13 de abril de 2018

Nota de 20 escudos - A verdinha


Desde 1 de Janeiro de 2002 que Portugal, como membro da da Comunidade Europeia (actualmente União Europeia) desde 1986, está integrado no chamado sistema de moeda única europeia, ou Zona Euro. Por conseguinte, a nossa moeada é o Euro, o que na actualidade vigora em 19 dos 28 países membros. 
Todos sabemos do conjunto de dificuldades de adaptação ao novo dinheiro bem como a curiosidade que na altura despertou. A curiosidade passou, é certo, mas as dificuldades, principalmente de conversão, ainda fazem parte do dia-a-dia de muitas pessoas, de modo especial dos idosos. Actualmente, de um modo geral, já estamos mais ou menos familiarizados com o sistema, mas de facto foi uma etapa marcante para todos os portugueses e obviamente para a população dos Estados que aderiram ao sistema. Muitos dizem que com nítido prejuízo para Portugal.

Do tempo dos escudos, uma das mais emblemáticas notas foi sem dúvida a de 20 escudos, com a efígie de Santo António, popularmente conhecida como "verdinha". Esta nota entrou em circulação em 27 de Janeiro de 1965 e foi retirada de circulação mais de duas décadas depois, concretamente em 30 de Maio de 1986, sendo substituída anteriormente em 31 de Outubro de 1977 por uma nota também em tom verde, mas com um design mais moderno e com a efígie do almirante Gago Coutinho. Em 30 de Maio de 2006 terminou o prazo para a troca das notas de 20 escudos por euros, existindo então 27 milhões de notas ainda por trocar. Até essa data muitas foram de facto trocadas mas um grande número ficou nas gavetas dos portugueses, esquecidas, perdidas, roubadas ou simplesmente para amostra de saudosos tempos. Deste modo, no mercado do coleccionismo são relativamente vulgares mas os seus preços podem ir de 1 a 10 euros ou bem mais, dependendo do estado de conservação e de alguma particularidade que as tornes raras.

A nota de que falamos foi impressa na Inglaterra, tendo sido produzidas  mais de 229 milhões de unidades, todas com a data de 26 de Maio de 1964. A data e as assinaturas do vice-governador e do administrador do Banco de Portugal foram posteriormente  impressas em Portugal e com tinta preta. Uma das séries ficou com essa impressão um pouco desenquadrada ficando com o O da frase "O Administrador" a coincidir com o olho do peixe da gravura. Obviamente que tais notas são raridades e muito valorizadas por coleccionadores.

A "verdinha" era uma nota muito vulgar, porque a de valor mais baixo de todas as notas nesses tempos em circulação e por isso mesmo era das mais populares. Apesar de baixo valor, dizem os entendidos que comparativamente nos dias de hoje teria um valor aquisitivo similar à nota de 10 euros, mas certamente que ainda mais importante pois compravam-se com ela coisas com muita mais importância do que actualmente uma nota de 10 euros.