24 de setembro de 2021

Culturalmente

 


Confesso que sou um pouco céptico em relação à política da Cultura no nosso concelho. Eventualmente de pé-atrás desde que em 2004, fazendo parte da Comissão da Festa do Viso vi a Câmara Municipal recusar o pedido de um apoio para trazer à freguesia e à Festa duas Bandas Filarmónicas, no que então era uma novidade com décadas. Nem 10 euros. Não foi por isso, naturalmente, que as bandas deixaram de ser contratadas, mas de facto fez mossa esse desinteresse manifestado pela Câmara de então pelo evento maior da freguesia.  Mas nessa altura reinava um presidente cinzento e o desfecho do pedido não podia ser colorido. Mas deu que pensar e ainda faz espécie.

Além do mais, céptico igualmente em relação ao formato de cultura para massas de que resulta a Viagem Medieval, Perlim, etç. 

No geral, porém, mesmo não alinhando em muitas das acções e eventos nem sendo de todo consumidor de eventos de massas, reconheço que tem sido feito um esforço pelo executivo de Emídio Sousa no plano cultural e que mesmo esses eventos para massas trazem notórios ganhos económicos ao concelho, pelo menos a parte dele e sobretudo à sede. 

Espera-se, pois, que este Plano Estratégico seja ambicioso e não seja tanto baseado em recreio mas mesmo em cultura, e menos formatado à medida das associações do costume que papam o grosso do orçamento. Porventura um plano e política que ajude a implementar e reactivar associações que já tiveram melhores dias mas que pela falta de apoios e infra-estruturas acabaram por hibernar ou mesmo extinguir-se. Simplificação e desburocratização nas candidaturas também ajudará.