Foi pároco nas freguesias de Pigeiros e de S. Jorge de Caldelas (Caldas de S. Jorge) - Vila da Feira
Nasceu no lugar da Barrosa em Guisande, na Casa do Loureiro em 22 de Setembro de 1807 e por isso ficou na tradição com o nome de "abade Loureiro".
Era filho de Domingos José Francisco de Almeida e de Maria Felizarda de São José Loureiro da Silva, da Barrosa, Guisande. Teve vários irmãos entre os quais o Domingos, a Rita Felizarda, a Ana Felizarda, o António Joaquim, o Raimundo José, a Maria Felizarda e a Margarida Felizarda.
Era neto paterno de Domingos Francisco de Almeida Vasconcelos (de Mafamude - Vila Nova de Gaia) e de Clara Angélica Rosa e neto materno de Manuel Gomes Loureiro e Tomásia Rosa da Silva de Jesus
Foi baptizado na igreja de S. Mamede de Guisande no dia 27 de Setembro de 1807, pelo Pe. Manuel José Reimão, coadjutor do pároco Abade José dos Santos Figueiredo.
Teve como padrinhos o próprio pároco e o Reverendo Dr. António Alves da Silva Júnior, de S. Vicente de Louredo, em nome e com procuração de José Rodrigues Monteiro.
Recebeu o presbiterado no Porto das mãos do Bispo Avelar em 24 de Setembro de 1831.
Na paróquia de S. Jorge de Caldelas foi cura do seu antecessor nos últimos anos e encomendado após a sua morte. Apresentado quase logo na respectiva igreja de S. Jorge, por decreto de 10 de Novembro de 1841, só pôde ser colado mais tarde, devido ao cisma.
Fez sinodal em 15 de Fevereiro de 1844 e no mesmo dia foi colado pelo Bispo D. Jerónimo, tomando posse em 20 do mesmo mês.
Paroquiou em S. Jorge durante quase 38 anos, sendo o abade que mais tempo ali exerceu as suas funções, sem nunca ter coadjutor.
Foi vigário da Vara do Segundo Distrito da Feira desde 1862 até à sua morte que aconteceu repentinamente num Domingo, 3 de Agosto de 1879, Nesse dia ainda tinha rezado missa.
As cerimónias fúnebres ocorreram no dia 5 desse mês com ofício participado por 39 padres.
Está sepultado no Cemitério Paroquial das Caldas de S. Jorge.
O abade José Inácio da Costa e Silva (de Pigeiros) escreveu sobre o sacerdote: "Não conheci o abade Loureiro, embora tivesse já sete anos quando ele morreu. Mas em vista da sua escrituração e das informações que me têm dado, posso, quase com segurança, deixar aqui o seu retrato: Fisicamente era um homem corpulento, alto e grosso e de rosto trigueiro que infundia terror nos momentos de zanga. Moralmente era um padre de bons costumes, de vida sem mancha e tido sempre no melhor conceito pelos seus superiores. Era um homem de um temperamento enérgico e irascível e era sujeito a violentas explosões de génio. Por isso infundia ele respeito e temor a todos e não só ao povo como aos próprios colegas. Como pároco foi sempre muito limpo e zeloso em tudo. Trouxe sempre a igreja com o maior asseio e não se cansava em angariar esmolas para a prover de paramentos. Ele mesmo ia ajudar as zeladoras a enfeitar os altares para as festas e ai daquele que escarrasse ou fizesse barulho na igreja". Igualmente muito limpa a sua escrituração. Os seus assentos são um primor em caligrafia, ortografia, redacção e boa ordem. E finalmente em tudo e sempre se mostrou um exemplar cura de almas, deixando as melhores memórias de si. Ficou encomendado o Pe. José Ferreira Coelho, de Guisande, ao tempo aqui capelão. Era um santo homem, já idoso, magrinho, sempre a sorrir e aqui (em Pigeiros) paroquiou 4 anos a contento de todos.
Descrição a partir de informações tomadas de Daniel Sousa em Geneall.net
Não temos mais referências sobre este padre natural de Guisande, nem, por conseguinte, qualquer fotografia. Quem sabe, com tempo e pesquisa junto da Casa do Loureiro, se consiga colmatar esta lacuna. Em todo o caso, as informações colhidas e publicadas acima são por si, apesar de elementares, muito significativas e que retratam uma importante figura da nossa freguesia embora com a maior parte da sua vida passada por fora.