6 de abril de 2023

Pagar para correr - Um novo negócio


Não sei se já repararam, mas a realização de eventos desportivos relacionados com corridas, trails, caminhadas e mesmo BTT, são mais que muitas e mais que as mães no nosso país, região e concelho. Basta dar uma vista-de-olhos nalguns sítios especializados para ver a quantidade de provas. Para alguns o difícil é escolher e pela coincidência de datas terão que fazer opções, mais ao perto ou mais ao longe.

Tal como acontecia pela década de 80 com os campos de futebol, em que cada freguesia queria ter o seu, o mesmo se passa agora com o organizar corridas. Nalgumas freguesias até mais do que uma, porque organizadas por diferentes associações, algumas concorrentes entre si.

Algumas dessas provas, na larga maioria destinadas a amadores, que se realizam sem qualquer controlo ao nível de doping, são patrocinadas por empresas e autarquias e como tal no essencial são de inscrição gratuita, mas no geral o que vai dando é organizar com o intuito de ganhar dinheiro. 

Diz quem sabe, que provas já implantadas há alguns anos e com uma organização mais ou menos competente e quase profissional, que reuna algumas centenas de participantes, são bem lucrativas. E isto porque, pasme-se, a malta paga para correr e caminhar, mesmo podendo fazê-lo de borla pelas estradas, caminhos e trilhos da zona. Percebe-se isso porque está essencialmente na moda e todos querem estar entre o pelotão. Fazem-no por diferentes motivações, apenas por convívio, com amigos, na desportiva, para testar as capacidades, mas também por espírito competitivo e mostrar serviço e também arranjar assunto para as páginas das redes sociais. Acima de tudo, importa que todos fiquem felizes nas suas diferentes motivações.

É certo que na maior parte dos casos o custo da inscrição nas provas dá direito a um kit com uma tshirt, eventualmente um boné, a medalha toda xpto de vulgar metal, dorsal e até um diploma de participação, ou mesmo uma garrafa de água, bolachas ou um bolo e arroz. Mas por outro lado, uma boa organização consegue todos estes artigos praticamente à borlix com recurso a patrocínios de empresas e subsídios da autarquias que normalmente se mostram com mãos largas para estas coisas que envolvam muita gente.

Em tudo isto, para além do bom pretexto para a prática desportiva, fundamental à saúde do corpo e do espírito, há naturalmente aspectos positivos porque a cada terrinha acorrem centenas de participantes, mais ou menos amadores, mas muitos com pretensões de fazerem os mínimos para irem os jogos olímpicos. Mas que a coisa está transformada num negócio, está. Que não seja fácil a uma organização gerar lucros substanciais, não será, mas com tanta quantidade de eventos a serem organizados um pouco por todo o lado, com centenas e milhares a inscreverem-se e dispostos a pagar, certamente que no geral não haverá prejuízos. Ora onde cheira a dinheiro...

5 de abril de 2023

Ainda a TAP

Continua a paródia à volta da TAP. Na sequência da audição parlamentar no dia de ontem da CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener, esta não poupou críticas ao Governo PS, acusando-o de ter levado avante um "despedimento ilegal" e de a transformar em "bode expiatório".

Todas estas coisas, mais o que se vai sabendo, como uma certa reuniãozinha "secreta", realizada antes da audição parlamentar de Janeiro, entre a CEO da TAP e alguma malta do Governo, certamente para "limar" arestas e "condicionar" a francesa. Faz-me lembrar aqueles jantares da malta das direcções dos clubes distritais com os árbitros na véspera de jogos decisivos.

Para além de tudo, toda esta água suja vai desembocar à piscina dos milhões. É disso que se trata sempre que se fala da TAP, de milhões e milhões. Neste caso, a francesa não quer abrir mão do que diz ter direito, como um prémio de 3 milhões de euros pelo bom desempenho. Também eu queria, com a  diferença que ela acabará por receber mesmo, com mais ou menos processos judiciais, mais ou menos de "lavar de roupa suja". E parece-me bem, pois se uma certa senhora só porque foi arrumada de uma cadeira para outra, recebeu meio milhão...

Ó malta boa, isto já não vai lá com bom senso e senso comum porque há muito, precisamente desde que o Governo PS reverteu a privatização, que agora quer voltar a fazer, anda o país ali a enterrar milhares de milhões dos contribuintes sem qualquer decoro e em nome de não sei de quê de interesse estratégico nacional.

Como contribuinte que nunca pôs o cú num avião da TAP, e se quando o tiver que fazer terá que pagar, custa-me perceber que isto aconteça com o maior dos desplantes, mas as democracias são assim e o Putin já anda por demais ocupado a delinear a forma como vai rebentar com isto tudo. Bem vistas as coisas, porventura está na hora de um novo cataclismo bíblico que volte a fazer um "reset" nesta coisa dita humanidade..

4 de abril de 2023

Nota de partida do Sr. Almoço do Juíz da Cruz

De partida tristinha mas não totalmente inesperada, porque após maleita prolongada, "bateu a bota" na nossa comunidade  o Sr. Almoço do Juíz da Cruz, dono de uma mui antiga e respeitável tradição da nossa não menos velhinha paróquia. 

Tinha já uma vetusta idade, pelo que o ancião já há algum tempo, principalmente devido à pandemia, vinha dando sinais de debilidade, em certa medida por alguns maus tratos de alguns paroquianos mais ariscos e menos dados a estes sentimentalismos de comunidade, que se recusaram a dar-lhe os devidos tratamentos, negando-lhe mesmo, alguns, o dever cristão de o amparar, deixando-o abandonado à sua sorte.

Merecia bem mais respeito este nosso velho ansião, até porque ainda eram muitas as pessoas de sua relação, que o estimavam, mas as coisas complicaram-se e acabou mesmo por ser deixado à sua sorte. 

As exéquias não têm dia nem hora marcada porque provavelmente será congelado e exposto numa vitrine do melhor cristal de Alcobaça, para que os paroquianos mais sensíveis lhe possam prestar as devidas homenagens e expressar as saudades e ainda  na ténue e cristã esperança de que um dia possa milagrosamente  ressucistar do reino das tradições desaparecidas e voltar ao convívio dos vivos.

Tenhamos fé! Amém!

Pessoalmente, num tom mais sério, fico algo triste, porque completam-se neste ano de 2023 precisamente 10 anos após o ano de 2013 em que com ele convivi proximamente e nessa altura ainda estava forte e pujante e em seu nome conseguiu reunir 120 almas masculinas à volta de uma mesa farta no que foi um bom convívio e reviver dessa velha tradição que nos honrava.

3 de abril de 2023

Páscoa 2023 - Horários dos serviços religiosos


 Horários dos serviços religiosos marcados para esta Semana Santa na nossa paróquia de S. Mamede de Guisande. Todos os serviços na igreja matriz:

- Quinta-Feira, 6 de Abril - 20:00 horas - Celebração da Ceia de Cristo e cerimónia do lava-pés- Segue-se vigília.

- Sexta-Feira, 7 de Abril: 20:00 horas - Cerimónias de Sexta-Feira Santa, seguida de Via Sacra.

- Sábado, 8 de Abril: 20:30 horas - Missa de Vigília Pascal

- Domingo, 9 de Abril: 08:00 horas - Misse solene de Páscoa - Segue-se a saída do Compasso Pascal, aproximadamente pelas 09:30 horas, com 3 Compassos e da forma e percursos habituais.

Pau-de-marmeleiro, precisa-se!

 


Noutros tempos estas coisas resolviam-se com um pau-de-marmeleiro. Mas por agora o normal das notícias é os agentes da autoridades serem agredidos, e quando as notícias nos dão conta que Sindicato dos Profissionais de Policia queixou-se de "sentimento generalizado de impunidade" no que diz respeito às agressões a agentes, com o seu presidente a lamentar-se que não exista, ao nível da tutela, quem censure publicamente as agressões "que ocorrem diariamente". Tem potes de razão, mas que fazer? Derrubar o Governo, sendo que ainda há dias o nosso povo lhe deu a maioria? Portanto, a coisa está como a maioria quer que esteja. 

Neste laxismo e "dolce far niente", a foto com que ilustramos a nota é típica de quem vai considerando ser fixe sujar os lugares que são de todos, abandonando o lixo como troféus. Um dia destes, à falta de melhor, lá terá o povo que organizar umas milícias armadas com paus-de-marmeleiro e dar uma voltinha para confratermizar com "Beirão".

2 de abril de 2023

Casa dos horrores

Num destes dias, estive na dentista onde sofri a bem sofrer. Claro que não foi a primeira vez nem, infelizmente será a última. Mas apasar desse sofrimento, tenho que me dar por satisfeito porque parece que há coisas bem piores. Por exemplo, o futebol. Ainda hoje, no rescaldo do jogo Chaves-Braga (1-2) um analista da Antena 1 sentenciava que o resultado dos bracarenses foi conseguido "com sangue, suor e lágrimas".  O colega foi fiel testemunha desse horror porque logo rematou que "o resultado foi arrancado a ferros". 

Este "arrancado a ferros" deu-me calafrios e remeteu-me para a cadeira da dentista de onde lá saí a transpirar e sem forças, e ainda para as salas de parto onde muita criancinha cabeçuda tem mesmo que ser arrancada a ferros ou então por cesariana, no que parece que agora é regra.

Ufa! Este mundo é mesmo perigoso, e até um estádio de futebol pode ser uma autêntica casa dos horrores, mesmo sem brocas, alicates e desvitalizações.

Não quero de todo, nem é este o propósito de fazer humor negro, mas é comum dizer-se que há jogos de futebol que são impróprios para cardíacos. Não foi certamente por isso (cruzes credo!) porque aparte o humor da minha nota acima, entretanto e já depois do texto, li nas notícias que durante o referido jogo em Chaves terá falecido um adepto em consequência de paragem cardio-respiratória, o que me levou a acrescentar esta nota. 

Infelizmente, este caso de adeptos que sucumbem de emoção nas bancadas, não é inédito nem será o último. Afinal, as emoções por vezes fazem com que a nossa mais importante máquina nos traia! Ora o futebol, para o bem e para o mal, por vezes gera arritmias que acabam por ser fatais, mesmo que no caso em concreto até possa não ter tido qualquer relação. Simplesmente aconteceu.

Que Deus o tenha em paz! 

Por uns pagam os outros!

Admito que será consequência da idade, mas de facto já não tenho a mesma paciência para comprender e aceitar certas coisas, nomeadamente aquelas que em nome do entretenimento de uns,  fodem, complicam e estragam a vida de outros. No caso, as ditas provas amadoras desportivas realizadas em zonas a abranger estradas principais e que mesmo que com editais que nunca ninguém lê, de repente condicionam o trânsito e geram atrasos e incovenientes nas pessoas, que são apanhadas desprevenidas nessas interrupções, nessas ratoeiras.

Ainda hoje, pela hora do almoço, em Escariz, parece que a pretexto de uma qualquer provazeca de ciclismo o trânsito ficou condicionado e interrompido e relataram-me casos de esperas de mais de uma hora. Pela minha parte, fiquei parado na rotunda da nova ligação da variante Feira-Arouca mas lá me desenrasquei ao fim de 10 minutos porque ía para um local que não colidia com a tal dita prova, mas outros foderam-se ali a gramar a pastilha. Devia, no mínimo, haver livro de reclamações para estas situações, e lugar a indemnizações, mas não há!

Quem paga estes  inconvenientes e atrasos, sobretudo a quantos comprometem compromissos de responsabilidade? Porque é que estas provas não se marcam para estradas secundárias locais que possam ter alternativas à circulação e não a abranger estradas de categoria nacional? Creio que é um abuso e um desrespeito para com as pessoas, para quem paga impostos e sobretudo imposto de circulação. Para dar lugar ao entretenimento de uns, fode-se a vida a outros. 

Assim não! Há limies!