29 de janeiro de 2023

Até de burro...


Somos assim, e mais  nada! Corremos o mar e a marinha, como quem diz o mundo e arredores, e quem tiver vontade e algum tempo para a coisa, porque parece que as viagens, se marcadas com tempo, são ao preço da uva chorona, em pouco tempo tem um álbum fotográfico de selfies com os ex-libris de vários sítios e cidades do mundo como cenário. Há quem o faça só por isso, porque no essencial é passar e andar. Importa obter o carimbo dos lugares de passagem e depois é publicar nas redes sociais para mostrar aos amigos e aos outros que se é uma pessoa fixe, viajada e aventureira.

O Mingos é uma dessas pessoas e, até porque emigrante desde cedo pelas franças, já correu meio mundo, pelo menos aquele em que todos querem ir. Pois se para além da França, já esteve em quase todos os países da Europa, incluindo a Grécia , imagine-se, tendo nascido e feito casa a 30 quilómetros de distância e a meia hora de viagem, pouco mais, nunca foi a Arouca. Até mesmo Castelo de Paiva, Vale de Cambra ou Sever do Vouga, etc, são destinos onde nunca pôs os pés nem os olhos. E, claro está, tirando uma ou outra cidade mais grandita, desconhecerá por completo o país onde nasceu, Portugal, incluindo o seu interior e aldeias e vilas dispersas por montes e vales.

Em resumo, somos uns viajados do caneco, uns cosmopolitas, mas ao longe. Ao perto, mesmo na borda do do nosso ninho, pouco ou nada conhecemos. Será porque é de pouco monta ou significância? Bem sabemos que o convento de Arouca não pode competir com a torre Eiffel ou com o Partenon nas rotas do turismo de massas, mas, porra, é Portugal e para lá ir nem é preciso andar de avião ou de barco. Até de burro lá se vai numa manhã.