20 de dezembro de 2018

O estado do Estado


Rui Rio, secretário geral do PSD, recorreu por estes dias a um ditado e a uma quadra populares para retratar a governação de António Costa apoiada pelos parceiros Jerónimo de Sousa e Catarina Martins. Quanto ao provérbio, ou aforismo, diz que o actual Governo tem enganado os portugueses "vendendo gato por lebre".
Quanto à quadra, "rouba-a" a António Aleixo:“Para a mentira ser segura e atingir profundidade, tem de trazer à mistura qualquer coisa de verdade.” 

É certo que Rui Rio, a quem lhe é reconhecida assertividade, fala, todavia, no sentido que lhe convém falar, porque é líder do maior partido da oposição. Todavia, há no uso desta "sabedoria" popular alguma verdade ou, para quem pretenda fazer um retrato menos clubístico da coisa, pelo menos contém situações que dão que pensar. Isto porque, por um lado, é indesmentível que tem havido uma melhoria geral da situação económica e social do país, nomeadamente com a redução do desemprego, reposição de alguns cortes anteriores e retoma de algum poder de compra, ou pelo menos uma maior predisposição para o consumo, mesmo que no geral andemos a reboque da conjunctura internacional e europeia. Mas em contrapartida e por outro lado, assiste-se a sinais que, recorrendo novamente à sabedoria popular,  são autênticos "gatos escondidos com rabo de fora". E não é só no aumento brutal dos impostos indirectos, a electricidade e combustíveis mais caros da Europa, mas também as cativações cegas que têm limitado e mesmo colocado em suspenso muitas e muitas situações que têm a ver com a Saúde, Educação e Estado Social. Como exemplo prático e que nos diz respeito, a situação do Centro Social S. Mamede de Guisande que mesmo depois de ver aprovado o contrato programa com a Segurança Social e a partir dele a sustentabilidade mínima para o funcionamento da instituição, depois de muitos impasses, viu o mesmo ser arquivado por falta de verba, sujeitando-o a uma nova candidatura e dela a mesma incerteza. Como a nossa associação, muitas por este país fora.

Para além de tudo, temos comprovadamente um Estado que tem dado provas de não assegurar a segurança dos cidadãos. Os casos de Pedrógão Grande e dos incêndios de 2017, os casos dos furtos de armas em Tancos e na PSP, o abatimento trágico da estrada em Borba e agora as falhas no processo de busca e socorro das vítimas da queda do helicóptero do INEM, são apenas alguns exemplos mais mediáticos da falha do Estado e das suas instituições, mas muito mais há e  são evidentes a degradação e desinvestimento em sectores importantes como os transportes, hospitais, educação, etc.

Para além do mais, têm duplicado as greves no funcionalismo público, algumas de impacto fatal para a vida dos portugueses, como a greve dos enfermeiros e com ela o adiamento de cirurgias, mesmo num contexto de supostas reposições de direitos e regalias. Mesmo a greve dos estivadores do Porto de Setúbal dizem muito da precariedade ainda não resolvida por mais que apregoada. Dizem os média que as greves duplicaram mas a ter em conta os anúncios do que aí virá, a coisa vai triplicar ou mesmo quadruplicar até ao final do mandato. Manifestam-se professores, magistrados, enfermeiros, médicos e tudo quanto é empregado do Estado. Que se saiba, ninguém se manifesta em greve por estar satisfeito com a governação, ou será apenas um oportunismo de classes que veem neste Governo uma porca de 18 tetas a quem se pode chorar por mama? Ou um pouco de ambas as coisas? 

Assim vamos andando e não me custa a acreditar que se as eleições legislativas fossem já no próximo mês, António Costa correria o sério risco de ser prendado com uma maioria. Nós, os portugueses, no geral, somos boas pessoas e de bem e não nos importamos nada de ser enganados, desde que com mestria e um sorriso.
Há, pois, muitas dúvidas a pairar no ar e situações concretas a merecer pelo menos uma reflexão do que temos e podemos vir a ter.  Mas o mal de tudo, é que não há muito por onde escolher e rematando com outro provérbio, "quem está no inferno está por conta do diabo".

[foto: fonte]

18 de dezembro de 2018

Nota de falecimento


Faleceu Leonel Guedes de Paiva, de 64 anos. Natural de Louredo, residia no Edifício de Habitação Social em Casaldaça -  Guisande.
Velório nesta Terça-Feira, 18 de Dezembro de 2018, a partir das 18:30 horas na Capela Mortuária de Louredo. O funeral terá lugar amanhã, Quarta-Feira, pelas 15:30  horas, com cerimónias na igreja matriz de S. Vicente de Louredo, indo no final a sepultar em jazigo de família no cemitério local. Missa de 7º Dia na Capela de Nª Sª da Natividade, em Vila Seca - Louredo, na Quinta-feira, dia 27 de Dezembro às 18:30 horas.
Sentidos sentimentos a todos os familiares. Paz à sua alma!

16 de dezembro de 2018

Nota de falecimento


Faleceu Maria Amélia da Conceição, de 75 anos (16 de Junho de 1943-16 de Dezembro de 2018), viúva de Manuel Alves da Fonseca. Residia na Rua das Barreiradas, Nº  151. Velório neste Domingo,  a partir das 19:00 horas. O funeral e respectivas cerimónias terão lugar amanhã, Segunda-Feira, 17 de Dezembro, peloas 16:15 horas, na igreja matriz, indo no final a sepultar em jazigo de família. Missa de 7º dia no Sábado, dia 22 de Dezembro, pelas 18:30 horas.
Sentidos sentimentos a todos os seus familiares.
Paz à sua alma e que descanse em paz!

10 de dezembro de 2018

Perlins e afins



Todos sabemos que as crianças entusiasmam-se com pouco e os pais acompanham o entusiasmo destas. Vê-las contentes, a sorrir e a sonhar é, afinal, o mais importante. O resto é  folclore... “That’s all, folks”. A juntar a estes ingredientes, o entusiasmo comum pelo Pai Natal da Coca-Cola e temos, assim, o contexto para o sucesso de perlins e afins, um pouco por todo lado onde o comércio tenha tentáculos.
 Mas por estes dias, em que o Uíma vai de azul e a Feira de vermelho e espanhóis, nada como dar um salto a Arouca e ver e respirar a coisa com um ar um pouco mais arejado, e mais de verde. Por ali, ainda se circula e respira-se com uma (ainda) pontinha de genuinidade, seja na envolvência da vila, seja no convento e amplos jardins entre as tendinhas costumeiras de artesanato, licores, enchidos, cebolas, alhos, castanhas cruas e a assar. Para a fantasia, o "Celeiro Encantado" armado nos húmidos calabouços do velho convento, onde as crianças se deliciavam no ambiente de mistério que só elas detectam.
Nada como um Domingo com sol a cheirar a Natal, por mais banalizado que este esteja. Já nada é como era, mas ainda é Natal. 

7 de dezembro de 2018

O email do amigo João Esteves


O texto abaixo, que vai sendo partilhado pela rede social do Facebook como se fosse uma coisa actual, anda há anos a ser divulgado. Basta fazer uma ligeira pesquisa para o perceber. Supostamente toda a gente tem um amigo João Esteves que lhe enviou esse importante email com essa surpreendente conclusão.
Em todo o caso, fazendo de conta que este é um texto actual, aparte a generalização de algumas questões e conclusões que, em rigor, não são tão lineares, certo é que muitas são evidentes e óbvias e, mais coisa menos coisa, mais alarmismo ou generalização fácil, há por ali muita coisa que bate certo no que acontece com as campanhas de solidariedade a que periodicamente os portugueses são chamados a contribuir, como ainda recentemente para o Banco Alimentar.

Em resumo, e antes de passar à reprodução do texto, para quem quiser ter o trabalho de o ler, e que por aí anda sempre com ar de  fresquinho, custa é acreditar que só agora cheguem a essa conclusão, de tão demasiado óbvia. Para além de que, mesmo não sendo politicamente correcto dizê-lo, uma grande parte destes alimentos é para ajudar quem vai vivendo à custa do Estado Social e da generosidade dos portugueses num contexto de chico-espertice continuada. Não generalizando, obviamente, todos nós conhecemos por aí alguns deles, que fumam, bebem, bons carros, bons telemóveis, ao sol no Inverno, à sombra no Verão, mas trabalhar, aí é que a porca-torce-o-rabo. "Trabalhar", eventualmente de madrugada. A malandrice neste país compensa e está isenta de IMI, IRS e IVA. 
Mas, ok, é Natal e somos bons e generosos, não só a dar aos pobres como aos ricos. Pagamos os combustíveis mais caros da Europa, a electricidade mais cara da Europa, os impostos indirectos mais altos da Europa, sempre com boa disposição e sem grandes alaridos, contentes com um salário mínimo nada condizente com o luxo do que pagamos. Em suma, pagamos mais por menos, mas contentes porque nos devolveram uns patacos e uns feriados, pelo que daqui a nada temos uma maioria absoluta para dar de prenda, na filosofia já por alguém cantada de que "pr’a melhor está bem, está bem, pr’a pior já basta assim".

Segue o texto:
Ontem recebi na minha caixa de mensagens um email enviado pelo meu amigo João Esteves, o qual embora de autor desconhecido, dada a importância do tema, não podia deixar de o partilhar.
O texto é um pouco extenso mas vale a pena ler, porque ajuda a denunciar uma situação que é mesmo, uma verdadeira vergonha.

Trata-se das campanhas de solidariedade e vejamos como se fazem lá fora e cá dentro.
“Em Inglaterra a cadeia de supermercados Waitrose, oferece uma chapa (espécie de moeda) a cada cliente que faz compras acima de um determinado valor. O cliente à saída tem três caixas, cada uma em nome de uma instituição social sediada no seu município, para receber as referidas moedas de acordo com a opção do cliente. Periódicamente a empresa conta as moedas e entrega depois em dinheiro o valor correspondente. Esse donativo diminui obviamente nos seus lucros fiscais, uma prerrogativa que a lei portuguesa, também permite através do Estatuto dos Benefícios Fiscais.

Só que em Portugal, as campanhas de solidariedade custam ao doador uma parte para a instituição, outra para o Estado e ainda mais uma boa parte, para a empresa que operacionaliza a acção ou campanha.
Somos um país de espertos até na ajuda aos mais necessitados, donde não devemos ficar quietos e calados, devendo denunciar esta total falta de vergonha.
É muito triste, mas é bom saber que no Programa de luta contra a fome, nada é o que parece.

Ora veja:
Na última acção de recolha de bens junto dos hipermercados, uma ação, louvável do programa da luta contra a fome, segundo os telejornais, foram recolhidos cerca de 2.644 toneladas! Ou seja 2.644.000 Kg.
Se cada pessoa adquiriu no hipermercado 1 produto para doar e se esse produto custou, digamos, 0.50 € (cinquenta cêntimos), repare que:
2.644.000 Kg x 0,50 € dá 1.322.000,00 € (1 milhão, trezentos e vinte e dois mil euros), total pago nas caixas dos hipermercados.

Quanto ganharam?
O Estado: 304.000,00 € (23% iva); O Hipermercado: 396.600,00 € (margem de lucro de cerca de 30%).
Nunca tinha reparado, tal como eu, quem mais engorda com estas campanhas...
Devo dizer que não deixo de louvar a ação da recolha e o meu respeito pelos milhares de voluntários.

MAIS… É triste, mas é bom saber...
Porque é que os madeirenses receberam apenas 2 milhões de euros da solidariedade nacional, quando o valor doado foi de 2 milhões e 880 mil?
Querem saber para onde foi esta "pequena" parcela de 880.000,00 €?

A campanha a favor das vítimas do temporal na Madeira, através de chamadas telefónicas é um insulto à boa-fé da gente generosa e um assalto à mão-armada.
Pelas televisões a promoção reza assim: Preço da chamada 0,60 € + IVA. São 0,72 € no total.

O que por má-fé não se diz, é que o donativo que deverá chegar ao beneficiário madeirense é de apenas 0,50 € assim oferecemos 0,50 € a quem carece, mas, cobram-nos 0,72 €, mais 0,22 € ou seja 30%.
Quem ficou com esta diferença?
1º - A PT com 0,10 € (17%), isto é, a diferença dos 50 para os 60.
2º - O Estado com 0,12 € (20%), referente ao IVA sobre 0,60 €.

Numa campanha de solidariedade, a aplicação deu uma margem de lucro pela PT e da incidência do IVA pelo Estado, são o retrato da baixa moral a que tudo isto chegou.
A RTP anunciou com imensa satisfação, de que o montante doado atingiu os 2.000.000,00 €.
Esqueceu-se de dizer, que os generosos pagaram mais 44%, ou seja, mais 880.000,00 €, divididos entre a PT (400.000,00 €, para a ajuda dos salários dos administradores) e o Estado (480.000,00 €, para auxílio do reequilíbrio das contas públicas e aos que por lá andam).

A PT cobra comissão de quase 20%, num acto de solidariedade!
O Estado faz incidir IVA, sobre um produto da mais pura generosidade!
Isto é uma total falta de vergonha, sob a capa da solidariedade é bom que o povo saiba, que até na confiança somos roubados. Isto é um triste esbulho à bolsa e ao espírito de solidariedade do povo português!

Pelo menos. DENUNCIE! Não vale a pena sermos solidários nestas acções, pois há muitos a comer à nossa conta e com muito mais

4 de dezembro de 2018

Pimentorium in anus outrem in nostrum refrescus est


Uma vitória, como diria alguém, arrancada já no primeiro minuto do jogo seguinte, para uns, para os interessados, é uma conquista da força, da garra, do querer, do acreditar até ao fim, do contra-tudo-e-contra-todos. Já quando tal benefício calha aos outros, aos adversários, áqueles que não nos deixam sossegados, nem dormir como santos, roubando-nos anos de vida, então o feito é uma vitória da aldrabice, do sistema, do favorecimento, do campo inclinado, do deixa-jogar-até-marcar.
Realmente, não que isto seja novidade, mas a pimenta no cuzinho dos outros no nosso não passa de um macio rebuçado de mel e mentol, doce e fresco. Ahhhhh!
Mas isto vale para o cu de todos. Nisto há democracia.