos. 

Ora esta justificação é tacanha e absurda porque pretende alegar que todos os portugueses têm capacidade financeira para comprar carros eléctricos, que podem ir de bicicleta ou a pé ou têm um autocarro à porta para os levar ao trabalho. Isto é ainda um maior absurdo quando nos afastamentos do litoral e nos embrenhamos no interior em que os transportes públicos não existem de todo. E depois as empresas de transportes de passageiros e mercadorias? Onde é que ficam? 

Em todo o caso importa tentar compreender um pouco esta situação dos combustíveis, do preço do gasóleo e da gasolina que mesmo sem os preços escandalosos de Portugal está a afectar muitos países incluindo grandes economias como a Inglaterra e a Alemanha. Tudo isto porque no contexto da redução das emissões poluentes, se têm desmantelado infra-estruturas de produção de energia baseadas no carvão e mesmo de energia nuclear sem que a oferta das ditas energias limpas cubra esse défice. Basta dizer que a Alemanha tem desmantelado centrais nucleares que representavam cerca de 30% das suas necessidades energéticas e ainda não conseguiu cobrir essa parcela com energia alternativa. É como deixar de usar lâmpadas na nossa casa e em alternativa termos apenas uma vela de cera à moda antiga.

Neste contexto de muito desacerto político que tem varrido a Europa, a relação de procura/oferta tem estado desequilibrada e daí, em grande parte, o crescente registo de aumentos nos combustíveis petrolíferos e da energia em geral.

Claro que todas estas políticas e jogadas económicas passam ao lado dos consumidores os quais são quem na realidade pagam todos os desaforos.

A manter-se este crescente aumento nos combustíveis e se o Governo não abrir mão da sua escandalosa margem fiscal, não surpreenderá a muito curto prazo o aumento dos bens, produtos e serviços bem como a insolvência e falência de empresas num efeito dominó.

A ver vamos mas a coisa está a carburar muito mal.

17 de outubro de 2021

"- Oh pr'a mim tão contente!"

Eu já não sei se será moda ou mania ou ambas as coisas. Vejo por aí alguma malta para a qual a corrida parece já algo mais do que uma forma positiva e saudável de fazer exercício físico e combater o sedentarismo. Pode ser isso, mas parece-me que mais do que isso. 

Vejo já uma obsessão quando esses novos "carlos lopes e fernandos mamedes" dos nossos tempos fazem isso mas têm uma necessidade simultânea e egocêntrica de dizerem ao mundo que o fazem, como o fazem, com quem, quando, por onde, quantos quilómetros e em que tempo, partilhando fotos, mapas e gráficos, como se fazer 10 Km numa hora seja algo de extraordinário para quem ainda é novo e goza de saúde.  Afinal, apenas a caminhar, pode-se fazer 6 Km.

Mas, pronto, temos que perceber estas novas ondas e actuais manias em que, mesmo não generalizando somos quase todos uma espécie de super-heróis, invariavelmente com uma vontade do caraças de mostrar aos outros o que valemos, um pouco como no registo humorístico que no "Humor de Perdição" exclamava a Maximiana, uma das personagens do Herman José, a raçuda saloia da Merdaleja: "- Oh pr'a mim tão contente!"

Somos quase todos assim, vaidosos nas nossas façanhas e no nosso modo de viver, mas feitas as contas, em rigor, os " nossos amigos " das redes sociais estão-se verdadeiramente cagando para as nossas coisas e coisinhas, vaidades e vaidadezinhas. Não há contemplação. Quando muito, alguma comiseração ou um pouquinho de inveja. E se calhar é mesmo por isso: Fazemo-lo apenas para provocar invejas.

16 de outubro de 2021

Habemus Junta

Tendo em conta a data (hoje) e horário (16 horas) a que estava marcada a sessão da instalação dos novos órgãos autárquicos para a nossa União de Freguesias, decorrente das eleições do passado dia 26 de Setembro, teremos já em exercício a nova Junta de Freguesia presidida por David Neves, e a nova Assembleia de Freguesia, com o PS em maioria e o PSD na oposição, invertendo-se assim os papéis dos últimos dois anteriores mandatos.

Começa agora um novo ciclo. Que seja total e positivamente diferente (o que não é difícil) até porque, certamente, esta nova Junta deverá herdar um bonito saldo positivo da anterior, que não se gastou apesar das muitas necessidades. Como na parábola da Bíblia, há quem faça render os talentos e há outros que, receosos, os enterram na garantia de que assim se mantêm seguros.

Comece, pois, o novo mandato e que ele traga uma nova e diferente abordagem e um novo paradigma em favor do desenvolvimento e da proximidade às pessoas. Não é pedir muito.

14 de outubro de 2021

Caguei

Parece que para muitas cabecinhas pensadoras, o respeito e tolerância para com os gays, lésbicas e afins passa por ser como eles ou como um deles. Daí, no seguimento das aventuras do herói da banda-desenhada, o filho e sucessor de Clark Kent e de Lois Lane, o novo Super-Homem, Jon Kent, é bi-sexual, ou seja, é polivalente e numa das aventuras a publicar pela DC Comics o super-herói perde-se de amores pelo colega jornalista Jay Nakamura, um japonês de cabelo-cor-de-rosa chok.

É certo que os super-heróis, quase todos a usarem colants coloridos e justinhos ao corpo, sempre foram suspeitos quanto à sua orientação sexual, mas verdade seja dita, já não há paciência para estas merdices, que agora passam do mundo real para o da fantasia, e daí o simples e terreno desabafo: - Caguei! 

13 de outubro de 2021

1073

Não é muito nem pouco, antes pelo contrário, mas no dia de ontem passaram cá por este tasco cibernético 1073 visitantes.

Passem sempre!