13 de abril de 2023

Choro de rosas


Na frescura densa do amanhecer

Há pranto no roseiral do jardim;

As rosas em lágrimas de orvalho

Choram por razão imerecida.

Ontem jovem, agora a envelhecer

Também choro com elas, e assim

Dou comigo a medir o que valho

Numa equação sem peso e medida.

 

Mas porquê, meu Deus,chorar

E esta angústia e desatino?

Afinal, como rosa a desfolhar,

Cumpre-se apenas o meu destino.

 

 AA-13/04/2023

12 de abril de 2023

Tempo fugaz




 

Ando eu aqui desvairado

A revirar as páginas do dia

Na procura vã do tempo perdido;

Afinal, é apenas passado

E o que passei não perdia

Porque só o viver fazia sentido.


Como água que a mão não retém

O tempo é assim, fluido, fugaz,

Como o dizer na partida a alguém:

- Fica comigo! Não te vás!


AA - 12/04/2023


TAPar buracos e totobola


Isto da TAP, a cada dia que passa é um fartote. Cada cavadela, cada minhoca gorda. O que se vai ouvindo na Comissão Parlamentar de Inquérito, diz muito ao caso.

Para além de tudo, e não é pouco, uma questão que se impõe? Para que tanta importância com a questão da urgência e necessidade do novo aeroporto de Lisboa, quando o Governo está a estrangular o alojamento local e quando em Lisboa já há controlo de estadia de turistas com o pagamento da respectiva taxa. Isto é, têm sido tomadas medidas para controlar o afluxo de turistas à capital, limitar quantos vivem e dormem. Não será, pois, mais um daqueles paradoxos da política à portuguesa!

Entretanto, parece que o Governo lançou uma plataforma onde até o Zé da Esquina e a Maria das Galochas podem dar palpites sobre a posssível localização do novo aeroporto. Surreal, mas é verdade.

Aceitam-se apostas. Pode usar duplas ou triplas!

Necessidade ou modo de vida?

Quem frequenta com regularidade os espaços comerciais da freguesia de Canedo, nomeadamente o Continente-Bom Dia, já terá reparado que anda por ali um indivíduo jovem, supostamente de nacionalidade romena ou marroquina, a pedir junto ao parque de estacionamento. De forma insistente e recorrente. Já o vi à porta do estabelecimento "Alvorada", também no Intermarchê, mas mais frequente no Continente. E isto já há mais de dois anos. Quando alguém o questiona e procura saber porque é que está ali naquela situação a pedir, utiliza vários argumentos, conforme a situação. Já foi um irmão entre 10, órfão, pai de filhos doentes, quando começou a guerra na Ucrânia era um pai que pedia para trazer a mulher e as filhas para Portugal, etc, etc. Pessoalmente já lhe ofereci trabalho de pedreiro ou trolha, porque todos os empreiteiros têm falta de mão-de-obra, mas naturalmente não mostrou interesse. Porque será?

Ainda nesta Sexta-Feira, feriado, estava novamente no Continente. Pois bem, espantem-se, ou não, no dia seguinte, no Sábado, estava junto à porta do Pingo Doce no centro de Arouca, novamente de mão estendida.

De facto não dá para perceber como é que estes indivídos, continuam durante anos neste esquema de incomodar as pessoas a pedirem de forma insistente e recorrente sem que, aparentemente, sejam incomodados pelas autoridades. Está em Portugal de forma legal? Tem passaporte e contrato de trabalho? Onde e com quem vive? É apoiado por que instituições? 

Não sei se as autoridades saberão responder e espanta este aparente estado de indiferença porque se percebe claramente que é um modo de vida parasita e oportunista, eventualmente parte de uma rede e só assim se percebe que hoje em Canedo, amanhã em Arouca e depois, porventura em Castelo de Paiva ou outro qualquer local. Por isso, vai andando neste esquema de vida que deve ser rentável.

Faz parte da nossa formação sermos caridosos e ajudarmos quem precisa, mas neste e noutros casos percebe-se que há ali apenas um modo de vida parasita de quem realmente não quer trabalhar. Veja-se que ainda há poucos dias, em Braga, alguns indivíduos marroquinos, alguns ilegais e outros em situação de precariedade, quando confrontados pelo segurança do espaço onde pediam,  ameaçaram-no com faca. Um dos "pedintes" terá sido detido e supostamente remetido à procedência. Supostamente, porque no entretanto não espantaria que por cá fique ainda a viver à custa dos contribuintes. 

Em resumo, tanto ou mais que por este tipo de situações, espanta principalmente a indiferença das autoridades de segurança e da Justiça, porque vê-se que as situações continuam por resolver e com elas gera-se naturalmente alguma insegurança para além do inconveniente das pessoas serem constantemente abordadas.

11 de abril de 2023

+ Pavimentações - Esperar para ver

A Câmara Municipal de Santa Maria da Feira tem prosseguido com a conservação e manutenção da rede viária do concelho, sobretudo pavimentações, porque nem sempre com as necessárias obras de requalificação de passeios e bermas e rede de águas pluviais, num processo que se encontrará na sua 10ª Fase. Apesar dessas limitações de infra-estruturas, tem sido um trabalho e investimento meritórios.

Tanto quanto se saiba, para a freguesia de Guisande nada consta nesta 10ª Fase de pavimentações e, no entanto, ainda há ruas em estado de extrema necessidade. Para já, depois da conclusão da instalação das redes de água e saneamento na Rua de Trás-os-Lagos, com obras ainda a decorrer, presume-se que a mesma será pavimentada em toda a extensão. Também se vai falando que do mesmo modo a Rua da Zona Industrial será também alvo de instalaçao das ditas redes e que depois será igualmente pavimentada. A ver vamos e para quando. Não custa acreditar que teremos todo o Verão com as ruas num estado miserável, ora com pó, ora com lama, ora com valas e buracos a massajarem os veículos.

Entretanto, como os critérios de pavimentações são algo insondáveis, não se compreende de todo que o troço da Rua de Estôse, que liga o lugar do lado sul à freguesia de Pigeiros, se encontre num estado tão miserável e quase intransitável, tantos são os buracos e crateras que se alargam dia a dia. 

Bem sabemos que os recursos da Junta são poucos face às necessidades, mas se não pavimentada, pelo menos que tapem os buracos, no que já será obra, tal é a extensão dos estragos. É mesmo mau o seu estado o que até leva a supor que ninguém da Junta ou da Câmara por ali passe a inspeccionar.  Pacífico é o povo de Estôse mas não surpreenderia que perante esta situação de facto lamentável fizessem uma manifestação de descontentamento. Vamos lá ver se a situação é resolvida apenas pelo bom senso e pela constatação da realidade.


[foto: CM Feira]

10 de abril de 2023

Páscoa 2023

 








Visita Pascal na nossa paróquia de S. Mamede de Guisande. Num bonito dia de Primavera, foram três equipas que percorreram da forma habitual as ruas e lugares da nossa freguesia levanda a cada casa (às poucas que abrem) a mensagem de Cristo Ressuscitado.

A visita pascal ou Compasso, é uma tradição importante na nossa comunidade como em muitas outras, mas bem longe da importância e vivência que se lhe dava noutros tempos. Nas zonas urbanas já pouco significado tem porque as pessoas são desconhecidas sentre elas, mesmo que vizinhas da mesma rua, do edifício ou andar. Vai ainda resistindo nas zonas mais rurais e menos povoadas, como Guisande, mas mesmo aqui já sem o fulgor e autenticidade de outros tempos. Aos poucos algumas das marcas que definiam esta tradição foram-se perdendo e agora só mesmo em serviços mínimos. 

Apesar disso, para quantos participam dedicadamente nas equipas e para quantos abrem com alegria as suas portas, ainda é possível sentir o essencial da mensagem de que Cristo ressuscitou! Ainda os momentos de partilha e convívio familiar no que é sempre positivo. Esses são sempre valores que importa manter e dignificar.

9 de abril de 2023

Juíz da Cruz em 2013

 


Parecendo que não, passam dez Páscoas sobre o ano em que tive o privilégio e orgulho de ser o Juíz da Cruz na nossa paróquia de S. Mamede de Guisande. 

Acima, duas imagens da pagela que então mandei imprimir e que se distribui pelas diversas casas que receberam o Compasso. Foi um dia bonito, apesar de alguma chuva.

Na Segunda-Feira, lá organizei o tradicional Almoço do Juíz da Cruz, que depois do encerramento do restaurante "O Algarvio", ocorreu no lugar do Pomar em Gião. Consegui reunir à volta de 120 pessoas.

Infelizmente, esta tradição parece que terminou de forma inglória e neste ano já não se realiza. Não acredito que venha a ser retomada e mesmo que sim, nunca mais será a mesma coisa. Uma árvore depois de abatida jamais poderá ser posta de pé e trazida à vida. E esta árvore da nossa tradição, tinha já muitos anos.

Cristo Ressuscitou! Aleluia!