2 de junho de 2018

Nota de falecimento


Faleceu António Henriques de Almeida - 86 anos. Vivia na Rua do Viso - Guisande.
Velório na Capela Mortuária de Guisande, na Segunda-Feira, dia 04 de Junho de 2018, com chegada do corpo às 10:00 horas. O funeral terá lugar no mesmo dia pelas 17:00 horas, com celebração de missa de corpo-presente, indo no final a sepultar em jazigo de família no cemitério local.
A missa de sétimo-dia ocorrerá na Sexta-Feira, dia 8 de Junho, pelas 18:30 horas

Sentidos sentimentos aos seus familiares, de modo particular à viúva, filha, genro e netos.

Na morte todos somos iguais, mas permitam-me que o diferencie pela sua fibra e genuinidade de pessoa ligada à terra, vivendo dela e para ela, que faziam do Ti António uma figura tão característica da nossa freguesia, mesmo que natural da freguesia vizinha de Louredo. Para a saudade e memória pessoal e colectiva, fica a sua figura ímpar agarrada à soga de uma parelha de bois e que tantas terras ajudou a lavrar e a arar.
Paz à sua alma! Que descanse em paz!

1 de junho de 2018

Guisande - Comunhão Solene - 2018



31 de Maio de 2018 - Dia de Corpo de Deus - Celebração da Comunhão Solene em Guisande.

Esta celebração religiosa e a festa a ela associada, continuam a marcar o calendário da nossa comunidade de S. Mamede de Guisande, mas obviamente sem o impacto e envolvência de outros tempos. Desde logo pelo número de crianças participantes, apenas seis, um enorme contraste quando comparado com o dia da minha Comunhão Solene, em 1973, por isso há 45 anos, em que entre rapazes e raparigas éramos mais ou menos sessenta almas em festa. É certo que por esses tempos esta celebração ocorria apenas de dois em dois anos, mas mesmo assim corresponderiam, em média, trinta crianças por ano. Uma enorme diferença, de facto, o que diz muito da tendência da nossa actual sociedade no que quanto à natalidade e suas causas diz respeito. Estas, as causas, porém, são contas de outro rosário e que para aqui não são chamadas. Apenas a constatação do enorme contraste entre ambas as realidades registadas em menos de meio século.

Para além da Missa Solene, da parte da manhã, a festividade contou com a reza do Terço ao final da tarde, seguindo-se a tradicional procissão solene que marchou até à capela do Viso, regressando à igreja matriz para o encerramento das cerimónias. A procissão foi acompanhada pela Banda Musical de S. Tiago de Lobão.

28 de maio de 2018

Erros que saem karius

Tivesse sido num jogo de amadores veteranos e a coisa já seria escandalosa. Mas não, aconteceu ao guarda-redes da equipa do Liverpool, o alemão Lorius Karius, e logo num jogo com a importância de uma final da Liga dos Campeões de Futebol frente ao Real Madrid.
O resultado, que deu a 13ª Taça dos Campeões à equipa espanhola, já todos sabem: 1-1 na normalidade e 3-1 se juntarmos dois erros incríveis e infantis do guardião dos "reds".
Ronaldo, esteve demasiado discreto e nem seu deu por ele. Figura do jogo, foi o galês Gareth Bale, com um magnífico golo de "bicicleta" que só não tem sido mais falado e extasiado porque não foi do rei Midas Ronaldo.
Pelo meio, o "mauzinho" do costume, Sérgio Ramos, com a maldade e impunidade habituais, tratou de despachar o egípcio Salah, o goleador do Liverpool, prendendo-lhe o braço que na queda teve um deslocamento do ombro, atirando-o para fora do jogo e de outros futuros jogos, estando em risco a sua participação no Mundial da Rússia. No final, cinicamente, Ramos deseja-lhe as rápidas melhoras. Sem Salah e com Karius, o jogo ficou resolvido. Olé! 
É futebol, mesmo que se diga que este, da Liga dos Campeões, é de outro nível. Na verdade...até os "frangos" a este nível são monumentais e servidos em dose dupla e decisiva.
Há erros que saem Karius.

24 de maio de 2018

Ser português

Faleceu Julião Tomar. Tinha 95 anos. De origens modestas, filho de um pai carpinteiro e de uma mãe lavradeira, era o mais velho de onze irmãos. Ainda iniciou a escola primária mas bem antes do exame da quarta classe já tinha sido instalado como aprendiz de trolha de um tio paterno. Assim, muito cedo começou a ter contacto com o cimento, areia, cal e azulejos. Logo depois de amargar na tropa, onde lhe aproveitaram os dons de trolharia para conservar tudo o que era paiol e camarata, abalou até terras de França onde com muitas dificuldades lá arranjou trabalho na construção civil. Depois, casou, teve filhos, netos e bisnetos. Com a idade da reforma regressou à sua aldeia, em terras transmontanas e continuou a ser um comum cidadão, um português como milhões de outros.

Em face da importância deste português comum, o Governo mandou cumprir três dias de luto nacional e a Junta da aldeia vai erguer-lhe um busto na praça central. De todos os quadrantes da sociedade local e nacional, são inúmeros os testemunhos quanto à importância deste português comum pelo seu contributo para a sociedade portuguesa. Foi um mestre da argamassa e do assentamento de azulejos, sempre à frente do seu tempo, inovador quanto baste, sem renegar o conservadorismo da arte da trolharia e no uso da colher e talocha. Para além disso, destaque pela sua luta contra o regime do Estado Novo, principalmente quando viu um seu painel de azulejos com estrelas vermelhas, martelos e foices, removido da casa de banho de uma escola da freguesia por ser considerado subversivo, por fugir aos tradicionais padrões de flores e passarinhos.

É bom ser-se um português comum.