19 de outubro de 2018

Pelo Portal do Inferno e mais além




Em 1960 ainda não era eu nascido e por isso não tive como testemunhar a suposta primeira chegada ao alto do Monte de S. Macário do primeiro automóvel conduzido por um tal de José Inácio Coelho, precisamente no dia 29 de Maio desse ano. Pode até ter havido um intrépido piloto a realizar a façanha bem antes, mas não teve a pioneira ideia de registar o acontecimento numa lápide de mármore e encravá-la no duro granito da serra. Assim o mérito ficou do Coelho, de resto um animal bem adaptado a esta serra agreste, uma elevação com 1052 metros de altitude máxima junto à capela e que se localiza a pouco mais de 10 km a norte de São Pedro do Sul.
 
Creio que já por lá estive pelo menos umas quatro vezes, uma delas não de mota mas de bicicleta, há bem pouco tempo, neste Verão, sozinho, por isso sem testemunhos e ainda por cima com o telemóvel sem bateria para registar o acontecimento. Foi uma jornada e tanto.
 
Mas as fotos que ilustram este artigo reportam-se a 1 de Setembro do ano passado, dia que aproveitei para dar a conhecer a pessoas de família alguns dos belos sítios da zona, como Rio de Frades, Covelo de Paivô, Regoufe, Pena (onde almoçamos), Covas do Monte, Covas do Rio, S. Mácario e outros mais que o tempo não teve tempo.
 
Por antigas investidas com amigos no Geocaching (Luis Bastos e Higino Almeida), talvez já com pelo menos meia dúzia de anos, fiquei então a conhecer grande parte da Serra da Freita e Arada e todas aquelas belas e ermas aldeias alcondoroadas aos rios Frade, Paiva e seu afuente Paivô. Para além das já referidas, ainda Drave, Paradinha, Ponte de Telhe, Janarde, Meitriz, Fujaco, Coelheira, Póvoa das Leiras, Candal, Cabreiros, Manhouce e outras mais. Sem pretenciosismos, direi que já quase conheço estes lugares como as mãos.

O bom de tudo, é que mesmo visitando uma e outra vez estes lugares, há sempre vontade de os revisitar, eventualmente em diferentes épocas do ano, mesmo que a passar pelo tenebroso Portal do Inferno. Mas de bicicleta bastou uma vez. Agora só de carro como o Inácio Coelho em 1960.