2 de abril de 2023

Casa dos horrores

Num destes dias, estive na dentista onde sofri a bem sofrer. Claro que não foi a primeira vez nem, infelizmente será a última. Mas apasar desse sofrimento, tenho que me dar por satisfeito porque parece que há coisas bem piores. Por exemplo, o futebol. Ainda hoje, no rescaldo do jogo Chaves-Braga (1-2) um analista da Antena 1 sentenciava que o resultado dos bracarenses foi conseguido "com sangue, suor e lágrimas".  O colega foi fiel testemunha desse horror porque logo rematou que "o resultado foi arrancado a ferros". 

Este "arrancado a ferros" deu-me calafrios e remeteu-me para a cadeira da dentista de onde lá saí a transpirar e sem forças, e ainda para as salas de parto onde muita criancinha cabeçuda tem mesmo que ser arrancada a ferros ou então por cesariana, no que parece que agora é regra.

Ufa! Este mundo é mesmo perigoso, e até um estádio de futebol pode ser uma autêntica casa dos horrores, mesmo sem brocas, alicates e desvitalizações.

Não quero de todo, nem é este o propósito de fazer humor negro, mas é comum dizer-se que há jogos de futebol que são impróprios para cardíacos. Não foi certamente por isso (cruzes credo!) porque aparte o humor da minha nota acima, entretanto e já depois do texto, li nas notícias que durante o referido jogo em Chaves terá falecido um adepto em consequência de paragem cardio-respiratória, o que me levou a acrescentar esta nota. 

Infelizmente, este caso de adeptos que sucumbem de emoção nas bancadas, não é inédito nem será o último. Afinal, as emoções por vezes fazem com que a nossa mais importante máquina nos traia! Ora o futebol, para o bem e para o mal, por vezes gera arritmias que acabam por ser fatais, mesmo que no caso em concreto até possa não ter tido qualquer relação. Simplesmente aconteceu.

Que Deus o tenha em paz!