20 de outubro de 2018

O poder de uma letrinha



O Centro Social S. Mamede de Guisande vai promover no próximo sábado, dia 27 de Outubro, a sua 2ª Noite de Fados. Por pessoa, 20,00 euros, com entradas e sobremesa. Será um pouco puxadito mas está inerente o objectivo de angariação de fundos para ajudar as responsabilidades financeiras da instituiçao. Assim, quem reconhece a importância da associação e seus objectivos e tem acompanhado o esforço da Direcção num contexto de dificuldades, dará por bem empregues o tempo o custo do jantar e a noite de convívio. Pelo contrário, quem não reconhece ambas as coisas, a importância e a dedicação, não tem que se preocupar porque falta faz quem cá está. E há sempre andorinhas que se perdem pelo caminho da Primavera mas esta não deixa de florir nem espera por quem não vem..
 
Em todo o caso, não esquecendo o título da prosa, estava eu a preparar o convite para o evento, a pedido do presidente do Centro, quando por lapso troquei apenas umas letrinhas na palavra "fados", trocando as posições do "a" e do "o". Toca a corrigir, é claro, porque mesmo que acompanhada por guitarra e viola ninguém quereria participar numa 2ª Noite de Fodas. Ou talvez sim, mas não seguramente nesse local e contexto.
 
Ora como este processo do Centro Social já tem conhecido "fodas" suficientes, algumas de quem menos se esperava, venham antes os fados e as guitarradas, que sempre têm o condão de nos alegrar a alma. Depois de um bom jantar a alma fica mais receptiva às melodias choronas da guitarra e com isso ajuda-nos a esquecer as "fodas" da vida.
 
Silêncio, que se vai cantar o fado!

19 de outubro de 2018

Pelo Portal do Inferno e mais além




Em 1960 ainda não era eu nascido e por isso não tive como testemunhar a suposta primeira chegada ao alto do Monte de S. Macário do primeiro automóvel conduzido por um tal de José Inácio Coelho, precisamente no dia 29 de Maio desse ano. Pode até ter havido um intrépido piloto a realizar a façanha bem antes, mas não teve a pioneira ideia de registar o acontecimento numa lápide de mármore e encravá-la no duro granito da serra. Assim o mérito ficou do Coelho, de resto um animal bem adaptado a esta serra agreste, uma elevação com 1052 metros de altitude máxima junto à capela e que se localiza a pouco mais de 10 km a norte de São Pedro do Sul.
 
Creio que já por lá estive pelo menos umas quatro vezes, uma delas não de mota mas de bicicleta, há bem pouco tempo, neste Verão, sozinho, por isso sem testemunhos e ainda por cima com o telemóvel sem bateria para registar o acontecimento. Foi uma jornada e tanto.
 
Mas as fotos que ilustram este artigo reportam-se a 1 de Setembro do ano passado, dia que aproveitei para dar a conhecer a pessoas de família alguns dos belos sítios da zona, como Rio de Frades, Covelo de Paivô, Regoufe, Pena (onde almoçamos), Covas do Monte, Covas do Rio, S. Mácario e outros mais que o tempo não teve tempo.
 
Por antigas investidas com amigos no Geocaching (Luis Bastos e Higino Almeida), talvez já com pelo menos meia dúzia de anos, fiquei então a conhecer grande parte da Serra da Freita e Arada e todas aquelas belas e ermas aldeias alcondoroadas aos rios Frade, Paiva e seu afuente Paivô. Para além das já referidas, ainda Drave, Paradinha, Ponte de Telhe, Janarde, Meitriz, Fujaco, Coelheira, Póvoa das Leiras, Candal, Cabreiros, Manhouce e outras mais. Sem pretenciosismos, direi que já quase conheço estes lugares como as mãos.

O bom de tudo, é que mesmo visitando uma e outra vez estes lugares, há sempre vontade de os revisitar, eventualmente em diferentes épocas do ano, mesmo que a passar pelo tenebroso Portal do Inferno. Mas de bicicleta bastou uma vez. Agora só de carro como o Inácio Coelho em 1960.

Pobre tijolo de 7

Este tijolo é de 30x20x7cm e tem 8 buracos. Se fosse um tijolo de 30x20x15cm e de 12 buracos,  ou um bloco térmico, toda a gente fazia like e partilhava, mas como não, pobrezinho, todos o ignoram. 
Bem que gostaria de fazer parte de paredes exteriores de uma moradia moderna mas relegam-no para paredes interiores, de fiada simples e até já está a ser preterido pelas fininhas paredes de pladur. Por vezes até o assentam em paredes exteriores mas, veja-se só o desrespeito, apenas em galinheiros ou caixas-de-visita por onde passam os esgotos.
Vamos lá ser solidários com este pobre tijolo de 30x20x7cm, partilhando e fazendo likes. Afinal de contas, é da mesma massa, como quem diz, do mesmo barro, do gabarolas do tijolo de 30x20x15cm. É verdade que só tem 8 buracos mas há quem tenha só um e mesmo assim leva bem a vida.

- Raminhos Nogueira

17 de outubro de 2018

A dar à costa


Estou deveras céptico com a anunciada medida do Governo em baixar o IRS para aqueles que estando emigrados no estrangeiro queiram regressar a Portugal. 
Obviamente que nada contra quem procurou levar melhor a vida noutras paragens e que agora queiram e possam regressar e até gosto de os ver por cá. Todavia, creio que esta medida, mesmo que de efeitos temporários, é apenas mais uma que nos leva a ter a certeza que há portugueses de primeira, de segunda e mesmo de terceira.

Para além de duvidar dos efeitos práticos, porque não estou a ver que portugueses a trabalhar no estrangeiro, certamente com melhores condições e já focados e inseridos nessa nova realidade, decidam regressar só porque vão poupar uns trocos no imposto sobre o chorudo rendimento em Portugal, cheira-me, contudo, que esta medida é pura demagogia e sobretudo um sinal ideológico ao marcar terreno contrapondo o suposto incentivo ao regresso, ao suposto encorajamento à saída, então pelo anterior Governo quando a crise era aguda.

Por outro lado, se alguns milhares de portugueses se sentiram então obrigados a procurar melhor vida fora do país e ali encontraram alternativa, e quem me dera a mim a muitos outros terem tido essa oportunidade de sair, pior do que isso foram os milhões que foram obrigados a ficar por cá no vendaval da crise e que tiveram que aguentar os cavalos, certamente sob piores condições do que aquelas que a larga maioria dos emigrados teve de enfrentar. É certo que haverá excepções, mas creio que no geral ninguém avançou para o estrangeiro sem o mínimo de garantias de ali encontrar emprego e melhores condições de vida, ou pelo menos de rendimento.

Seja como for, com esta "irrecusável vantagem fiscal", é ver para crer se vamos ter uma avalanche de emigrantes a retornar, a dar à costa, e o ganho que isso representará para o país. É que não estou a ver, de todo, sobretudo o pessoal qualificado, a deixar os seus bons e reconhecidos empregos por essa Europa e mundo fora, onde são valorizados, regressarem a um país que ciclicamente enfrenta crises à beira da insolvência, onde milhares de licenciados estão desempregados e não encontram trabalho à altura da qualificação e dos objectivos para que se prepararam, a ponto de, para levarem a vida, aproveitarem o que vem à rede, quase sempre petinga da miúda.

Mas o Costa e o Centeno lá saberão. Sempre é mais fácil acenar com a "cenoura" da redução do IRS do que baixar o preço escandaloso dos combustíveis e reduzir na generalidade o IVA da electricidade e de outros dos muitos impostos directos e indirectos que trazemos às costas. 

16 de outubro de 2018

Nota de falecimento


Soube, há pouco, informado por familiares, que de forma inesperada e repentina faleceu meu tio Manuel Alves da Fonseca, que vivia na Rua das Barreiradas - Quintães. Tinha 78 anos.
Sentidos sentimentos a todos os familiares, de modo particular à viúva Maria Amélia e seus filhos.
Paz à sua alma! Descanse em paz!

Actualização: 17 de Outubro:
Chegada do corpo à Capela Mortuária na Quarta-Feira, 17 de Outubro, pelas 20:00 horas. Funeral na Quinta-Feira, dia 18 de Outubro, pelas 16:00 horas, com missa de corpo presente na igreja matriz de Guisande, indo no final a sepultar em jazigo de família no cemitério local.
Missa de sétimo-dia na Segunda-feira, dia 22 de Outubro pelas 18:30 horas

12 de outubro de 2018

Guizande Futebol Clube - Escritura de constituição




Na continuação das minhas notas documentais que tenho vindo a escrever sobre a história do Guizande Futebol Clube, publico agora a cópia da escritura pública da constituição da associação, lavrada no Cartório Notarial de Vila Feira numa quarta-feira, 31 de Outubro de 1979. 
Por sua vez, a constituição da associação que tomou o nome de Guizande Futebol Clube, foi publicada no Diário da República nº 296, III série, de 26 de Dezembro de 1979.

Na referida escritura, em que constam onze artigos que regulamentam a associação constituída, no artigo 4º são definidas as qualidades dos associados (executantes, auxiliares, beneméritos e honorários).

São também identificados os sócios que estiveram ligados à fundação oficial do clube e que outorgaram a respectiva escritura. São apenas alguns nomes, não necessariamente os que mais ou menos contribuíram para a legalização do clube.  Certamente que muitos outros com maior importância  na época e mesmo nos primeiros tempos, não constam desta lista. De resto sabemos que muitas vezes nestes actos burocráticos participam aqueles que no momento da marcação da escritura apresentam disponibilidade para participar no acto. Contudo, reconheça-se, não deixa de ser marcante para quem participou em tal acto.

Para além de tudo o mais documentado na escritura, há uma nota importante, a que se refere o último artigo, o 11º, que esclarece o que tem sido uma dúvida para muitos, ou seja, que em caso de dissolução do clube por razões previstas na lei, todo o património do clube reverterá a favor da Junta de Freguesia de Guisande. Fica assim desfeita essa dúvida.

Quanto aos nomes subscritores do documento, pela ordem de outorgantes:

Manuel Rodrigues de Paiva
Júlio César dos Santos Alves
José Pires de Almeida Saraiva
Elísio Alcino Ferreira dos Santos
António de Oliveira Bastos
José de Almeida Peixoto
Valdemar Ferreira de Pinho
Domingos da Conceição Lopes
Elísio Gomes da Mota

Podem ler aqui a totalidade das notas que aos poucos tenho vindo a documentar.

11 de outubro de 2018

Parecendo que não, de hoje a um mês é S. Martinho




Ufa! Como corre o tempo. Ainda ontem marchava a procissão no Viso e daqui a um mês já anda o S. Martinho a dar castanhas e vinho. 
Talvez por isso, talvez por perceber que estas raparigas guisandenses (Juventude da Acção Católica Feminina) dançavam alegres à roda da fogueira e das castanhas, num Magusto de 1957, e de lá para cá voaram mais de 50 anos,  percebe-se que a vida são mesmo dois dias.