28 de julho de 2023

Ena! Tanta gente!

É elementar: Para cada um de nós nascer, temos que ter 2 pais, 4 avós, 8 bisavós, 16 trisavós e por aí fora, com o número sempre a dobrar conforme vamos recuando no tempo e nas gerações.

Assim, neste princípio e considerando uma média de 30 anos por geração, poderemos ter a seguinte lista, no caso apenas até ao século V. Imagine que continuaríamos a recuar no tempo até aos primórdios da evolução enquanto humanos. De facto, sendo pura matemática, dá que pensar na quantidade absurda de pessoas que foram necessárias para através das diferentes ligações se chegar ao produto único que somos cada um de nós.

Não seriam necessárias estas contas para tal conclusão, mas vendo a lista abaixo, só ajudam a perceber que em rigor somos de facto todos familiares, mesmo que em ramificações tão dispersas no espaço físico e temporal. 


1. 1ª geração - Pais (2023) - 2 pessoas

2. 2ª geração - Avós (1993) - 4 pessoas

3. 3ª geração - Bisavós (1963) - 8 pessoas

4. 4ª geração - Tetravós (1933) - 16 pessoas

5. 5ª geração - Trisavós (1903) - 32 pessoas

6. 6ª geração - Pentavós (1873) - 64 pessoas

7. 7ª geração - Hexavós (1843) - 128 pessoas

8. 8ª geração - Heptavós (1813) - 256 pessoas

9. 9ª geração - Octavós (1783) - 512 pessoas

10. 10ª geração - Nonavós (1753) - 1.024 pessoas

11. 11ª geração - Decavós (1723) - 2.048 pessoas

12. 12ª geração - Endecavós (1693) - 4.096 pessoas

13. 13ª geração - Dodecavós (1663) - 8.192 pessoas

14. 14ª geração - Tredecavós (1633) - 16.384 pessoas

15. 15ª geração - Quatordecavós (1603) - 32.768 pessoas

16. 16ª geração - Quindecavós (1573) - 65.536 pessoas

17. 17ª geração - Sedecavós (1543) - 131.072 pessoas

18. 18ª geração - Septendecavós (1513) - 262.144 pessoas

19. 19ª geração - Octodecavós (1483) - 524.288 pessoas

20. 20ª geração - Novendecavós (1453) - 1.048.576 pessoas

21. 21ª geração - Vigintavós (1423) - 2.097.152 pessoas

22. 22ª geração - Unvigintavós (1393) - 4.194.304 pessoas

23. 23ª geração - Duovigintavós (1363) - 8.388.608 pessoas

24. 24ª geração - Trevigintavós (1333) - 16.777.216 pessoas

25. 25ª geração - Quattuorvigintavós (1303) - 33.554.432 pessoas

26. 26ª geração - Quinquavigintavós (1273) - 67.108.864 pessoas

27. 27ª geração - Sesvigintavós (1243) - 134.217.728 pessoas

28. 28ª geração - Septemvigintavós (1213) - 268.435.456 pessoas

29. 29ª geração - Octovigintavós (1183) - 536.870.912 pessoas

30. 30ª geração - Novemvigintavós (1153) - 1.073.741.824 pessoas

31. 31ª geração - Trigintavós (1123) - 2.147.483.648 pessoas

32. 32ª geração - Untrigintavós (1093) - 4.294.967.296 pessoas

33. 33ª geração - Duotrigintavós (1063) - 8.589.934.592 pessoas

34. 34ª geração - Trestrigintavós (1033) - 17.179.869.184 pessoas

35. 35ª geração - Quattuortrigintavós (1003) - 34.359.738.368 pessoas

36. 36ª geração - Quinquatrigintavós (973) - 68.719.476.736 pessoas

37. 37ª geração - Sestrigintavós (943) - 137.438.953.472 pessoas

38. 38ª geração - Septentrigintavós (913) - 274.877.906.944 pessoas

39. 39ª geração - Octotrigintavós (883) - 549.755.813.888 pessoas

40. 40ª geração - Noventrigintavós (853) - 1.099.511.627.776 pessoas

41. 41ª geração - Quadragintavós (823) - 2.199.023.255.552 pessoas

42. 42ª geração - Unquadragintavós (793) - 4.398.046.511.104 pessoas

43. 43ª geração - Duoquadragintavós (763) - 8.796.093.022.208 pessoas

44. 44ª geração - Tresquadragintavós (733) - 17.592.186.044.416 pessoas

45. 45ª geração - Quattuorquadragintavós (703) - 35.184.372.088.832 pessoas

46. 46ª geração - Quinquaquadragintavós (673) - 70.368.744.177.664 pessoas

47. 47ª geração - Sesquadragintavós (643) - 140.737.488.355.328 pessoas

48. 48ª geração - Septenquadragintavós (613) - 281.474.976.710.656 pessoas

49. 49ª geração - Octoquadragintavós (583) - 562.949.953.421.312 pessoas

50. 50ª geração - Novenquadragintavós (553) - 1.125.899.906.842.624 pessoas

51. 51ª geração - Quinquagintavós (523) - 2.251.799.813.685.248 pessoas

52. 52ª geração - Unquinquagintavós (493) - 4.503.599.627.370.496 pessoas

53. 53ª geração - Duoquinquagintavós (463) - 9.007.199.254.740.992 pessoas

54. 54ª geração - Tresquinquagintavós (433) - 18.014.398.509.481.984 pessoas

55. 55ª geração - Quattuorquinquagintavós (403) - 36.028.797.018.963.968 pessoas

(...)

27 de julho de 2023

Nota de falecimento

 


Faleceu Augusto Alves Ferreira da Silva, de 69 anos de idade  [17 de Fevereiro de 1954 - 25 de Julho de 2023]. Natural de Estôse, Guisande, tinha habitação no lugar da Leira - Guisande, sendo que emigrante em França.

Cerimónias fúnebres na nossa igreja matriz de Guisande, na Segunda-Feira, dia 31 de Julho de 2023, pelas 15:00 horas, indo no final a sepultar em jazigo de família no cemitério local.

Missa de 7º Dia no mesmo local no próximo Sábado, 05 de Agosto, pelas 17:30 horas.

Expresso o meu sentido pesar a toda a família. Que descanse em paz!

Ainda as linhas de água que metem água


Há dias escrevi aqui sobre uma certa situação que configurava uma incompreensível dualidade de critérios quanto à aprovação ou reprovação de operações de edificação supostamente por colidirem com linhas de água, nomeadamente aquelas assinaladas na cartografia militar, habitualmente estas representadas nas escalas 1/25000 ou 1/50000, ou seja, sem qualquer rigor métrico. Sem uma análise rigorosa e apenas com um parecer emitido por alguém com o cu mergulhado no sofá e no conforto do gabinete, com o super poder de ver mosquitos em África.

Mas, voltando ao tema, e agora especificamente relativamente ao nosso território, para efeitos de comparação, de exemplo e mesmo de reflexão, fica a constatação de que a Sub-Estação Eléctrica de Santa Maria da Feira, localizada no nosso Monte de Mó, para além de ter decorrido de uma enorme movimentação de terras e alteração da topografia do terreno natural que se verificou no processo da sua construção, isto claro para além de vários postes ali plantados e uma densa rede electromagnética, para além de implantada em solo classificado no PDM como Estrutura Ecológica Municipal e Reserva Ecológica Nacional, abrange ainda cabeceiras de linhas de água.

Isto é, os mesmos pressupostos e condicionantes que impedem a edificação de uma habitação ou mesmo de um simples galinheiro ao cidadão comum, a uma escala insignificante, é, no entanto, permissiva para uma ampla edificação ou infra-estrutura para o estado ou suas entidades. E nesta conta podemos ainda incluir a auto-estrada A32 que também desbaratou no seu traçado solos classificados como Reserva Ecológica Nacional, a tal que não permite a construção de um galinheiro ou um simples muro. 

Neste contexto, há efectivamente uma dualidade de critérios gritante, grave e incompreensível e que só motiva o descrédito das entidades que nestas coisas deviam ser imparciais. Podem até invocar leis e interesse público, mas o descrédito e desproporcionalidade continuam a ser lesivos para os cidadãos, para os contribuintes.

Mas de facto é o que temos e não há volta a dar. Já o Dr. Mários Soares, mesmo na condição de presidente da nossa república, dizia intepestivamente que tínhamos o direito à indignação. Mas esta, em rigor, é algo abastracta e que não faz mossa aos ouvidos de mercadores dos senhores mandantes e decisores. Por conseguinte, a coisa já não vai lá com paninhos quentes. No mínimo, face a esta nossa incapacidade, mas porque não somos tolos nem anjinhos, podemos e devemos, pelo menos, conceder-lhes todo o nosso desprezo.

26 de julho de 2023

Ir a banhos. Olé, olé!

Atentos aos resultados das eleições legislativas em Espanha, neste último Domingo, apesar da vitória do PP, de Alberto Núñez Feijóo, em rigor as coisas mantêm-se mais ou menos iguais no que toca a indefinição e incerteza governativas, e tudo aponta para uma geringonça de esquerda à espanhola, em que tal como cá em 2015, o partido mais votado ficou de fora do governo pela equação de uma maioria parlamentar também de esquerda, ficando António Costa, o líder do partido derrotado, o PS, desde então a governar como primeiro-ministro. Por conseguinte, em Espanha, Pedro Sánchez, líder do PSOE, poderá encontrar uma solução à portuguesa, mesmo sabendo o que dela resultou ao fim de 6 anos apesar de várias cedências à extrema esquerda.

Mas isto é em Espanha e também, se forem inteligentes, poderão os espanhóis aprender a lição portuguesa de que mesmo com uma maioria absoluta, as coisas podem continuar a correr mal, com demissões, casos e casinhos, comissões parlamentares de inquérito e que apesar de um crescimento económico as pessoas continuam com dificuldades e os sistemas públicos em permanente crise. 

Isto significa que as eleições só por si, sejam quais forem os resultados que delas decorram, podem não resolver os problemas concretos das pessoas e das sociedades e dos respectivos países. É preciso acima de tudo uma boa interpretação dos resultados, um sentido de estado, coerência política e diálogo. Extremismos ideológicos não levam a lado nenhum ou, melhor dito, levam a esta constante indefinição. 

Apesar desta opinião, por mim podem os nuestros hermanos marcar já novas eleições para a próxima semana e se nada mudar, outras logo a seguir e assim sucessivamente, num estado de permanente acto eleitoral. Pode ser que o povo um dia se canse definitivamente destas particularidades dos nossos regimes democráticos, nomeadamente na nula importância dada ao partido ou força política ganhadora, em que às tantas um partido com um único elemento eleito é determinante em desfavor de um partido com centenas de deputados, e em vez de votar sem proveito aproveite o dia para ir a banhos. Ora o que não falta por lá, como cá, são boas praias.

Em resumo, tenho para mim que o partido mais votado deveria ser sempre o partido a governar, mesmo que em minoria. A instabilidade governativa eventualmente decorrente de desaprovações ou mesmo moções de censura, seria depois melhor analisada pelos eleitores que agiriam em consequência da sua leitura quanto a responsabilidades. Veja-se, como exemplo, em 1987 a moção de censura ao governo do PSD/CDS de Cavaco Silva, apresentada pelo PRD - Partido Renovador Democrático e apoiada pelo PS e pelo PCP. Em resultado da queda do governo, e marcadas eleições antecipadas pelo presidente da república, Mário Soares, o PSD venceu com maioria absoluta, com o eleitorado a penalizar quem derrubou o governo e a contribuir para o quase desaparecimento do PRD (passando este de 45 para 7 deputados) que pouco depois aconteceu, apesar de em rigor e com viragens ideológicas, ter vindo a dar lugar ao que é actualmente o Ergue-te (E), sem qualquer expressão política e eleitoral.

As maiorias parlamentares previstas pelo nosso regime eleitoral e constitucional têm provado ao longo dos tempos não serem grande solução nem garantia de estabilidade durante os respectivos mandatos bem como, de algum modo deturpam o sentido de voto. Por exemplo, o eleitor do partido "A" votaria nesse partido se soubesse que o mesmo se viria a aliar ou a coligar com o partido "B" ou "C"? Eu não votaria, pelo que acontecendo, sentir-me-ía, enquanto eleitor, defraudado. Ora na apologia das maiorias parlamentares urdidas por interesses políticos, com posições sobre elas nem sempre claras e assumidas em campnha eleitoral, quase sempre se ignora esta situação. Em bom rigor e em nome da transparência, seria preferível que em vez dos arranjinhos de maiorias parlamentares à posteriori os partidos concorressem em coligações. Nessas circunstâncias os eleitores votariam de forma esclarecida e já sabendo se concordavam ou não com tais coligações. Mas, é claro, os grandes partidos, raramente fazem isso. Em Portugal tem-no feito com regularidade o PSD com o CDS, sendo que este geralmente com pouca expressividade eleitoral. Mas de facto seria interessante ver o PS coligado com o BE e o PCP, ou o PSD com o IL (Chega p´ra lá!). Aí não haveria dúvidas na hora de votar por quem e os leitores decidiriam em consciência em qual geringonça apostar. Mas é tirar daí o cavalinho da chuva!

No fundo, esta forma de falsear a vontade dos eleitores, não é novidade e quem vota é sempre um boneco neste teatro de operações e daí se compreende o cada vez maior desinteresse pelos actos eleitorais que assim registam altas taxas de abstenção, de votos em branco e nulos.

25 de julho de 2023

Céu cinzento


Há em mim memórias, 

umas boas, outras más,

uma brisa de aromas e cores

que me levam como folha outonal

a uma viagem sem labéu

antes do final adormecimento,

do retorno à terra, ao pó.


Pinto as minhas  histórias

com o vermelho das romãs,

o roxo das minhas dores,

também com o verde do matagal,

o azul do mar e do céu 

quando não calha estar cinzento,

como os dias em que estou só.


A. Almeida - 24052023

24 de julho de 2023

Jornada Mundial da Juventude - Reunião 21 Julho 2023

No âmbito das pré-jornadas da JMJ - Jornada Mundial da Juventude 2023, realizou-se na passada Sexta-Feira, 21 de Jullho, pelas 21:30 horas, no Centro Cívico Feliciano Martins Pereira, em Pigeiros, uma reunião inter-paroquial com as famílias de acolhimento de jovens peregrinos para as paróquias de Guisande, Caldas de S. Jorge e Pigeiros. A reunião contou coma  presença do nosso pároco Pe. António Jorge.

Foram dadas informações sobre o desenvolvimento do programa previsto para estas pré-jornadas bem como desfeitas algumas dúvidas a quem as tivesse. No essencial cabe às famílias disponibilizar o alojamento e instalação sanitária, facultar o pequeno-almoço e jantar nos dias programados e ainda assegurar pelo menos o transporte até aos pontos de recolha dentro da área das três paróquias. Para além destes compromissos todo o resto é versátil e em diálogo e harmonia com os jovens acolhidos e os COPs. A participação nos diferentes momentos e eventos do programa delineado não é obrigatória e por isso é sempre possível conciliar vontades e disponibilidades.

Grosso modo ficou-se a saber que as três paróquias acolherão cerca de 120 peregrinos proveneintes de Itália, Alemanha, e Eslováquia, sendo que o grupo alemão integra alguns vietnamitas.

Em Guisande serão aproximadamente 30 os jovens acolhidos. Teríamos naturalmente condições para acolher pelo menos o dobro, mas as coisas são como são e acolhe quem pode e sobretudo quem quer.

Importa referir que no Domingo, dia da nossa Festa do Viso, o programa engloba a participação dos jovens na missa solene , que será concelebrada por padres alemães e italianos. Depois, seguir-se-á, ainda no Viso, um almoço partilhado, tipo piquenique, entre as famílias de acolhimento e peregrinos. Naturalmente que no caso das famílias guisandenses que têm almoços tradicionais programados em suas casas, os jovens poderão e deverão participar nos mesmos, por isso no seio das próprias famílias.




23 de julho de 2023

Vai-se indo e andando

Há dias, um guisandense seguidor desta minha página na internet, dizia-me que enquanto emigrante tinha-a como um elo de ligação à terra e que por conseguinte a visitava todos os dias na esperança de ver publicadas notícias e novidades sobre a freguesia e mesmo para ler os meus artigos sobre a mesma. Disse ainda que nesse sentido esta página acaba por ser serviço público e que como tal deveria ter reconhecimento, tanto das pessoas em geral como por parte de quem de direito.

Naturalmente que agradeci a simpatia, e fico satisfeito de que uma boa parte das visitas diárias à página sejam precisamente de emigrantes, mas quanto à história do reconhecimento, muito, pouco ou nada, é questão que não me preocupa nem é isso o que me faz manter este projecto desde há 23 anos. É um espaço pessoal e como tal sobre as minhas coisas, mas claro está que desde sempre com muito foco na freguesia, tanto ao nível do dia-a-dia como de escrita e divulgação de elementos documentais e históricos. Muito tem sido feito mas mais há por fazer ou complementar.

Tenho ainda noção que poucas páginas desta natureza existem por aí e mesmo que com muita procura uma ou outra possa ser encontrada, são projectos que depressa foram postos de lado e interrompidos ou mesmo mal começados e logo acabados. Veja-se o caso do que já foi o popular blogue das Caldas de S. Jorge...

Em todo o caso, como disse, é coisa que não me preocupa nem pretendo nem espero ecos positivos e muito menos reconhecimentos, seja de quem for. Recebo-os, de vez em quando de algumas pessoas, sobretudo emigrantes, e isso basta. Importa é ir registando momentos e elementos para que um dia alguém lhes possa dar outro merecimento. Até lá, é na desportiva e sem compromissos e por isso sujeita a ritmos certos ou inconstantes e pode até acontecer uma ou outra pausa, que podem ser retemperadoras. De resto, e pelo contrário, até não faltará por aí alguém que queira ver a coisa pelas costas porque, como analogia, um escaravelho da bosta há-de passar sempre a sua vida a arrastar bolinhas de bosta. Está-lhes no instinto.

Em resumo, na boa maneira portuguesa de explicar estas coisas e este meu já adulto projecto online, "vai-se indo e andando".