03/10/2025

Buracos e barreiras

 


Está assim há meses. A Rua do Sebastião, em Cimo de Vila, tem estado interrompida ao trânsito e foi deixada por completar a pavimentação de que estava a ser alvo. O motivo, um abatimento do pavimento numa zona de passagem de água, que não resistiu ao peso dos camiões que forneciam o asfalto betuminoso para a pavimentação.

Estas coisas acontecem, tanto mais que na origem da abertura da estrada e sua pavimentação, há vários anos, não foi acautelada, com reforço adequado, a passagem de água. Por outro lado, o problema nunca foi a passagem de veículos ligeiros numa estrada com pouco movimento, mas precisamente a passagem de camiões com peso de várias toneladas.

Em resumo, não se previa, aconteceu e  tem que se resolver. Não obstante,  mesmo que passados já alguns meses, continua por resolver o buraco, a pavimentação  por concluir e a estrada interrompida, com os naturais transtornos, sobretudo dos moradores. 

Felizmente, para os moradores, há outro caminho alternativo, utilizando a Rua de Cimo de Vila, mas estreito e com uma curva acentuada no entroncamento com a Rua do Sebastião. Por este, só mesmo a pé, pois está impedido à circulação de veículos, com barreiras e um buraco à mostra. 

Noutros tempos, umas calças rotas, com buracos, eram motivo de vergonha e sinal de pobreza, mas nos dias que correm, os buracos, mesmo nas nossas ruas, fazem parte da moda, pelo que ninguém se espanta ou preocupa com eles. Ali, numa rua com pouco trânsito, a situção passa despercebida a quem tem de decidir a reparação. 

Apesar disso, uns vão dizendo que estão no bom caminho e outros que temos um concelho vibrante. Vamos lá nós entender o que é que isto quer dizer! Para já, a única certeza é que passarão mais uns meses e com eleições a pouco mais de uma semana é mais que certo que será um trabalho para outra administração. Nada mais resta que esperar, até porque, por agora, as preocupações dos autarcas candidatos são outras.



02/10/2025

Somos o que somos e isso é o que importa


É sabido, a partir das próximas eleições de 12 de Outubro próximo, e passados uns dias a tomada de posse dos vencedores, a nossa freguesia, como centenas de outras que almejaram conseguir a independência face às uniões de freguesia, que duraram 12 anos, voltará a ser dona dos seus destinos, dirigida por pessoas que, nascidas ou residentes, conhecem e gostam da sua freguesia.

Os vencedores formarão a Junta e farão a gestão pelos próximos quatro anos, e procurarão dar o melhor de si. Os vencidos ficarão como oposição da Assembleia de Freguesia e, seja quem for, espera-se que de forma construtiva, de fiscalização e escrutínio, a apoiar se eficiente ou a reclamar se a gestão for danosa, inócua ou desorganizada.

Em todo o caso, importa que todos remem para o mesmo lado e que logo depois dessa etapa da transição o foco seja a freguesia e a comunidade. Divisões, lutas partidárias e até algumas guerrilhas, como no passado, com mal-dizer e difamações pelo meio, felizmente condenadas e julgadas na Justiça, já não têm lugar, porque os tempos são outros e as velhas manhas e intrigas já não funcionam, porque quem  em 2013 tinha 6 anos e andava na escola primária e na catequese, hoje são eleitores, jovens, formados e esclarecidos.

Importa ter em conta que todos somos poucos e que a freguesia, o que tem, o que é, o que representa como território e comunidade, é fruto de várias gerações de guisandenses, de figuras dedicadas, mesmo que nas suas limitações e aptidões frágeis. Tempos houve em que uma acta de reunião de Junta testemunhava o arranjo de um caminho ou lavadouro e na maior parte das vezes, porque não havia tema, o senhor presidente logo depois de abrir a reunião fechava a mesma com a batida frase "...e não havendo mais nada a tratar, o senhor presidente deu por encerrada a sessão".

Mais à frente, as contas faziam-se à mão, com prova dos nove, num qualquer papel de mercearia e os ofícios a pedir dinheiro à Câmara, sem vergonha dos erros de ortografia, escreviam-se com pena de tinta e papel mata-borrão a chupar os excessos, que dinheiro faltava mas tinta sobrava. 

Hoje em dia, na era da informática, da digitalização, ferramentas online, armazenamento na núvem, correio elctrónico, redes sociais, wathsapp, video-conferência, inteligência artificial, etc, as exigências são outras e as de uma qualquer Junta já não se compadecem apenas com as limitações da velhinha e sabida quarta classe ou com iliteracia informática, financeira ou de outra natureza. Quaisquer que sejam aqueles que venham a servir os nossos órgãos de poder local, convém que estejam capacitados para estas modernices, para estas novas exigências porque é com essa música que agora se dançará.

Em resumo, somos nós próprios e as nossas circunstâncias. Somos aquilo que somos, e temos que trabalhar e valorizar o que somos e temos e potenciar com determinação e mesmo inovação o que poderemos ter e ser. Se não, pagaremos todos pelo que adiante não formos capazes de ser e de aspirar a ter. O momento, porque num novo ciclo, é de exigência e responsabilidade. Sejamos capazes, todos, de fazer as escolhas que mais importam. As contas, com ou sem prova dos nove, serão feitas daqui a quatro anos. 

Que seja um período de retoma, não só da independência enquanto território e comunidade, mas sobretudo de valorização e também de união, já não de freguesias mas dos guisandenses.

01/10/2025

Na paz do quintal

Aviso: O texto que se segue está num registo humorístico e é mera ficção. Qualquer semelhança com qualquer realidade é mera coincidência. A aldeia pode ser qualquer uma e o aldeão, idem.

Pretende o texto suscitar apenas uma reflexão sobre as nossas decisões, enquanto cidadãos, tantas vezes surpreendentes quanto contraditórias mas, no fim de tudo, prevalece a vontade legítima de qualquer um. O resto, a apreciação e os julgamentos, tanto mais no contexto de eleições, são os eleitores quem decidem e tantas vezes o que para uns são contradições ou incoerências, para outros são virtudes e até vantagens ou, pelo menos, nada que lhes mereça desconsideração. 

Não tem, pois, qualquer recado seja para quem for embora nestas coisas haja tendência de enfiar chapéus alheios só porque lhes cabem na cabeça.


É sempre de espantar, ou talvez não, que alguém que fez parte de uma associação cultural e recreativa na sua aldeia, e que raramente aparecia para trabalhar aquando da realização de eventos ou outras actividades da mesma, fosse para servir cerveja, assar sardinhas ou arrumar mesas e cadeiras, nem sequer aparecendo às trimestrais reuniões ou sessões da Assembleia, escusando-se e desculpando-se em compromissos pessoais, e que, não obstante, depois, dessa indiferença pela causa, apareça agora a fazer parte de uma lista eleitoral local, em lugar elegível para integrar a Junta de Freguesia da Aldeia. Espantam-se com isso alguns conterrâneos.

Claro está que o eleitorado dessa aldeia, toda cheia de gente boa, é quem decidirá, mesmo que nem sempre de forma esclarecida, ou porque entorpecida pela lealdade partidária ou por velhas azias, mas custa, a alguns vizinhos, perceber como é que depois, se vencer a eleição, o que é perfeitamente possível, esse aldeão vá assumir responsabilidades com dedicação face às exigências que serão constantes, mesmo, diárias. Pode acontecer essa mudança de dedicação? Pode! Concerteza que sim, acreditam alguns aldeões, mais dados a histórias da carochinha, mas custa a acreditar a outros tantos, mais desconfiados ou já avisados deste tipo de filmes, porque já vistos.

Se perguntam os leitores dessa aldeia quem é o aldeão em causa e em que aldeia isso ocorre, quem não souber também não merece saber, porque só não vê quem não quer ver, ou anda a leste das coisas que acontecem na sua terra.

Apesar disso, pela pessoa em causa, alguns aldeões, os que o conhecem, porque a maioria não,  têm o maior respeito, a melhor consideração e pintam-no como bom hortelão, mesmo que pouco seja visto, porque muito caseiro. O que os surpreende mesmo, com a novidade da candidatura, é a aparente mudança em ter de deixar a sua querida horta e aquele ambiente de sossego e descompromisso diário, para se arriscar a ocupar das necessidades e inquietações públicas e particulares.

A aldeia, surpreendida por essa inusitada determinação, aguardará para ver, se, caso eleito, o que pode bem acontecer, o seu aldeão assumirá as responsabilidades e as canseiras do cargo, ou se, ao contrário, logo no primeiro dia, dará o lugar a quem se segue na lista, no que desconfiam alguns que até será o mais certo, voltando então, de mansinho, para a paz do seu quintal, continuando a entreter-se a cultivar couves, alfaces, tomates e batatas.

Numa pequena aldeia, a vontade e o gosto em andar de volta das alfaces e dos tomates ainda tem mais peso que fazer parte do zeloso grupo de aldeões da Junta, duarante quatro anos a aturar todo o povo, a pagar por ter e não ter cão. Melhor, concluiu-se, é ocupar os dias na horta, porque, assim como assim, ali os tomates não se queixam nem batem à porta ao Domingo, a interromper o almoço ou jantar, nem as alfaces reclamam pela falta de responsabilidade, ausências ao serviço e falta de limpeza nas ruas ou jardins.

Mas, em boa verdade, comentam alguns aldeões, o aldeão candidato nem se queria meter nestas aventuras, porque é acima de tudo, boa pessoa, um amante da paz e tranquilidade. Mas foram incomodá-lo e, por sentido de dever ou outro motivo não descortinado, lá acedeu. Agora é andar p´rá frente!

Há coisas que de facto, de tão intrigantes, não são para comprender, porque envolvem uma certa ciência, como a das batatas e dos tomates. De resto,  os cientistas até dizem que aquelas evoluiram a partir destes. (1)


(1) Um estudo internacional, divulgado na revista Cell, revelou que a batata atual surgiu a partir de um cruzamento natural entre plantas aparentadas à batateira e espécies ancestrais do tomate, ocorrido há cerca de 9 milhões de anos. A descoberta ajuda a resolver uma questão científica que intrigava investigadores há décadas.

Durante muito tempo, a comunidade científica procurou compreender a origem evolutiva da batata. Agora, uma equipa de especialistas de vários países trouxe uma explicação inesperada: a batata resulta da fusão genética de espécies sul-americanas semelhantes à batateira com plantas precursoras do tomate.

A investigação baseou-se na análise genética de 450 variedades cultivadas e de 56 espécies selvagens. Os resultados apontam para uma herança equilibrada e estável de material genético proveniente tanto das espécies Etuberosum — originárias do Chile e semelhantes à batateira, mas incapazes de formar tubérculos — como do tomate, confirmando a sua dupla ancestralidade.

30/09/2025

Os paradoxos dos slogans eleitorais

Os "slogans" políticos, sobretudo os adoptados em campanhas eleitorais locais, raramente funcionam e quase sempre são meras banalidades, lugares comuns ou até mesmo se revelam como paradoxos.

Veja-se, por exemplo, o "slogan" do PS - Partido Socialista, para estas eleições autárquicas, em que se desdobra no "Há outro caminho", nas situações em que supostamente pretende inflectir o rumo da situação de quem governa, como na Camara Municipal e em alternativa ao PSD, e "No bom caminho", quando supostamente se pretende dar continuidade a uma governação do próprio partido que, mesmo que ao arrepio da boa verdade, se considere com bom trabalho.

Só que neste caso e em certas situações, a coisa apresenta-se como paradoxal ou até mesmo irónica. Tomemos como exemplo a nossa freguesia de Guisande, em que a lista do PS, liderada por Celestino Sacramento, também adoptou o lema "No bom caminho". No bom caminho? Mas então não se deu como provado que esta União de Freguesias estava no caminho errado, incerto?  E daí, o próprio Celestino Sacramento, com o apoio e voto da bancada do PSD na Assembleia da União de Freguesias,  não foi uma figura chave no processo de desagregação? Se, então, considerava o casamento da União de Freguesias estar "No bom caminho", porquê o ter contribuído para o divórcio?

Em suma, preferia que o PS em Guisande e o seu cabeça-de-lista tivessem adoptado outro "slogan", mais consentâneo com o novo ciclo,  porque este de facto não condiz nem rompe com a realidade. De resto, eu próprio não quero este "bom caminho" que já a menos de duas semanas das eleições (a 12 de Outubro), em quatro anos apenas limpou a rua na frente da minha casa uma única vez e neste momento, e desde então, está neste estado como mostra a foto acima, mesmo que, de quando em vez eu próprio, como os vizinhos,faça a limpeza. Mas há mínimos e nem sempre nem nunca. É este o "bom caminho" em que quanto à requalificação do Monte do Viso", prometida e esperada, nada passou de intenções, em nada mostrando ser diferente da anterior gestão? Não fossem as pavimentações de algumas ruas e a requalificação do rinque polidesportivo realizadas por acção e verbas do orçamento camarário e o que restava? Pouco, digo eu! 

Houve, concerteza, um esforço de proximidade por parte de um presidente com uma postura mais próxima, mais respeitadora das pessoas e grupos, sabendo ser ouvinte e interessado. Houve, de facto, uma melhoria substancial nesse aspecto face aos anteriores dois mandatos, então com um presidente desligado das freguesias para além do foco na sua.  Mas também considero que só essa melhoria foi insuficiente no todo. Mesmo o que poderia ser significativo para a freguesia, como o apoio cabal à instalação do piso sintético no campo de futebol do Guizande F.C., de resto com o compromisso assumido publicamente, para quem quis ouvir e gravar, acabou por caír, indo ao charco, e passará para a história como um compromisso falhado, não honrado. Ora com tudo isto somado, com franqueza, não podemos concluir que foi um "bom caminho" e mais do que isso, que seja esse o modelo agora a seguir pelo Celestino Sacramento e a sua lista do PS.

Acredito, com sinceridade, que ambas as listas concorrentes às eleições de 12 de Outubro, pretendem o melhor para a freguesia, mesmo que para já se notem diferentes ideias em situações várias, e diferentes dinâmicas de campanha, mas este "No bom caminho"  como slogan, não colhe" porque desfasado da realidade. 

Apesar de tudo, bem sei que para o Celestino Sacramento não é fácil este papel, porque por um lado contribuiu positivamente para a desagregação, e pessoalmente eu ficarei sempre grato e reconhecido por isso, mas não pode desligar-se da incapacidade da sua Junta da União de Freguesias, suportada por uma lista de que ainda faz parte, e por isso dos aspectos menos bons da governação ou do muito que ficou por concretizar, e que, tal como os anteriores executivos, mesmo aquele onde, sem poder nem competências decisórias, tomei parte, não foi capaz de  mostrar as vantagens de uma união a quatro, antes pelo contrário. Para além de uma melhoria na proximidade por parte do ainda actual presidente, que reconheço, mais pelo estilo do que pela substância do modelo, foi notória a falta de obras estruturais e a escassez de melhoramentos, particularmente dos suportados pelo  orçamento da Junta, sem ser capaz de limar as assimetrias, como se prometia com as uniões de freguesia. Uma falácia, porque as assimetrias anteriores à União mantiveram-se ou até se acentuaram!

Em suma, o papel do Celestino Sacramento nesta eleição não é fácil, porque pretende mostrar em campanha  que é possível outro caminho em alternativa a um caminho em que ele também fez parte e como tal é co-responsável.

Seja como for, todas estas considerações são apenas pessoais, minhas, e em bom rigor será o eleitorado no seu todo a escolher aqueles e aquelas que a partir das eleieções do dia 12 de Outubro e depois da tomada de posse irão gerir os destinos de uma freguesia já por conta própria, em que o caminho a seguir será, certamente, melhor caminho do que o até aqui percorrido.




29/09/2025

Quando se ignora a origem dos problemas


Os assistentes de Inteligência Artificial fazem-nos ser preguiçosos. Não mais inteligentes, porque quem é burro continuará a ser burro (salvo seja para os próprios), mas, sim, mais dados a fazer coisas sem cuidados, pesquisas, verificações das fontes etc. Mas, admitindo que os dados seguintes estão certos, até porque cruzei algumas fontes, quando está na ordem do dia a falta de habitações, o aumento das mesmas e das rendas, bem como a insuficiência de serviços de saúde, ou, melhor dizendo, dos profissionais que os servem, importa não esquecer o impacto do aumento quase exponencial dos imigrantes.

Nos últimos anos, o número de imigrantes em Portugal aumentou drasticamente, duplicando em três anos e quase quadruplicando desde 2017, com a população estrangeira a ultrapassar 1,5 milhões no final de 2024, segundo dados da Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA). Em 2017, havia cerca de 421 mil estrangeiros regularizados, e esse número passou para aproximadamente 1,55 milhões em 2024.

Evolução do número de imigrantes:
Em 2017: Havia cerca de 421 mil estrangeiros legalizados em Portugal.
Em 2023/2024: O número de imigrantes ultrapassou os 1,5 milhões, chegando perto dos 1,6 milhões no final do ano passado.
Duplicação em três anos: O número de estrangeiros mais do que duplicou nos últimos três anos.
Quase quadruplicou desde 2017: Comparado com 2017, o número de imigrantes quase quadruplicou.
Fontes:Dados da Agência para a Integração, Imigrações e Asilo (AIMA) confirmam este aumento significativo. Relatórios da AIMA e Público também evidenciam o crescimento.

Em resumo, estavam à espera de quê? Do milagre da multiplicção. Decorre daqui o problema de uma imigração descontrolada e sem regras, porque, precisamente, contribui para a incapacidade de resposta das necessidades inerentes. Por conseguinte, a imigração é precisa mas de forma regulamentada, controlada e não só em função das necessidades do mercado de trabalho mas também de forma a que os serviços sociais, de educação, saúde e habitação, possam corresponder e dar respostas.

Quando assim não acontece, como se passa em Portugal, não surpreendem as consequências e não há nenhum Governo que possa acudir, no imediato, a esta carência. Se sim, só com milagres para quem neles acreditar. Por regra, as oposições são férteis em descortinar milagres, sobretudo o da multiplicação. Uma vez nos governos, dão-se conta dessa incapacidade, e de deuses e santos, passam a falíveis seres terrenos.

28/09/2025

Apagões


Bem sei que por este Sábado, houve uma depressão, com nome de gente, e que fez por aí alguns estragos, como antes nos Açores. Não obstante, é preocupante que logo aos primeiros sinais de Inverno, na nossa zona tenhamos ficado sem electricidade durante mais de uma hora e antes disso com várias e curtas interrupções. Esta falta de resiliência da nossa infra-estrutura eléctrica deixa-nos, de facto, apreensivos.

Vamos indo e vendo, mas não auguro nada de bom sempre que o vento sopre mais forte e a chuva engrosse.

26/09/2025

Eliminar a erva-das-pampas

 


Recebi do Artur Costa um pedido de divulgação quanto aos malefícios ambientais e de saúde da chamada  erva-das-pampas (Cortaderia selloana). 

É uma planta ornamental originária da América do Sul que se espalhou amplamente em Portugal e em muitos outros países. Apesar do seu aspecto vistoso, é considerada uma espécie invasora perigosa. 

Eu próprio já a tive em casa e foi um cabo dos trabalhos para a remover. Verifico que também em Guisande, nomeadamente em frente à instalação da empresa Patrícios, e próximo do edifício da habitação social, em Casaldaça, está já muito disseminada. Seria importante que os proprietários, mesmo que com a ajuda da Junta de Freguesia ou Câmara Municipal, fizessem a remoção já que está em causa a saúde pública.

Problemas ambientais:

Forma grandes tufos que se expandem rapidamente, ocupando terrenos baldios, dunas e áreas agrícolas.

Substitui a vegetação nativa, reduzindo a biodiversidade e desequilibrando os ecossistemas.

É muito resistente ao fogo e ao corte, dificultando o controlo.

Riscos para a saúde:

As suas folhas possuem bordas afiadas e dentadasque podem causar cortes profundos na pele e irritações.

Liberta grande quantidade de pólen e sementes, pelo fim do Verão, que provocam alergias respiratórias em pessoas sensíveis.

O contaccto direto pode irritar a pele e os olhos.

Alerta: 

Esta planta não deve ser mantida em jardins nem deixada proliferar em terrenos. Sempre que possível, deve ser removida com cuidado (usando luvas e proteção adequada) e substituída por espécies seguras e amigas do ambiente.

Na dificuldade de arrancar, pelo menos cortar a totalidade dos penachos e queimar para evitar a libertação do pólen e das sementes.