15 de dezembro de 2023

Sem crescimento, sem multiplicação

Há dias, a propósito da tradicional benção dos bebés de colo e de mulheres grávidas na missa da Imaculada Conceição, 8 de Dezembro, data para muitos considerada como o Dia da Mãe, ficamos a saber, pelo menos a ter em conta quem acedeu ao convite e participou, que a nossa freguesia de Guisande tem apenas uma mulher grávida e uma criancinha nascida neste ano da graça de 2023. Mas no dia seguinte, Sábado, afinal apareceu mais uma bebé, que ali foi baptizada.

Em resumo, mais coisa menos coisas, os dedos de uma só mão são suficientes e sobram para contar os bebés que nascem em Guisande em dois anos. Creio que não exagero ou então ando a leste de quanto ao que por cá vai decorrendo no desígnio bíblico do "crescei e multiplicai-vos".

Já o tenho escrito por aqui e não vou de novo esmiuçar razões para este problema de baixa natalidade, que nem sequer é só nosso, da freguesia e do país. É sobretudo da Europa, da nova, porque da velha era gente à fartazana, agora a desertificar-se de naturais, abrindo assim espaço, políticas e metas para poder abrir as portas ou as pernas para uma imigração sobretudo muçulmana, desmesurada e com pouco escrutínio de integração no mercado do trabalho, mas também cultural, social e mesmo religiosa porque invariavlemente a querer impor-se e sobrepor-se. Adiante!

Resulta daqui, que este rio caudaloso de motivos e realidades desagua num mar tempestuoso e de muitas incertezas. A nossa freguesia está a perder população, por isso com falta de crianças, gente nova e daí o inevitável envelhecimento da população. É certo que nos últimos anos construiram-se uma meia dúzia de novas habitações, supostamente com gente jovem capaz de alargar a família, mas por outro lado e em contraponto, são mais as casas que vão fechando, porque velhas e sem moradores ou então casas onde só vivem velhos, viúvos e viúvas, desamparados na sua solidão.

É o que é! Deste modo qualquer projecto ou ideias de grandeza para esta terra choca paradoxalmente com este encolher anual da população. Ademais, dos que vão resistindo poucos são os que mostram vontade e capacidade em qualquer esforço de inversão. Assim seguimos irremediavelmente condenados à extinção, como em tantas aldeias no nosso interior desertificado. Certamente que já não estarei por cá nessa altura mas por ora parece-me uma fatalidade incontornável. O contrário, mas contra-natura, só mesmo com uma nova invasão árabe ou africana.