16 de abril de 2023

Muitos anos a virar frangos...

 ...Uns dirão que é falta de fé, de crença e fartura de pessimismo. Mas eu digo que será mais constatação de alguns sinais e por outro lado o ter já visto filmes com os mesmos enredos e desfechos e ainda, como diz a cantiga, a experiência de ser muitos anos a virar frangos.

Posto isto, a seis jornadas do fim e ainda com 4 pontos de avanço sobre o segundo classificado, e por isso a única equipa a depender dela própria, tenho para mim que o Benfica vai perder o campeonato mesmo depois, de apenas há duas jornadas, ter chegado a dispor de 10 pontos de avanço sobre a concorrência directa e com a possibilidade de ter aumentado para 13. Mas em duas jornadas esbanjaram 6 pontos. 

Para além disto, dizem os entendidos, a equipa que está a jogar mal e porcamente a que se soma o duplo empenho dos adversários, grandes ou pequenos. O Chaves, por exemplo, até agora apenas tinha tido três vitórias em casa e a quarta  foi agora contra o Benfica. Sintomático. Até o Famalicão ganhou em Chaves. 

Há ainda outros sinais: O adversário directo no jogo caseiro com o lanterna vermelha venceu por 2-1 e beneficiou de 2 penalties, um a abrir as hostilidades e outro daqueles que nem inventados. Já o Benfica, para além da sua azelhice e de um erro colossal que deitou a perder pelo menos 1 ponto, viu ser-lhe negado um penaltie claríssimo (reconhecido até pelo órgão oficial do F.C. do Porto, o JN) a que nem o VAR se deu ao trabalho de analisar. 2+2...

Colhidas as provas, as coisas estão já definidas e no final das contas, a não ser por um daqueles acasos em que o futebol é fertil, o Benfica perderá o título de forma vergonhosa como resultado de uma caganeira-hacatombe de final de época. Ainda por cima o descalabro começou a desenhar-se logo a seguir à renovação do treinador, o qual arrisca-se a passar de bestial a besta em meia dúzia de jogos. Os próximos seis, ou talvez menos, confirmarão.

A ver vamos! Pelo menos para mim, o incómodo nunca será grande porque no meio de tudo isto em toda a temporada não perdi, sequer, meia a hora a ver um jogo na TV, muito menos a ida aos palcos dos jogos.

É o que é, e antes isso que uma dor de dentes! Não falta quem prefira ter uma valente dor de dentes, ou mesmo a perdê-los todos, a ver a sua equipa a perder, mas isso é lá com eles!

15 de abril de 2023

Trilho do Perrinho

 


Trilho do Perrinho, por terras de Vale de Cambra. Percurso circular, com 14 Km e nível de dificuldade média,  com início e fim no Parque da Cidade em Vale de Cambra. A maior parte do percurso em caminho florestal e agrícola. 

Como pontos de maior interesse, o vale do rio Trancoso (ou ribeira de Vila Chã) e ribeiro do Rossio. A capela da Senhora da Ribeira, o deslumbrante e bucólico vale e casario de Vila Cova do Perrinho com visita à pequena mas bonita igreja matriz de S. João Baptista. Ainda uma visita aos moinhos de Pisão dos Lagos, a merecer uma vista mais demorada mas, se possível, com o local mais limpo. É pena que certos locais estejam tão abandonados.

Um trilho informal, sem marcação, sem deslumbrar mas muito interessante. Valeu bem a pena e o dia, apesar da manhã fresca com a vegetação orvalhada, esteve muito bom, com céu aberto a prometer uma tarde mais quente. 

A retemperar, já pertinho de casa, o almoço nos "3 Amigos", com três diárias económicas com feijoada à transmontana e rojões. Havia ainda a alternativa de coxas de frango assadas no forno. O movimento era interessante, sobretudo para levar para casa, que demonstra a popularidade de uma boa relação qualidade-preço.

De seguida alguns olhares do trilho.





























13 de abril de 2023

A tomada de Ceuta e o Sr. Silva


Sejamos claros: Lula da Silva é tão presidente do Brasil como o é um político condenado em três estâncias judiciais do seu pais, por corrupção e cuja liberdade só se deveu a uma (como se diz?) especificidade técnica do Supremo Tribunal de Justiça. Além de uma ou outra absolvições, há ainda processos suspensos, outros arquivados e alguns prescritos contra o antigo dirigente do PT - Partido Trabalhista. Estão em causa crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, obstrução à justiça, tráfico de influência, organização criminosa. Ou seja, o Sr. Inácio Silva tem todos os ares e lastro de um corrupto e como tal está acusado, com a agravante de que mesmo nessa condição está de novo a governar os brasileiros.

Apesar disso, a nossa esquerda tem por este velhinho com ares de pai-natal enfrascado um devoção ideológica inolvidável, tão grande na justa medida contrária à que nutria pelo ex presidente, outro bronco, o Bolsonaro. O Brasil, para além doutra meia dúzia de jaquinzinhos mais ou menos da mesma laia, não teve grande opção de escolha e por isso entre um acusado de corrupção e um bronco extremista optou pelo primeiro, mesmo que com um resultado que vincou ainda mais a divisão da sociedade brasileira.

Espanta, pois, ou talvez não, que neste nosso Portugal a classe política que nos governa com uma estável maioria que se vai divertindo com novelas mexicanas como a da TAP, tenha tido a tão nobre ideia de convidar o Sr. Silva a discursar na sessão solene do 25 de Abril, envolto em cravos vermelhos. Fosse vivo, seria justo que em igualdade de direitos e de não discriminação, Salazar também fosse convidado a enaltecer a democracia, liberdade e justiça. Felizmente, alguns ainda tiveram o decoro de separar as águas, mesmo contra a ideia do nosso presidente, muito dado a dar a mão ao Governo.

Passem o sarcasmo e a ironia, de facto a nossa classe política não tem emenda e só vai andando ali pela larga gamela porque o nosso povo sempre foi e será de brandos costumes. Marquem novas e futuras eleições que lá estaremos todos a dar-lhes essa legitimidade, se possível com maioria, para o "fartar vilanagem" como se ali todos os dias fosse a tomada de Ceuta, investindo à "espadada" sobre cidadãos indefesos que apenas seguem o ritmo tranquilo do seu quotidiano.

Ontem como hoje, a bandidagem é sempre bandidagem e com as portas escancaradas da nossa Ceuta há sempre caravelas a abarrotar, a aportarem lá para os lados do Tejo.

Choro de rosas


Na frescura densa do amanhecer

Há pranto no roseiral do jardim;

As rosas em lágrimas de orvalho

Choram por razão imerecida.

Ontem jovem, agora a envelhecer

Também choro com elas, e assim

Dou comigo a medir o que valho

Numa equação sem peso e medida.

 

Mas porquê, meu Deus,chorar

E esta angústia e desatino?

Afinal, como rosa a desfolhar,

Cumpre-se apenas o meu destino.

 

 AA-13/04/2023

12 de abril de 2023

Tempo fugaz




 

Ando eu aqui desvairado

A revirar as páginas do dia

Na procura vã do tempo perdido;

Afinal, é apenas passado

E o que passei não perdia

Porque só o viver fazia sentido.


Como água que a mão não retém

O tempo é assim, fluido, fugaz,

Como o dizer na partida a alguém:

- Fica comigo! Não te vás!


AA - 12/04/2023


TAPar buracos e totobola


Isto da TAP, a cada dia que passa é um fartote. Cada cavadela, cada minhoca gorda. O que se vai ouvindo na Comissão Parlamentar de Inquérito, diz muito ao caso.

Para além de tudo, e não é pouco, uma questão que se impõe? Para que tanta importância com a questão da urgência e necessidade do novo aeroporto de Lisboa, quando o Governo está a estrangular o alojamento local e quando em Lisboa já há controlo de estadia de turistas com o pagamento da respectiva taxa. Isto é, têm sido tomadas medidas para controlar o afluxo de turistas à capital, limitar quantos vivem e dormem. Não será, pois, mais um daqueles paradoxos da política à portuguesa!

Entretanto, parece que o Governo lançou uma plataforma onde até o Zé da Esquina e a Maria das Galochas podem dar palpites sobre a posssível localização do novo aeroporto. Surreal, mas é verdade.

Aceitam-se apostas. Pode usar duplas ou triplas!

Necessidade ou modo de vida?

Quem frequenta com regularidade os espaços comerciais da freguesia de Canedo, nomeadamente o Continente-Bom Dia, já terá reparado que anda por ali um indivíduo jovem, supostamente de nacionalidade romena ou marroquina, a pedir junto ao parque de estacionamento. De forma insistente e recorrente. Já o vi à porta do estabelecimento "Alvorada", também no Intermarchê, mas mais frequente no Continente. E isto já há mais de dois anos. Quando alguém o questiona e procura saber porque é que está ali naquela situação a pedir, utiliza vários argumentos, conforme a situação. Já foi um irmão entre 10, órfão, pai de filhos doentes, quando começou a guerra na Ucrânia era um pai que pedia para trazer a mulher e as filhas para Portugal, etc, etc. Pessoalmente já lhe ofereci trabalho de pedreiro ou trolha, porque todos os empreiteiros têm falta de mão-de-obra, mas naturalmente não mostrou interesse. Porque será?

Ainda nesta Sexta-Feira, feriado, estava novamente no Continente. Pois bem, espantem-se, ou não, no dia seguinte, no Sábado, estava junto à porta do Pingo Doce no centro de Arouca, novamente de mão estendida.

De facto não dá para perceber como é que estes indivídos, continuam durante anos neste esquema de incomodar as pessoas a pedirem de forma insistente e recorrente sem que, aparentemente, sejam incomodados pelas autoridades. Está em Portugal de forma legal? Tem passaporte e contrato de trabalho? Onde e com quem vive? É apoiado por que instituições? 

Não sei se as autoridades saberão responder e espanta este aparente estado de indiferença porque se percebe claramente que é um modo de vida parasita e oportunista, eventualmente parte de uma rede e só assim se percebe que hoje em Canedo, amanhã em Arouca e depois, porventura em Castelo de Paiva ou outro qualquer local. Por isso, vai andando neste esquema de vida que deve ser rentável.

Faz parte da nossa formação sermos caridosos e ajudarmos quem precisa, mas neste e noutros casos percebe-se que há ali apenas um modo de vida parasita de quem realmente não quer trabalhar. Veja-se que ainda há poucos dias, em Braga, alguns indivíduos marroquinos, alguns ilegais e outros em situação de precariedade, quando confrontados pelo segurança do espaço onde pediam,  ameaçaram-no com faca. Um dos "pedintes" terá sido detido e supostamente remetido à procedência. Supostamente, porque no entretanto não espantaria que por cá fique ainda a viver à custa dos contribuintes. 

Em resumo, tanto ou mais que por este tipo de situações, espanta principalmente a indiferença das autoridades de segurança e da Justiça, porque vê-se que as situações continuam por resolver e com elas gera-se naturalmente alguma insegurança para além do inconveniente das pessoas serem constantemente abordadas.