15 de janeiro de 2018

Agremiação de interesses individuais


Li na Rádio Renascença que "o antigo presidente do PSD Luis Marques Mendes defendeu que o líder parlamentar social-democrata deve colocar rapidamente o lugar à disposição, uma vez que o partido elegeu um novo presidente, Rui Rio".
Recorde-se que Hugo Soares, bem como o vice-presidente Luís Montenegro, entre outros, declararam o seu apoio a Pedro Santana Lopes na recente corrida eleitoral para a presidência do partido laranja. Certamente que Hugo Soares acabará por tomar essa posição de colocar o lugar à disposição a Rui Rio até porque é naturalmente expectável. De resto, não sendo Rui Rio deputado, precisa de ter no Parlamento uma voz de sua confiança e que seja naturalmente a sua extensão. Não nos parece que qualquer um dos que esteve declarada e empenhadamente do lado oposto possa reunir essas condições de confiança. 
As coisas são como são e embora seja politicamente correcto dizer-se que findas as eleições há que reunir e unir o partido, a realidade seguramente não será bem assim e as diferentes facções estão ali, sempre fracturantes, até porque é velhinho o ditado de que "quem não está comigo está contra mim". Alguns dos "perdedores" estarão já a contar os dias para o pós-eleições legislativas de 2019, para, caso não vença o PSD, o que será altamente provável, "fazerem-lhe a cama". Rui Rio sabe disso e, para além do sério aviso a Miguel Relvas, disse-o logo no discurso de vitória ao afirmar que o PSD não é um clube de amigos ou agremiação de interesses individuais. Creio que Rui Rio sabe quem tem e quem são e não quererá ter "amigos" destes do seu lado, ou pelo menos em lugares de importância. Porém, numa postura de líder, e até porque a sua vitória não foi esmagadora, poderá e quererá também dar mostras de pretender sarar já as feridas que ficam sempre de uma luta, mesmo que interna, e assim renovar a confiança em Hugo Soares como líder da bancada parlamentar do PSD. A ver vamos.

14 de janeiro de 2018

Matriz - Vila da Feira


Igreja Matriz de Vila da Feira

Rio navegável


Tal como se esperava, Rui Rio venceu ontem as eleições directas no PSD e vai ser assim o seu próximo presidente. O adversário neste acto eleitoral, Pedro Santana Lopes fez o que melhor sabe fazer, estar em todas, mas mesmo com um pressuposto, a meu ver, errado, de que as causas do partido são mais importantes que as causas do país, ou que estas só devem ser defendidas ou atingidas a partir daquelas, todavia, dignificou e enriqueceu a disputa e por isso sai naturalmente de consciência tranquila. Os militantes devem reconhecer-lhe esse mérito e, obviamente, poder contar com ele.
Sigo este assunto com um interesse relativo, sem ser militante e assim apenas como espectador independente, mas há coisas que à partida nos parecem demasiado evidentes para se pensar em cenários diferentes. Mas nestas coisas, ou por interesses vários, mesmo que legítimos, ou por má avaliação estratégica ou política, há sempre quem teime em apostar no "cavalo" errado, uma após outra vez.
De forma mais intimista e mesmo de amizade pessoal, de alguma maneira fico satisfeito e feliz por ver que alguns dos meus ex-colegas de Junta, com uma visão mais à frente, como o Pedro Serralva e a Marta Costa, estes bem mais políticos que eu, que tal como acontecera nas eleições para a distrital do PSD, se envolveram numa das alternativas, a vencedora, e por isso a sua satisfação com a vitória de Rui Rio, de algum modo, também é minha.

12 de janeiro de 2018

Arrelvamento


Miguel Relvas, o pai dessa grande “cagada” chamada Reforma Administrativa, foi, na generalidade um muito mau político. Felizmente, por enquanto, está fora da política, mas o risco de voltar é uma realidade até porque em recente entrevista à Rádio Renascença diz que nunca se deve dizer “nunca”.
Entre outras coisas, também disse que o país precisa pagar mais para ter melhores políticos e propõe salários de acordo com a média dos cinco anos anteriores às funções.
Não nos vamos alongar no que disse este senhor, mas seguramente, e não sabendo em rigor quanto ganhava enquanto político e membro do Governo do PSD-CDS, com toda a certeza que ganharia demasiado para o político que era, fraco, fraquinho, já para não falar da trapalhada da sua pseudo-licenciatura que o obrigou a voltar a estudar para ser doutor.
Posto isto, como o Sr. Relvas disse ainda sentir-se bem a dar a sua opinião, a exercer a  sua opção cívica, daquilo em que acredita para o seu partido e para o seu país, bem como não vive pressionado  nem frustrado por não estar na vida política, é caso para se dizer que então fique por aí muito tempo e que deixe a política para quem tem qualidade e, já agora, competência e seriedade, adjectivos que, no geral, pouco combinam com a nossa medíocre classe politica.

10 de janeiro de 2018

Reversão da Reforma Administrativa

Está já no terreno uma angariação de assinaturas/petição com vista ao pedido de reversão da freguesia de Guisande para a sua situação anterior à Reforma Administrativa, de resto como está já a acontecer em algumas freguesias agora integradas em uniões. A petição é encabeçada por um grupo multi-partidário de cidadãos, nomeadamente ex-autarcas.

Concerteza que já assinei e creio que não faltará quem assine pois o descontentamento das freguesias agregadas é geral. Parece-me que, infelizmente, será um esforço em vão, porque os políticos, e destes quem decide, são pouco dados a petições, mesmo que estas possam expressar uma larga maioria de uma freguesia e de uma população.

Em todo o caso, é importante que a petição seja assinada pela maioria dos cidadãos, eleitores ou não, de modo a que, na eventualidade de poder vir a valer alguma coisa, possa ser utilizada.
Creio que uma eventual alteração à Reforma Administrativa, total ou parcial, dependerá sobretudo do actual Governo e da vontade efectiva deste mexer na coisa. Pela parte da actual Câmara Municipal não nos parece que dali possa vir qualquer ajuda no sentido da mudança, mas nunca é tarde para reparar erros do passado recente. Qualquer mudança, porém, ou será agora nesta legislatura ou muito dificilmente será mais tarde, porque se a situação actual ganhar raízes vai ser bem mais difícil. E convenhamos que nestas coisas, pelas implicações resultantes, não podem andar a ser alteradas constantemente.