29 de julho de 2022

Acudam, que é lobo!

Tantas vezes somos confrontados por aqui com alertas dramáticos de crianças ou jovens desaparecidos.

E muitos, solidários, envolvem-se nas partilhas desses alertas. Ainda bem! Para estas coisas as redes sociais são boas.

Felizmente, na maior parte das situações, como o agora recente caso do adolescente de Arouca, os desaparecidos acabam por aparecer, na maior parte das vezes regressando a casa depois de umas saídas com amigos ou amigas, debaixo da irresponsabilidade de uma aventura sem avisar os pais.

Nestas coisas vemos muito da fábula do Pedro e o lobo em que às tantas, por tantos falsos ou injustificados alarmes, acabamos por não ligar patavina aos alertas.

Neste caso de Arouca, ainda bem que acabou bem, mas importaria a quem se dedicou à partilha, fosse informado do que realmente aconteceu. Foi caso de polícia, de saúde, acidente, tentativa de rapto, desorientação, ou mesmo mais um caso de aventura irresponsável por conta própria?

Mas, realmente o que importa, para lá das reflexões que possa suscitar, ainda bem que acabou bem.

28 de julho de 2022

S. Tiago de Lobão com pároco novo


O Pe. Alexandre Manuel Teixeira Moreira, recentemente ordenado, foi agora nomeado pelo Bispo do Porto como novo pároco de S. Tiago de Lobão, aacumulando ainda com Vila Maior (S. Mamede) e Sandim (Santa Maria), de Vila Nova de Gaia.

Com três paróquias, duas delas de grande dimensão, esperamos e desejamos que o jovem padre seja capaz de levar a cabo tão importante missão pastoral.

[foto: Voz Portucalense]

O silêncio dos inocentes


Parece que na minha página do Facebook tenho 471 amigos. Uma miséria. Até a Maria da Esquina tem mais do dobro e limita-se a partilhar coisas fofas como florzinhas, cãezinhos, gatinhos e corações. E quem não gosta de fofuras?

Bem sabemos que o conceito de amizade no Facebook é muito subjectivo e não surpreende, por isso, que de um modo geral, entre centenas de amigos tenhamos mesmo alguns inimigos de estimação, bem disfarçados. Sabemos até quem são, porque não enganam, mas fingimos que não, e deixamo-los andar por aí contentinhos para de quando em vez nos deixarem uns remoques. Adiante.

Mas mesmo assim, com quase 500 amigos, esperava ler de parte deles algumas intervenções sobre assuntos do quotidiano público, do escorrer dos dias, mesmo em contexto de cidadania. Mas em regra, relevando um ou outro caso esporádico, as intervenções não existem ou são para entreter. Nada de substancial.

Mas reconheço que essa larga maioria é que está certa, porque hoje em dia opinar de forma pública, sobretudo nas redes sociais, é um grande risco, porque da crítica construtiva, do contraditório, até à ofensa pessoal e gratuita vai uma distância muito curta, sobretudo quando envolvendo figuras públicas. Como exemplos, atente-se a algun dos casos que têm acontecido, como os mais recentes envolvendo a actriz São José Lapa sobre as considerações que fez sobre o compositor e cantor Pedro Abrunhosa e este sobre o Putin, mandando-o fod.. num concerto em Águeda? Mas também sobre uma tal de Joana Albuquerque que numa visita à ilha da Madeira, terá dito que "...adoro países estrangeiros onde se fala português". E ainda há pouco tempo o caso do traseiro da fadista Cuca Roseta com a análise do também fadista Nuno da Câmara Pereira?

Enfim, os exemplos são mais que muitos e poderia aqui apontar uma catrefada deles.

Com todo o risco inerente, não surpreende, pois, que de um modo geral as pessoas prefiram partilhar ou falar sobre egocentricidades, mais que expressar pensamentos e opiniões, seja sobre que assunto for, nomeadamente naqueles com riscos acrescidos, envolvendo política, partidarismo, futebol, clubismo e religião.

É, pois, uma boa posição o andarmos por aí como gente inocente, em silêncio, muda e calada, quando muito só para atirar pedras a quem opina a quem pensa de modo diferente.

Já agora o que penso eu sobre a polémica do Pedro Abrunhosa e da São José Lapa e sobre a queixa do Chega ao comportamento do presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva? Ou mesmo sobre os artistas que vão actuar na festa do Avante?

Schiuuuuuu!

27 de julho de 2022

Big Brother e cuecas


Quem utiliza a internet e pesquisa assuntos ou produtos, já terá percebido que logo de seguida será bombardeado com publicidade a esses mesmos produtos. 

Por exemplo, se pesquisa cuecas, logo de seguida será atafulhado de propostas para cuecas de todos os tamanhos, cores e feitios, mesmo daquelas que têm buracos pela frente e por trás. Se pesquisa por locais de férias, de seguida será tentado com mil e uma propostas, desde um fim-de-semana em Escariz até um mês nas exclusivas ilhas gregas, Antilhas ou Caraíbas, como se tivesse uma carteira com o tamanho da do Cristiano Ronaldo.

Ora isso decorre dos algoritmos usados pelas operadores como a Google, Facebook, etc. Em rigor, como num Big Brother global, andamos constantemente a ser vigiados, onde vivemos, onde estamos, o que fazemos e os nossos gostos. E não há volta a dar pois não me parece que estejamos, sobretudos os mais novos, dispostos a fazer dietas rigorosas de uso de redes sociais e internet em geral, e capazes de deixar os telélés desligados na gaveta.

Esta situação para além de tudo o mais, tem outros efeitos perniciosos e até mesmo paradoxais. Por exemplo: Há dias doei um donativo para a Unicef como um simples contributo e dar um pouco mais de esperança de vida e cuidados médicos básicos às crianças do Corno de África (nomeadamente Somália, Etiópia). Não foi a primeira vez e não será a última, pela justeza da causa e pela idoneidade da entidade, mas sempre de acordo com a minha possibilidade e calendário. 

Pois bem, apesar de dar esses contributos, só porque o fiz e mostrei interesse e sensibilidade para com esse assunto, desde então que tenho sido bombardeado por anúncios ligados à Unicef e a essa causa, o que compreensivelmente me deixa incomodado. 

É como darmos uma esmola a um arrumador à porta de uma média superfície aqui nas redondezas, que dali não descola, apesar de já lhe ter oferecido trabalho para pedreiro ou trolha, que obviamente não lhe interessa porque significa trabalhar, e assim termos que apanhar com ele todas as vezes que lá vamos para o ajudar a angariar 100 euros por dia. E nas suas argumentações para a pedinchice, o homem já teve uma série de nacionalidades, desde marroquino a ucarniano. Depende da história que quer contar. Umas vezes porque tem uma doença, outras porque tem filhos na Ucrânia que quer resgatar, outras que tem a pobrezinha da mãe em Marrocos, a depender da sua ajuda.

Não compreendo, de todo, como é possível que alguém estrangeiro por cá continue indefenidamente, sem trabalho, a viver destes expedientes, e aparentemente sem qualquer controlo das autoridades.

Mas voltando ao assunto principal, tenham, pois, cuidado com aquilo que procuram porque, acreditem, estão a ser vigiados, já não por um qualquer bufo da PIDE mas por quem tem bem mais poder de seguir cada passo das nossas vidas, dos nossos gostos, preferências e mesmo pensamentos.

Nem fod... nem sair de cima


Um pouco a propósito do assunto das ORU, Operações de Reabilitação Urbana, de que se tem falado no nosso município, pela minha experiência e profissão chego a uma conclusão: Ao longo dos anos foram muitos os projectos submetidos a diferentes câmaras municipais, incluindo a Feira, para reconstrução e requalificação de construções antigas, na maior parte dos casos mantendo as características originais de fachadas, mas que, por inconformidades regulamentares, por vezes cegas, porque tratando edifícios antigos ou mesmo seculares, como construções novas e de raíz, outras vezes por "pintelhos" e questões de semântica, acabaram por ser reprovados. Com isso, na larga maioria dos casos, os proprietários desistem e os edifícios permanecem na mesma, ou mesmo pior, porque a degradarem-se de dia para dia e com isso até à ruína total.

Ou seja, por parte de quem controla e licencia, as Câmaras, muito raramente se conseguem equlíbrios entre o cumprimento dos regulamentos e a realidade muito específica de existências antigas, com todos os seus defeitos ou virtudes.

Assim, as leis e os regulamentos, por mais que lhes mexam, continuam a não ser capazes de dar respostas sérias e sobretudo ajustáveis e flexíveis à realidade do edificado antigo e que promovam e incentivem a sua recuperação, sem engulhos ou pintelhos, e não se baseiem, apenas, ou quase sempre, em matar o bébé à nascença, por inconformidades anacrónicas. Por mais que  retoquem a coisa, parece-me, assim não vai lá. E repare-se que o RJUE - Regulamento Jurídio da Urbanização e Edificação, emanado do Decreto Lei n.º 555/99, de 16 de Dezembro, já vai na sua 21ª versão. Por aqui percebe-se muito dos caminhos que levam a preferir ou a promover a existência de casas em ruínas do que casas requalificadas.

Por outro lado, face a estas dificuldades legais, algumas vão sendo restauradas sem qualquer controlo, clandestinamente. E, porventura, porque ficam novas, habitáveis, recuperadas e tantas vezes com qualidade funcional, e dotadas de todas as infra-estruturas básicas, digo eu, do mal o menos,

É o que temos!

26 de julho de 2022

Bandas de cá, de lá, dali e da colá


A propósito da Festa do Viso programada para este ano, parece que alguém terá dito que "...pela segunda vez em Guisande". Não é que seja importante, mas para além de já ter estado por cá recentemente, creio que em 2013, pessoalmente recordo-me de pelo menos duas outras anteriores participações, pelos anos 80 e 90. Por conseguinte, está será pela menos a quarta vez que vem dar música a Guisande.

Os Tekos, de Grijó, Vila Nova de Gaia, são uma das boas bandas musicais neste conceito de reprodutores de músicas de terceiros, habitualmente designadas de bandas de baile. 

Este tipo de bandas, que percorrem vários estilos, desde o popular até ao rock passando pelos ritmos latinos, disco, etc, até às pimbalhadas, geralmente com bons músicos e meninas de boa estampa e quase despidas, são na actualidade mais que muitas e o negócio, apesar dos efeitos negativos da pandemia da Covid 19, que certamente deixaram algumas pelo caminho, parece ser rentável, pois a maior parte delas já exibem um enorme aparato de pessoal, luz e som, até com grandes camiões palco. 

Abaixo, a lista com apenas algumas das bandas do estilo.

Tekos

Função Pública

Banda Universo

AS Band

Banda Vatikano

Grupo Uskadabila

Orquestra Sirilanka

Banda Século 21

Banda Repúblika

Banda Hi-Fi

Banda Implacáveis

Banda TV5

Banda Nova Onda

Banda Jovisom

Banda Top 5

AlmaBand

GBand

Magma

Banda Lux

Banda Katedral

Banda Sense

Banda INNEM

HD Musik

Uskadkasa

Grupo Kapittal

Arkádia

Miranka

Setor Públiko

Banda XCA

Top Som

Soma e Segue

Grupo Impakto

Belcanto Show

Euphoric Show

Terceira Dimensão

Grupo K7

Novasom Band

Novo Século

25 de julho de 2022

O meu comandante é cor, cor, cor, ...coronel da infantaria


Há dias um amigo confessava-me que em termos de relações as coisas andam esquisitas nas redes sociais. Que vira um velho conhecido seu com uma raparigota nova ao lado e que, comentando, lhe dera os parabéns por certamente ser um pai babado. Mas desse velho conhecido, que não via há uns anos, recebeu a informação de que, afinal, divorciara-se e aquela que parecia sua filha, era a sua nova companheira e com quem cavalgava novas aventuras.

Ficou perdoada a gaffe do meu amigo, mas este jurou não comentar mais este tipo de coisas. É que hoje veem-se pessoas a exporem-se desbragadamente, entrelaçadas, a declararem mutuamente um amor tão profundo e intenso que parece que vai ser eterno e chegar, no mínimo às bodas de ouro. Mas, pasme-se, dali a nada, a reviravolta, o mesmo enredo, e com a mesma lata as mesmas juras e declarações, mas a outros ou a outras. 

Portanto, em resumo e como lição, é melhor não comentar relações nem quadros de gente que se mostra apaixonada, porque a coisa por regra dura tanto como manteiga em nariz de cão.

É melhor fazermos de conta que, apesar da coisa ser com pessoas reais, as suas vidas e os seus amores, são como as encenadas e exibidas numa qualquer novela. Mas não falta quem goste de novelas e jure que são reais.

E a coisa calha a todos porque, vá lá saber-se porquê, não nos livramos dos telhados de vidro. Mas quem mais sobe e se expõe, mais se sujeita a cair com estrondo no chão do ridículo. Bom senso e discrição nunca fizeram mal.

Quem também percebe disto, é o meu amigo Luís B. que ainda há pouco viu um velho coronel, seu comandante na tropa, fardado e de pose militar, a lamentar-se por ter sido enxotado pela companheira de um casamento de décadas, trocando-o por um antigo namorico. Não havia necessidade de esperar pelos setenta e muitos para encornar o garboso militar. Ademais, para além da espada de prata, como todos os militares tinha uma boa e choruda reforma, coisa que agrada às mulheres. De pouco lhe valeu.

Mas as coisas são mesmo assim. As redes sociais são a antítese das velhas casamenteiras da aldeia e estão aí para abrir portas e janelas de forma vergonhosamente descancarada a novas relações e aventuras.

Quanto ao velho e brioso coronel, mesmo lamentando a situação, que não se afunde em lágrimas, que vá para o Tinder ou mesmo para o Facebook, cúmplice da traição, e um dia destes o Luís B. ainda lhe vai dizer que é um pai babado.

Love is in the air.

Quando o menos é mais





Quase sempre avaliamos a importância das nossas festas e romarias populares  pela sua dimensão, pelo seu aparato e importância dos cabeças do cartaz musical ou de entretenimento e, deste, pelo orçamento. 

Temos, assim, grandes festas, não só as de projecção nacional, como a Senhora da Agonia, em Viana do Castelo, S. Mateus em Viseu, Feiras Novas de Ponte de Lima, S. João no Porto, Santo António em Lisboa, Festa das Cruzes, em Barcelos, dos Tabuleiros, em Tomar, o Senhor de Matosinhos, etc, etc.

Mesmo por perto, temos grandes festas de tradição como as Colheitas pelo S. Miguel em Arouca, Senhora da Saúde em Vale de Cambra e e em Pedroso, Vila Nova de Gaia, Santa Eufêmia, em Paraíso, Castelo de Paiva e S. Domingos, na Raiva,  ainda em Castelo de Paiva.

Também no nosso concelho temos grandes festas como a das Fogaceiras a S. Sebastião e, bem mais perto, a da Senhora da Piedade, em Canedo, mas, naturalmente, outras mais.

Apesar disso, quase todas têm como sua génese a religiosidade e devoção inerentes às figuras dos santos ou de Santa Maria nas suas diferentes invocações.

Certo é que, parece-me, quanto maior a dimensão, projecção e espalhatafosidade dos cartazes musicais e de entretenimento, menor a alma e o respeito pela verdadeira essência. Se quisermos, como se fosse uma partida de futebol, a parte profana e popular dá sempre uma cabazada à parte religiosa, da fé, da espiritualidade. É uma luta desproporcional. E de pouco serve que a procissão solene tenha dez, vinte ou trinta andores enfeitados a peso de ouro, com flores exôticas importadas, e que atrás dela marchem a toque de caixa duas bandas filarmónicas e na frente o pandemónio dos bombos e toques militares pelos clarins na fanfarra.

Neste contexto, pelo menos para mim, e estou certo que para muitos mais, nem sempre a grandes festas corresponde uma grande alma. A devoção e fé de muitos até podem estar e andar por ali, mas são engolidas pela voracidade da parte profana, do entretenimento, da música, da diversão, do barulho, do ruído. Os divertimentos, as tendas, os negócios, as barracas de comes-e-bebes, etc. E não surpreende, por isso, que a larga maioria dos visitantes de uma festa popular nem sequer se abeirem da porta da igreja, da capela ou da ermida, quanto mais nelas entrarem e deixarem uma esmola. Entre uma saudação ou oração à Senhora da Piedade ou arranjar lugar na primeira fila para ver a Rosita, a que apanha no pacote, para muitos não parece haver dúvidas quanto à opção.

Estes sentimentos que experienciamos ou vivemos, a de uma festa rija, imponente, barulhenta, com um cartaz de arromba, ou uma festa simples, humilde, em que nela participam pouco mais que os moradores do lugar ou da freguesia, são de facto diferentes, porque em cenários e contextos desiguais, mas não tenho qualquer dúvida de que a essência da devoção, dedicação, sentimentos de identidade e pertença, são bem mais sentidos e sensíveis numa pequena festa, muitas vezes sem orçamento para uma banda filarmónica, quanto mais para um Canário ou uma Rosita. Nada disso! Por ali vale o amor, a fé, a simplicidade, a partilha e convívio fraternais. 

Foi o que, de algum modo, senti ontem, na festa de S. Tiago, em Vila Nova Romariz, mesmo com a procissão a percorrer uma estrada em reles condições que a poderiam colocar na condição de caminho de cabras, ou mesmo que o espaço envolvente ao pequeno mas maneirinho arraial ainda estivesse em gravilha e sem pavimentação. Mas senti que toda aquela gente vivia a sua festa com alma, com sentimento. E quem viesse como forasteiro, como eu, ficaria contagiado por aquela honestidade. A mesma percepção sentida, uns momentos antes, ainda noutra festa dedicada ao mesmo santo apóstolo, em Chave, Arouca, em que num palco pequenino, a Banda de Santa Cruz de Alvarenga entretinha a assistência até que chegassa a hora da missa e depois a procissão. 

Numa trilogia festeira, ainda passei por S. Tiago de Lobão mas os santos nos muitos andores já estavam no sossego e fresquinho da ampla igreja matriz. Apesar de grande a freguesia, o seu padroeiro teve uma festa simples quanto baste e por isso certamente com devoção e alma. De resto, que S. Tiago, o de Lobão, que até é o mesmo de Chave e de Romariz, não fique triste, porque também em Guisande o Mamede, seu padroeiro, tem uma festa bem bonita e sentida apenas na forma de uma missa, sem grande solenidade e num dia em que a maioria dos paroquianos está a banhos. Pouco importa a imponência das festas e se no arraial vêm actuar o Quim Barreiros ou o Tony Carreira. Importa a alma!

Por conseguinte, esta nossa mania de vermos nas festas populares das freguesias apenas uma espécie de Rock in Rio, Marés Vivas ou outros que tais festivais musicais, não ajuda em nada. 

Mas neste jogo, já são poucos os que dão importância à coisa, e seja nas grandes festas, como nas médias ou pequenas, a religiosidade, a fé e devoção, já são apenas pretextos e tudo o resto gira em torno do divertimento, da farra e do aparato. 

Assim, nesta larga medida, as festas, como a de Canedo, sem desmerecimento e apenas e só como exemplo, enchem-nos as medidas das calças do profano, porque há ali de tudo, num orgasmo de movimento e barulho, com pistas, carrocéis, e musicalmente desde bandas filarmónicas a rositas e canários até a artistas emergentes laureados pelos concursos televisivos decididos a chamadas telefónicas. E pimbas, pois claro! Que seria de uma festa sem a ligeireza da brejeirice dos pimbas. Até mesmo, na nossa festa, os The Fucking Bastards, com um nome pouco católico, vêm compor o ramalhete no entretenimento, no  fun! A malta, sobretudo a mais nova, quer é fun! Os outros, os mais velhos, os que por regra  pagam a festa, esses já pouco se importam. Já viveram demasiado e não estão para gastar energias a  reclamarem um rancho minhoto ou uma Banda dos Mineiros do Pejão! Siga!

Haja festa e que S. Tiago e toda a malta santificada nos perdoe!

23 de julho de 2022

Recolha de Sangue no Centro Cívico - Resultados de 23 de Julho de 2022

O Centro Cívico do Centro Social S. Mamede de Guisande acolheu hoje, 23 de Julho de 2022, mais uma jornada de recolha de sangue. Entre as 09:00 e as 13:00 horas compareceram 44 pessoas das quais foram efectivadas 41 dádivas.

Como curiosidade e comparativamente, no ano passado, em 29 de Julho, o número de presenças foi igualmente de 44 sendo que com menos colheitas, no caso, 35.

Longe dos números de outros tempos, continuam, todavia, a ser preciosas estas dádivas.

Parabéns a quantos puderam e quiseram doar! Parabéns também ao Centro Cívico e à equipa que tornou possível a organização e apoio ao pessoal do IPS. Bem hajam!

Doar sangue


Tinha programado um trilho de 20 Km algures em S. Pedro do Sul, mas, que raio, marcaram o dia de colheita de sangue para a mesma data (23 de Julho de 2022).

Por isso, sem hesitações, fui dar sangue. E fui o primeiro, não por competição mas apenas como velho hábito desde que pelo início dos anos 90 começaram as colheitas em Guisande. 

Pelas minhas contas, nestes 30 anos já serão quase meia centena de dádivas válidas, embora o sistema, à portuguesa, diga que terei apenas 30 e picos. 

Seja como for, a menina do secretariado, como agora é moda dizer-se, informou-me que com a dádiva de hoje já tenho a isenção de forma definitiva. Não sei que diga, para além de ser mais uma constatação de que a velhice avança a passos certos e firmes como um touro enraivecido a correr com os cornos apontados aos collants dos forcados.

As coisas são como são e importa esperar pelo touro, de barriga para a frente, pelo menos com a esperança do animal vir com as pontas serradas e os olhos turvos. Sim, ninguém, nem mesmo os forcados, gosta de enfrentar o touro da vida no seu estado puro.

Posto isto, digo que fiquei espantado que a maioria dos presentes até à hora em que saí, era de mulheres. Bem sei que há machos que têm fobia e horror às agulhas, outros que andam nas corridas e nos sports, outros ainda na cama, alguns que até preferem doar na sede da Associação, mas esperava que em Guisande a coisa fosse mais equilibrada.

22 de julho de 2022

Gente jovem, bonita e feliz


Não sei se já repararam, mas eu que até fujo da publicidade televisiva como fugia o José Pratas dos jogadores do F.C. do Porto, já reparei: Os spots publicitários, nas diferentes situações já nos mostram casais homossexuais, inter-raciais e outras modernas combinações que até há pouco eram desconsideradas.

Está na moda e como na cantiga dos adeptos do futebol "...e quem não salta não é da malta", temos todos que saltar e estar contentes e maravilhados por esta onda de inclusão sem preconceitos de género, orientação sexual, de raça, credo, etc. Por mim, não me aquece nem arrefece. Limito-me a respeitar, porque no fundo tudo se deve resumir a isso. 

O mercado publicitário nunca se compadeceu com valores para além dos puramente comerciais, do marketing, do vender o produto, mesmo que gato por lebre. Por conseguinte, sempre foi eficiente a ajustar-se às modas e às tendências e como tal não surpreende a nova onda.

Apesar disso, não sei se também já repararam, e porque quase nunca é tema criticado e não está na ordem do dia, quase todos os anúncios metem gente jovem bonita e sorridente e raramente idosos, a não ser nos intervalos e espaços que antecedem programas como o "O Preço Certo", em que se se vendem carrinhos Egiros, plataformas elevatórias, aparelhos auditivos, cola para dentaduras, pensos para incontinentes, calcitrins, etc, etc. Muito raramente ou quase nunca vemos velhinhos em anúncios de pastas de dentes, de iogurtes, de telemóveis, shampôos, automóveis, etc, etc. 

Bem sei que a coisa designa-se por "target", por "público alvo". Ou seja, nós, consumidores, somos meros alvos a quem a publicidade tenta acertar na mouche. Mas, que raio, os idosos também comem iogurtes, bebem refrigerantes, usam telemóveis, usam perfumes, etc, etc. 

Em resumo: A coisa já mete casais homossexuais mas os velhinhos esses continuam discriminados. Importa, aos anunciantes e agências de publicidade meter gente jovem, bonita e feliz. Esse é o padrão. Gente velha, com rugas, gordos, sem cabelo, não vão lá. Nem mesmo face à realidade de que temos um país de gente envelhecida. Ele há coisas!

Assim, importa não perder o foco e tratar a publicidade com o valor que tem: Pouco ou nenhum e apenas como instrumentos de venda e promoção em que se tenta influenciar a decisão de compra. Os seus valores são muitas vezes baixos e questionáveis. Mas quem liga aos valores? Mandam as modas!


[foto: marcas.meioemensagem.com.br]

21 de julho de 2022

Malhar em ferro frio


A malta irrita-se mas não há volta a dar. No geral falamos mal e escrevemos pior. Tenho-o dito e escrito, até de forma persistente, mas é tarefa ingrata, senão inglória, bem justificada pela máxima popular de que "lavar a cabeça a burros dá trabalho e gasta sabão". Mas prometo que vou continuar a gastar sabão, já que o sabonete é bem mais caro e só deve usar-se em cabeças de burros finórios.

Podemos todos ter mil e uma desculpas para esta nossa quase ileteracia, ou, bondosamente, azelhice, mas creio que todos, pelo menos de há meio século a esta parte, andamos na escola, tivemos as mesmas oportunidades de aprender. E os velhos professores, pouco ou muito ao contrário dos novos, até nem davam moleza nessa trilogia do saber ler, escrever e falar. Ah, pois, e as contas... Mas essas, as contas, são outras contas.

Por conseguinte, se não lemos, escrevemos e falamos bem, ou pelo menos benzinho, é porque disso nunca fizemos questão. Que importa trocar os "vês" pelos "bês", mesmo não se sendo tripeiro? Que importa saber se aquele pequeno fruto doce e sumarento é cereja ou cereija ou mesmo sereija? A quem interessa que não se deva dizer "houveram pessoas" em vez de "houve pessoas", porque o verbo "haver" é impessoal e só se conjuga na terceira pessoa do singular, nas frases em que o seu significado equivale a existir? Ainda, serão poucos os que se preocupam se forem pedir um"concelho" ao presidente do "conselho".  O autarca até poderá nem dar pela troca desde que o munícipe lhe garanta o "boto". Ademais, se a coisa estiver amarga, adoça-se com açúcar ou "assucar", com ou sem "acento" porque o "assento" dá jeito ou "geito" quando estamos cansados desta conversa, ou será "converça" ou mesmo "comberssa" ? Estamos conversados ou pelo menos "comberssados".

Mas como somos bons nas desculpas, desculpamo-nos sempre. Como diz o bom português, principalmente o que escreve mal, "não é por isso que não nos entendemos!" Pois não! E se assim nos entendemos, "bora lá, a continuar a escrever mal!" e se nos servir de consolo ou "conçolo", não estaremos sós nesta demanda. Esta do "bora" usada por tudo e por nada, quase parolamente, também dá que falar e dará pano para mangas.

Em resumo, alguns de nós leem jornais, outros livros, outros ambos, mas, no geral, e sempre não generalizando, a maioria não lê uns nem outros e muito menos com a preocupação de aprender ou reaprender. Ora quem não lê nem escreve de forma rotineira e interessada, não exercitando, dificilmente fala, lê ou escreve bem. Vemos muita malta a correr e a saltar com frequência, "para manter a forma física", o que é positivo, mas já quanto ao "manter a forma" a ler e a escrever, esquece ou mesmo "esquesse". Somos muito esquecidos ou "esquessidos", talvez devido ao "eixesso" de "keijo".

Para além de tudo, mesmo, lendo e escrevendo mal, somos também uns mestres no uso e aplicação de estrangeirimos, sobretudos os anglicismos, empregando-os por tudo e por nada. Como exemplo, é ver o que por aí vai no mundo dos eventos e provas desportivas: Eles é run, trails, trophy, challenge, etc. Se não tiver um nome ou uma designação em inglês, a coisa não será fixe porque "démodé". Voilá!

Last man standing! I'm out!

20 de julho de 2022

Apelo ao bufismo


Vi e li pelas redes sociais, os dados informativos de como comunicar à GNR situações de terrenos por limpar. Há até um formulário que pode ser preenchido no endereço facultado pela GNR.

Também por email: sepna@gnr.pt ou por telefone: 808200520. Pode ainda, naturalmente, ser feito o reporte via presencial em qualquer posto.

Apesar de tudo, convenhamos, é um apelo um pouco estranho, pois, sobretudo à face dos arruamentos públicos, as situações que podem ser consideradas como desrespeitadoras, são por mais evidentes e qualquer agente da guarda, dando uma voltinha pelas freguesias, pode tomar notas. Diz o povo que "pior cego é aquele que não quer ver". Só em Guisande são dezenas de situações flagrantes. Por conseguinte, pedir ou incentivar às pessoas que façam o trabalho das autoridades é questionável. 

Bem sei que está em causa um acto de cidadania quanto a um assunto que interessa a todos, mas há coisas que não se devem misturar, nomeadamente as competências que cabem às autoridades, como é a da fiscalização. Incentivar as pessoas a fazerem queixa de outras e de vizinhos, não é muito cultural  pois ninguém gosta de ser apelidado de bufo.

Sabemos todos que há má vizinhança sempre disposta a fazer queixas e queixinhas, por tudo e por nada, mas no geral ainda vamos vivendo na filosofia de que não devemos querer o mal do vizinho. Assim, não sei se este apelo à denúncia trará grandes resultados.

Ademais, convém ter em conta que vi propriedades a serem limpas em Fevereiro ou Março e que já estão com aspecto de falta de limpeza. Mesmo as nossas valetas já têm ervas de metro, ultrapassando os ridículos 20 cm legislados. Podemos, pois, estar a reportar injustamente. Isto de ser fiscal pro bono, tem que se lhe diga.

Por outro lado, perante as notícias diárias dos incêndios, muitos e devastadores, ameaçando constantemente aldeias, levando já à morte de pessoas e gente do combate, importará perguntar: Mas então, as obrigações de limpezas e os respectivos custos para os proprietários, que frutos estão a dar na diminuição dos incêndios e dos perigos para as aldeias, pessoas, animais e bens? Pelo que se vai vendo, a resposta vai no sentido de pouco ou nada. 

Retomando o assunto, importará, sim, que se salvaguardem as limpezas junto às habitações e aldeias, impedindo manchas densas de arvoredo sobre as estradas e habitações, mas que, igualmente, se tenha em conta as dificuldades das pessoas e dos proprietários, tantas vezes sem capacidade económica de limpar ou mandar limpar terrenos que não lhes garantem qualquer rendimento. Também ter em conta as características das nossas florestas em que se limpando em Fevereiro ou Março nos meses de Verão já têm uma camada densa de fetos, mato e ervas. Ora quando seria mais útil limpar, é precisamente quando as pessoas estão proibidas de o fazer.

Por conseguinte, antes do apelo aos "bufos", importará aplicar políticas ajustadas, sensatas, equilibradas e apoiadas. Sem isso, com mais ou menos queixas, com mais ou menos multas, as coisas vão continuar mais ou menos iguais: Milhares de hectares a arder, aldeias em perigo, casas queimadas animais e gente a morrer. Os telejornais a abrir e a fechar com incêndios, os políticos sempre com boas desculpas e desculpados e milhares e milhões gastos em pessoal, aviões e helicópteros a largar água, em vez de na prevenção e incentivo às limpezas. Os criminosos esses continuam a ser detidos e soltos em vez de serem controlados com pulseiras electrónicas ou mandados de férias para o Polo Norte.

[foto: RTP]

15 de julho de 2022

Incêndios. Mais do mesmo!


Nesta altura do ano, Verão, os incêndios tornam-se o "pão-nosso-de-cada-dia". É mais do mesmo! Abrem e fecham telejornais, fazendo esquecer a Covid, a Guerra na Ucrânia, os caos nos aeroportos e SNS.

Como alguém disse, nunca houve tantos meios, tanto dinheiro, tanta coordenação, tantos bombeiros com formação, tanto especialista em teatro de operações, até o presidente da república, nem tantos meios terrestres e aéreos. Nunca houve tantas proibições nem tantas obrigações e, contudo, os incêndios são cada vez mais, e ano após ano temos esta persistente realidade de que as coisas não mudam ou se sim, para pior.

E de quem é a culpa? O Governo diz que são as pessoas, como se fôssemos todos irresponsáveis, bandidos e criminosos. As pessoas dizem que são os criminosos e os lobies da indústria dos incendios (bué de lucrativa). As pessoas também dizem que é do Governo, das Juntas, das Câmaras e das autoridades, que multam uns e não multam outros. Obrigam uns a limpar a erva e permitem a outros as manchas compactas de arvoredo a cobrir as estradas (Em Guisande é um fartote). Enfim, um rol de culpas, responsabilidade e incompetências. Todos com e sem razão.

Mesmo que os javalis não fumem nem os texugos usem roçadoras nem os coelhos façam churrascadas, a verdade é que os grandes incêndios, aqueles que têm impacto, deflagram invariavelmente a altas horas da noite e mesmo de madrugada, em que são detectados mais tarde e os alertas transmitidos quando a dimensão é já grande. Mas aqui o Governo desvaloriza e continua a apontar baterias para a irresponsabilidade dos cidadãos.

Por sua vez, os criminosos, tantas vezes apanhados em flagrante, são ouvidos em Tribunal e postos cá fora para dar continuidade à actividade, quando deviam ser obrigados a irem de férias para a Gronelândia nos meses de Verão.

E não! A culpa não será também das alterações climáticas, porque se é certo que os verões são cada vez mais secos, certo é que já nos antigamentes os meses de Verão eram muitos quentes e também havia vagas de calor. Mas havia uma coisa que agora não há: Limpeza sistemática das florestas e áreas agrícolas e seu total aproveitamento económico, mesmo que ao nível familiar. Tudo no mato era aproveitado, desde o tojo aos gravetos, ramos, caruma dos pinheiros e folhas. Era uma maravilha caminhar pelos matos. Pareciam campos. Um incêndio por esses tempos eram mesmo uma coisa rara e havia mais gente a trabalhar nos campos e matos, o que agora se proibe. Credo, em cruz! Passear nos matos? Nem pensar!

Hoje em dia é o que se vê: Os modos de vida alteraram-se, dizem que para muito melhor, e por isso já ninguém precisa de andar ao mato ou às pinhas. Assim, a floresta cresce de forma selvagem, acumulando-se matéria combustível ano após ano, até que venha novamente o fogo para limpar e o ciclo recomeça. 2+2=4.

O Governo prefere pagar todos anos balúrdios de milhões à indústria dos incêndios, em vez de promover e subsidiar as limpezas e acções de vigilância e prevenção. O Governo proibe e obriga, muitas vezes de forma contraditória, retirando capacidade de ganho económico a quem tem propriedades florestais, pequenas ou grandes, levando ao seu desinteresse e abandono. 

O Governo não se impõe no ordenamento da floresta e não tem política florestal. Vai-se falando disso sempre que a coisa dá em tragédia. O Governo não limita nem reduz a mancha de eucaliptos nem promove a obrigatoriedade de plantar árvores autóctenes de modo a contrabalançar gradualmente a diversidade dos povoamentos florestais. O Governo não promove a abertura e alargamento de caminhos, estradões e aceiros. Enfim, um Governo ou Governos que, mandato após mandato, se mostram ineficazes apesar de muita conversa para adormecer burros.

Por conseguinte e em resumo, as coisas são como são e cada vez vão ser mais do mesmo até que o país seja uma macha cinzenta. Afinal, o que não tem remédio, remediado está!

14 de julho de 2022

Nota de falecimento

 


Faleceu António Ribeiro da Silva (conhecido como Ti António do Canto), de 90 anos (28 de Agosto de 1931-14 de Julho de 2022).

Natural de Azevedo - Caldas de S. Jorge, residia no lugar do Outeiro.

Cerimónias fúnebres na Sexta-Feira, 15 de Julho, pelas 16:00 horas, na igreja matriz de Guisande indo no final a sepultar no cemitério local.

Missa de 7º Dia na Sexta-Feira, 22 de Julho pelas 19:30 horas na igreja matriz de Guisande.

Sentidos sentimentos a todos os familiares. Paz à sua alma! Que descanse em paz!

12 de julho de 2022

O gangue das churrascadas e roçadoras


1) Proibição do acesso, circulação e permanência no interior dos espaços florestais previamente definidos nos Planos Municipais de Defesa da Floresta Contra Incêndios, bem como nos caminhos florestais, caminhos rurais e outras vias que os atravessem;

Esta é a primeira de um conjunto de 5 medidas preventivas definidas pelos serviços de Protecção Civil no âmbito da Declaração da Situação de Alerta devido às altas temparaturas e ao risco de incêndios.

Parece-me, a mim, ao contrário das demais medidas (que abaixo transcrevo), despropositada, abusiva e atentatória de liberdades, direitos e garantias.

Desde logo porque assenta em pressupostos naturalmente errados de que todos somos uma cambada de irresponsáveis e criminosos a ponto de não podermos circular livremente nas nossas florestas e caminhos públicos. 

Pegando nos mesmos pressupostos de quem determinou essa desproporcionada e mesmo abusiva medida, porque não proibir os condutores de utilizarem estradas e auto-estradas sob o argumento de poderem causar acidentes ou serem vítimas deles? Em rigor qual a diferença? É que acidentes nas estradas são diários e com consequências de ferimentos, mortes e prejuizos materiais.

Por outro lado: Há dias foi detido o presumível autor do maior incêndio florestal deste ano, e isto porque houve testemunhas. Ora proibindo as pessoas de acederem aos espaços florestais, mesmo e apenas para simples caminhadas, os criminosos podem agir à vontade sem risco de serem testemunhados.

Ou seja, quando seria de aumentar a vigilância das florestas e com ela a dissuasão dos criminosos, constata-se e promove-se o contrário.

Recordo-me, de aqui há alguns anos, um colega estar a fazer BTT numa floresta da zona e detectou o início de um incêndio. Conseguiu combater o seu alastramento bem como deu o imediato alerta às autoridades e bombeiros. Não fora isso, e proibido que fosse de andar por ali, o incêndio tinha alastrado e atingido naturalmente outras proporções.

Mas as nossas autoridades pensam de maneira diferente e por isso não surpreende que de ano para ano, apesar de medidas e mais medidas, proibições e mais proibições, obrigações e mais obrigações, de limpezas e outras que tais, os incêndios sejam sempre um fartote. Os criminosos, autores comprovados dos maiores incêndios florestais, esses são relevados. Os cidadãos, esses são os criminosos que só pensam em churrascadas e roçar mato, como autênticos gangues de malfeitores e, por isso,  há que lhes pôr a rédea curta. O Estado não confia, de todo, nos seus cidadãos. Devemos nós confiar no Estado?

É o que temos.



Restantes medidas:

2) Proibição da realização de queimadas e queimas de sobrantes de exploração;

3) Proibição de realização de trabalhos nos espaços florestais com recurso a qualquer tipo de maquinaria, com exceção dos associados a situações de combate a incêndios rurais;  

4) Proibição de realização de trabalhos nos demais espaços rurais com recurso a motorroçadoras de lâminas ou discos metálicos, corta-matos, destroçadores e máquinas com lâminas ou pá frontal.

5) Proibição total da utilização de fogo-de-artifício ou outros artefactos pirotécnicos, independentemente da sua forma de combustão, bem como a suspensão das autorizações que tenham sido emitidas;

A proibição não abrange:

1) Os trabalhos associados à alimentação e abeberamento de animais, ao tratamento fitossanitário ou de fertilização, regas, podas, colheita e transporte de culturas agrícolas, desde que as mesmas sejam de carácter essencial e inadiável e se desenvolvam em zonas de regadio ou desprovidas de florestas, matas ou materiais inflamáveis, e das quais não decorra perigo de ignição;

2) A extração de cortiça por métodos manuais e a extração (cresta) de mel, desde que realizada sem recurso a métodos de fumigação obtidos por material incandescente ou gerador de temperatura;

3) Os trabalhos de construção civil, desde que inadiáveis e que sejam adotadas as adequadas medidas de mitigação de risco de incêndio rural.

10 de julho de 2022

Desprezo



Bem sabemos que, por novos modos e estilos de vida, algumas coisas perderam a sua importância quanto à sua finalidade. Todavia, e tome-se como exemplo este antigo lavadouro com fonte, mesmo já sem utilização, frequente ou mesmo residual, parece-me que continua a ser um elemento do património colectivo e rural de uma terra. Afina de contas, parte intrínseca da sua cultura e identidade. 

Ora quando tal é desprezado ao ponto de nem merecer, sequer,  uma limpeza envolvente, então algo está mal e quem tem essa responsabilidade e quem representa essa terra e comunidade, não tem muito como justificação. 

O problema, apesar de tudo, é que a maioria dos cidadãos que elegem esses tais representantes, e que lhes conferem a legitimidade, padece, ela própria, de falta de sentido de comunidade e de orgulho e amor à terra. 

A coisa está a ser erodida há muito e já pouco mais há a fazer. 

Os mais velhos, aqueles que ainda sentem nos pés e na alma o apego das suas raízes, e conhecem os lavadouros e as fontes, e as memórias a elas associadas, são cada vez menos e as suas vozes e estados de alma  já pouco são considerados porque, por questões naturalmente compreensíveis, não são dados a fazerem-se ouvir pelas redes sociais. São raros os casos e mesmo esses, pregando no deserto, acabam por desistir .

É pena, mas, como diz o meu amigo Pinto, numa sentença como pé para toda a chinela, "...as coisas são como são!!

2 de julho de 2022

Grupo da LIAM em Fátima



O grupo da LIAM de Guisande está a participar neste fim-de-semana, 2 e 3 de Julho de 2022, na Peregrinação a Fátima da Família Espiritana, sob o lema “Um nós cada vez maior” .

Programa:

Sábado, 2 de julho

17:30 Saudação a Nossa Senhora, na Capelinha das Aparições

18:15 Missa, na Basílica da Santíssima Trindade

21:30 Terço e Procissão de Velas, no Recinto

23:00 Vigília, na Basílica Nossa Senhora do Rosário


Domingo, 3 de julho

07:00 Via-sacra, aos Valinhos

10:00 Rosário, na Capelinha das Aparições

11:00 Missa, no Recinto, presidida por D. António Marto

14:30 Sessão Missionária, no Centro Paulo VI


Guião da Peregrinação de 2022