23 de novembro de 2021

Dictomia


Por razões óbvias, as eleições directas do PSD marcadas para o início do próximo Dezembro, não é coisa que me preocupe. Como tal ser-me-á indiferente que vença Rui Rio ou Paulo Rangel.

Em todo o caso, também por razões óbvias, enquanto cidadão, tenho opinião sobre o assunto e vai no sentido que considero que sob um ponto de vista dos interesses do país e da sua governabilidade, Rui Rio, até porque o tem dito, será uma melhor opção e não é de somenos importância face ao fracasso que foi a governação apenas focada à esquerda, que obviamente com aspectos positivos, mas não abrangentes do todo da sociedade portuguesa. 

Neste contexto, para os militantes do PSD que considerem que os interesses do partido se sobrepõem aos do país, então Rangel será chave que melhor encaixa na fechadura.

Será assim nesta dictomia que os militantes do partido serão chamados a escolher, ou os interesses do país em que o partido abre portas a soluções mais à esquerda ou mais à direita mas que das quais resultem entendimentos necessários, ou então um partido com uma posição mais radical e fileiras mais cerradas, que só dará frutos em caso de vitória com maioria, o que não parece de todo credível.

Assim, sabendo que nas estruturas partidárias, no geral, ainda impera muito caciquismo, em que uma horda de militantes vão onde os levarem, para agitar bandeiras ou comer à borla, não é de todo dispiciendo que Rui Rio corre sérios riscos de perder as eleições. Daí a sua consideração de que espera o voto dos militantes "livres", daqueles que não são apenas números na base de dados a quem alguém, do próprio bolso, lhes paga as cotas na véspera das eleições internas.

A ver vamos, mas claro está que tudo é possível. Todavia, com a frontalidade que se lhe reconhece, sem manhas nem meias tintas, Rui Rio poderá mesmo passar o Natal de pés ao lume, já despreocupado destas lutas, em que o poder, os lugares nas listas e o cheiro a parlamento e as posições cimeiras, ainda valem e valerão. 

Não haja, pois, ilusões, já que nestas coisas de partidos prevalece o carreirismo e o oportunismo, daí que todas as movimentações tenham sempre esses pressupostos.