16 de setembro de 2020

"O Mês de Guisande" - Edição especial digital

O Jornal "O Mês de Guisande" teve o seu início em Agosto de 1981 - É certo que, por um leque de razões, não tem estado activo desde há alguns anos, mas tem uma interessante história que importará contar ou pelo menos não esquecer e, pelo contrário, recordar. 

Um pouco para matar saudades, mas também para o evocar na passagem do 39º aniversário sobre o primeiro número, decidiu-se elaborar um número especial, em versão digital. Chegou a equacionar-se a possibilidade de em simultâneo fazer a sua impressão e distribuição gratuita, mas para já gorou-se a ideia e por agora torna-se extemporânea.

Este número é mesmo especial e poderá até ser único. Ou talvez não, mas por ora assume-se que será único. Talvez mais à frente, e sem periodicidade regular definida, poderão surgir outros números especiais.

Quanto a este número, para além de vários temas, procurou-se dar destaque ao próprio jornal bem como ainda a alguns assuntos documentais que poderão ter algum interesse. 

Não está perfeito, detectam-se algumas gralhas, que passaram despercebidas antes da partilha, e poderia ter mais páginas e nelas mais assuntos, mas, como se costuma dizer, foi feito cá na casa, com as nossas próprias mãozinhas e esforço.

Como não podia deixar de ser, Artur Costa aparece merecidamente como Director, ele que, para todos os efeitos, ainda é o presidente da Associação "O Despertar", proprietária do título. Sabemos que tem dado passos no sentido de poder vir a reactivar a nossa associação, e com ela a possibilidade de retomar a publicação regular do jornal "O Mês de Guisande", mas por ora, e até por força da situação da pandemia, ainda não há fumo branco, até porque uma colectividade faz-se com pessoas interessadas e dinâmicas e, convenhamos que por cá há alguma gente mais interesseira do que interessada, activa a dar palpites e a mandar bitaites, mas no que respeita a assumir responsabilidades e canseiras, aí a porca torce o rabo. Mas, claro, sem generalizar, porque felizmente há gente que poderá, querendo e incentivada, a dar um valoroso contributo, sobretudo das novas gerações. 

Esta edição também teve o incentivo e apoio do Dr. Rui Giro, fundador e director durante vários anos.

Assim sendo, fica, pelo menos, esta evocação do jornal e da sua história. Se lhe acharem qualquer interesse, partilhem ou guardem.

Links de acesso à versão digital: 

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Percepção de que isto é uma brincadeira

 


É a todos níveis incompreensível que, com as empresas a trabalhar em pleno, as escolas a reabrirem, os transportes, comércio e serviços a funcionar, mesmo que com os ajustamentos, medidas e regras a cumprir, as entidades como repartições públicas de finanças, conservatórias, tribunais, câmaras municipais, notários, etc, continuem a funcionar a conta gotas, com restrições de todo injustificadas, limitando e restringindo as actividades que deles carecem.

O presidente da república, referindo-se à eventual realização das cerimónias do 13 de Outubro, em Fátima, falou de um tal "sentido de percepção" dos portugueses quanto à situação. 

Ora a percepção que podemos ter relativamente à forma como os referidos serviços estão a ser limitados a quem deles necessita, é de uma total incompreensão e injustificação e até mesmo segregação.

No fundo é com este tipo de contradições e diferenciação de tratamentos que fazem de tudo isto uma espécie de brincadeira, numa multiplicidade de diferentes realidades quando, afinal, a pandemia é a mesma.

Assim a nossa percepção é de que os nossos governantes continuam a fazer o que melhor sabem, o brincar com o povo.

15 de setembro de 2020

O Eldorado da badalhoquice a bombar

 





Quando na Junta, tive a oportunidade de reportar algumas das situações de descarga de lixos, incluindo de construção civil e de oficinas de reparação automóvel, na zona do viaduto da A32, próximo do campo de futebol do Guisande F.C. Consegui até reunir matrículas e facturas. O assunto passou para o presidente que terá dado seguimento para a GNR.

Infelizmente, parece que a preocupação e o reporte deu em águas de bacalhau e as situações, então no início, mantiveram-se e até agravaram-se de lá para cá, como demonstram as fotos acima que alguém me fez chegar, informando que não apenas sob o viaduto mas também no estradão que liga a Cimo de Vila.

Importa que quem com alguma autoridade e responsabilidade procure investigar, limpar e promover medidas que impeçam ou dificultem esta situação, para além, claro, de alguma vigilância com frequência pelas autoridades.

De resto, para além do lixo e resíduos, situações de venda e consumo de droga e cenas para maiores de 18 anos são ali comuns e frequentes. Digamos que o local é um Eldorado da badalhoquice, nalgumas situações gerando insegurança para quem por ali passa para trabalhar nos campos ou matos ou mesmo em simples caminhadas.


Já agora, fica de seguida o relatório que reportei à Junta em 14 de Março de 2016 sobre a situação então verificada sob o viaduto da A32:

- Depósito de lixos:

Tomei conhecimento que debaixo do viaduto da A32 a nascente do Campo de Jogos em Guisande, está a ser depositado lixo e resíduos. A situação ainda não é grave mas devia-se pelo menos sinalizar a zona.

Há lá um foco de poluição, com a agravante de ter sido vazado para a linha de água, com resíduos de uma oficina automóvel, nomeadamente, filtros, pára-brisas, elementos do painel de navegação, espelhos, etc.

Tinha lá matrículas partidas, mas consegui juntar como um puzzle uma delas, pelo que poderá ser um elemento de identificação caso a autoridade se interesse. Também recolhi numa caixa de fornecimento de peças aparentemente proveniente da Alemanha, com factura dirigida a uma oficina localizada em Vila do Conde, chamada Auto Covelo. Há o nome e a direcção e na Net pode-se encontrar o contacto telefónico.

Penso que esta situação será de notificar à GNR para, querendo, procurar identificar o responsável. É inadmissível e injustificada a poluição com este tipo de detritos. facilmente se contacta a oficina em causa e intimida-se a mesma a vir efectuar a remoção do lixo já que há ali indícios de que a ligam à situação.

Anexo fotografias das situações. 14 de Março de 2016.

Dia de Santa Eufêmia

 












Neste ano, pelas contingências da pandemia, a festa será apenas uma amostra. Certamente que com a celebração da Eucaristia e algumas barracas de venda de alguns produtos, mas seguramente sem a multidão habitual e sobretudo as tão famosas e populares barracas onde se aviam os "bifes à Santa Eufêmia". Eventualmente nos restaurantes próximos. Esperemos que para o próximo ano seja já possível voltar à plena fruição desta tão tradicional e popular romaria da nossa região.

13 de setembro de 2020

Sementes de azia e rancor


Não! Parece-me, que o que está propriamente em causa não é o Luís Filipe Vieira, o António Costa, o Fernando Medina, o Fernando Seara e muitos outros, figuras mais ou menos públicas, por fazerem parte da lista de honra de uma candidatura à presidência de um clube. O que está em causa não são as suspeitas e acusações à vida privada ou empresarial de senhor Vieira, que, até saber, de nada e por nada foi condenado. Parece que o que está em causa, para a generalidade dos inquisidores, é mesmo o Benfica, o rancor e azia ao clube, os mesmos que levam figuras como o portuguesíssimo Vilas Boas a dizer que não quer o Benfica, clube português, a vencer na Europa, sob pena de ficar furioso, doente e mal disposto. Bem sei que disse que preferia ser sincero do que hipócrita. Porventura um racista dirá o mesmo e não é isso que o justificará.

Em suma, pode-se questionar ou mesmo regulamentar se figuras com cargos públicos devem ou não exercer ou abdicar do tão simples direito à sua liberdade de expressão e de vida social e particular, a ponto de fazerem parte ou não de uma comissão de honra de uma candidatura de um qualquer clube, nacional ou de bairro, de que são simpatizantes ou sócios, mas, à falta dessa clara definição, o que por ora se vai exacerbando é mesmo o rancor e até certos laivos de ódio a um clube. O mesmo ódio e rancor que levam à beatificação de alguém que nos assalta e divulga a nossa privacidade num aparente vale tudo desde que depois da porta arrombada nos descubram alguns esqueletos e vídeos pornográficos no armário, tão somente porque numa das casas assaltadas está um clube rival.

E isso obviamente não é bom e dá pena, para mais numa altura em que se organizam manifestações e derrubam estátuas por outras coisas consideradas de desrespeito e ofensa às liberdades e garantias de cada um e de cada uma.

Pessoalmente, benfiquista que bateu palmas e torceu por um clube rival nas competições europeias, desde a final de Viena em 1987, fico arreliado com esta santa inquisição, mas percebo que vai sendo disto que a casa gasta. 

Bem vistas as coisas, as misteriosas sementes que por aí dizem que nos chegam vindas da China à caixa de correio, porventura não serão mais que as sementes de tais ódios e rancores clubísticos. E parece que há quem as lance em boa terra a ponto de já poderem estar a dar fruto.

A senhora doutora fumadora e esmagadora


Na semana passada estive em tribunal como testemunha, mesmo sem saber por quem indicado, e ao fim de um ano, finalmente, lá fui ouvido e aviado em pouco mais que cinco minutos. 

Num processo de pouco mais que lana caprina, onde no final a coisa se devia resolver com umas chibatadas aplicadas em quem por tão pouca palha incomoda sua alteza sereníssima a D. Justiça, o que de mais importante retive, foi, não na sala de audiências, mas no exterior, onde os diversos personagens, autores, réus, testemunhas e advogados esperavam como cães sarnentos, porque por ora, e sabe-se lá até quando, as salas de espera e zonas de recepção de entidades ligadas à administração, são pingarelhos obsoletos. Mas dizia, nesse deambulatório, duas senhoras advogadas afastaram-se do grupo para um pouco ao lado fumarem o seu cigarrito. É que defender gente, sobretudo sacanas e toda a espécie de "filhos da puta", deve dar um stress do caralho. Mas com o cigarrito a meio, uma delas, ao ser chamada, interrompeu o prazer e lançou a coisa ao chão, esmagando-a com uma precisão cirúrgica e treinada com a ponta do seu salto alto. Lá ficou no meio da praça meio cigarro a expirar, esmagado pelo tacão impiedoso.

Bom (mau) exemplo, pensei eu, vindo de alguém que devia conhecer e cumprir melhor o que com leis e regulamentos se pareça, tanto mais que agora lançar a beta no chão pode dar multa pesada. Apeteceu-me chamá-la à atenção e até tratá-la por "senhora doutora", mas podia processar-me, e voltar ali àquela coisa trituradora de tempo e paciência, chamada tribunal, é coisa que dispensarei por uns tempos. 

11 de setembro de 2020

Ah Leão...


O homem ainda não aqueceu o lugar do Centeno, mas dizer na mesma entrevista que ao nível do desemprego o pior está para vir e simultaneamente que o salário mínimo nacional deve ter um aumento com "significado", é uma coisa extraordinária senão paradoxal. 

Não me quer parecer que com as empresas a encerrarem, a falirem ou a dispensarem funcionários, porque "doentes" e daí o "pior que está para vir", estejam em contexto de poderem aumentar com "significado" o salário mínimo. É como esperar que uma vaca magra encha o canado de leite para farta quinzena.

Parece de todo um paradoxo, este o do ministro João Leão, mas vamos a ver no que dá. Afinal leão que se preze sabe apanhar gazelas e outros inocentes animais.