5 de janeiro de 2024

É a vida! É necessário que haja acomodados

Uma certa figura pública da área da televisão, por quem tenho algum apreço, colocava no seu facebook uma questão em que procura reflectir sobre os desafios da mudança a nível profissional, tanto para quem quer subir como para os que estando já no alto do colectivo pretendem autonomizar-se. Respondi:

É como na política: "Pessoas que se encontram no mundo corporativo, grandes empresas, multinacionais e querem deixar para desenvolver projetos de menor dimensão onde possam ter mais responsabilidade e autonomia ou querem arrancar com projetos próprios", se algo não lhes correr bem, raramente têm que lidar com o desemprego e problemas de estabilidade financeira. Os políticos e quem passou por cargos públicos, esses é garantido. Já quem de baixo procura subir fica mais susceptível à "queda". 

Quanto ao resto, a generalidade das pessoas, tem mesmo que se acomodar no emprego, mesmo que não goste do que faz ou como faz. É a vida! Tudo o que foge desta regra são as excepções que a confirmam, que mais não seja para emprestar um certo lirismo à coisa, motivo a filosofias e argumento para livros de auto-ajuda e estima. Bom ano!

Resumindo: Atribui-se a Salazar a sentença de que "É necessário que haja pobres!". Não concordando, mas admitindo que é uma inevitabilidade do nosso sistema capitalista, direi sobre este propósito e sobre a questão da tal figura pública, que é necessário que os haja, não pobres mas acomodados. Não os houvesse nas profissões perigosas, desgastantes, pesadas e sujas, quem suprimiria esses trabalhos? Só quem tem como gente real o Pai Natal e o Peter Pan é que porventura acredita que quem ganha bem em serviços leves, limpos, aliciantes e bem remunerados se sujeitará a eles.

É a vida!

1 de janeiro de 2024

Ano novo


Dia de novo ano,

O primeiro de quantos faltar,

O princípio do fim,

O começo do resto.

Do passado ufano

Pouco adianta dele contar

O que fez por mim,

Porque ténue, funesto.


Assim correm os dias,

Os meses e os anos:

Alegres, em correrias,

Relevando desenganos.

31 de dezembro de 2023

Nota de Falecimento

Foi com grande consternação que tomei conhecimento do falecimento do Sr. Maximino Gonçalves, do lugar de Casaldaça, que aconteceu de forma inesperada e repentina, hoje na sua residência.

Maximino Custódio Gonçalves  nasceu em 12 de Fevereiro de 1937. Filho de Anselmo Gonçalves Baptista (alfaiate)e de Conceição Rosa de Jesus. Neto paterno de Tomás Custódio Gonçalves e de Laurinda Henriques Baptista e neto materno de Abel Gomes Correia e de Albina Rosa de Jesus. Era bisneto paterno de António Custódio Gonçalves e de Joaquina Rosa de Jesus e bisneto materno de Manuel Alves de Pinho e de Inácia Henriques Baptista.

Casou com Maria Alzira da Conceição. Teve três filhas e um filho, o Maximino, a quem pela amizade desde a juventude, endereço um abraço sentido e de conforto.

No momento não se conhecem ainda as informações do dia e horário das cerimónias fúnebres, que actualizaremos logo que divulgadas.

Tinha-o como um bom ser humano, bom esposo, bom pai e chefe de família. Se algum consolo pode servir aos familiares nesta hora de pesar, certamente que, pela forma repentina, o de ter partido de forma serena.

Sentidos sentimentos a todos os familiares, esposa, filhos, netos e demais. Que descanse em eterna paz!


Actualização: 

Cerimónias fúnebres na próxima Terça-Feira, dia 2 de Janeiro de 2024, pelas 15:00 horas na igreja matriz de Guisande indo no final a sepultar no cemitério local.

Missa de 7º Dia no próximo Sábado, dia 6 de Janeiro de 2024 pelas 17:30 horas, na igreja matriz de Guisande.

Luz sobre as trevas

E pronto! Com este dia derradeiro de 2023, terminado está mais um ano que, no início do mesmo, milhares, milhões de pessoas em todo o mundo quiseram, de copo na mão, augurar como próspero, repleto de saúde, paz e amor. Infelizmente, para além do lado ritual que se repete vez após vez, os anos, todos eles acabam por ser iguais. Porque serão sempre de prosperidade, saúde, paz e amor para muitos mas o contrário para outros, porventura mais. Assim continuamos com guerras violentas no coração da velha Europa, no Médio Oriente e noutros pontos do planeta, e com regimes a dar passos para que ela se torne ainda mais global. 

Bastariam as diatribes da natureza e das suas forças indomáveis para já nos castigarem suficientemente de tragédias, mas o homem teima em acrescentar a esse cardápio o pior lado de si próprio, o da sua natureza humana.

Posto isto, por mais votos sentidos, sinceros ou meramente formais e rotineiros que façamos às derradeiras pancadas do relógio à meia-noite, e já sob o estourar e estrelejar de foguetes, tudo será mais do mesmo em que a tragédia andará a par dos deslumbramentos da humanidade no seu lado bom.

Mesmo assim, sim, votos de que o lado bom da vida e das pessoas, o da luz, se sobreponha ao seu lado negro, o das trevas.

30 de dezembro de 2023

Mini Trail do Bolo-Rei

 


Mini-Trail do Bolo-Rei. Classificação: Geral: 1.º e último. Escalão M60: 1.º e último.

Centro Social com Comissão Administrativa


Conforme previamente convocada, realizou-se no dia de ontem, Sexta-Feira, pelas 20:00 horas no Centro Cívico, no Monte do Viso,  a Assembleia Geral da Associação do Centro Social S. Mamede de Guisande.

Para além da aprovação das contas do exercício de 2023 (aprovadas), constava da ordem de trabalhos a eleição dos novos corpos gerentes para o quadriénio de 2024/2027.

Infelizmente, conforme se previa, não apareceu nenhuma lista nem elementos disponíveis em trabalhar pela freguesia e sua comunidade, no que poderiam mostrar e demonstrar como fazer mais e melhor.

Face à impossibilidade estatutária do presidente da direcção Joaquim Santos em poder renovar o cargo, e à ausência de alternativas, de modo a evitar o encerramento da actividade e da instalação, ficou estabelecida provisoriamente uma Comissão Administrativa que será liderada pelo referido Joaquim Santos, ainda com Celestino Sacramento e Jorge Correia, por um período de 3 meses, a qual nesse tempo procurará desenvolver esforços no sentido de congregar associados que queiram assumir a constituição dos normais corpos gerentes.

Para o efeito, entretanto e novamente com o objectivo de realizar eleições, virá a ser convocada uma nova assembleia geral para o final do mês de Janeiro próximo.

Nota pessoal: Não sendo surpresa, é pena que ninguém tenha aparecido para ser alternativa. Por cá nesta terra há quem goste e saiba atirar pedras mas a esconderem a mão. É o que é! Habituemo-nos!

De lamentar ainda que vários dos próprios elementos dos corpos gerentes cessantes não tenham aparecido. Uns no quentinho, outros a ver a bola ou por motivos que se devem respeitar mas seria importante que tivessem comparecido já que era a última sessão do mandato. 

Em resumo, por motivos vários, nota-se um desinteresse geral, quiçá um desânimo, a que não é alheia a incapacidade política de certas entidades em resolver o essencial, o contrato programa com a Segurança Social que permita prosseguir os propósitos primeiros da Associação, num processo que se arrasta há já vários anos. Mas é também muito consequência da perda de identidade da nossa freguesia, do desagregamento inter-geracional e da perda de proximidade entre eleitos e eleitores. 

Pode ser esta minha análise muito pessimista, que até poderá vir a ser contrariada (oxalá), mas por ora não me ocorre outra justificação.

29 de dezembro de 2023

Paradoxos e incúrias

Há dias, numa situação de corrida, testemunhei na freguesia de Pigeiros uma senhora a tropeçar num buraco no passeio onde caminhava. Felizmente só uns ligeiros arranhões e umas pragas contra certos senhores, mas poderia ter sido bem pior. De resto, eu próprio já tropecei nuns buracos na Rua da Zona Industrial, pelo que a caminhar ou a correr, seja em Pigeiros, Guisande ou qualquer outra das nossas freguesias, tenho que andar com os sentidos alerta pois as irregularidades e buracos são mais que muitos e nalguns casos autênticas armadilhas e ratoeiras, sobretudo de noite e em tempo de chuva. De resto, não havendo trânsito evito o seu uso, quando deveria ser o contrário. Passe o exagero, correr nas nossas ruas e passeios é quase realizar um trail em plena serra, pelo menos quanto à atenção onde se põe cada pé.

Sempre que se registam estes acidentes seria de apresentar queixa na autoridade, mas para além do custo de formalizar a própria queixa, diz-nos quem sabe que é tempo perdido porque são mais que muitas e invariavelmente sem decisão. Ainda há alguns poucos meses um nosso ciclista espetou-se num buraco ali por Duas Igrejas, aberto por alguém que trata das redes de águas e esgotos, sem sinalização adequada, magoando-se e danificando a bicicleta. Poderia ser uma situação grave. A própria GNR chamada ao local recomendou que apresentasse queixa mas que para além do custo, creio que a rondar os 75 euros, que se preparasse para não dar em nada, embora o caso fosse grave e tivesse a seu favor o próprio testemunho quanto à ausência de sinalização da ratoeira. Certo é que no dia seguinte o buraco estava sinalizado. Bem à maneira portuguesa, remediar antes de precaver. De resto, pela Indáqua ou empresas por si contratadas, são mais que muitas as ratoeiras nas nossas ruas.

Com tudo isto, e não é de agora que abordo o assunto (por exemplo, aqui), considero que tanto as nossas juntas de freguesia como a Câmara Municipal têm tido uma postura, para não usar um termo mais contundente, de pelo menos irresponsabilidade, desleixo e incúria na manutenção e requalificação dos nossos passeios públicos, que na maioria dos casos até foram obrigados a ser realizados às custas dos proprietários das edificações frontais. Se não em toda a extensão, pelo menos em certos pontos onde são notórios os buracos e a degradação. 

Para além do mais, quando se indefere um projecto de edificação por uma soleira ter 3 cm e não 2, ou por outros pintelhos, soa a ridículo que os entraves à circulação a pessoas com mobilidade condicionada sejam mais que muitos e evidentes no espaço público, para além dos buracos, sinais e marcos de água implantados a meio dos passeios. O paradoxo desta incúria é ainda maior quando se sabe que não há dinheiro nem investimento na requalificação dos passeios mas sobra para festanças e entretenimentos, porque esses é que dão visibilidade.

Por conseguinte, sempre que há acidentes nas ratoeiras dos nossos passeios deveria ser formalizada a queixa e levada até às últimas consequência. Como diz alguém que conheço adepto dos aforismos, "...os burros também se ensinam".