18 de março de 2022

Livro a caminho


Pronto que estava há meses, formalizei hoje o pedido de publicação do meu primeiro livro. Outro se seguirá lá para o final deste  ano ou início do próximo.

Este primeiro livro de cariz pessoal terá uma parte com poemas e outra com alguns textos, contos e reflexões. Não será nada de especial  e em certa medida servirá de teste gráfico e de composição para o próximo trabalho, sendo que esse terá então uma temática relacionado com a freguesia e que espero venha a ser um modesto contributo a quem interessar pela identidade da nossa terra.

Ainda quanto a este primeiro "filho das letras" obviamente que será um livro de edição de autor e não será vendido, apenas como oferta. Esperemos que nasça antes da Páscoa.

Nota de falecimento

 


Faleceu Maria da Conceição Oliveira Fonseca, de Cimo de Vila, Guisande. Residiu em Fiães e nos últimos anos com a filha Manuela em S. Miguel - Lobão.

Tinha 82 anos.

Prima de minha mãe, recordo-a em muitos momentos da minha infãncia já que por muitas vezes a ela e às irmãs ficava eu e os irmãos mais velhos entregues passando tempo no quarto de costura brincando naquela azáfama de panos, linhas e agulhas.

Recordo ainda de forma indelével que quando ela tinha aulas de condução fazia-lhe eu, uma criança, companhia porque nesse tempo não convinha que uma mulher solteira andasse pelo Porto sozinha. Depois das aulas de código e condução, às segundas-feiras apanhava o combóio e ía ter com o futuro marido, o Sr. Olímpio que era feirante em Espinho. Depois, logo que casada, seguiu com o marido a profissão de feirante onde sempre, despachada e com boa disposição, entre malgas, tachos e panelas, ajudava os clientes na escolha de utensílios da casa. 

Nesta sua partida não deixa de ser significante que vá a sepultar no dia 18, dia da feira em Cesar, na qual durante tantos anos ali vendeu.

Deixada a feira da vida, que Deus a tenha agora em paz e eterno descanso. Paz à sua alma!

Sentidos sentimentos a todos os familiares de modo particular aos filhos, a Manuela e o Carlos e ainda aos irmãos.

O serviço fúnebre será hoje, Sexta-Feira pelas 14:30 horas na igreja matriz de Fiães, e depois sepultada no cemitério de Lobão.

Missa de Sétimo Dia na Quarta-Feira, 23 de Março pelas 19:00 horas.



17 de março de 2022

A guerra e a saúde mental

Ontem, num qualquer canal de televisão, a propósito desta guerra que a Rússsia está a impor à Ucrânia de forma devastadora, atacando de forma indiscriminada alvos civis, numa tática de puro terror, uma técnica chamava a atenção para os problemas mentais e psicológicos que acabarão por afectar toda a população ucraniana, sobretudo crianças, mas também todos nós que assistimos por fora e que estamos a ser bombardeados com imagens desse terror e horror. De algum modo, pela injustiça e total injustificação da invsão, tendemos naturalmente a tomar os papéis e estados de alma dessa gente.

Coincidência, ou não, certo é que nesta noite acabei por ter sonhos relacionados a essa guerra e à sua destruição e morte. Naturalmente não serei caso único.

Neste contexto, enquanto pessoas interessadas no acompanhamento da guerra e das suas consequências, torna-se necessário tentar um equilíbrio entre o nosso interesse pela informação mas também não fazer disso uma dependência. 

Claro está que cabe às diferentes televisões que cobrem diariamente a guerra que o façam de forma igualmente equilibrada, sem excessos para além do razoável. Uma cobertura excessiva com enfoque em aspectos de morte e dramas, que sabemos que são reais face ao contexto, não ajuda muito. Num exemplo desse exagero, como de resto noutros, a CM TV dá cartas e estará a contribuir para a degradação da nossa saúde mental. 

Importará assim, a cada um, mediar na justa medida o interesse na informação mas procurando filtrar o adequado e o acessório. Acompanhar as notícias e reprotagens de forma intensa, a toda a hora, não ajuda.

16 de março de 2022

Eu, pecador, me confesso


Confesso, sem rodriguinhos, que desmazelei-me por esse velho hábito de irmos adiando indefenidamente a concretização dos nossos mais íntimos projectos, a par do custo que a coisa terá quando inerente a uma edição de autor, e daí que com toda a naturalidade tenha sido "ultrapassado" pelo colega das escritas, Carlos Cruz, quanto à publicação de um livro de poesia. Fico feliz por ele, como de resto já por aqui o expressei, e fico à espera do segundo.

Mas as coisas são como são e mau seria se nelas houvesse qualquer competição como se uma corrida fosse. Que mais não seja, teve, o Carlos, o condão involuntário de me fazer tomar a decisão, e com o livro pronto há carradas de meses, faltando apenas alguma revisão, será publicado por estes dias.

De resto nem será algo de especial e seguramente pouco ou nada pretencioso, e servirá em muito como uma reunião física de poemas, pequenos contos e outros textos, já publicados em digital, mas será  sobretudo uma experimentação ou um teste para os aspectos gráficos e de composição, para outro livro que está já adiantado e que pretendo igualmente publicar lá para meados do próximo ano ou mesmo ainda no final deste. Esse sim, pretendo que tenha um carácter de interesse mais global à freguesia e que possa ser um simples contributo para a sua história, mesmo que de forma muito informal e modesta.

Fica, pois, com a devida antecedência, aqui a nota, sem novidade, mesmo que a poucos importe.

Com as calças na mão e sem cuecas


Passam hoje 87 anos sobre a data (16 de Março de 1935) em que Adolf Hitler ordenou o rearmamento da Alemanha, violando então o Tratado de Versalhes que havia sido imposto após a derrota germânica na I Grande Guerra. Também foi introduzida a obrigação do serviço militar para a formação da Wehrmacht.

O que menos importa às novas gerações é a História, os seus factos no tempo e no espaço, mas, todavia, ela continua implacável e fria, sempre a dar-nos lições e a relembrar-nos, se não os caminhos que devemos seguir, pelo menos os que devemos evitar, concretamnete os que conduzem à guerra.

Mas chegados aqui, em pleno séc. XXI, quando se pensava que as guerras e guerrilhas eram só para os pequenos e instáveis estados do médio oriente ou África, como pretextos para as grandes potências entreterem os seus generais e experimentarem novas armas, e que a Europa vivia num ambiente de paz duradoura e virada para  a prosperidade, com a sua união económica cada vez mais alargada, ou mesmo com a NATO a estender-se a países que ainda há pouco andavam sob o jugo da URSS, eis que afinal tudo se subverteu. A loucura de apenas um homem e toda uma nação continental que lhe obedece cegamente e com isso a invasão, a morte e a destruição gratuita de um povo e um país, sem que os seus novos vizinhos possam responder, por questões políticas mas também por incapacidade militar, é demonstrativa que a força ainda continua a dar cartas.

Em resumo, a Europa há muito que vinha a desinvestir nas suas forças militares, no que parecia ser o caminho correcto, porque ainda vale a ideia de que é bem melhor e mais sensato edificar um hospital do que construir um avião de guerra, mas certo é que foi descendo as calças e agora foi apanhada com elas a meio das pernas e até mesmo sem cuecas.

Assim, em contraponto à data que aqui lembramos, temos já sinais de que a Alemanha, uma potência económica quase desmilitarizada, vai aumentar significativamente  os seus gastos no sector militar, incluindo a aquisição de várias dezenas de aviões F-35 aos Estados Unidos.  De resto este despertar também vai chegar a outros países como a Inglaterra, França e Itália e até mesmo ao nosso Portugal onde certamente os paióis de Tancos vão ser reapetrechados e dados mais brinquedos de "brincar" às guerras à malta das chefias castrenses.

Como se vê, as coisas tendem ao voltar  ao "normal" e como já estávamos esquecidos dos horrores das guerras mundiais, considera-se agora que, apesar de tudo, o único meio de dissuasão é precisamente o rearmamento. A paz por si só não se impõem porque basta um simples anormal instituído de chefe, mesmo que à força, pela ditadura e repressão, a derrube como a um castelo de cartas.

O mundo ocidental e civilizado tem assim que procurar assegurar a paz pelas armas, mesmo que estas ali esteja só como aviso. Não é o ideal, pois, não, nem nunca foi, mas ou isso ou a subjugação de todos ao desvario de um, dois ou três.

14 de março de 2022

Bem melhor


O actual executivo da Junta da União das Freguesias de Lobão, Gião, Louredo e Guisande, ainda não tem completo um semestre de actividade, mas tem sido notória uma melhoria na sua acção e nas diversas vertentes. Não sei se os meios e os recursos são superiores aos disponíveis nos anteriores mandatos, mas dá para perceber que a filosofia é diferente e centrada numa maior proximidade às freguesias e às populações. A interacção do seu presidente com a população e colectividades é notoriamente diferente para melhor e numa postura de sentido de serviço e humildade, saber ouvir e falar, valores que ainda valem. Está, pois, de parabéns o David Neves, mesmo ainda com muito caminho a percorrer!

Mesmo no aspecto de limpezas das ruas e espaços públicos a diferença tem sido abismal para melhor, com limpezas frequentes, nomeadamente em Guisande e particularmente no Monte do Viso.

Sempre considerei que é mais fácil e rápido fazer limpezas frequentes, lidando assim com menos vegetação e terras acumuladas. Fazê-lo de forma muito ocasional, e com isso enfrentar uma vegetação mais densa e mais complicada de limpar,  não faz qualquer sentido para além do natural mau aspecto de abandono e desmazelo.

Neste contexto, e pelo que tem sido dado verificar, a actual Junta só pode estar de parabéns. Mesmo neste importante aspecto das limpezas dos espaços públicos, importará continuar este ritmo e quiçá melhorar, optimizando os recursos com uma boa gestão dos mesmos.

Marcha lenta, lenta, lenta


Todos nós que circulamos na estrada e detentores de cartas de condução, sabemos e compreendemos a importância dos limites de velocidade. Já quanto ao cumprimento desses limites, em regra somos muito mal comportados e desse desrespeito residem muitos dos acidentes de viação e mesmo da mortalidade e ferimentos associados.

Posto isto, o que não faltam por aí são pilotos de Fórmula 1 e Moto GP, fazendo das estradas locais autênticas pistas e onde o limite é 40 circulamos a 60, onde é 50, vamos aos 80 e por aí fora, sempre de pé no acelerador.

De um modo geral o que está sempre em causa são os limites máximos de velocidade e de resto o nosso código da estrada apenas estabelece um limite mínimo para a circulação nas auto-estradas, no caso 50 Km.

Em contrapartida, para as demais vias de circulação, tanto dentro como fora das localidades, nada está estabelecido quanto a limites mínimos (admitindo que possa estar equivocado), existindo apenas a referência à proibição de marcha lenta por ela prejudicar a fluidez do trânsito, conforme o estipula o Artigo 26.º do Código da Estrada: 1 - Os condutores não devem transitar em marcha cuja lentidão cause embaraço injustificado aos restantes utentes da via. 2 - Quem infringir o disposto no número anterior é sancionado com coima de € 60 a € 300, se sanção mais grave não for aplicável por força de outra disposição legal.

Mas, reconheçamos, conforme está definida a questão da marcha lenta, dá interpretações subjectivas. De facto, uma coisa é um condutor que circula em marcha lenta por uma circunstância ocasional, devido a avaria ou outro motivo que possa ser considerado como justificado pelas autoridades, outra coisa é conhecer alguém que o faz de forma diária, corrente, reiterada, e durante largos quilómetros, não se desviando ou parando na berma de modo a permitir que o trânsito flua com normalidade.

Pergunto, pois, como é que as autoridades conhecendo estes casos (e quem os não conhece) continuam a permitir que alguém circule sistematicamente dessa forma sem as correspondentes coimas ou outra sanção, passando mesmo pela retirada da licença de condução?

Será preciso fazer um desenho?