6 de junho de 2025
5 de junho de 2025
Eleições à vista
Logo que se concretizou a desagregação, considerei e tornei pública a sugestão de que o melhor seria que na freguesia se fosse capaz de congregar gente proeminente ligada aos dois habituais principais partidos, PSD e PS e com essa união de esforços se promovesse uma lista independente. Seria uma forma de unir e não desunir neste novo momento de transição em que importa voltar a pôr a freguesia a funcionar por ela própria. Mesmo em conversas informais com gente de peso nas freguesias de Pigeiros e Louredo, concordaram nas vantagens desse pressuposto mas também nelas parece que a ideia não passaou disso mesmo.
Mas chegados aqui, resolvidas que estão as precipitadas eleições legislativas, o foco volta-se para as autárquicas e para a natural necessidade de haver listas concorrentes e com vontade de assumir as responsabilidades da gestão da nossa freguesia.
Depois de algumas conversas mais ou menos informais, ficou-se a saber que o Celestino Sacramento foi o primeiro a confirmar que iria avançar a eleições, no que considerava como uma resposta ao compromisso assumido com as gentes de Guisande com o processo atribulado da desagregação. Por princípio também concordou que seria vantajosa uma lista independente com gente dos dois lados. Apesar disso, mesmo antes de ser equacionada qualquer possibilidade de uma lista independente, o PSD já estava em campo a convidar gente para encabeçar a sua lista. Tudo normal e legítimo, mas assim, em grande parte, esvaziava-se a possibilidade de uma lista independente de consenso aos dois partidos.
Face a esta situação, e porque havendo tempo, é importante que este não se perca, tudo aponta para que a tal lista independente, que pudesse ser apoiada largamente por gente conotada com os partidos PS e PSD, no momento está praticamente posta de lado. Assim tudo indica que teremos uma disputa normal entre os partidos. Para além do Celestino Sacramento ainda não são conhecidos outros nomes.
De minha parte, já o disse e escrevi publicamente, apesar de vontades e influências de várias pessoas e amigos, de forma convicta e ponderada não farei parte de qualquer lista partidária. A única possibilidade de reflectir e eventualmente aceder a participar, seria apenas num contexto de lista independente alargada a gente de ambas as partes, conforme atrás escrito.
Mas nada de mais porque é uma mera decisão pessoal de um simples eleitor. Com figura A ou B, os partidos seguirão os seus caminhos e agendas. Será certo, pois, que de um lado ou outro teremos gente disposta a fazer parte dos destinos da freguesia para os próximos quatro anos. Isso é o que importa e é positivo de realçar.
A tarefa da futura Junta será difícil, porque se trata de um recomeço e é necessário refazer os alicerces e voltar a pôr a freguesia a comandar os seus destinos.
De minha parte, face ao mais que provável cenário de concorrência de listas partidárias, reservo-me na legítima posição de apoiar ou não qualquer uma das partes, dependendo da sua configuração e do juízo que farei de quem nela participa, muito mais do que os programas ou promessas, porque estes e estas serão sempre difíceis de levar a cabo face às dificuldades intrínsicas a qualquer Junta e à a crónica escassez de recursos humanos e financeiros. Ainda não dominamos o milagre da multiplicação. De um modo ou outro, a coisa vai andar e assim terá de ser.
No resto, de tudo quanto se possa resumir do passado, e para os já eventualmente saudosistas ou os que tinham uma posição contrária à desagregação, mesmo que legítima, para demonstrar que os ganhos com a União estão por provar, podemos sempre fazer estas contas, embora, na realidade, já não contem para o totobola: Aquando da agregação na União de Freguesias, os orçamentos anuais da Junta de Freguesia de Guisande já andavam a rondar os 150 mil euros/ano, por isso 600 mil por mandato de quatro anos. Em três mandatos, 12 anos, é legítimo considerar-se pelo menos 1 milhão e 800 mil euros. ´
Feitas estas contas, mesmo que por arredondamento, agora podem questionar, onde e em quê, em Guisande, nestes últimos 12 anos, foi aplicada essa verba? Mesmo que admitindo que metade desse valor, ou mesmo um pouco mais, consumiu-se em despesas correntes, limpezas e algum apoio monetário, nomeadamente ao Centro Social, e mesmo considerando o pagamento no primeiro ano das dívidas herdadas (150 mil), para onde foi o resto? O que foi feito que justifique esse valor? Quem souber que responda!
A nova realidade a partir de Outubro próximo será esta: Bem ou mal empregues ou geridas, Guisande passará a dispor para si dessas verbas, sem que se ponha em dúvida se, proporcional ou desproporcionalmente, onde e como foram aplicadas, se mais ou menos nesta ou naquela freguesia. Numa analogia que todos percebem, num ninho de passarinhos, com quatro bocas, por preferência de quem distribuí a paparoca ou por força e esforço de quem recebe, há sempre alguma que, mais aberta, mais come e se sacia enquanto que as demais podem comer menos ou mesmo passar fome. É da natureza. Ao contrário, num ninho de filho único as contas passarão a ser fáceis de fazer porque só uma boca a alimentar.
4 de junho de 2025
Eleições Autárquicas - Duvídas e poucas certezas
Têm já sido anunciados alguns cabeças-de-lista que concorrerão às próximas eleições autárquicas que deverão realizar-se entre 22 de Setembro e 14 de Outubro deste ano de 2025. No nosso concelho tem estado à frente nesse andar da carruagem o PSD.
Mas no geral, considerando o universo habitual dos partidos concorrentes, ainda há muito por definir. Por Guisande, por exemplo, algumas indicações informais mas de certezas tornadas públicas, por enquanto ainda nada. E vai sendo tempo.
Face à dúvida do prazo em que terão de ser apresentadas as listas de candidatos, a resposta é até ao 55º dia anterior à data do acto eleitoral.
A data das eleições será marcada pelo Governo, prevendo-se que entre 22 de Setembro e 14 de Outubro, com pelo menos 80 dias de antecedência. Por conseguinte, grosso modo, podemos dizer que será até final de Julho, o que dá aindaquase dois meses para que os partidos ou os grupos de cidadãos interessados definam as respectivas listas.
As listas devem ser apresentadas ao juiz do juízo de competência genérica com jurisdição no município.
Se o município for abrangido por um juízo local cível, as listas são apresentadas ao juiz desse juízo.
Os candidatos ou mandatários também devem indicar por escrito ao presidente da câmara municipal os delegados e suplentes para as assembleias e secções de voto até ao vigésimo quinto dia anterior ao da eleição.
27 de maio de 2025
LIAM celebra o seu 40.º aniversário
Neste próximo sábado, dia 31 de Maio, o Grupo da LIAM da paróquia de S. Mamede de Guisande celebrará o seu 40.º aniversário.
A celebração eucarística terá lugar pelas 17h30, sendo presidida pelo sacerdote espiritano Pe. Edward Apambila, natural do Gana (África), que já nos acompanhou na celebração do ano passado.
Antes e depois da missa, decorrerá a tradicional Feirinha Missionária, cuja receita, resultante da venda de diversos produtos, reverterá a favor dos Missionários do Espírito Santo, apoiando as suas obras e ações sociais em prol das Missões.
No final, como já é habitual, haverá certamente um momento de merecido convívio fraterno entre os elementos do grupo.
Ao longo destes 40 anos, o Grupo da LIAM tem sido um verdadeiro exemplo de dedicação e serviço missionário. Naturalmente com fases de maior ou menor intensidade, mas sempre com espírito de perseverança e entrega, contribuindo de forma constante para causas missionárias de valor incalculável.
Na vida da paróquia, o grupo é também um elemento agregador, que dinamiza iniciativas, fomenta o espírito comunitário e enriquece a vivência eclesial e missionária como um todo.
Parabéns ao nosso Grupo da LIAM!
Bem-haja por estes 40 anos de missão, testemunho e entrega!
Quim Barreiros de regresso à Festa do Viso - 19 anos depois
O popular cantor pimba Quim Barreiros, actuou na Festa do Viso - Guisande, em 2006, sendo que então actuou no Sábado, no que foi casa cheia com o Monte do Viso a ser pequeno para tantos visitantes para verem o Quim.
19 anos depois, ainda popular mas bem mais velho, estará de regresso para animar a Segunda-Feira da nossa Festa do Viso nesta edição de 2025.
Recordando, ainda quanto ao programa de 2006, a Sexta-Feira contou com a actuação da banda Musi Art. No Sábado, a anteceder o Quim Barreiros, actuou o duo Musibaile. O Domingo contou com duas bandas filarmónicas, a de Lorvão e a de Vila Nova de Anços - Soure. À noite houve folclore com os ranchos "Ceifeiras de Canedo" e "Casa da Gaia", de Argoncilhe.
A Segunda-Feira fechou com a banda Caramelo e a artista Ana Cláudia.
Comissão de Festas em 2006:
Jorge Manuel Ferreira da Conceição – Leira
Fernando Jorge Pereira de Almeida – Viso
Pedro Pinto Santos – Fornos
Hugo Xavier Santos Pinheiro – Fornos
Sónia Santiago Almeida – Quintães
Eduarda Ferreira de Sá – Casaldaça
26 de maio de 2025
Nota de falecimento - Marilda Gomes de Paiva
Faleceu Marilda Gomes de Paiva, de 83 anos, natural de Romariz, mas há anos a viver no lugar da Leira - Guisande, esposa de Maurício de Oliveira.
O funeral será em Romariz, na Quarta-Feira, 28 de Maio, pelas 17:00 horas, com cerimónias fúnebres nessa localidade e indo a sepultar no final no cemitério local.
Missa de 7.º Dia também em Romariz no Sábado, dia 31 de Maio pelas 20:00 horas.
Sentidos sentimentos a todos os seus familiares, de modo particular ao marido, Sr. Maurício, filhas e filho.
Paz à sua alma!
21 de maio de 2025
O valor da palavra assumida ou a falha dela
Dizia o nosso povo, e uso o pretérito imperfeito do modo indicativo, porque isso era noutros tempos, que não os de agora, que “palavra dada, palavra honrada”.
Mesmo que mais lenda que facto, os mais velhos terão aprendido na escola primária o quadro da nossa História em que face à incapacidade de cumprir a sua promessa em nome de D. Afonso Henriques, o aio D. Egas Moniz se fez apresentar perante D. Afonso VII, rei de Leão, com a sua família, com a corda ao pescoço, num sinal de oferta das suas vidas como penhor da palavra não honrada.
A palavra dada, e honrada, é um dos pilares mais antigos e fundamentais da convivência humana. Mesmo antes dos contratos escritos, eram as promessas verbais que definiam alianças, acordos, parcerias e até destinos inteiros de pessoas e reinos. Dar a palavra é mais do que falar — é empenhar algo de si mesmo. É colocar a própria honra em jogo. Quando alguém diz "eu prometo", "pode contar comigo", ou "estarei lá", está, de forma simbólica, estendendo a mão e oferecendo confiança.
Assumir um compromisso mesmo que não escrito, porque a palavra é volátil e não deixa vestígio, é reconhecer a responsabilidade que vem com a confiança depositada. É compreender que alguém dependerá da sua presença, da sua acção, da sua fidelidade àquilo que foi dito. E isso vale tanto para compromissos grandes, como um contrato de trabalho, quanto para pequenas coisas do dia-a-dia.
O valor da palavra está justamente na coerência entre o que se diz e o que se faz. Uma palavra honrada constrói reputações sólidas, fortalece vínculos e inspira respeito. É a base da confiança, sem a qual não há relacionamentos duradouros, nem comunidades verdadeiramente unidas. Logo, quem se compromete com a palavra e a honra, mostra o valor do seu carácter. O contrário também.
Por outro lado, quando a palavra é quebrada, quando o compromisso não é honrado, o dano vai além da situação pontual. Rompe-se um elo invisível. A decepção que nasce do não cumprimento de uma promessa fere mais do que o atraso ou o erro prático. Ela fere a confiança. E confiança, uma vez quebrada, é difícil de reconstruir.
A falha da palavra revela descuido, desrespeito, às vezes até desinteresse ou interesses mesquinhos ou objectivos negativos. Não cumprir o que se prometeu é dizer, com acções, que o outro não importa tanto quanto parecia importar no momento da fala. É banalizar o compromisso, transformar o que deveria ser sagrado em algo descartável, mutável, adaptado às conveniências.
Por isso, é sempre melhor prometer menos e cumprir tudo, do que prometer muito e falhar. E quando a falha acontece — pois todos somos humanos — o mínimo que se espera é a humildade de reconhecer, pedir desculpas e buscar reparar.
No fim, a palavra é um reflexo daquilo que somos. Quem cuida do que diz, cuida também das relações que constrói. E num mundo tão cheio de ruídos e desconfiança, ser alguém cuja palavra tem valor é um acto de coragem, de caráter — e, sobretudo, de humanidade.
Em todo este contexto, não raras vezes, são os políticos, com mais ou menos impacto ou responsabilidades, nacionais ou locais, acusados de serem pouco cumpridores de promessas, compromissos, da palavra dada. Por dificuldades próprios ou simplesmente por despeito, estratégia e conveniência pessoal ou de grupo, facilmente se “vira o bico ao prego”, desonra a palavra, reduzindo-a a um valor de lixo, como se nunca tivesse sido proferida.
Sendo certo que ainda há políticos, pessoas e entidades que fazem por honrar a palavra dada, cumprir as promessas ou compromissos, infelizmente, vai sendo corrente o incumprimento, mais ou menos descarado, grosseiro, talvez porque o valor ou significado da honra ande, de há muito, desonrado.
Definitivamente, já não somos feitos da mesma massa dos nossos antepassados. A honra ou a desonra, a palavra ou a falha dela, valem agora tanto como dez réis de mel coado.